domingo, 27 de agosto de 2017

3º -3x30 ∈ 42 = 1º -2.07

Foi o melhor sorriso que consegui arranjar depois de tal esforço! :)
(Explico o título no final...)

Como se recordam, no sábado da semana passada fiz um muito bom treino de 20, considerando que tinha realizado um fantástico de 30 apenas 6 dias antes. E o que sucedeu depois disso?

Pois tive uma semana com grandes treinos! De 2ª a 5ª foram 4 treinos que não esperava que corressem tão bem, como se não tivesse feito sequer os 20. 
Na 6ª já foi um curto e calmo e ontem descansei para reservar energia para hoje.

E o que se passava hoje? Outro de 30 mas este especial pois era para dar o tudo por tudo.
O mês de Agosto é o ideal para se preparar uma Maratona outonal. É o mês da maior carga em distância e velocidade pois os seus frutos vão aparecer na sua plenitude passados 2 a 3 meses. 
Já no ano passado foi assim, onde  o Agosto foi o mês com maior quilometragem de sempre (e o deste ano vai ficar muito perto) e depois em Novembro tirei 15 minutos ao record da Maratona e em Dezembro 4 à Meia e aos 10 baixei finalmente dos 50 minutos.
Tudo fruto do que semeei em Agosto e fui regando em Setembro e Outubro. 

Assim sendo, este era o último de 30 para deixar tudo no alcatrão pois os de Setembro e Outubro já são um compromisso entre puxar e o ritmo ideal para a Maratona. 

Há mês e meio nunca tinha baixado das 3 horas aos 30 e hoje a intenção era fazê-lo pela 3ª vez em 42 dias (belo número, 42!).
Mas se o meu record de 2.54.28 parecia brutal e muito complicado de o conseguir bater, entrei disposto a não descurar essa hipótese. Tudo dependia dos quilómetros iniciais e de como me sentia.

Levantei-me às 4.30 para os devidos preparativos e eram 5.38 quando arranquei no meu percurso habitual.

Apanhei noite mais tempo pois se em Junho, por volta do solstício, o nascer do sol dava-se às 6 e pouco, hoje já foi às 7.01
No início estavam 18 graus, o que era bom se não fosse a humidade estar alta o que provoca maior sudação. Mas no geral as sensações eram boas e assim permaneceram até ao final.

Resumindo, se o 2.54.28 parecia muito complicado, já aos 20 quilómetros ia com média para o bater. E se baixar 1 segundo que fosse a esse tempo pareceria-me uma brutalidade, o que dizer de 2 minutos e 7 segundos no final?

Pois é, por mais que me custe a acreditar, esfregue os olhos e olhe para o mostrador, o relógio é como o algodão, não mente. Tempo final de 2.52.21!

Acabei muito, muito cansado mas muito, muito feliz! Tenho a plena consciência que deixei tudo no alcatrão.

Ainda deu para dar 2 hi5 ao Tiago Marques (cruzámo-nos 2 vezes) e a Sofia passou por mim poucos metros depois de ter parado aos 30. Sofia, se estás a ler, suspeito que reagi meio à zombie. Mas tinha acabado os 30 há poucos segundos e sabes como é quando se acaba um esforço onde se dá tudo :)

A média aos 30 foi de 5.44,7 e a primeira metade em 1.27.43 com os segundos 15 Km em 1.24.38.

Estes 2.52.21 ficam agora muito sossegadinhos pois tão cedo não irão ser batidos. Tal como já disse, os restantes de 30 já serão noutro patamar. 

Quanto ao título, pois cá vai para quem ainda não o percebeu.
3º -3x30 ∈ 42 = 1º -2.07
Significa que pela 3ª vez fiz menos de 3 horas aos 30 num conjunto de 42 dias no que resultou o melhor tempo de sempre por 2 minutos e 7 segundos.
É um título amalucado? Pois como querem que esteja depois "disto"? :) 

Desejo a todos uma rica semana!

sábado, 19 de agosto de 2017

Um mini-longo bem acompanhado

Se um treino acaba com esta boa disposição, só significa que foi bom!

