quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Venha a 13ª meta em Maratona!

Há que lutar muito para conquistar esta bonita medalha!
A preparação para a Maratona do Porto a realizar no próximo domingo, seria a mais puxada em termos de ritmo. Era o que o plano ditava.

A intenção era uma. Quanto mais rápido fizesse os longos, durante a Maratona com um ritmo mais defensivo, melhor e mais aguentaria.

E o início do plano assim foi. Mas muito no início pois a 6 de Julho, num treino de 25 que estava a decorrer num excelente ritmo, aos 21 tive uma violenta queda que deixou vários problemas internos que demoraram quase 2 meses a passar. Após quase duas semanas de paragem, pude continuar a correr mas debilitado e muito muito mais lento. 

E tudo mudou, o plano deixou de ter qualquer sentido e passou a ser um de recuperação e sobrevivência. 

Para mim, correr sempre foi prazer mas o mês de Agosto foi muitas vezes um sacrifício pela maneira como me sentia. A Mafalda é bem testemunha do esforço que fiz em muitos dias para ir correr. E o que fiz nesse mês? Bati o record de quilómetros num mês, totalizando 276 km. Foi bem duro! Mas essa foi a única forma de conseguir ir recuperando o mínimo para tentar vencer a distância.

Vaidade à parte, reconheço que pelo esforço e sacrifício nesse mês, já merecia a medalha do Porto. Mas isso não conta, conta é o próprio dia. E para tal, terei que lutar muito, como sempre sucede nesta distância.

Estou preparado para lutar, para sofrer, para fazer o tempo mais lento de todas as Maratonas, para tudo o que seja necessário. Só não estou preparado para uma coisa. É que desistir não é opção.  

Como sempre, a meta é o grande e único objectivo. Venha ela!

Confesso que estou muito receoso (e já bastante nervoso). Mas também não me recordo de alguma vez não o ter estado antes duma Maratona...
Seja-se atleta de elite ou de pelotão, nunca sabemos como iremos estar no dia. Mas se pudesse escolher, só queria sentir-me como senti no último treino de 30, realizado a 6 de Outubro. 

Um grande muito obrigado pelo vosso sempre constante apoio. Levo-vos comigo! Uns dias após a Maratona, aqui estará o relato. Espero que a descrever como cortei a meta duma Maratona pela 13ª vez!


A imagem do meu dorsal

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Na 1ª edição dos 10 km englobados na clássica 20 Kms de Almeirim

Três sorridentes atletas antes da prova

E três sorridentes atletas depois da prova. Antes ou depois do esforço, a alegria e prazer pela corrida é sempre igual!

Nota prévia: Para quem se interrogar porque escrevi no título 10 km e 20 kms, a razão é simples e os 20 Kms não estão errados, têm uma razão. Como se sabe, as iniciais métricas não têm plural, daí 10 km. Mas no caso de Almeirim, por engano, quando a prova teve o seu nome registado foi como 20 Kms. Daí ter ficado sempre com a particularidade de ter o s após os Km

Este é daqueles eventos imperdíveis. Já aqui tinha corrido várias vezes 20 km, uma vez uma Meia-Maratona (quando esta prova foi Campeões Europeus de Estrada, o que obrigou a aumentarem a distância de 20 para os 21.097), uma vez os 5 da Mini (por nesse ano estar a uma semana da Maratona do Porto e não querer perder esta prova) e desta feita foram 10 km que se realizaram pela primeira vez e, estando também a uma semana no Porto, não quis arriscar os 20.

Participar nesta prova é fazer parte do imaginário da história das Corridas Abertas a Todos, não se limitando a uma corrida mas uma festa onde o grande destaque vai para a comemoração especial no final, o convívio à volta da sopa da pedra, das famosas caralhotas e os sumos da Compal.

Todos os anos digo o mesmo mas nunca é demais repetir. É impressionante a qualidade da sopa, considerando que é feita para mais de mil pessoas. Estava tão saborosa!!!

Com a famosa sopa da pedra
É pena que a participação tenha baixado, os 20 e 10 somaram em conjunto 726 classificados enquanto no ano passado só os 20 tiveram 854. No entanto, basta olhar para o calendário para vermos a grande quantidade de provas neste fim-de-semana. Procura há muita mas a oferta é cada vez maior.

No meu caso, e apesar de ter várias e muito boas provas ao pé de casa, não consigo resistir a Almeirim.

