sábado, 30 de junho de 2018

De fora


Este artigo está programado para ser publicado às 21.30, hora que deveria estar a partir pela 11ª vez na mítica Corrida das Fogueiras.
Infelizmente tal não sucedeu por lesão.

Depois do que relatei no último artigo com o treino no dia 10, ainda treinei entre 12 e 15 e tudo parecia resolvido. Porém, no dia 16 o problema no tornozelo esquerdo regressou, provavelmente por algum outro jeito, e fui forçado a estar 10 dias sem correr.

Estou agora a treinar apenas dia sim dia não, devagarinho e pouca distância e parece que, finalmente, a coisa está a ir ao sítio. 

Impensável fazer as Fogueiras pois seria estragar tudo e nem o tornozelo aguentaria os 15 km, muito mais com subidas e descidas, o que nesta altura estão de parte pois apenas posso correr em plano.

Quem me conhece sabe que estar parado é uma doença, e perder uma prova ainda mais, ampliado pelo facto de ser uma que tanto estimo, como as Fogueiras.

No último artigo congratulava-me com a satisfação de estar em pré-preparação para a Maratona de Valência, ora o plano sofreu agora um corte. Mas o que interessa neste momento é a recuperação total para recomeçar tudo.

A próxima prova para a qual estou inscrito é a da Lagoa de Santo André daqui a 2 semanas. Vamos ver se será possível ir ou não.

domingo, 10 de junho de 2018

20 Km numa Marginal sem carros


Duas vezes por ano, a Câmara de Oeiras encerra a Estrada Marginal aos carros em toda a extensão do concelho, Algés - Praia da Torre, com o intuito da população utilizar essa bela estrada para praticar exercício físico. Seja caminhar, correr, pedalar, patinar ou participar numa das inúmeras estações espalhadas ao longo do percurso para ginástica, aeróbica, dança, jogos e muito mais actividades, com a preocupação desde há décadas presente nesta autarquia em puxar as pessoas para a actividade física para melhorar a sua qualidade de vida, onde um dos mais emblemáticos exemplos é o Passeio Marítimo, utilizado diariamente por milhares de pessoas que viram a zona ribeirinha ser-lhes devolvida.

Hoje foi um desses dias e aproveitei para realizar um treino de 20 km entre a Praia da Torre - Algés - Praia da Torre. Por outras palavras, fazer primeiro a Corrida do Tejo ao contrário e depois a Corrida do Tejo em si.

Tive inicialmente a sempre muito agradável companhia da Isa e Vítor que, em virtude dos dois anteriores fins-de-semana com uma ultra e uma dose dupla, hoje optaram por 12 quilómetros, dando assim a volta aos 6. 

Usufruí portanto a sua companhia nos primeiros seis onde ia um bocado a medo. Tudo porque ontem apareceu-me uma dorzinha no tornozelo esquerdo, principalmente a subir degraus. 
Fiz exercícios, gelo, pomada mas hoje a coisa continuava a dar algum sinal. Não sabia como ia reagir à corrida e portanto parti com a dúvida se iria para 20 quilómetros ou 20 metros. Tudo dependia se a dor se manifestasse, pois não queria agravar uma hipotética lesão.

A andar, sentia essa impressão e quando começámos a correr não piorou, manteve-se igual por uns 200 metros e depois, com o aquecimento desapareceu. Apenas a sentia, mas de forma ténue, nas partes inclinadas do percurso.

Como não se manifestou, fui por aí fora e cumpri todo o percurso mas de forma muito controlada, 2.06 de tempo total, média de 6.18

Não que se não sentisse nada no pé tivesse ido mais rápido, a intenção era mesmo um ritmo assim. Estou numa fase de pré-preparação para a Maratona de Valência e o objectivo não é estar agora num pico de forma, que nunca estaria, mas sim construir de forma gradual e consciente essa mesma forma para a altura que realmente conta.

Entretanto, em relação ao tornozelo, já passaram duas horas que finalizei o treino e ainda não senti nada, inclusive a subir escadas. É provável que se torne a manifestar mas na terça tenho massagem desportiva com o Urbano e se a coisa reaparecer, dou meia dúzia de berros e ele coloca tudo em seu sítio!

Foi muito bom ter realizado este treino pois faz-me sentir que estou a recomeçar uma preparação para uma Maratona. Devo confessar que já tinha muitas saudades. Tenho feito duas ao ano mas em virtude das operações que realizei, Valência será 13 meses após a última, a do Porto, e já sentia falta. 

Na realidade sinto saudades. Dos treinos mais longos com o objectivo duma meta após 42 km. De toda a expectativa excitante que uma Maratona provoca, com os seus momentos de euforia a imaginar o cortar a meta, tal como os períodos de dúvida quando o carrossel ondula para baixo. Dos nervos da última semana. Da emoção na feira do corredor. Da noite pouco ou nada dormida na véspera. De todas as sensações e emoções no local de partida. Do cuidado nos quilómetros iniciais. De toda a felicidade até aos 30. Do início da verdadeira Maratona a partir daí. Dos muito longos mil metros de cada quilómetro a partir dos 35. Do duvidar da minha sanidade mental por estar ali quando a contagem dos quilómetros vai cerca dos 37 ou 38. O passar a placa dos 40 e, apesar de sentir que ainda falta muito, o saber que já nada impedirá a meta. E... o momento mais indescritível... cortar essa mesma meta! 

