terça-feira, 25 de abril de 2017

Mais um ano a correr livremente na Corrida da Liberdade

4 dos 5 elementos dos 4 ao Km presentes (eu, Eberhard, João Cravo e Aurélio). Faltou a Rute na foto

40ª edição da Corrida da Liberdade (minha 10ª participação). Uma corrida diferente, uma corrida não competitiva onde a intenção é comemorar a liberdade em festa, algo tão caro a um povo em geral e também aos atletas de pelotão em particular pois antes do 25 de Abril não existia a liberdade de podermos participar em corridas. Corridas abertas a todos cheiraria logo a algo revolucionário aos olhos de mentes retrógradas e cinzentas que temiam conspiração em tudo.

Tal como no ano passado, a partida deu-se ao lado do mercado e não no quartel, dado que este pertence agora à GNR. 
O que me deu a sensação, e não foi apenas a mim, é que este ano ainda estavam mais atletas do que o habitual. Na recta da subida do quilómetro inicial, olhando para a frente e para trás, não me admiraria se o número não tenha chegado aos dois milhares.

Como no domingo, na Estafeta, foi dia de dar forte e feio, culminando com novo record aos 5 numa marca impensável há pouco tempo atrás, estava planeado que esta era para fazer num ritmo mais à desportiva. 
Não imaginava era ser tão rigoroso (na realidade calhou...), pois marquei 58.52 para os cerca de 10.700, média exacta de 5.30, quando tinha planeado fazer uma média de... 5.30
Acertar isto ao segundo já quase parece de profissional!


Como sempre o ambiente foi muito bom e característico desta prova/festa.
É bom nunca esquecer o tesouro que é viver em liberdade, e basta olhar para uma série de países para melhor apreciarmos o que temos. E nem esquecer o que passámos há mais de 43 anos. Eu era ainda adolescente, não me apercebi nem dum décimo mas recordo o medo e o "estrangulamento" mental de muitas acções triviais e de muito difícil compreensão aos olhos de hoje.


Uma referência especial a Nuno Santiago pelas suas palavras durante a prova, em relação ao trabalho que desenvolvo no histórico de resultados e que está cada vez mais difícil de manter pelo crescente número de corridas cada fim-de-semana. Se não tivesse agora o tempo que tenho disponível, já não seria possível. Não o faço para isso mas cai sempre bem ouvir os elogios que proferiu e agradeço.

Próxima prova, aí já novamente em ritmo competitivo, 2ª feira, Corrida do 1º de Maio.

Uma boa semana a todos!  

domingo, 23 de abril de 2017

Na Estafeta Cascais-Lisboa onde nem o calor impediu de novo record! :)

O "Dream Team" pela ordem de entrada em acção (da direita para a esquerda)

Antes de falar da minha corrida, enviar um entusiasta grito de parabéns à Isa e Vítor que em Madrid concluíram de forma brilhante a sua oitava Maratona. São uns heróis!!!
Igualmente outro entusiasta grito de parabéns a Jéssica Augusto que VENCEU a Maratona de Hamburgo com a fantástica marca de 2.25.30!!! Super campeã!!!

A equipa 4 ao Km esteve hoje presente na 78ª Estafeta Cascais-Lisboa, Estafeta que se realizou pela 79ª vez! E não, não há engano, é que problemas na primeira edição fizeram que ficasse marcada como edição 0. A segunda que se realizou foi denominada 1ª e por aí fora, numa riquíssima história que vem desde 24 de Abril de 1932!

Foi aqui que há 4 anos conseguimos uma ida ao pódio, com o 2ª lugar em Veteranos B. Desta vez éramos seniores pois conta a idade do mais novo. A equipa foi constituída por (ordem de percursos): Aurélio, Orlando, João Cravo e eu.

Foi a 4ª presença da equipa, após 2012, 2013 e 2014 e se nas anteriores 3 vezes realizei o 3º percurso (Santo Amaro-Alto da Boa Viagem), desta vez calhou-me o 4º, Alto da Boa Viagem-Belém.  

Nada disse nem dei a entender mas tinha um objectivo em mente, o record dos 5. O problema é que a marca, 23.49, já estava muito esticada e seria necessário uma média máxima de 4.45,7
Antigamente, acharia praticamente impossível, mas agora com tudo o que tenho alcançado, achava muito difícil mas... vamos à luta que é possível e sem tentar não se consegue.

O meu arranque foi às 11.15, altura já com muito calor e o trajecto é todo ao sol (felizmente a espera pela passagem de testemunho deu-se à sombra). Mas se o calor afecta em distâncias maiores, em 5 aguenta-se, em especial quando a vontade é enorme.