Aí, encontrei-me com a Isa e o Vítor. Não obstante terem feito 100 na semana passada, corajosamente vieram a estes 10. 100 ou 10, no fundo a diferença é apenas dum 0... Brincadeirinha! :)

Na semana que passou, e após ter feito o último de 20 na 2ª feira, nesse dia ao final da tarde comecei a sentir-me adoentado, situação que se manteve até 4ª. A semana e meia da Maratona, pode-se imaginar o meu susto. 

Felizmente a coisa passou. O meu anti-virus interno terá dado cabo desse senhor. Mais uma vez, um susto perto do grande dia. Fará parte?
Na 5ª regressei aos treinos. Já não me sentia adoentado mas ainda todo partido e foi custoso e lento. Pouco melhor na sexta. 

Assim, cheguei a Almeirim sem saber para que lado a coisa iria dar.
No aquecimento não estava mal e nos primeiros metros após a partida, tentei esticar um pouco e senti-me bem.

Decidi então arriscar ir a um ritmo mais forte (mas longe do máximo pois a Maratona está aí à porta). O que é certo é que em cada km sentia-me melhor e quando cruzei-me com a Isa e Vitor (ia perto dos 8) gritei "estou a sentir-me muito bem!".

Cortei a meta bem e feliz com a marca, 55.26. Para quem vinha aqui com o objectivo de 59.59, foi bem bom.
E fiquei claramente na 1ª metade da tabela (como sucede poucas vezes, gosto de realçar), pois fui 105 entre 261.

Agora... ui... é a espera até dia 3 e de permeio treinos calmos. 

Na 4ª sairá o último artigo antes do Porto.
(e aqui que ninguém nos ouve, já ando nervoso. Por mais Maratonas que se façam, este estado nunca passa. É o respeito pela rainha das corridas...)





segunda-feira, 21 de outubro de 2019

O prazer de assistir a um feito épico e o último treino longo (mais curto)

Sábado foi um dia muito especial pois esteve reservado para andar pela zona de Abrantes, de PAC em PAC, a acompanhar os grandes amigos Isa e Vitor no seu épico feito de terminarem os 100 km (101,9 de distância correcta) do Trail de Abrantes.

Foi um dia inesquecível, com o ponto alto a sua maravilhosa chegada, momento que ficará sempre bem guardado no baú das melhores recordações. 

E bem mereceram esse momento, por toda a dedicação que tiveram na preparação e todo o enorme esforço durante a prova! Para dificultar mais o que já era muito difícil, a meio da manhã começou a chover forte o que tornou os pisos junto aos ribeiros de muito difícil progressão. Como dizia um atleta que passou antes deles no último PAC "eh pá, não se consegue andar lá em baixo!". 

Tudo venceram, tudo ultrapassaram e sinto-me um grande privilegiado em ter assistido a esses momentos. Que orgulho de casal!
Nunca é demais repetir: Muitos parabéns Isa e Vitor, são uns heróis e uma enorme fonte de inspiração!

Campeão é todo aquele que se supera para além dos limites e este casal são uns campeões!!!
Como cheguei a casa muito tarde na noite de sábado para domingo, vindo de Abrantes, deixei o último longo para hoje. Longo agora em versão mais curta, apenas 20 km pois faltam escassos 13 dias para o Porto (só 13?!?)

Fiz a distância pretendida mas muito lento e sem energia. Há dias assim e sei que não tinha descansado o suficiente. 
Foi difícil em certos momentos mas inspirava-me no feito da Isa e Vítor para continuar até cumprir a distância planeada.

Que no dia do Porto não esteja como hoje mas sim como há duas semanas, no último de 30 onde, apesar de lento, tive óptimas sensações. Só as queria repetir no dia 3...

O momento agora é da ansiedade começar a aparecer (já está por aí...). Mas faz parte! :)

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Em Leiria, numa excelente Meia a merecer forte adesão no futuro


Leiria está uma cidade bem bonita e em franco progresso, com muita vida. No ano passado vim a esta Meia-Maratona, 2ª edição volvidos 4 anos após a 1ª com outra organização, e o que escrevi na altura foi que tinha ficado cliente. 

Ora, cliente que é cliente, regressa sempre e pude constatar como a organização ainda melhorou mais o evento. Em 2018 o percurso tinha apenas uma pequena porção de metros que não foram de agrado pois dava-se numa zona apertada e com atletas a irem e outros a regressarem. Ciente desse problema, a Atletas.Net alterou esse pequeno troço e tudo ficou perfeito num percurso selectivo qb com passagens pelo centro da cidade, pista do estádio de Leiria (desta vez em cimento pois o tartan foi retirado para colocarem um tapete novo), e a ida pela estrada de Cortes até ao Alqueidão, onde se deu o retorno.