Depois de 2 fins-de-semana com 30 km e com mais um na próxima semana, esta era a altura para um treino mais curto, 20 km, sendo que tinha o aliciante de ter companhia, o Ricardo Afonso, atleta com muito bom historial e que se prepara para a sua estreia nos 42,195 da Rock'n'Roll Cascais-Lisboa.

Os fantásticos 30 de domingo passado já estavam bem recuperados e foi curioso que, com excepção duma coisa, na 2ª feira nem sentia o habitual cansaço. Tudo estava perfeito se esquecermos os gémeos. Estes é que pareciam pedras. Mas sei a razão. Depois do treino foi só tempo para duche e sentar em frente à televisão entre as 10 e as 14 para ver a Inês Henriques sagrar-se campeã mundial dos 50 Km marcha com novo record mundial e de seguida ver a Ana Cabecinha nos 20 km. Ora depois dum esforço daqueles, convém andar para a circulação começar a eliminar o ácido láctico. Parado 4 horas deu nisso. 3ª o treino teve que ser devagarinho mas 4ª já tudo estava normalizado.

Hoje, além do treino, era também a possibilidade do Ricardo ficar a conhecer o Passeio Marítimo de Oeiras e paredão de Carcavelos, com respectivas voltas pela marina, pontão e ao lado do forte. E foi por andámos. O tiro de partida (que não houve...) foi uns minutos antes das 6.30 e demorámos 1.58.36 a percorrer as duas dezenas de quilómetros, sempre num ritmo agradável, confortável e com boa temperatura pois terminámos antes de começar a aquecer. Assim, o treino passou-se num instante com a converseta. 

Agradeço ao Ricardo a excelente companhia e desejo muita força para o 15 de Outubro!

Uma boa semana para todos! 

domingo, 13 de agosto de 2017

Um fantástico de 30! (2ª vez sub3)

Antes de relatar o meu treino de 30, quero deixar uma palavra de apreço aos nossos 20 atletas que estiveram presentes no Mundial, onde deram o seu melhor.
Referência muito especial a 3 atletas:
À primeira campeã mundial feminina de 50 Km Marcha, Inês Henriques que, além da vitória, bateu o record mundial que já era seu e por 2.29! (faltando apenas a sessão da noite, é até ao momento o único record mundial destes campeonatos)
O corolário e justa recompensa de quem tanto se tem esforçado nos 25 anos que já leva a sua brilhante carreira.
Ao Nelson Évora que numa especialidade tão massacrante como é o Triplo Salto, onde a idade não perdoa, conseguiu aos 33 anos desmistificar esse factor com a sua medalha de bronze.
À Ana Cabecinha que terminou em lugar de finalista, 6ª, nos 20 Km Marcha, o que permitiu que Portugal tenha alcançado 17 pontos na tabela dos 8 primeiros.

Passando então ao treino, como se devem recordar, o último foi um descalabro a partir dos 22 Km. Nesse dia sentia-me bem da parte cardio-respiratória mas ainda a sentir os efeitos nocivos que aquele relaxante muscular deixou (e que tomei apenas durante 3 dias) por causa das costelas deslocadas por uma queda.

Esse treino tinha sido na 6ª 3 e no domingo regressei ao Passeio Marítimo para um treino de recuperação, e onde tive o grato prazer de encontrar o João Branco com quem corri a parte final. Acabei esse treino e senti-me bem. No dia a seguir fiz outro, este já normal, e a sentir-me impecável. Finalmente o efeito tinha passado!

Treinei ao longo de toda a semana e, curiosamente, fiz algo que nunca tinha sucedido até ao momento. Já por inúmeras vezes treinei 5 dias seguidos (muitas mesmo) mas nunca 6. Ora de domingo a sexta cumpri 6 treinos. Descansei ontem e hoje tinha a "vingança" marcada.