Antes do speaker anunciar a equipa 4 (sim, os 4 ao km tiveram o dorsal 4!), já tinha visto o João Cravo que vinha em bom ritmo, depois de ter vencido a dura subida do Alto da Boa Viagem, e preparei-me para receber a fita elástica (testemunho) e partir a dar-lhe bem.

Com cerca de 300 metros as sensações já me tinham dito "hum... é mesmo possível, concentra-te!". 
Como se sabe, o meu problema habitual é o início mas hoje aqueci 8 km para uma corrida de 5. Claro que aquecimento muito devagarinho e intercalado mas com 3 picos no final. Isso permitiu-me entrar logo "a matar".  

1º quilómetro, beneficiando dos primeiros 200 metros a descer, em 4.39 e segundo em 4.45, exactamente como o 3º, 4.45. O meu percurso é de longas rectas, algo que não gosto mas abstraí-me disso, sempre com o mesmo foco e a ultrapassar uma série de atletas pois em simultâneo disputa-se a corrida de 20 km (ao contrário do que foi dito por vários, Almeirim não ficou a única de 20 existente no país) que partiu 30 minutos antes e assim os atletas estavam entre os 15 e os 20 e eu estava apenas em 5 km... 
No 4º o cansaço começou a manifestar-se e fiz 4.52 mas logo reagi pois o record estava à mão de semear e agora era altura de dar o tudo por tudo. Último quilómetro em 4.43 e cortei a meta em 23.44, menos 5 segundos que o anterior e uma média de 4.44,8 :)

No total, marcámos 1.39.15, terminando na 57ª posição entre 99, quase a meio da tabela.

Enfim... já nem sei o que dizer. Terminei 2016, onde dizimei todos os records de todas as distâncias, a pensar que agora seria extremamente difícil bater mais algum e no primeiro terço de 2017 já levo 4 (5, 15, 30 e Maratona). Já não digo nem penso mais nada! :)

Como sempre, o ambiente nesta prova é extraordinário, devido à grande união que as estafetas provocam, e foi um enorme prazer ter feito parte desta equipa!
Tanto a Estafeta como os 20 Km transformam a manhã de quem neles participa, ficando uma óptima memória para o nosso baú das melhores recordações. 

Próxima prova - Terça, 25 de Abril, 40ª Corrida da Liberdade, cerca de 11 km mas para fazer em ritmo de treino e a "curtir" o ambiente






quarta-feira, 19 de abril de 2017

Cumprem-se hoje 50 anos do momento icónico da afirmação da mulher na distância

Sequência do momento icónico da afirmação da mulher na distância

Hoje em dia os competidores de qualquer corrida seja de que distância for, são compostos tanto por atletas masculinos como femininas, no que mais de natural esta situação encerra.

Difícil, muito difícil é imaginar o que ainda não há muito tempo se verificava. 

Se os Jogos Olímpicos da era moderna iniciaram-se em 1896, apenas 32 anos depois (1928) foi permitida a participação feminina no Atletismo e limitada a um máximo de 800 metros. No entanto, essa distância logo baixou para 400 pois "estudos científicos" provavam que esse era o limite da mulher, devido à sua "fragilidade". 
Os 800 regressaram em 1960 e só em 1972 as mulheres puderam competir nos 1.500!
Finalmente em 1982 foi disputada a primeira Maratona de cunho oficial federativo para mulheres, nos Europeus em Atenas onde triunfou uma tal de Rosa Mota.

O que diriam esses "entendidos" ao presenciarem o actual panorama? Recorde-se que há Maratonas cuja participação feminina ultrapassa os 50%

Para esta mudança de mentalidades presas a dogmas inconcebíveis, muito teve que se lutar, havendo sempre nestas lutas momentos icónicos. Um desses momentos, dos mais mediáticos, comemora hoje 50 anos.

Para esta autêntica libertação da mulher para qualquer distância, uma atleta e uma data foram fundamentais, Kathrine Switzer e o dia 19 de Abril de 1967.

A mulher Maratona, Kathrine Switzer. Participou em 40, tendo ganho em Nova Iorque e estabelecido em Boston o seu record pessoal de 2.51.37, anos mais tarde após a atribulada estreia 

Nascida 20 anos antes, Kathrine decidiu disputar a Maratona de Boston. Para conseguir a almejada inscrição, fê-lo com o nome de K.V.Switzer, dado que era determinantemente proibido uma mulher participar.

