sábado, 28 de dezembro de 2019

Na festa que é a São Silvestre de Lisboa

A equipa 4 ao Km (eu, João Cravo, Isa e Vitor)

Foi mais um grande final de tarde de Atletismo com a 12ª São Silvestre de Lisboa a contar com 10.112 classificados, o que é apenas a 7ª vez que em Portugal se quebra a barreira dos 10 mil. As 5 primeiras vezes entre 2015 e 2017 e, após um 2018 sem qualquer, este ano já temos duas, a Meia de Lisboa e agora a São Silvestre de Lisboa.

Especial realce para duas situações. A percentagem de atletas femininas, 33,1% (3.346 entre 10.112) o que dá um terço, o que é uma marca muito boa no panorama nacional (nas minhas primeiras corridas em 2006, essa percentagem andava entre os 3 e 6%). Ainda falta para o ideal 50% mas a coisa vai-se compondo. 
A outra situação é a sempre curiosa guerra dos sexos, em que as atletas femininas de elite partem à frente com a distância temporal igual à diferença entre o vencedor masculino e feminino do ano transacto, para ver quem chega à frente. Até esta edição registava-se um empate a 5-5. Quem desempatou? Ninguém! Os vencedores de cada género, Jéssica Augusto e Adel Mechaal, chegaram à meta ex-aequo de mãos dadas. Uma muito bonita atitude de elevado desportivismo!
Actualização: Por uma questão de photo-finish, a vitória foi dada aos homens que assim passam a 6-5.

Aqui ainda uma hora antes da partida, a tomarmos o pulso ao ambiente
Sobre a minha corrida, foi melhor do que receava pois desde meio da semana que ando constipado. Nada de gripe, apenas constipação mas isso afecta o, digamos, "carburador" que é o nariz. E o meu receio era a subida da Avenida da Liberdade pois numa subida mais necessário se torna que o ar entre e saia bem.

Foi importante o aquecimento para fazer subir a pulsação e adaptar-me a esta questão respiratória.
Partimos na 2ª de 3 vagas e correu-se bem no início. Pelotão com muita gente mas sem afectar significativamente o ritmo. Talvez na 3ª vaga isso tenha sucedido por serem mais atletas. 
Sou alto defensor deste sistema de partidas por vagas pois tal permite um melhor fluxo e qualidade de corrida.

Já na zona de partida
As primeiras centenas de metros foram a controlar para as pulsações não subirem rápido demais e depois entrei no ritmo limite para a situação, agradado com o facto de a respiração não estar a afectar muito. 

E assim fui até chegar ao quilómetro 7 e iniciar a subida da Avenida da Liberdade. Esse era o meu medo pelo que a constipação poderia afectar mas, felizmente, acabei por fazê-la relativamente bem.

Quando estava a passar pelo balão do 8º km, fui ultrapassado pelo Carlos Cardoso, e essa foi uma enorme medalha, ter conseguido estar 8 quilómetros à frente do grande Carlos Cardoso. Sim, sim, eu sei que ele está a vir duma lesão e que até partiu na 3ª vaga, mas deixem-me "vaidosar", eh eh

Feita a rotunda do Marquês, altura de começar a descer e, ao passar no balão do km 9, iniciar a contagem para a classificação especial do último km, onde dei o que podia.

Se antes da prova, e devido à constipação, apontava apenas para baixar da hora, acabei por registar 56.19, o que foi bastante satisfatório. Mesmo assim, sinto que fiz um esforço maior do que no GP de Natal onde marquei menos 3.32. A respiração sempre se manifestou nalguns quantos segundos por km... 

No GP Natal o último Km foi em 4.35, hoje marquei 4.37 em idêntico percurso. No entanto, nessa classificação registei um salto em relação à geral. Na geral fui 4.430 em 10.112 (sim! claramente na 1º metade!) e na classificação do último km melhorei 347 lugares (4.083º). No escalão é que não consegui entrar na 1ª metade por pouco (238 entre 468).

Falta apenas uma prova para dar por terminado 2019. E qual a melhor para acabar em beleza? Claro! Só pode ser a mítica São Silvestre da Amadora, um dos sempre mais aguardados eventos em cada ano! 
Também ela organizada pela HMS, como hoje, o que é sempre uma garantia de alta qualidade e profissionalismo!



E após a prova. Os sorrisos dizem tudo, não é verdade?

domingo, 15 de dezembro de 2019

No GP Natal a fazer a melhor marca do ano

3 fotos que ilustram o maior bem das corridas, a AMIZADE!

Após ter faltado em 2018, por ainda estar em Espanha depois de ter concluído a Maratona de Valência, participei pela 11ª vez no Grande Prémio de Natal, uma clássica do nosso calendário que já me deu sensações muito díspares.

