domingo, 29 de julho de 2018

No sempre fantástico ambiente da Prova do Bodo no Pombal

Os dois 4 ao Km presentes (eu e Sandra), acompanhados pelo Nuno

Integrada nas festas do Bodo em Pombal, ontem foi dia da 36ª edição da Prova do Bodo, evento que até 2009 tinha a distância de Meia-Maratona e desde 2010 a sua extensão passou a 10 quilómetros, em sistema de 3 voltas num percurso com cerca de 3.300 metros (mais os metros que se fazem desde a partida).

Foi a 4ª vez (2011, 2012, 2016 e 2018) que participei nesta prova que me agrada muito e que me leva a fazer perto de 400 quilómetros no mesmo dia (ida e volta) pois bem o merece.

E merece pelo ambiente de festa onde a corrida se insere, pelas suas gentes, pela organização que sabe o que os atletas gostam e pelo percurso que simpatizo imenso.

Sei que há quem não aprecie o sistema de voltas mas estas são de ida e volta, com espaço visual aberto o que nos permite ter a percepção de como decorre a prova em toda a extensão do pelotão e não apenas no espaço que estamos inseridos, devido aos diferentes ritmos (além do "banho de humildade" ao constatarmos a velocidade que os primeiros levam quando nos dobram...).

Não é um percurso propriamente fácil mas é daqueles que me adapto bem, com uma primeira metade de cada volta em ligeira subida e uma segunda metade em ligeira descida.

Longe, muito longe da forma com que me apresentei aqui da última vez, em que marquei 50.20 o que na altura foi a minha 2ª melhor marca de sempre, antes dos meus cinco sub50, a intenção era um medir de como me situava depois de duas semanas em que pude regressar aos 5 treinos semanais após a entorse no tornozelo e os problemas gástricos que ainda se manifestam.

O ponto de comparação era a Corrida da Lagoa de Santo André, exactamente antes do recomeço dos tais 5 treinos semanais, e onde tinha registado 58.52, apesar da quantidade de treinos não ser sinal de qualidade pois têm andado fracos, ou o possível para o momento actual.

O plano dizia que a primeira volta tinha que ser a gerir, para não colocar em causa o seu todo, e a ganhar balanço para aumentar na 2ª e dar tudo o que restasse na 3ª e última.

A terminar a primeira volta
Assim estava planeado e assim foi. Finda essa necessária gestão na primeira volta, senti que a coisa estava controlada e comecei a apertar, ganhando confiança com as sensações. Cedo apercebi que a marca da Lagoa (com percurso mais fácil) seria batida e entraria no minuto 57, não descurando o 56.

Na última volta aguentei o máximo na subida, já a calcular para o 56 e dei tudo no último quilómetro e meio (o último km foi o mais rápido dos 10 com 5.11), conseguindo cortar a meta em 56.40, o que me deixou muito feliz. Senti que dei tudo e a prova provada foi a ligeira tontura que senti quando parei após a meta, sinal que não havia mais nada para espremer.

As comparações só são válidas para o que é comparável e portanto não adianta estar em comparações com tempos que ainda recentemente fazia e onde um 56.40 seria considerado fraco.
A comparação tem que ser realizada no momento actual e diz que retirei 2.12 à marca de duas semanas antes, sinal evidente da evidência que é os resultados melhorarem ao poder treinar livremente sem os condicionalismos que me afectaram.

A iniciar a 3ª e última volta
Agora, a próxima prova é apenas daqui a quase 2 meses (23 de Setembro Corrida do Tejo) e até lá muitos e muitos treinos estão planeados com um aumentar gradual e consistente de quilómetros rumo ao objectivo da época, Maratona de Valência a 2 de Dezembro.
Que as lesões e outros problemas se mantenham afastados que o resto faço eu.

Uma boa semana a todos e umas óptimas férias para quem as está a gozar!





sábado, 21 de julho de 2018

Cada coisa a seu tempo

Esta semana já pude treinar 5 vezes. Depois de 2 meses atribulados, em Maio com o problema gástrico que sofri e em Junho com a entorse do tornozelo, os treinos foram irregulares (ou mesmo inexistentes durante 10 dias após a entorse) e inevitavelmente a forma eclipsou-se.

Com tudo resolvido, pude regressar aos treinos diários mas de forma ponderada para reconstruir a forma com bases sólidas. Assim, decidi que nesta semana alternaria 5 com 10 quilómetros, para não ser um regresso a forçar o que seria contraproducente. 