No dia da prova, tentou disfarçar-se no meio do pelotão e aí foi ela, em conjunto com o seu treinador, Arnie Briggs e o seu namorado, Tom Miller, até que um oficial de nome Jock Semple descobriu-a, agarrou-a e, com a face mais zangada, gritou "Get the hell out of my race and give me those numbers!", tentando retirar-lhe o dorsal. Arnie ainda lhe disse que ela estava bem, que tinha sido treinada por ele e que já tinha corrido 50 km em treino. Mas a fúria do oficial era tal que nem ouvia e só a queria retirar dali. Valeu a providencial ajuda dos restantes atletas que o afastaram, tendo Tom dado um empurrão tal que o homem voou dali para fora.

Isto passou-se em frente a jornalistas que perguntaram a Kathrine "O que quer provar? É alguma masoquista? É alguma espécie de cruzada?", deixando Kathrine confusa com tais perguntas e a pensar para si mesmo "O quê? Eu só quero correr!"

Em choque, chorou de raiva, mordeu os lábios e mais força teve para correr até à meta, sentindo que tinha mesmo que acabar para provar que as mulheres podiam concluir Maratonas e apercebendo-se da responsabilidade que seria desistir com o aproveitamento que seria dado.
Concluiu e provou a falsidade das mulheres serem demasiadamente frágeis para aguentarem distâncias maiores (na altura, recordo, o máximo que era permitido uma mulher correr cifrava-se em 800 metros!).

Claro que no final foi o bom e o bonito com desclassificações, sanções, etc. Só quando viu os jornais a noticiarem o feito é que Kathrine tomou a plena consciência que a sua vida tinha mudado e, provavelmente, de muitas mulheres. 

A bola de neve começou a ganhar forma e força imparável que foi trazendo mais e mais mulheres ao prazer da corrida, até se chegar ao momento actual, e onde mais uma vez Kathrine Switzer teve importância fundamental com as suas acções e Maratonas "piratas" para mulheres nos anos 70.

Hoje, ao presenciarmos a saudável convivência em qualquer corrida, nem imaginamos o quão se penou para tal.

Tal como a nível nacional pois quando comecei a correr, 2006, a percentagem de participação feminina rondava os 6% quando hoje já se atira para os vintes por cento, mas ainda longe do ideal igualitário.  
E os tais 6% da época já representavam o duplicar do início do milénio com os seus 3% e em anos que se uma mulher corresse sozinha na rua ainda se arriscava a uma série de bocas onde a mais suave era mandá-la para a cozinha.
De notar também que a primeira edição da Maratona do Porto, 2004, contou com a participação de... 8 mulheres, quando na última edição foram 638 e o record vem de Lisboa 2015 com 710.

Foi essa a força imparável que Kathrine Switzer deu há 50 anos atrás quando arriscou e... venceu!
Daí esta singela homenagem.


De salientar ainda que na segunda-feira Kathrine, agora com 70 anos, esteve presente em nova edição da prova e utilizando o mesmo número de dorsal como pode ser visto na foto em cima.


Agora, quando vou a corridas, fico com os ombros molhados - Mulheres caem nos meus braços a chorar. São lágrimas de alegria pela forma como a corrida mudou as suas vidas. Sentem que podem fazer seja o que for.

Kathrine Switzer 

sábado, 15 de abril de 2017

A minha nona na Vila Poema, Constância

Com o Sequeira que foi a nossa (sempre excelente) companhia de viagem.
E reparem no meu número de elite! :)

Não há volta a dar! Todos temos as nossas paixões e as paixões não se explicam. E se tenho um carinho especial por muitas e muitas provas, cada uma com um "je ne sais pas quoi" que nos toca de maneira especial e diferente, no capítulo de 10 quilómetros a minha maior paixão passa pelo percurso e envolvência de Constância.

Assim, não é para admirar que, e apesar de ainda ficar a alguma distância, desde que a conheci em 2007 (por acaso de forma acidentada pois torci o pé no aquecimento, forçando-me ao abandono nos primeiros metros!) apenas falhei (forçadamente) em 2009 quando recuperava da fractura do pé esquerdo.
No calendário pessoal e familiar, já se sabe, sábado de Páscoa igual a Constância.

E esteja em boa ou má forma, arranco sempre boas marcas, com excepção propositada de 2015 pois faltava apenas uma semana para a Maratona de Paris e não podia entrar em loucuras, correndo em ritmo de treino.

De 2011 a final de 2016, o meu record aos 10 pertencia a Constância com 50.08, até arrancar aqueles 48.42 no GP Natal. Não contava bater este actual record mas gostava muito de alcançar aqui o meu 3º sub50, após o 2º na APAV. 