Efectivamente já houve o 8 e o 88 aqui, e o 8 foi coincidentemente em 2008 quando parti o pé esquerdo. O 88 foi em 2016 onde consegui aquilo que perseguia há 10 anos, baixar dos 50 minutos, e logo com 48.42 (marca batida 6 meses mais tarde na Corrida de Santo António com 48.19). Um ano depois, neste mesmo GP de Natal 2017, alcancei o 5º e último sub50. Foi o corolário dum biénio incrível e dificilmente repetível.

Após aquela marca nesta prova em 2017, parei quase 2 meses pelas operações às cataratas e hoje de manhã estive a consultar o histórico e a verificar que as duas únicas vezes que baixei nestes 2 anos do minuto 53 foi com 52.40 e 52.58

Assim sendo, coloquei como objectivo tentar fazer melhor que os 52.40 para ser a melhor marca dos últimos 24 meses. 

Se este percurso é conhecido pelos muito favoráveis últimos 2 quilómetros, é preciso não esquecer que até lá tem algumas dificuldades, como as duas subidas iniciais, os 3 túneis e a ligeira inclinação até ao Saldanha. 
Ora eu que subia bem, nos últimos tempos tenho vindo a perder facilidade na subida, devido a não estar a treinar subidas como dantes, algo que tenho que rectificar e rapidamente. Tal fez-me desgastar um pouco no quilómetro inicial, para fazer o tempo que queria nesse km.

Depois lá fui mantendo o ritmo que queria, sempre a aflorar o risco vermelho, sabendo que o importante era chegar ao Saldanha para de seguida soltar tudo.

E se me estava até então a aguentar, entre a saída do 3º e último túnel e o Saldanha, quebrei um pouco, uma dezena ou dezena e meia de segundos que foram importantes no final.

A partir do Saldanha consegui recuperar fôlego e comecei a soltar o que podia. Pelas contas estava muito complicado baixar do 52.40, deveria acabar com 53 muito baixo, mas tentei e dei tudo, principalmente no quilómetro final feito em 4.35

E quase que deu, 52.47, que passou a constituir o 2º melhor tempo destes últimos 2 anos. 
Isto foi o que vi no final, onde estava tão focado nos 52.40 que só mais tarde apercebi que tinha feito a melhor marca do ano, batendo os 52.58 da Volkswagen por 11 segundos.

Apanhado em directo na TVI24 a 100 metros da meta (nota-se que lhe ia a dar bem!)
Na classificação, verifiquei que finalizei às portas de algo que gosto de realçar por não ser nada habitual, terminar na 1ª metade. Ora a 1ª metade dos 4.258 que finalizaram é 2.129 e terminei em... 2.132, a 3 lugares apenas.

No cômputo geral, atendendo à forma actual e às complicadas e tristes últimas semanas, reconheço que foi muito positivo, apesar de estar apenas moderadamente satisfeito, isto em termos de performance, porque em termos de prazer de corrida, fiquei plenamente grato por esta manhã de bom ambiente e de respirar este tão saudável ar típico das provas.

Ah! Antes que me esqueça, um obrigado ao São Pedro pois a prometida chuva nunca caiu! 

Próximas provas, as São Silvestres de Lisboa (28) e Amadora (31)

Até lá, fiquem bem, fiquem em paz e com saúde, o maior bem!, e aproveitem a quadra. Festas Felizes! 



quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

A reforma dum fiel companheiro de quase 12 mil km


Garmin Forerunner 310XT

Período de actividade: 5 de Janeiro de 2014 a 11 de Dezembro de 2019

Após quase 6 anos de actividade (faltaram apenas 25 dias para alcançar a meia dúzia de anos), chegou a altura de reformar o meu fiel companheiro de pulso que tanto registou e numa altura onde alcancei coisas históricas.

Foi sempre um relógio espectacular e estou convencido que duraria mais uns bons anos, não tivesse sido aquela queda que sofri em Julho e onde lhe saltou um botão e os outros ficaram presos por arames, tendo ultimamente caído mais 2 botões e tornando quase impraticável o seu uso.

Assim, nada mais restou que dar-lhe a justa reforma.

Para a história ficam os 11.863 quilómetros que fez comigo em 1.194 actividades das quais 181 em provas, com o devido destaque a 12 Maratonas. Aliás, das minhas 13 Maratonas concluídas, apenas na primeira não esteve presente (ainda foi o Garmin Forerunner 205 que durou 4 anos e 2 meses).