Ao contrário das previsões, não choveu mas o vento esteve forte, nomeadamente de frente entre o km 9 e 14. Fazer o retorno em Alqueidão foi um alívio por deixar de sofrer com o vento. 

Muito bom o nível de reabastecimentos, nada mais do que 5! Deram-se aos 4, 8, 12, 16 e meta, com os de 12 e 16 também com banana.

Pena que o número de participantes não tenha sido o que uma prova destas merece mas a concomitância com muitos outros eventos neste fim-de-semana acabou por prejudicar todos. Só a nível de Meias tivemos 5 (Leiria, Ovar, Moita, Esposende e Elvas). 
Esta Meia estava inicialmente agendada para o dia 6 mas foi obrigada a adiar uma semana pela realização das eleições.
Mesmo assim, estiveram em competição nas duas vertentes (Meia e 10) perto de 500 atletas, mais os caminhantes e as corridas para crianças.

Esperando que para o ano o calendário seja mais favorável, deixo aqui uma recomendação a todos para experimentarem esta Meia que defino como organização moderna e percurso à antiga, com tudo de bom que cada uma destas duas expressões encerra.

Ainda sobre a organização, e a sua preocupação com os atletas, leiam a história que está no final deste artigo.

A 3 semanas da Maratona do Porto, queria impor um ritmo bom mas sem entrar em loucuras. A marca de 1.58.49 alcançada aqui no ano passado estava completamente fora de equação, devido ao que sucedeu este ano após a violenta queda, e apontava como mínimo exigível abaixo de 2.10, com o muito bom a estar abaixo de 2.06.35 (para quem não estiver a associar, 2.06.35 ainda é média de 6 ao km, 2.06.34 já são 5.59,9)

Devo confessar que, apesar de ser a minha Meia nº 63, estava nervoso antes. Desde a tal queda em Julho, era a primeira vez que ia impor ritmo de corrida durante 21 km.  

O início foi entre o cauteloso e o ir chegando ao ritmo pretendido. Como ia sozinho e sem ninguém conhecido ao lado, tentei criar um ponto de mira. À saída do estádio (2 km) reparei em duas raparigas que iam uns 50 metros à minha frente e que seguiam ao ritmo que pretendia e eram fáceis de as marcar pelas cores das camisolas que sobressaíam no pelotão (uma era roxo e a outra um verde azulado ou azul esverdeado, não sei qual predomina).

Elas seguiam certinhas e eu a manter a distância e a regular-me assim num ritmo que considerava bom (isto não podem ser só os campeões a terem lebres ao serviço...)

Ia assim muito bem mas aos 8,5, na rotunda que fazia a divisão Meia/10 km, as minhas lebres involuntárias cortaram para os 10 e fiquei sem referências. Tudo bem, ia lançado e com hipóteses de fazer menos que os 2.06.35, apesar de a coisa estar com muito pouca margem.

Tal como acima referido, deu-se o momento mais difícil entre os 9 e os 14. O percurso até é favorável pois vai descendo de forma muito suave, a paisagem é bonita mas... o vento forte contra foi um adversário duro de roer!

Aguentei-me, conseguindo manter a média, e o retorno, apesar de ser ligeiramente a subir, foi um alívio por não existirem forças invisíveis a tentarem empurrar-nos para trás. 

Sempre dentro da média mas com margem presa por arames, cheguei aos 19 e entrei na fase mais difícil pois foi quando comecei a sentir o desgaste/empeno. Aguentei-me como pude para manter a margem. É curioso como há alturas que vamos desgastados e a parecer que estamos a perder velocidade mas depois o relógio desmente, provando que estamos no mesmo ritmo que anteriormente.

Cortei a meta em 2.06.10, objectivo alcançado. "Morto" mas feliz. O cansaço era geral pois ia desde a respiração à parte muscular. Nada que um bom duche no estádio não tenha retemperado.

Foi depois do duche que vi a sms com os resultados que a organização enviou aos participantes e fiquei agradado ao verificar algo que não é nada comum. o ter ficado no top10 no escalão, em 10º. Por um lado podemos dizer que pouco mais eram, mas por outro posso argumentar que estou a escassos meses dos 60 e tive que lutar com jovens de 55, 56 anos :)

E pronto, vai ter início a fase descendente desta preparação. Baixa a carga, aumenta a emoção. Por mais Maratonas que se façam, os nervos são sempre os mesmos!