Pouco após a partida

Como se devem recordar do meu relato de domingo passado, nesse dia apareci constipado, o que potencia o problema pulmonar que tenho (bronquiectasias). Nos treinos de 4ª e 5ª experimentei puxar um pouco e senti logo os pulmões a arderem. Mas não desisti de hoje tentar, depois logo se veria. 

Ora, a boa notícia é que esse problema pulmonar já não se manifestou, devido às melhoras da constipação, mas a má é que ainda continuei um pouco entupido.


Aí vai o pelotão a serpentear junto ao rio
Imagine-se um carro capaz de dar 200 à hora no seu limite. O que sucede se entupirmos um pouco o carburador? Ora o seu máximo já não se situará nos 200 mas talvez nos 180.
Foi o que me sucedeu. Dei o máximo em todo e qualquer momento da corrida mas faltaram-me uns segundos por km, devido ao entupimento na respiração, o que resultou num tempo final de 51.34.

Paciência, não foi possível mas estou de consciência tranquila pois não podia dar mais nada que fosse.
Também esteve um pouco de calor mas sinceramente acho que esse factor em nada influenciou.

Mantive foi o meu velho hábito daqui. Por mais que digam que a segunda parte é mais difícil que a primeira, é nessa parte que ainda consigo correr melhor. 26.11 na 1ª e 25.23 na 2ª.


A aproximar da meta
E pronto, a sensação habitual ao cortar a meta na Vila Poema, o pensar que ainda falta um ano para tornar a percorrer este belo percurso!

E por belo, de seguida fomos conhecer Dornes, que muito nos agradou.

Próxima prova, dia 23 a Estafeta Cascais-Lisboa (faço o 4º percurso)

Uma boa semana a todos e uma Feliz Páscoa!





O troféu de participação, não esquecendo Luís Vaz de Camões

domingo, 9 de abril de 2017

O prazer de correr no Autódromo do Estoril (Corrida Rádio Comercial)

A equipa 4 ao Km presente: Aurélio, Conceição (caminhada), Eberhard, eu, Luís e Marta (num regresso que se saúda). Todos com o dorsal colocado menos o Eberhard a quem lhe calhou o "número do diabo", 666! (eh eh eh)
Antes de relatar a corrida que participei hoje à tarde, quero congratular a nova maratonista Oriana pela sua estreia na mítica distância e logo "dans la plus belle ville du monde", Paris!
Concluir uma Maratona é um acto de muita dedicação, esforço e superação e é sempre uma felicidade quando se sabe que alguém conhecido conseguiu. Muitos e muitos parabéns Oriana!

Correr no Autódromo do Estoril! Arrancar na recta da meta e ir até à primeira curva, uma direita que na sua saída entronca com o fim da linha de boxes. Nova curva à direita e uma nova, esta bem fechada que dá início a uma subida que nos leva até à chamada curva VIP para, depois duma esquerda pronunciada, entrarmos na recta paralela. Recta com uma ligeira curva a meio mas que na trajectória correcta se faz a direito. Termina na parabólica interior para, após nova recta, ligeiramente a descer, ter outra curva apertada, à direita, e começar a subir para a antiga curva do tanque que, devido a não ser possível criar aí uma escapatória, foi substituída pela variante, uma direita a abrir para uma esquerda muito fechada e apertada, saindo-se em aceleração para um esse, chamado esse de Senna, que dá entrada na fabulosa parabólica exterior, em homenagem ao circuito de Monza, e que termina na recta da meta para nova volta em prazer.

Sim, fruto de muitos e muitos fins-de-semana passados no Autódromo a assistir a corridas de automóveis, desde F1, F2, F3, Sport-Protótipos, WTCC, ITC, etc, conheço cada metro deste circuito de olhos fechados.

Assim, correr a pé ali é um enorme prazer e um desfilar de grandes momentos que cada curva e cada recta trazem. Momentos que estão gravados na memória e que fazem parte do historial automobilístico mundial.

Tanta história neste asfalto!
Foi a 3ª vez que aqui corri. A primeira em 2008 num dia que abriram o circuito à actividade física para cada um fazer o que quisesse. Eu, claro, corri! A segunda em 2014 na Corrida Jumbo na única das 4 edições que pude estar presente pois as restantes 3 coincidiram com o estar ausente em férias.