Apesar de ser do norte do Ribatejo, já afastado das Lezírias, uma verdade que os ribatejanos difundem, e que é do bom senso geral, é que nunca nos devemos meter com um touro enraivecido.
Esse foi mais ao menos o espírito com que encarei este treino, o de touro enraivecido. Quem me conhece sabe que quando uma corrida ou treino corre inesperadamente mal, a vez a seguir que se cuide...

Ora ao longo de toda a semana preparei a dita vingança daquele treino e sempre confiante do que ia fazer. Aliás, ao contrário do que disse na semana passada, deixei o carro no mesmo sítio pois tinha a confiança que desta vez não ia ser semelhante.

O dia prometia (e cumpriu) ser quente, portanto toca de acordar às 4.30 para tentar iniciar o treino às 5.30. Confesso que me custou quando ouvi o alarme das horas disparar. Mas isso foi apenas uns segundos pois logo mentalizei que tinha um óptimo treino para desfrutar.

A preparação demorou-me mais do que o previsto e só comecei às 5.46, altura ainda de noite e com temperatura boa para correr.
Bom, na realidade comecei 2 minutos antes mas foi, digamos, uma espécie de falsa partida. Arranquei e senti um pequeno grão de areia no pé esquerdo. Parei, descalcei-me, virei o sapato, calcei, arranquei e... ainda lá estava. Percebi então que estava dentro da meia. Tirei e concluí que iria colocar o relógio a zero e recomeçar pois marcava 2 minutos para 45 metros...

Fui sempre num ritmo agradável e com a média a apontar para 3.05.30 (o que seria a minha 3ª melhor marca e seria record há 2 meses atrás, antes de ter feito 3.03.39 em Junho e 2.54.28 em Julho.

Assim fui, no percurso habitual (Oeiras-Carcavelos-Algés-Oeiras) até aos 14, altura que a média estava em 6.11 (previsão 3.05.30) e comecei a ficar seduzido pela ideia de ir tentar baixar das 3 horas, o que parecia uma ideia sem sentido pois este treino era para fazer de forma agradável e certa, depois da desgraça do anterior e iria ter que recuperar mais de 5 minutos na 2ª metade, baixando o ritmo por quilómetro em mais de 20 segundos e logo na altura que o calor ia aparecer.

Fui resistindo à ideia entre os 14 e os 16 (ficando com ainda menos 2 quilómetros para recuperar o atraso que levava para as sub3). Aí decidi "sinto-me bem, vou tentar!"

Apenas por uma vez baixei das 3 horas e num treino onde fui desde o início a lutar por ele. Agora queria lá chegar com apenas 14 Km para o recuperar.

Disparei e o que é certo é que passados 7 quilómetros já a média apontava para 2.59.30! Foram 7 fantásticos quilómetros. Faltando outros 7, decidi não continuar com a faca nos dentes, pois já não havia necessidade mas fazer por manter a média para essa marca, não me desgastando demais para os próximos treinos.

Terminei assim em 2.59.23
E se na semana passada disse aqui que em 20 treinos apenas tinha um com marca pior do que aquele, hoje digo que em 21 apenas um treino tem uma marca melhor do que o de hoje (aqueles "alienigenas" 2.54.28)

Para entenderem melhoras as fases pelas quais o treino passou, vejam estes dados:
1ª metade em 1.33.02, 2ª em 1.26.21
Km a Km até ao 16: 6.22 / 6.19 / 6.20 / 6.19 / 6.14 / 6.10 / 6.14 / 6.07 / 6.14 / 6.08 / 6.04 / 6.07 / 6.02 / 6.15 / 6.07 e 6.00
Depois, aqueles 7 a puxar: 5.43 / 5.44 / 5.33 / 5.30 / 5.27 / 5.39 / 5.35
E os 7 finais a manter: 5.42 / 5.44 / 5.55 / 5.56 / 5.59 / 5.57 / 5.57

