domingo, 17 de julho de 2022

Reconstrução

Já lá vão 3 meses e meio desde o meu último artigo. Nunca este blogue esteve tanto tempo parado. E o que se foi passando entretanto?

Na minha última missiva, falava que faltavam duas semanas para tentar realizar uma caminhada na distância de Maratona abaixo das 6 horas. No entanto, dois dias antes da data prevista, fui forçado a adiar por estar atacado dos brônquios, o que não convinha nada para um esforço de tantas horas. 

Como a seguir tinha a infiltração anual ao joelho, e nas duas semanas seguintes não são aconselháveis esforços extremos, adiei um mês, para meio de Maio.

A duas semanas da data, decidi adiar sine die. Como bem sabem, a forma tem picos e nesse momento estava num a decair. Sentia-me cansado e a demorar mais do que o habitual a recuperar. Mais do que perseguir objectivos, temos que saber ler os sinais que o corpo envia e esses sinais eram que precisava de regenerar para recuperar. Como dizia o grande Ayrton Senna “temos que perceber as alturas que temos que dar tudo o que temos e as alturas para darmos uma acalmada no pneu”. E era essa “acalmada no pneu” que necessitava nesse momento.

Ora se não tivesse adiado a bem, teria que ser a mal, pois um par de dias depois, tive uma queda numa caminhada que deixou a perna com uma inflamação a precisar de ser tratada. Tudo se resumiu a um caminho de lajes de pedra, uma estava solta, virou-se e a perna entrou num buraco, tendo dado uma pancada forte na dita pedra.

Foram 3 semanas de inactividade forçada. Regressei e duas semanas depois, testei positivo à covid. Foram apenas dois dias com dor de garganta e febre baixa mas que deixaram como sequela um cansaço estranho e diferente de todos os já sentidos, um cansaço opressivo, além de fraqueza nas pernas, com dores nos tendões. 

Demorei a recuperar desse estado e, após 29 dias de paragem, comecei a recuperar energia que desse para tornar a caminhar, que já muita falta me fazia. 

Foi há uma semana e nas duas primeiras apenas consegui 3,5 km a 13 ao km, depois lá melhorei para 5 km a 11 e ontem já foram 7 km a 9.58/Km. Extremamente lento e curto para o que fazia mas o possível para estes dois meses mais complicados, muito em especial pelo que a covid deixou durante semanas. O importante é ir melhorando de cada vez.

Estou assim num processo de reconstrução de forma. Processo que será moroso e que requer paciência e não saltos de etapas. 

Quando sentir que cheguei ao ponto ideal, farei então a 3ª Maratona a Caminhar mas sem aquele objectivo louco de baixar das 6 horas. Coloquei-o pois na 2ª registei 6.04.06, média de 8.37 ao km durante 42 km, o que me levou a pensar em baixar das tais 6 horas. Mas se devemos lutar por "impossíveis", também temos que aceitar quando ultrapassam o limite da racionalidade. Já tenho 62 anos e, como já não é possível correr, desejo é continuar a caminhar por muitos e bons anos. Daí ter que usar a tal racionalidade para me ir preservando.

Um abraço a quem tem a paciência de me ler, a ver se não demoro tanto a escrever o próximo artigo e fiquem bem. Em especial com muita saúde!