O artigo sobre a 23ª edição do Grande Prémio do Fim da Europa, tem que começar, obrigatoriamente, por um enorme reconhecimento a todo o trabalho que foi efectuado por muita e muita gente no sentido de desobstruir a estrada que muito afectada foi pelo temporal.
Sem esse árduo trabalho, não nos teria sido possível usufruir deste lindo trajecto para efectuarmos a prova que chegou a estar em perigo até à véspera.
Lindo trajecto, no entanto, que nos deixou consternados ao vermos a devastação que o temporal provocou em muitas zonas, em especial as mais altas.
Quem se estreou nesta prova, também não pode apreciar as belas paisagens no cimo da serra, em virtude do nevoeiro que, verdade seja dita, foi durante o decorrer da prova que esteve menos forte. Tal como a chuva que caiu antes e muita após, mas com tréguas dadas durante.
Após o cancelamento, por motivos financeiros, da edição de 2012, foi um prazer tornar a participar nesta prova que se tornou icónica. Em virtude dos ditos cortes, não tivemos a habitual camisola de manga comprida nem a tenda com chá e sandes mas... o que importa? O que conta foi que estiveram 16.945 metros à nossa disposição (distância oficial mas o meu GPS acusou sistematicamente 16.600 nas minhas 3 participações) e uma recordação que nos fica para sempre, o que na realidade conta para quem gosta de correr.
É um imenso prazer desfrutar deste trajecto e a chegada ao ponto mais ocidental da Europa continental é uma sensação muito bonita.
Não vale a pena comparar a participação de hoje com o record da última edição (1.554) pois agora houve limite de inscrições. Classificaram-se 915 atletas, dos quais 120 femininas (13,1%)
Alberto Chaiça dos Amigos do Parque da Paz venceu em 58.59 sendo o único a baixar da hora, com Chantal Xhervelle do Casal Figueiras a vencer no sector feminino com 1.11.42
A minha prova foi concluída em 1.52.31 (tempo real; 1.53.04 tempo de prova) e foi muito agradável na companhia da Isa, pela 3ª prova consecutiva, e da Rute que se estreou pelos 4 ao Km.
Fomos a um ritmo prudente para poupar energias para o difícil 10º quilómetro, para depois soltarmos a passada até à meta.
Por estranho que pareça, e tal como em 2011, no Cabo da Roca não havia vento!
Antes de terminar, de referir uma curiosidade histórica. Ao consultarem em baixo a ligação do historial da prova, podem constatar que a 11ª edição, disputada em Dezembro de 1997, teve 4 vencedores ex aequo!
Efectivamente, Pedro Pessoa, João Caldeira, Paulo Pinheiro e Eugénio Neto, todos do Galamares, chegaram juntos à meta, deram as mãos e cortaram-na assim, sendo todos considerados vencedores.
Só foi possível por ausência de chips pois hoje mesmo que se corte de mão dada, há sempre um chip que, nem que seja por milésimos, é registado primeiro.
Uma original forma de cortar a meta!