Nos treinos, passo por muitos atletas conhecidos, alguns pessoalmente outros de vista. Conheço centenas de atletas, o que torna impossível decorar todos os nomes.
Ora passei por um grupo de 5 (3 femininas e 2 masculinos) que já tinha cruzado com eles no dia do outro treino sub3 horas (tenho que me cruzar mais vezes com eles!) que foram muito simpáticos gritando "Força João" e "És o nosso orgulho!". 
Como facilmente se calcula, ouvir uma frase dessas dá uma extraordinária força extra e adivinhem em que quilómetro foi? 21. Qual foi o meu quilómetro mais rápido? 21 :)
Um grande obrigado a eles, caso estejam a ler estas linhas, pela simpatia.

Pronto, tudo está bem quando acaba bem e o "costela-gate" faz parte do passado. 
Faltam 84 dias para a Maratona do Porto. Há que continuar a fazer o trabalho bem feito para uma Maratona que me saia o melhor possível com as melhores sensações.

Em matéria de longos, tenho no sábado um mini-longo de 20 Km para recuperação, desta vez com companhia, a do Ricardo Afonso que vai estrear-se na mítica distância em Outubro na Rock'n'Roll Cascais-Lisboa, e daqui a 2 semanas mais um de 30. Durante a semana, correr, correr!

Uma boa semana a todos!

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Um mau de 30

Após o que me sucedeu e relatei no artigo anterior (costelas deslocadas numa queda) o regresso aos treinos deu-se de forma mediana. Por um lado a parte cardio-respiratória impecável (provando que a osteopata Paula colocou tudo de forma perfeita em seu sítio, como habitualmente) mas as pernas muscularmente afectadas por aquele relaxante muscular que tomei entre o hospital e ir à osteopata (eu e os medicamentos temos uma relação muito difícil...).

Deu para cumprir o que estava planeado e hoje foi a altura de regressar a um treino de 30. Claro que nem pensar em treino ao estilo do último onde bati o meu record por 9 minutos, baixando pela primeira vez das 3 horas (2.54.28) mas fazer um ponderado, ritmo calmo e certinho.

Caso este corresse bem, o próximo (dia 13) já seria para puxar.

Uma distância de 30 mete sempre respeito e receio. Se em distâncias menores podem existir pequenos imprevistos que se conseguem gerir, já neste tipo de distância um pequeno torna-se enorme. 
Ora desta vez o receio era amplificado e afectou-me a confiança. E se o meu ponto forte é a parte mental, quando esta falha a coisa complica-se.

Foi nesse estado de dúvida que iniciei o treino às 6.07.

Mas a coisa até foi decorrendo bem. Os quilómetros foram passando e o ritmo estava certinho, calmo e tudo estava a correr bem. Afinal parecia que este treino de 30 não ia ser um verdadeiro 31.

As boas notícias acabaram aos 20 quando começou a complicar. Aos 22 foi o descalabro total e completo. Imaginem que cheguei a ter que alternar corrida e andar várias vezes!
Só continuei naquela desgraça por o carro estar aos 30 km, caso contrário teria encurtado o treino.

Acabei desiludido e se o tempo não era importante, o que contava eram as sensações. Ora as sensações foram as más já referi e o tempo foi de (sentem-se!) 3.38.09 o que no meu histórico de 20 treinos de 30 apenas por uma vez fiz pior.

A extraordinária forma nunca é um dado adquirido, basta um pequeno nada e volatiliza-se, tal como eu ia sempre avisando.

Agora há que trabalhar com cabeça para a recuperar. E vou recuperar!
Até ao dia 13 os normais treinos diários e nesse dia a intenção já não é puxar mas sim fazer um de 30 em condições, como seria hoje. Se o conseguir, o seguinte já será noutro andamento. 
Deverei é mudar o trajecto para se suceder o que aconteceu hoje, não ficar longe do carro e não prolongar aquela "desgraça".

Um bom fim-de-semana a todos e boas férias para quem as está a gozar!