Como no sábado tinha feito a Corrida da Lagoa de Santo André, na 2ª treinei 5, na 3ª 10, na 4ª 5 e na 5ª 10. Mas não foi fácil pois de dia para dia ia sentindo mais cansaço, acumulando tudo no de 5ª que foi muito complicado de gerir. Valeu-me a companhia da Sandra para me obrigar a concluir o objectivo.

Após um dia de descanso (ontem), hoje já estava mais recuperado e fui para o Passeio Marítimo de Oeiras treinar com a Tânia e Raul que iam fazer 12. A intenção era treinar com eles e quando parassem aos 12 seguir, tentando os 15.

E foi o que sucedeu. Claro que com companhia a coisa é mais fácil e ao chegar aos 12 senti-me com energia para ir à tripla-légua. 

Custou-me foi o último quilómetro, não pela parte respiratória que ia bem mas pelas pernas que já estavam desgastadas.

Concluí assim os 15, terminando uma semana de regresso ao início para readquirir a normalidade. Claro está que a forma está fraca, o desgaste por estas distâncias que seriam fáceis há uns tempos é grande, e o ritmo muito, muito lento. Mas... cada coisa a seu tempo. Podendo treinar com consistência, a coisa melhorará. Até lá, há que sofrer para ter a recompensa.

De hoje a uma semana irei participar na Prova do Bodo em Pombal, no que será a última corrida até 23 de Setembro (Corrida do Tejo). Nestes 2 meses de permeio, muito quilómetro a percorrer.

Um bom fim-de-semana a todos!

domingo, 15 de julho de 2018

Na (festa da) Corrida da Lagoa de Santo André

A bela colecção das minhas 12 medalhinhas pintadas à mão com motivos relacionados com a Lagoa de Santo André

Após a ausência forçada e custosa da Corrida das Fogueiras, regressei ontem a uma corrida, com a minha 12ª participação na Corrida da Lagoa de Santo André, o que a torna a prova onde mais vezes cortei a meta.

Seria suposto neste último mês ter aumentado significativamente a carga mas tal não foi possível pelo entorse no tornozelo esquerdo que me obrigou a parar vários dias.

Sou alguém cujas paragens são muito penalizadoras e apenas obtenho resultados que estejam no limite das minhas capacidades quando consigo treinar bastante tempo seguido sem contrariedades como se provou em 2016 e 2017, dois anos livres desse flagelo de lesões.

Em 2017 e até ao mesmo dia da data de hoje, já tinha nas pernas 1.309 quilómetros enquanto este ano, apenas contabilizo 779, o que faz que a meio de Julho apenas tenha corrido 59% da distância que tinha palmilhado no ano passado em idêntico período.

Tudo devido inicialmente à paragem pela operação às cataratas, depois um abrandar por aquele problema gástrico e mais recentemente esta entorse no tornozelo.

Felizmente já me sinto recuperado do tornozelo, agora há que trabalhar muito para recuperar a forma perdida, como se constatou ontem.

Com a sempre excelente companhia do casal Isa e Vitor, os 3 elementos dos 4 ao Km presentes
É sempre um prazer a deslocação à Lagoa de Santo André e por alguma razão haverá para ser, como referi, a prova onde já participei mais vezes, estando ainda a cerca de centena e meia de quilómetros de distância de casa.

Mais do que uma corrida, este evento é uma festa, consubstanciada no convívio final, com febras, pão, batatas, maçãs, bebidas e música ao vivo, tudo incluído no baixo preço de inscrição e com direito a um acompanhante por cada inscrição, transformando-se numa verdadeira festa de final de época.

A partida é às 19 horas mas em várias edições o calor ainda era muito forte, o que não sucedeu nesta. Sim, estava quente mas nada que não fosse suportável. 

As minhas ambições eram simples. Terminar a prova e, mais improvavelmente, fazê-lo abaixo da hora. Não valia a pena comparar com os 51.02 do ano transacto, que foi o meu record de percurso, pois as condições eram muito opostas.

Partimos atrás no pelotão e, como o quilómetro inicial é a subir, fiz gestão de esforço, consciente que esta corrida tinha que ser muito bem gerida. Ao fim da primeira centena de metros, fui mesmo momentaneamente o último do pelotão. 

Passada essa dita subida, altura para começar a marcar um ritmo que fosse o melhor para o momento actual, sem comprometer o chegar à meta nem obrigar a arrastar-me.

Consegui esse equilíbrio e fui fazendo uma prova de trás para um bocadinho menos atrás (dos 534 classificados fui o 426ª. Ora como cheguei a estar um último, ainda ultrapassei uns quantos companheiros de corrida).

