segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O primeiro jogo que guardo memória


O primeiro jogo de futebol que assisti ao vivo, foi em 1967 um União de Tomar - Leça, que inaugurava essa época que iria levar, pela primeira vez na sua história, o meu clube à primeira divisão. 

Mas o primeiro jogo que guardo memória, tinha 6 anos e estávamos no verão de 1966. E recordo-me bem pela reviravolta operada por um jogador chamado Eusébio.

Era a primeira vez que Portugal estava na fase final dum campeonato mundial e na fase de grupos tínhamos ganho, sempre com 3 golos marcados, às selecções da Bulgária, Hungria (na altura muito forte) e o bi campeão mundial Brasil. Seguiram-se os quartos de final e a desconhecida Coreia do Norte que poucos ligaram ao aviso de ter eliminado a Itália.

Segundo parece, vi os 3 jogos anteriores mas não tenho recordação. Deste sim. A história é muito conhecida mas aqui vai. Logo no primeiro muito a Coreia marca. A meio da 1ª parte chega ao 2-0 e quando ainda está tudo a tentar perceber o que se passa, fazem o 3-0! Descalabro? 

Ao repor a bola ao centro para o jogo recomeçar, Eusébio arregaçou as mangas, como que simbolizando o que se iria passar. De uma desvantagem de 0-3, passámos para 5-3, com os 4 primeiros golos apontados pela pantera negra.

A partir daí, miúdito, sempre fiquei fascinado a vê-lo jogar, e vi várias vezes. Quando o Benfica ia jogar a Tomar ou algumas vezes que vínhamos a Lisboa e o meu pai levava-me à bola.

E por acaso, no final da sua carreira, chegou a representar o meu clube, União de Tomar, como se pode ver na fotografia em baixo.

Esta uma pequena homenagem a alguém que foi, a nível mundial, dos maiores de sempre no seu desporto.


7 comentários:

  1. Descanse em paz, Senhor Eusébio!

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  2. Admirando imenso o Eusébio como extraordinário jogador de futebol que foi, gostando, muito, de futebol (mas não da “clubite” fanática e de todas as negociatas que giram em torno desse belo desporto) não me posso deixar de sentir entristecido por viver num país que tem como padrão de herói nacional um jogador de futebol por melhor que ele tenha sido.
    O futebol, em Portugal, sempre serviu para alienar o povo e o fazer esquecer dos reais problemas do país onde vive.
    Enquanto quase todos os canais de televisão davam a transmissão das exéquias funéreos do Eusébio um canal, regional, mostrava a devastação que o chamado míni tornado provocou na zona de Paredes.
    Por mais respeito que a memoria de um homem me mereça, por mais respeito que o Eusébio me mereça, ver pessoas que perderam tudo que amealharam ao longo de anos a chorar em frente das câmaras, completamente entregues a sua sorte enquanto o governo e o país pára a homenagear o “rei” deixa-me perfeitamente revoltado e triste.
    E quantos e quantos vultos da cultura Portuguesa e quantos verdadeiros heróis Portugueses que contribuíram para o engrandecimento de Portugal no mundo tiveram as honras que lhe eram devidas na hora do seu desaparecimento físico?
    O normal seria eu alinhar pelo discurso padrão, homenagear o rei mas não consigo ser hipócrita e calar-me perante tanta hipocrisia,
    Todo este aproveitamento, mórbido e hipócrita que tem sido feito em torno do desaparecimento físico de Eusébio tem apenas um fito: adormecer o povo durante mais uns dias!
    Se Marx disse que a religião é o ópio do povo o futebol não lhe deve ficar muito atrás.
    Evidentemente que este comentário não tem nada a ver com esta justa, bonita e singela homenagem feita aqui neste blogue pelo João Lima. Mas eu tinha de desabafar e só peço desculpe ao João de o ter feito aqui mas já não aguentava mais.
    Posso perder alguns amigos com este desabafo, ser mal interpretado mas se há coisa que não sei fazer é calar-me!
    E já agora uma nota: não sou adepto de nenhum clube de Futebol...

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    1. Caro Jorge Branco
      Eusébio foi um extraordinário atleta que elevou a estima de um povo, projetando o nome de Portugal lá fora. Não creio que as honras e homenagens que lhe foram prestadas sejam hipócritas. O povo nestas ocasiões é sincero e autêntico, sabe reconhecer os seus heróis e prestar as homenagens devidas...já assim foi com Amália, Saramago, Joaquim Agostinho e até com personalidades políticas controversas como Álvaro Cunhal. Todos tiveram os seus méritos e todos "subiram" ao coração do povo. Os governantes nestas ocasiões, por muito que lhes custe em alguns casos, só têm de reconhecer e interpretar o sentimento das pessoas.
      Neste caso o "ópio" do povo não é mais que admiração e dor manifestada pela partida de um homem admirado pelos seus feitos dentro e fora de campo. Isso não é nenhuma droga, é o mais humano possível.
      Naturalmente, as catástrofes naturais e devastações provocadas pelos temporais não devem ser ignoradas, mas são coisas distintas e alheias ao honesto e justo reconhecimento que Eusébio merece.
      Muitos cumprimentos e obrigado ao João Lima por partilhar esta história.

      Daniel Santana

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  3. Uma bonita e merecida homenagem.
    Para sempre nas nossas memórias. Que descanse em paz.

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  4. Eu não sou do Benfica, mas para mim o Eusébio foi até hoje, e de longe, o melhor jogador português, portador de um fair-play inigualável.

    Eusébio estará sempre connosco, nas nossas memórias.

    P.S. - Devido à minha idade nunca tive a oportunidade de ver o Eusébio a jogar, mas todas as imagens que tenho visto demonstram que ele foi o melhor jogador português de todos os tempos.

    Abraço.

    Fernando Varela

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