Sim, sinto saudades disto tudo mas sei que hoje dei o primeiro passo de muitos até cruzar aquela linha branca. E dando o primeiro, o resto vai rolar. Mal posso esperar!

Para a semana há mais! Até lá, façam o favor de ser felizes! :)

domingo, 3 de junho de 2018

Na Corrida de Santo António, embalado pelas memórias

4 ao Km presentes: Eu, Isa, Vitor e Aurélio (falta na foto o João Cravo)

Aqui já com o João Cravo mas sem o Aurélio (não conseguimos uma a 5)

E aqui com o Nuno e a Mónica (Obrigado pela foto, Nuno)

8ª edição da Corrida de Santo António, um evento de sucesso ou não fosse organizado pela sempre espectacular HMS. Para mais, numa noite propícia à prática da modalidade, com temperatura amena e o bónus do vento que soprou com alguma intensidade de manhã e à tarde, ter parado por completo.

Foram 2.661 atletas que cortaram a meta no que foi a 2ª maior participação de sempre, apenas batida pelos 2.778 de 2014. E com novo record de percurso, tendo pela primeira vez sido quebrada a barreira dos 30 minutos. Samuel Barata triunfou na grande marca de 29.40, menos 3.20 que o 2º! Ora como correu a uma média de 2.58, ganhou com um avanço superior a 1 quilómetro!
Doroteia Peixoto foi a vencedora feminina em 34.40, marca que é a 2ª melhor duma vencedora, apenas batida pelos 33.21 de Jéssica Augusto em 2013.

Para mim, esta prova era especial por representar o regresso ao "local do crime". Efectivamente, foi aqui, faz hoje um ano, que fiz a minha mais extraordinária corrida de 10 km, dizimando o record de 48.42 que vinha de 6 meses antes no GP de Natal, tendo parado o relógio nos 48.19, mal me reconhecendo nalgumas partes do percurso, mais parecendo que estava "possuído" da melhor forma.

E ontem foram essas memórias que muito me ajudaram. Tenho uma grande memória para como fiz as corridas que me marcaram (bem ou mal) e o que ia a sentir em cada momento. Posso dizer que fui embalado por essas ditas memórias.

Parti na porta de sub50. Sim, sei que estou a viver dos louros passados, mas esse estatuto termina em Dezembro pois é válido por um ano e o meu último sub50 foi em Dezembro passado, 4 dias antes da primeira operação.
Para ser honesto, devo confessar que quando regressei em Fevereiro apontei para esta prova como a possível para um sub50. Com o tal problema gástrico que me afectou no último mês, logicamente que ficou mais que esquecido.

Após os 58.25 de Alverca há 2 semanas e os 56.06 da APAV há uma semana (seguida dos 58.23 em Belém), a intenção era fazer melhor que os referidos 56.06 da APAV. 
E sentia-me em condições para tal pois com a medicação que ando a fazer, os tais ácidos do estômago que se libertaram pela hérnia do hiato e que como que envenenaram as pernas, passaram e deixei de ter aquela péssima sensação de não sentir força nas pernas, o que era aflitivo. Agora sinto-as bem.

O plano era simples, dar o máximo desde o início e tentar aguentá-lo. Foi o que fiz. Tal como expliquei na semana passada na APAV, agora de noite não consigo distinguir os números do relógio e não sabia a quantas ia mas sentia que ia não só no máximo mas mesmo acima do meu limite actual. Mas havia que aguentar pois queria agarrar com as mãos e pernas a melhor marca possível. Até porque a partir de agora o meu foco muda, como adiante explicarei.

Por volta dos 3 km (Obrigado pela foto, Nelson)

Houve dois momentos especiais. Um o passar pelo tapete dos 5 km. Foi aqui que no ano passado, ao ver que ia em 24.12, caiu-me a ficha e apercebi que ia era para record (ainda melhorei na 2ª metade com 24.07). O outro foi na placa dos 8 quando me recordei um ano antes tinha chegado ao que parecia o meu limite, teria que abrandar e, em vez disso, deu-me o chamado segundo fôlego.

Embalado por estas recordações, continuei a dar o máximo e apenas no último quilómetro senti que já não tinha mais para dar. Mas com os vapores da meta, lá me aguentei, cortando-a em 52.50, o que me deixou muito feliz.

Fiz assim menos 3.16 que na semana passada e fiquei a apenas 10 segundos do melhor do ano, 52.40 em Constância, antes deste problema.

Mas, oh meus amigos!, há coisas que são difíceis de entender. Dei o tudo por tudo e fiquei a 4.31 do ano passado. Como é que no ano passado consegui correr a menos 27 segundos por km?!? Até parece impossível mas é assim mesmo o fenómeno da forma.

Com o bem cheiroso manjerico oferecido a todos os participantes

A próxima corrida é daqui a 4 semanas, as imperdíveis Fogueiras em Peniche. Até lá, muito treino. Vou começar a alongar na distância como pré-preparação para a Maratona de Valência que ontem ficaram a faltar 6 meses exactos.
Tenho muito que trabalhar até lá para recuperar o melhor possível para o grande objectivo do ano. 
E para ajudar a não me esquecer desse objectivo, até o meu dorsal de ontem coincidiu ser o 422. Os 42,195 arredondados para uma decimal dá 42,2. Estão a ver que este número está sempre a perseguir-me? Eu que até vivo numa casa que tem o número 42... :)

Uma óptima semana a todos!