Registou também os meus actuais records, todos realizados entre 2016 e 2017. Dos 400 aos mil metros, 3, 5, 10, 15, 20 km, Meia-Maratona, 30 km e Maratona.
E diga-se de passagem, que destes 10 records, quase garantidamente 9 ficarão para sempre com ele pois nesse biénio estiquei os records de tal maneira que não acredito que os possa alcançar mais. Disse 9 dos 10 pois há apenas um que, apesar de ser muito muito difícil, talvez num daqueles dias muito especiais possa eventualmente haver uma surpresa (sim, estou a falar na mítica distância).


Garmin Forerunner 935

Período de actividade: 12 de Dezembro de 2019 a ?

E este é o meu novo companheiro! Investi bem neste meu 3º relógio GPS de corrida pois eles duram imenso e é um valor que se vai diluindo ao longo dos tempos. E se o 1º durou mais de 4 anos e o 2º quase 6, esperemos que este dure ainda mais, desde que não haja qualquer acidente como o de Julho.

Na hora do seu balanço, veremos o que me dará. Mas o que desejo é que me dê muitos km de prazer de corrida!

domingo, 8 de dezembro de 2019

Na Meia dos Descobrimentos em memória dum grande amigo


Querido amigo Nuno!

Lá fizemos outra corrida juntos. Esta diferente, sem ser fisicamente após a chocante mas receada notícia de 2ª. Hoje foste sempre a acompanhar-me mentalmente. E conversámos, conversámos muito, recordando vários episódios.

Como a primeira vez que falámos. Estava eu com a Sandra na única vez que fui treinar com ela para o Jamor e vi o Luís acompanhado por alguém que eu não conhecia, tu. E quando disse que ia fazer os Trilhos de Monsanto, assustaste-me com a descida que lá havia. Mas fui à mesma numa das raras presenças em trilhos, antes de descobrir que não tinha jeito para esses percursos, tal como tu. Foi a primeira vez que tu e a Sandra se viram mas não se ligaram. A faísca foi no ano seguinte.

E no dia a seguir a terem começado tudo, quiseste fazer comigo a 1ª Corrida do Sporting (2011) para ajudares-me a baixar dos 50 aos 10, algo que vinha a perseguir há quase 5 anos. Prescindiste da tua corrida, numa altura que não corrias mas sim voavas (36 aos 10 e 2.54 em Maratona!!!) para ajudares esta tartaruga. Mas eras assim, bondoso e sempre pronto a ajudar.
Não deu nesse dia, apareci com uma valente constipação (e ainda demoraria mais 5 anos a alcançar esse feito) mas recordo com uma ponta de vaidade o sprint que fizemos para a meta e que tanto te surpreendeu. E essa é uma doce medalha, ter surpreendido alguém que era conhecido pelos amigos como a Gazela!

Na Meia de hoje, a dos Descobrimentos, estamos a percorrer uma parte do que foi a minha 1ª Maratona e a quem tanto a devo pela tua fundamental ajuda. Sempre fiquei com a sensação que abusei de ti nesse dia. Estava combinado acompanhares-me nos primeiros 21 e ficavas no Cais do Sodré. Mas a parte que receava era exactamente do Cais do Sodré até Algés e volta. Pedi-te mais ajuda e tu, incapaz de dizeres não a um pedido dum amigo, lá foste até passarmos novamente pelo Cais do Sodré, já aos 35. E que cansado estavas! Quem está de fora pode ficar surpreendido com o teres 2.54.01 em Maratona e ficares cansado daquela forma por 35 lentos. Mas, não só ires a esforçar por correr o que era devagar para ti, mas principalmente o estares tanto tempo (4 horas) a correres o que nunca tinhas feito. É que despachavas a coisa num instante... 
E no final, deste-me um belo quadro pintado por ti, com todo o imenso jeito que sempre tiveste! Há coisas que ficam bem gravadas no coração.

E Sevilha 2014? Um dia tão feliz para todos e onde, apenas 3 meses a teres sido operado a um joelho, levaste a tua querida Sandra a estrear-se de forma brilhante numa Maratona! Que dia mais fantástico! 

E o que dizer de Paris 2015 onde fomos surpreendidos, quando saíamos do apartamento para ir para a partida, com a vossa presença? Foram de propósito a Paris para nos apoiar!!! Como esquecer coisas destas? 
E o episódio da gorda nessa Maratona? Se fiz uns muito bons 35 km iniciais pelas ruas da mais bela cidade, na Maratona que era o meu sonho, por causa dos dois dias anteriores, dei um berro que se ouviu na Cochinchina. E tu, ali em pleno Bosque de Bolonha, a quereres dar-me alguma injecção de energia e ao veres um pouco à minha frente uma atleta mais "envelopada", a gritares "Olha a gorda, João! Não vais ficar atrás da gorda!" e eu, já mais que nas lonas, a gritar-te, já meio afinado "Quero lá saber da gorda!". O que nos rimos depois e em qualquer dos momentos que recordámos esse episódio que só passando por ele!

