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Os dois 4 ao Km presentes, Eberhard e eu |
Can you imagine when this race is won
Turn our golden faces into the sun
Praising our leaders we're getting in tune
The music's played by the madman
Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever, forever or never
Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever
Forever young
(Excerto de Forever Young dos Alphaville)
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Com os amigos Luís, Nuno e Sandra. Reparem bem no meu número, 1755. Vinha aí terramoto! |
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Com o colega Joel. Parabéns pelo grande record! |
Nos últimos tempos não tenho falado muito sobre este assunto e, assim, os meus mais recentes leitores desconhecem um sonho que os mais antigos já devem estar marrecos de ouvir falar. Aliás, de sonho já quase passou para obsessão. Tão simples como baixar dos 50 minutos aos 10 quilómetros.
Daqui a mês e meio faz 7 anos que tudo começou. Nesse dia, em Fevereiro de 2007, realizei 50.37 em Grândola e a minha evolução natural dizia que os 49.59 estavam à porta.
Não vou aqui relatar tudo o que veio a suceder e que sempre impediu esse objectivo de ser alcançado, pois caso contrário necessitariam de várias horas de leitura, caso aguentassem. Muito resumidamente posso dizer que participei em três provas em que alcancei média de sub50 mas essas não chegavam aos 10, faltavam umas poucas centenas de metros. Numa, a média apontava para 49.10!
Um pé torcido antes da corrida onde tudo estava preparado para o alcançar. Um pé partido quando tornava a apontar para o mesmo fim. Uma gripalhada forte quando tive uma lebre de luxo para me auxiliar numa prova que daria. E isto apenas para focar as alturas mais significativas.
Entretanto, em Abril de 2011 em Constância, baixei o tal famoso record de Grândola para 50.08
Este ano, tive a confirmação que a idade não perdoa. É muito diferente fazer aqueles tempos com 46 anos ou tentar com 53. E escrevi que o sonho estava acabado, num artigo que nem digo qual para não mo virem atirar à cara!
Ainda agora estive a reler os vossos (revoltados) comentários a essa minha frase e nem digo nada! He he!
É verdade, e ninguém pode negar, que na minha idade vão-se perdendo uns segundos por quilómetro. Não há nada a fazer! Mas também é verdade que certos treinos que ainda não tinha explorado na sua totalidade, também fazem muito bem. E outra verdade é que, apesar do que digo, sou um sonhador inveterado. Posso reconhecer uma realidade mas, num meu cantinho especial, está lá o sonhador.
A juntar a este menu, adicione-se duas amigas do coração que, com uma semana de intervalo, sem combinarem, e após me verem naquelas séries de 400 metros, fizeram um pedido em forma de confidência "não desistas!"
Apontei esta prova para tentar dar o máximo e aquilatar do meu estado actual, consciente que com o trabalho que estou a efectuar, apanhar este percurso daqui a um mês seria o ideal.
A corrida na semana passada veio dar-me um boost de confiança a toda a prova.
Encarei-a como a corrida onde tinha que dar tudo o que tinha, sem deixar nada de sobra. Se, o mais natural, quebrasse, tudo bem, teria a consciência que tinha tentado.
A força mental foi de tal forma que nem se deixou abater por uma ou outra pequena contrariedade, que há sempre. Nada me iria impedir de tentar!
E foi assim que encarei o dia de hoje. Confesso que acordei com um certo stress pré-competitivo, frase bem elaborada mas que na realidade quer dizer nervoso para burro!
Mas esse nervoso soltou-se quando comecei a aquecer e a alegria de correr tomou-me.
Um dos meus problemas para tentar os 49.59 é o início. Necessito duma média de 4.59 mas se me coloco logo muito rápido, hipoteco as possibilidades. Se fizer o primeiro quilómetro mais calmo, o que me permitirá depois atacar até ao final, perco umas dezenas de segundo que dificilmente recuperarei. O equilíbrio é difícil mas hoje consegui realizá-lo.
Parti consciente que não estava com 49.59 nas pernas mas não queria saber! Ia lutar, desse o que desse, nem que a segunda metade fosse a rastejar.
E confesso, apesar de sempre um pouco acima da média, cheguei a cheirar o "tal" tempo. Entre os 5 e os 7 constatei que já não seria possível. Mas acham que isso influenciou alguma coisa? Nada! Hoje era para correr a dar tudo, como se fosse possível. Até ao último metro. E tenho consciência que assim o fiz e não poderia tirar um segundo que fosse.
51.02 de tempo (real) final, no que passou a ser o meu melhor tempo dos últimos 2 anos e 3 meses. 6º tempo de sempre, apenas batido 2 vezes em 2007 e 3 vezes em 2011 (para consultarem a tabela de tempos das minhas 120 corridas de 10 Kms, clicar aqui)
51.02 mas nenhuma euforia ou emoção ao cortar a meta. Apenas orgulho, muito orgulho pois sei que dei TUDO!
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No final, a alegria da presença da Carla e Jaime |
E... apesar de tudo o que já passei e que sempre me impediu de chegar àquele tempo, o que teria feito desistir muito boa gente, não vou prescindir deste sonho. "Não desistas!"
Por agora vai ficar em Banho-maria pois, após estes dois incríveis domingos, é altura de passar a olhar apenas para Sevilha. Mas... o dia há-de chegar! Calma e serenamente.
Quanto ao evento em si, posso dizer que nas minhas 8 épocas de Atletismo, foi a 7ª presença (apenas falhei a do ano passado por ter calhado uma semana após a estreia na Maratona) e esta, historicamente, sempre foi mal organizada e com algumas falhas incríveis.
Pois hoje, nada tenho a apontar! Parabéns! E parabéns pelo record de participantes, 1.899, mais 232 que o anterior máximo de 2011.