sábado, 15 de agosto de 2020

Uma fantástica vintena e um objectivo muito especial

Tal como tinha escrito no último artigo sobre o tema, este fim-de-semana foi a altura para experimentar 20 Km a caminhar, o que fiz hoje.

Antes de dar conta do que sucedeu, aproveito para actualizar as melhores marcas dos 5 e 1 km. Há duas semanas referi essa tal caminhada de 15 onde registei novos máximos. 2 dias depois fui para a EVA no Jamor para 5 km com a excelente companhia do João Ricardo, e a melhor marca que tinha sido registada dois dias antes de 46.44 aos 5 km, baixou para 45.28, média de 9.05,6. Naturalmente que o próximo objectivo nesta distância é de baixar dos 45 minutos, o que representará uma média na casa dos 8 minutos.

Três dias depois, no último km duma caminhada, decidi dar o tudo por tudo para ver se baixava o melhor quilómetro de 8.40, o que consegui com 8.24, marca que, muito sinceramente, não imaginava sequer ser possível de chegar quando iniciei as caminhadas.

Regressando então a hoje, estava muito expectante desta caminhada pois seriam mais de 3 horas e de ponto a ponto. Já fazia lembrar uma coisa daquelas, estão a perceber?

Sabia que conseguia aguentar 15 km sempre a dar o máximo. A dúvida era se daria para 20 sempre na linha vermelha. Podemos pensar que são apenas mais 5 km mas a caminhar dá quase 50 minutos mais. Praticamente o tempo duma corrida de 10 km (para atletas do nível onde eu me inseria).

Ontem, numa mensagem para a Isa e Vítor, escrevi "Se fizer abaixo de 3 horas e 20, será muito bom (20 km abaixo de 10), se for abaixo de 3.15 (menos de 9.45/Km) será excelente, e se for abaixo de 3.10 (menos de 9.30) será fantástico. Vou dar o meu melhor, a ver o que sai"

Pois posso já dizer que o tempo final foi de... 3.02.40! E com novas melhores marcas aos 10 (de 1.33.19 para 1.32.45) e aos 15 (de 2.18.59 para 2.17.32).

Mais uma vez sucedeu o ritmo ir baixando ao longo do percurso. Passei aos 5 km com a média de 9.22, aos 10 com 9.16, aos 15 já ia na média de 9.10 e acabei os 20 com média de 9.08. Quem quiser fazer contas, pode tentar descobrir qual seria o quilómetro em que a média ficaria negativa! :)

Terminei muito feliz e orgulhoso e preciso destes momentos como bem compreenderão.

Relação km a km:

1

9.34

 

11

9.14

2

9.12

 

12

9.00

3

9.22

 

13

8.52

4

9.16

 

14

8.47

5

9.24

 

15

8.51

6

9.18

 

16

9.28

7

9.15

 

17

8.48

8

9.08

 

18

9.04

9

9.06

 

19

8.55

10

9.06

 

20

8.51

Ora este progressivo aumento de distâncias, serve não só para ir mantendo e melhorando a condição física, como tem um outro objectivo especial em mente. 

A 23 de Junho escrevi aqui "Focado no que é possível e com alguns objectivos (temos sempre que nos motivar com algo). Um deles muito especial mas, pedindo desculpa por ficar no domínio dos Deuses (dos Deuses e de meia-dúzia de "eleitos")". Vou agora adiantar o que é, menos a data.

Como bem sabem, tenho uma enorme paixão por Maratonas e uma dor muito grande em não poder participar em mais. Tinha uma lista das que pretendia realizar, para juntar às 13 que concluí, e que englobava entre 2020 e 2022 Madrid, Málaga, Berlim e, a que mais me custa perder, Loch Ness.

Perdi a possibilidade de correr mas em vez de lamentar, agarrei-me ao que posso fazer, caminhar. E daí ter surgido o objectivo de completar a distância duma Maratona a caminhar. 

Este é um projecto que está a entusiasmar-me muito (sim, claro que não é a mesma coisa que correr mas é o que posso fazer e é a isso que me agarro) e que permite regressar àquelas rotinas que tanto aprecio, a de ir planeando treinos longos para construir a resistência necessária para o dia M. 

Acho curioso quando ouço muitos bons atletas referirem que gostavam de se aventurar em mais Maratonas mas o que lhes custa é toda a longa preparação. E digo que acho curioso pois essa é exactamente a fase que mais gosto!

No entanto, o objectivo não passa só por caminhar de seguida 42.195 metros. Não, isso seria fazível com mais ou menos esforço. Há um objectivo de tempo, 8 horas e meia para completar, o que resulta numa média de 12.05/Km. 