No regulamento estava explícita a regra do controlo fechar às 2.30 de prova, devido a imperativos de trânsito que tinham que ser cumpridos. No entanto, a organização fez algo especial a um atleta, provando a sua sensibilidade para o esforço de cada um. passo a transcrever as palavras da própria Atletas.Net numa sua publicação no Facebook:

"Mário Bravo é um equatoriano que participou na Meia Maratona de Leiria. Curiosamente nem sequer foi classificado, pois concluíu a sua prova muito para além do fecho de controlo. Atenta, a organização prestou-lhe todo o apoio ao longo do percurso e até o carro cronómetro com a família a bordo voltou para trás para seguir de perto o equatoriano que fazia uma meia maratona pela primeira vez na sua vida. Apesar de praticamente todo o staff e logística visível já terem sido desmobilizados e o trânsito reaberto, Mário queria acabar, nem que tivesse de correr muito lentamente pelos passeios. Assim fez. Rapidamente uma meta foi improvisada para que Mário terminasse. De forma desportiva compreendeu tudo em seu redor e agradeceu à organização, justificando-se: "Queria acabar para mostrar a bandeira do meu país". E o objectivo foi cumprido. É para ele o Prémio Desportivismo da Meia Maratona de Leiria 2019"


sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Calendário 2020


Desde hoje que o calendário 2020 está on-line, estando a ser actualizado diariamente com datas para o ano que se aproxima. Neste momento são poucas mas é questão de serem divulgadas para ir sendo preenchido com todas as corridas que nos alegram.

Como sempre, apenas tem datas que já foram anunciadas pelas respectivas organizações, não colocando as que são habituais num determinado dia, sem haver confirmação, para não induzir em eventual erro. 

O calendário pode ser visto aqui

Espero que possa ser útil com muitas e boas corridas.

Este e os anos anteriores desde 2015, podem ser vistos aqui (caso não apareça como na imagem em baixo, fazer F5 para refrescar a página)



domingo, 6 de outubro de 2019

Apesar de um pouco pró lento, óptimas sensações no último de 30 antes do Porto

Normalmente, faço o último treino de 30 km 3 semanas antes duma Maratona. Nesta preparação para o Porto também o seria. O plano dizia que hoje disputaria a Meia de Leiria e para a semana o tal treino de 30. Porém, e devido às eleições, a Meia de Leiria acabou por ser adiada uma semana e assim troquei a ordem.

Ao contrário do treino de 30 da semana passada, em que estava com a gastrite "aos saltos", hoje parecia que tudo estava em ordem. E digo parecia pois nunca sabemos se irá saltar algum coelho da cartola.

E felizmente o coelho que saltou da cartola foi dos bons pois o treino proporcionou-me óptima sensações e terminei muito muito feliz e empolgado.

Não pela marca que não foi nada de especial, um pouco até pró lento mas a forma como senti-me durante todo o tempo.

Comecei pouco antes das 6.30, beneficiando duma temperatura fresquinha durante a primeira metade. Segui sempre muito certinho mas na segunda metade soltei-me mais por sentir que estava bem. Aliás, a segunda metade foi cerca de 2.40 mais rápida que a primeira.

Ao contrário dos anteriores, onde não dava mais qualquer metro, hoje parei aos 30 porque não queria passar dos 30. Se quisesse, estava com gás para mais. Quanto mais não posso dizer. Senti-me tão bem, que decidi até fazer uma "brincadeira" no último km. Apertei para fazer desses últimos mil metros os mais rápidos de todos os 30 e assim foi e por boa margem. Uma prova mais da maneira como acabei e que encheu-me de alegria. 

Foi muito importante terminar o último de 30 sabendo que podia continuar. Este foi um treino de LSD no seu melhor. E não, como é evidente, não estou a referir-me a substâncias alucinógeneas. LSD significa, no dicionário dos corredores, Long Slow Distance!

Falta só referir o percurso. Era para ter sido o habitual: Inatel de Oeiras - Carcavelos - Belém - Inatel de Oeiras. Porém, ao vir de Carcavelos, decidi desviar para dar uma volta na Universidade Nova. Aí decidi ir junto à ciclovia até à estação de Carcavelos e a partir daí, em cada cruzamento decidia na hora o que pretendia. Acabei por passar em frente à porta da primeira casa onde eu e a Mafalda morámos, na Parede, fui de seguida até ao centro da Parede, no regresso a Carcavelos andei por dentro da Quinta dos Ingleses e quando regressei ao Passeio Marítimo já ia com 21 e fiz o resto ali. Foi um percurso ao sabor do momento. 

De hoje a 4 semanas estarei neste momento em plena Maratona do Porto. Venha ela!

Uma óptima semana a todos!