E com tudo isto, chegámos à meta de hoje. Sem estar em forma para tal, e após uma semana muito difícil, deste-me a força necessária para realizar um tempo impensável para o momento actual, 1.58.39. Esta marca é tua!

Tanto falámos nesta Meia mas mesmo assim ficou para trás tanto episódio de tão sã amizade que tive o enorme prazer de partilhar com alguém tão bondoso, puro e isento de qualquer tipo de maldade. Se toda a gente fosse como sempre foste, o mundo era um verdadeiro paraíso! 

Até sempre, grande amigo Nuno, continuarás bem vivo nos nossos corações e perpetuado num casalinho maravilhoso!

(Um abraço do tamanho do mundo para o João Ricardo que consagrou esta corrida a ajudar-me a alcançar o objectivo de sub 2 horas para poder dedicar ao Nuno. Muito obrigado por toda a ajuda, João, e por teres sempre feito acreditar que era possível!) 

Pequeno e resumido álbum de recordações dos episódios aqui narrados:


Na 1ª corrida que fizemos juntos, a 1ª do Sporting no tal sprint que me orgulhou


A "selfares" na minha 1ª Maratona, enquanto eu ia em esforço


O tal quadro que me ofereceste no final da minha 1ª Maratona. O estarem 8 gatos não é por acaso, era quantos tinha na altura. Tinhas um jeito e criatividade fantásticos. E ambos apaixonados por BD (da boa!) 


No histórico dia de Sevilha 2014 
Teu desenho alusivo à minha 1ª prova internacional (Sevilha 2014)

Antes da partida de Paris 2015 no dia da grande surpresa!


Aos 38 em Paris, devias estar a preparar-te para gritar por causa da gorda! (eu já vinha torto!)
E além da surpresa em Paris, ainda fizeste mais um desenho!

domingo, 1 de dezembro de 2019

Actualização do top-10 nacional de Maratona após a marca de Catarina Ribeiro em Valência

Grande Catarina Ribeiro!!!

Voou-se hoje de manhã em Valência! Nos 10 km concomitantes com a Maratona, bateu-se o record mundial de 10 km em estrada com Joshua Cheptegei a realizar 26.38 (média de 2.39,8!).
Na Maratona, bateram-se os melhores tempos masculinos e femininos jamais realizados em solo espanhol. Ambos vinham da edição desta mesma Maratona no ano passado. Em masculinos era de 2.04.31 e Kinde Atanaw Alayew marcou 2.03.51, em femininos era de 2.21.14 e Roza Dereje Bekele marcou 2.18.30, grande redução!
Também foi batido o record de participação em Maratonas disputadas no país vizinho. Vinha igualmente de Valência 2018 com 19.244 e hoje cortaram a meta 21.548 atletas!

No que concerne às cores nacionais, houve um muito importante resultado, o record pessoal de Catarina Ribeiro que com os seus 2.26.39 entrou para o top-10 nacional. Fantástica Catarina!!! Muitos parabéns!!!

Assim, a relação do top-10 nacional feminino, fica como se segue:

1.
Rosa Mota
2.23.29
Chicago
1985-10-20
2.
Jéssica Augusto
2.24.25
Londres
2014-04-13
3.
Salomé Rocha
2.24.47
Londres
2019-04-28
4.
Sara Moreira
2.24.49
Praga
2015-05-03
5.
Marisa Barros
2.25.04
Yokohama
2011-02-20
6.
Manuela Machado
2.25.09
Londres
1999-04-18
7.
Dulce Félix
2.25.15
Londres
2015-04-26
8.
Catarina Ribeiro
2.26.39
Valência
2019-12-01
9.
Albertina Dias
2.26.49
Berlim
1993-09-26
10.
Filomena Costa
2.28.00
Sevilha
2015-02-22

De destacar que 7 das 10 marcas foram registadas nesta década!

Em contraste, o top-10 masculino mantém-se inalterável desde 2006

1.
António Pinto
2.06.36
Londres
2000-04-16
2.
Carlos Lopes
2.07.12
Roterdão
1985-04-20
3.
Domingos Castro
2.07.51
Roterdão
1997-04-20
4.
Manuel Matias
2.08.33
Gyeongju
1994-03-20
5.
Luís Jesus
2.08.55
Paris
2006-04-09
6.
Joaquim Pinheiro
2.09.11
Otsu
1997-03-02
7.
Alberto Chaiça
2.09.25
Paris
2003-08-30
8.
Luís Novo
2.09.41
Berlim
2004-09-26
9.
Hélder Ornelas
2.10.00
Milão
2005-12-04
10.
Joaquim Silva
2.10.42
Viena
1994-04-10