Ora 12.05 ao Km é neste momento fácil para mim mas neste tipo de distâncias. A grande dificuldade vai ser aguentar esse ritmo ao fim da 5ª hora, da 6ª, da 7ª, da 8ª... Essa é que é a dificuldade maior, o que facilmente entenderão. E claro que não faz sentido fazer contas a quanto gastei hoje em 20 km pois, como sabemos, uma Maratona não é a soma de duas Meias. Posso até dar o meu exemplo em que, a correr, o meu record em Meia foi de 1.51.26 e em Maratona 4.41.40... 

Portanto, a grande dificuldade vai ser o conseguir completar os 42.195 abaixo de 8.30 mas é para isso que estou a preparar-me e irei lutar no dia M.

Além dessa dificuldade, há outra. Qual é a parte do corpo que mais vai dar problemas? Joelhos? Não. Pés? Não. Pernas? Não. Costas? Não. Não adivinham? São as mãos por mais incrível que possa parecer a quem corre. É que ao corrermos, vamos com os braços em ângulo recto, mas a caminhar os braços vão para baixo e com o esforço e o aumento de circulação, as mãos começam a inchar. Aos 10 incomoda um bocadinho, aos 15 mais e hoje mais notei aos 20. Terei que ir molhando as mãos para atenuar. 

Quanto ao percurso escolhido para o dia M, faz lembrar um pouco a Maratona de Lisboa mas aproveitando os paredões. Vou começar na Boca do Inferno (até dá para recordar o Highway to Hell que tocou na partida das 3 Maratonas de Sevilha em que estive presente). Vou pela ciclovia até Cascais, embico para o paredão da praia de Cascais, paredão que prolonga-se até S.João do Estoril. Aí, sigo no passeio da Marginal até Carcavelos (com incursão naquele troço a chegar a S.Pedro do Estoril). Em Carcavelos entro no paredão que vai até ao Passeio Marítimo de Oeiras e que termina em Paço d'Arcos. Entre Paço d'Arcos e Caxias passeio da Marginal, para em Caxias regressar ao Passeio Marítimo e daí seguir no de Algés e, sempre pelo lado mar da linha, ir até ao Parque das Nações. Este percurso facilita a Mafalda poder estar de 5 em 5 quilómetros para os necessários reabastecimentos.

A única coisa que não digo, e peço a vossa compreensão, é a data. Escolhi a data mal pensei no assunto, mas prefiro fazer sem pressão e dizer como correu. Mas não pensem que é para já. Não vai ser nem neste ano, nem nos primeiros meses de 2021. É depois algures em 2021. Preciso de tempo para consolidar a forma e ir aguentando os ritmos cada vez durante mais tempo.

Mudando de assunto, altura para falar da noite histórica de ontem no Meeting do Mónaco. O ugandês Joshua Cheptegei bateu o mítico record mundial de 5.000 metros, pertença de Keninisa Bekele, record que perdurava há 16 anos e estava em 12.37,35. Ontem, Cheptegei parou o cronómetro aos 12.35,36 batendo por quase 2 segundos (1,99 para ser exacto) esse mítico record! 

Vamos a umas contas que mais demonstram o impressionante valor desta marca. 12.35,36 dá uma inacreditável média de 2.31,072 ao km!!! Conseguem imaginar fazerem 15,1 aos 100 metros? Os poucos que conseguem, fazem esses 100 metros e no final terão vontade de se atirar ao chão não aguentando mais. Pois o Cheptegei fez essa média aos 100 metros, repetidos 50 vezes seguidas! Percorreu em cada segundo 6,619 metros! 6,619 metros num só segundo, repetido 755 vezes seguidas! Ok, não dá para imaginar o que isto é, pois não? Mas só para terminar, vamos recordar o teste de Cooper que afere a condição dum individuo correndo o máximo de distância em 12 minutos. Quem está na casa dos 20 anos, correr mais de 2.800 é considerado óptimo. Pois em 12 minutos Cheptegei correu 4.766! 

E é isto! Bom fim-de-semana para todos!

domingo, 9 de agosto de 2020

António Félix da Costa Campeão do Mundo!!!


Como a maioria saberá, a nível de desporto tenho dois amores maiores, Atletismo e Automobilismo. Ambos semelhantes num ponto, são corridas, apenas diferindo na tracção.

Ora hoje venho aqui falar de Automobilismo e dum sonho que vi ser concretizado, António Félix da Costa sagrou-se hoje Campeão Mundial de Fórmula E!

Para quem desconhece o que é a Fórmula E, é o correspondente à Fórmula 1 mas na vertente de motores eléctricos. A competição iniciou-se em Setembro de 2014 (ao contrário da maioria das competições motorizadas que se disputam num ano civil, a Fórmula E vai do Outono ao Verão) e este ano (2019-2020) está na sua 6ª época. 