O meu maior receio era no quilómetro e meio no pinhal, ainda por cima este ano com mais areia, mas consegui manter o ritmo e assim foi com agrado que cortei a meta em 58.52, abaixo da hora que considerava improvável.

A iniciar o último quilómetro
Sim, fiz quase 8 minutos mais que no ano passado mas provavelmente este ano cansei-me e custou mais.

Agora, altura para recuperar o melhor possível a forma. Para começar, já estarei em condições de recomeçar os treinos diariamente.

Nos próximos 2 meses (até à Corrida do Tejo a 23 de Setembro) apenas irei à Prova do Bodo em Pombal, dia 28 do corrente mês. De resto, muito e muito treino que faltam 140 dias para o grande objectivo da época, a Maratona de Valência. 
Mal posso esperar!


sábado, 7 de julho de 2018

As nuvens a dissiparem-se sem bastonadas

O treino de hoje com a excelente companhia da Tânia e Raul

Nesta semana que passou, a evolução da lesão tem sido muito positiva. Continuo a correr dia sim dia não e a uma velocidade em que por vezes sou ultrapassado por caracóis, mas estou a correr e isso é que interessa.

No piso de terra lisa junto à canoagem no Jamor, fiz 8 km no domingo e na 3ª. Treino este de 3ª que fica na memória pelo episódio de aflição que vivi antes e que pode ser lido no final deste artigo. Na 5ª já cheguei aos 10, com 2,4 de alcatrão e hoje, com a muita simpática companhia do casal Tânia e Raul, os 10 foram integralmente em alcatrão e até ao momento o tornozelo continua bem.

Ainda há aqui qualquer coisinha, noto se virar a perna toda para fora ou dentro, no sítio onde se terá dado a entorse, mas que está incomparavelmente melhor, nem se coloca em questão.

Posso assim crer que o mau tempo está a afastar-se, com as nuvens a dissiparem-se como o título diz. Sobre as bastonadas (ou sua ausência!) vem então agora a história do episódio de 3ª.

Fui treinar ao complexo do Jamor e saí na A5, sentido Cascais-Lisboa, saída essa que vai dar a uma recta até perto da Praça da Maratona, tendo 2 faixas no mesmo sentido, com separador central constituído por arbustos até mais ou menos em frente ao portão que dá acesso às cabines.

Vi que ambas as faixas tinham fila de 3 carros parados, com um polícia à frente e muita muita gente na estrada, tendo deduzido que se teria dado um acidente. Parei atrás desses carros e é então que reparo que todos que estavam na estrada encontravam-se vestidos de negro, com bandeiras e faixas negras, ao estilo de claque de futebol e, nesse mesmo momento que notei nesses pormenores, vejo-os a investirem sobre o portão a querer forçar a entrada! 

"Qué isto?!?" interrogo-me assustado. Nestes momentos, pensamos muita coisa em fracções de segundo e, como tinha lido que o Sporting regressava aos treinos nesse dia e havia reforço de segurança na Academia, só pensei que esse reforço ainda não estava efectuado, tinham ido treinar ali e a claque queria fazer outra vez estragos! Foi o que me veio à cabeça.

No mesmo momento que investiram contra o portão, vejo aparecer vindo da Praça da Maratona, um enorme contingente de polícia de choque, completamente equipados, à frente com cães e atrás a cavalo!

"Isto vai dar molho que vai ferver!", penso assustado enquanto constatava que estava encurralado. Não podia ir para a frente, não podia inverter a marcha ou recuar, pois já tinha outros carros atrás de mim, e nada me restava senão ficar bem fechado dentro do carro, esperando que a trolha não fosse para aquele lado.

O que vale é que estes momentos de aflição duraram poucos segundos pois passa um polícia na berma junto aos carros a dizer" Mantenham a calma, isto é apenas um exercício, um simulacro!"

Ufa... podem imaginar o alívio por afinal não estar no meio dum assado daqueles. E assim, já sossegado, saí do carro e fiquei a apreciar as movimentações. 

Em pouco tempo os alegados "hooligans" estavam controlados e o "campo de batalha" limpo. Limpo, quer dizer... se ignorarmos a muita caca que os cavalos deixaram na estrada!

E foi assim que tudo se passou. Agora acho piada contar a história mas tive ali uns segundos aflitinho...  

Antes de me despedir por hoje, a convicção que tudo leva a crer que irei de hoje a uma semana à Lagoa de Santo André buscar a minha 12ª medalha com uma ave diferente e, agora sim, desejo a todos uma excelente semana, após este ainda melhor fim-de-semana!