Após 3 semanas de grandes marcas (sub 2 horas na Meia da Ponte, sub 50 na APAV e record dos 15 nos Sinos), esta seria uma corrida para ir a um ritmo jeitoso mas confortável, sem ir ao limite. Apontava fazer os cerca de 8.300 metros à média de 5.20 a 5.25

E efectivamente, ao marcar 45.02, registei uma média de 5.22 mas... não foi nada confortável pois acordei muito constipado e, ao estar muito entupido, a respiração fez-se com dificuldade, o que originou estar sempre muito ofegante.

Mas fiz o que pude e o prazer superou qualquer dificuldade.

Quanto à organização e ambiente, estiveram extraordinários, com uma série de actividades para todos e uma enchente de atletas, apesar de ter sido divulgada mais tarde mas com o aliciante de ser gratuita. E muito atleta correu de manhã na Corrida do Benfica e esteva aqui à tarde (a partida foi às 16.30). Nem o calor esmoreceu os atletas.

Seguramente um evento que se deseja fixe-se no calendário!

Agora é tempo de recuperar esta inoportuna constipação pois Sábado é dia de uma corrida sempre especial por ter o percurso que mais aprecio nas provas de 10 km, o Grande Prémio da Páscoa de Constância.

Até lá e uma excelente semana!


domingo, 2 de abril de 2017

Sinos ou uma prenda de aniversário em forma de record aos 15 por quase 1 minuto!

Com o Vítor e Isa, tudo gente feliz com a imagem de marca desta prova, o bonito sino que oferecem no final!

A Corrida dos Sinos em Mafra é imperdível e quem nela participa sabe bem o porquê. 
Desde que lá corri em 2007, apenas falhei por 2 razões e fortes. Em 2009 encontrava-me a recuperar do pé partido e em 2015 estava na Maratona de Paris.

Rumei assim pela 9ª vez a Mafra e hoje em dia especial por ser o meu 57º aniversário.

Daí pretender marcar este dia com uma marca especial. Não necessariamente o record, que se afigurava muito difícil de bater, mas abaixo dos 80 minutos. E recordo aqui que o meu record aos 15 datou de 2007 a 2016 com 1.20.20 e nas Fogueiras passadas bati, finalmente, por 1.18.59, marca que não acreditava um dia chegar. Portanto, o baixar da 1.20 era já uma grande alegria, claro sem descurar a hipótese de conseguir bater os tais 1.18.59 mas aí só pensava ser possível de forma muito marginal.

O aniversariante preparado para atacar forte e feio!
Ora acontece que não tive uma semana famosa, pelo contrário, pelo que até à véspera não estava muito confiante. Mas a vontade de alcançar um registo marcante era muito forte e lancei-me desde a partida com aquela ideia de ir tentar até ver onde dava. 

E a coisa correu bem até ao retorno no final da descida, mesmo muito bem, indo em média que até poderia bater os 1.18.59, mas sempre com a dúvida de como iria reagir na subida.

A subida foi-se fazendo, e continuando bem mas sem saber se iria conseguir manter até ao final da mesma, o que aconteceu, passando a dúvida a estar centrada na subida do viaduto, onde geralmente quebro um bocado.

Mas até essa foi dentro do ritmo, e o ter sido pelo lado esquerdo em vez do direito ajudou, e dou comigo a chegar ao último quilómetro em posição de poder almejar novo record (mas ainda pensando que estaria suspenso por escassos segundos).

Quando entro no estádio é que tive a perfeita noção que iria ser mais um corte brutal e assim fui a festejar até à meta que cortei em 1.18.03, batendo o anterior record por 56 segundos, quase 1 minuto. E se o minuto 18 parecia muito complicado de lá chegar, quase que terminei no 17!

De seguida esperei pelo casal voador Isa e Vítor, para mais uma alegria. E não digo mais nada :)

Uma rica e histórica maneira de comemorar o aniversário! Se não é fácil bater records (apesar de ultimamente nem sei o que diga), muito menos no dia que me viu nascer.
Nem a propósito, esta foi a minha 42ª corrida de 15 km (o 42 sempre presente!).

Certo é que acabei o fabuloso ano de 2016 a pensar que tinha esticado todos os records de 1 a 42 km de tal maneira que agora seria difícil tornar a bater mais algum, e 2017 já assistiu à queda de 3 (15, 30 e Maratona). Já nem sei o que pensar, mas estou a adorar cada momento!

Muito obrigado a todos que me deram os parabéns, alguns gritando quando nos cruzávamos, o que não permitiu responder logo a alguns.

Próxima semana, o prazer de dar 2 voltas a correr no Autódromo do Estoril, na Corrida Rádio Comercial (8.300 metros).





Uma linda colecção, os meus 9 sinos!