Tal como a Fórmula 1, sigo avidamente este campeonato. Campeonato que proporciona corridas muito emotivas e imprevisíveis, devido a um grande equilíbrio do pelotão. E também naturalmente por ser um defensor da electrificação dos carros.

António Félix da Costa está presente desde o início, cedo ficando como um dos nomes maiores. Nesta época, o campeonato desenrolou-se normalmente até à 5ª das previstas 13 provas mas depois foi interrompido devido à pandemia. Nessa altura, o nosso representante liderava a tabela classificativa com 11 pontos de vantagem sobre o 2º classificado.

Devido ao Covid, a organização teve que arranjar uma solução. Era impensável a disputa das provas agendadas já que, com uma excepção, as corridas são disputadas em circuitos citadinos. A solução foi utilizar um antigo aeroporto de Berlim, Tempelhof, que permitia a criação duma bolha onde todos os intervenientes, depois de devidamente testados, pudessem estar e em que no espaço de 9 dias se disputavam 6 corridas, utilizando 3 traçados diferentes.

Este é um campeonato onde os pilotos costumam caber em escassas décimas de segundo e a luta é ao ponto. Mas eis que o nosso piloto aparece verdadeiramente arrasador e nas 4 provas já disputadas das 6 que irão decorrer, passa a somar 156 pontos contra 80 do 2º. E com esse avanço de 78 pontos, estando em disputa um máximo de 60 no total das 2 provas que faltam, sagra-se já campeão com quase o dobro dos pontos do 2º, repito que numa competição que costuma ser decidida na última prova e ao ponto!!!

Foi um domínio de tal maneira que a organização chegou a abrir o seu carro (DS Techeetah), verificando peça por peça para confirmarem que tudo estava dentro da legalidade. Pois é... a peça que fez a diferença é aquela "peça" que movimenta o volante e carrega nos pedais! :)

O festejo de campeão foi duma grande emoção para ele e para todos que acompanham este desporto!

Grande António Félix da Costa! Grande orgulho de português!!!

E para finalizar, um dado curioso. Curioso e incompreensível para quem, como eu, não se dá a qualquer tipo de superstição nem as consegue compreender. É usual no desporto automóvel não existir o nº 13. Vemos uma lista de 30 concorrentes e os números vão do 1 ao 31, saltando o 13. 

Ora sucede que nos últimos tempos, em vez de ser numeração seguida, os pilotos podem escolher o número que pretendem. E se nas 5 primeiras épocas de Fórmula E o Félix da Costa foi o nº 55, este ano decidiu mudar para o 13. 13 que lhe deu o título, ao contrário de quem julga que é um número que transmite azar. (não sei se sabem mas o "azar" do 13 vem de 13 de Outubro de 1307, dia que os Templários foram dizimados. E era uma 6ª, daí a superstição também das sextas 13. Se por acaso tivesse sido um dia antes, andaríamos a falar no azar do 12 e das quintas 12? Enfim...)

Uma boa semana para todos!


domingo, 2 de agosto de 2020

A dar sempre o máximo

Hoje foi dia de nova caminhada de 15 km, como tenho feito nas últimas semanas. Durante a semana cerca de uma hora e ao domingo 15.

E foram 15 km sempre a dar o máximo dos máximos desde a primeira passada, o que não é fácil, estar mais de 2 horas sempre bem focado sem ceder um segundo que seja, seguindo sempre no limite, mas foi o que consegui. Estava num dia bom e, com isso, os anteriores records de caminhada foram ao ar:
- 5 Km estava em 47.36, passei aos 5 em 46.44 (média 9.21)
- 10 km estava em 1.34.35, passei aos 10 em 1.33.19 (média 9.20)
- 15 km estava em 2.20.52, fiz 2.18.59 (média 9.16)
Apenas não bati o do km mais rápido que se mantém em 8.40. Mas por falar em km mais rápido, há 4 semanas estava em 9.27 e hoje 14 dos 15 km foram feitos abaixo desse valor, apenas o 1º foi acima (9.35).

Resumindo, foi uma rica manhã (madrugada pois comecei às 6). 
É o que posso fazer, ficar feliz e orgulhoso destes pequenos feitos e aproveitar ao máximo pois, como tenho dito, nunca se sabe quando damos a última passada, por mais longe que pareça estar. Basta relembrar o que me sucedeu com a corrida que acabou de forma inesperada.

Para o próximo fim-de-semana torno a fazer 15 km mas daqui a duas semanas pretendo aventurar-me em 20

Até lá, fiquem bem e a salvo!