terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Já são mais de 5.000 classificações completas na página

No histórico de resultados das provas Portuguesas que mantenho, chegou-se a um número que julgo merecer aqui referência, dado que se ultrapassaram as 5.000 classificações completas.

Recordo que esta página foi criada com o intuito de preservar as classificações, verdadeiro património das nossas corridas, e dado que constatei que a grande maioria desaparecia das respectivas páginas ao fim de algum tempo, muitas quando aparecem os da edição seguinte.

Assim, guardando-as no servidor que tenho alugado, estão sempre disponíveis 24 horas por dia, 365 dias por ano e ao alcance de qualquer um com um simples clique.

Neste momento estão disponíveis 5.003, sendo este um número em constante crescimento, com as provas que se vão realizando semanalmente, bem como as que entretanto recupero.

A mais antiga é anterior à república pois pertence à 1ª Maratona dos Jogos Olímpicos Nacionais, a primeira Maratona realizada em Portugal, então com 42,8 Km, e que se disputou em Lisboa a 2 de Maio de 1910, com partida à estranha hora de 13 horas 13 minutos e 20 segundos! Partiram 12 atletas e cortaram a meta 10 com Francisco Lázaro, então no Velo Club de Lisboa, a triunfar em 2.57.35 e um avanço de 44 minutos sobre o 2º!

Com o grande incremento de provas, muito em especial de Trilhos, nestes 2 últimos anos tem sido cada vez mais complicado manter esta página. Não sei até quando conseguirei mas desde que seja possível, contem comigo.
Não posso deixar de agradecer a diversas pessoas e organizações que têm contribuído para o avolumar de classificações disponíveis ou com datas para o calendário, fundamental para saber quando se realizam as provas.

São muitas e muitas horas semanais de pesquisa, e não basta colocar a classificação pois nas semanas seguintes tem que se estar atento a eventuais alterações (ou por acrescento de atletas ou desclassificações), e é essa a razão que ainda não consegui arranjar tempo para aquilo que queria, programar a página de maneira bem mais eficiente, tanto para o utilizador como para a sua manutenção, actuando como uma verdadeira base de dados de provas e resultados, e esteticamente mais apelativa. Mas um dia hei-de conseguir!

domingo, 18 de dezembro de 2016

Santa Maria Maior - Uma São Silvestre simpática e diferente

Os 4 ao Km presentes: Eu, Eberhard e João Cravo, exactamente a mesma equipa que esteve um ano antes

2ª edição da São Silvestre de Santa Maria Maior, 2ª presença minha. E se caso alguém for ler o que escrevi na 1ª edição, vai deparar-se com rigorosamente o mesmo título. 

A verdade é que pensei, pensei, mas concluí que a melhor maneira de fazer jus à prova era repetir o título.

No ano passado não foi possível realizarmos a totalidade do percurso, ficámos com +/- 7.700 mas este ano já foi possível corrermos por todo o percurso que delimita a freguesia de Santa Maria Maior numa distância aproximada de 10 km e que torna esta corrida diferente das habituais que se disputam na capital, em virtude dos locais por onde passamos.

Para ser mais exacto, o percurso é: (Partida) Largo Portas do Sol / Rua do Limoeiro / Rua de Augusto Rosa / Largo da Sé / Rua Santo António da Sé / Rua da Conceição / Rua da Prata / Praça da Figueira / Poço do Borratém / Praça Martim Moniz / Rua da Mouraria / Rua do Benformoso / Travessa do Benformoso / Rua da Palma / Martim Moniz / Rua Barros Queirós / Largo de São Domingos / Rossio / Largo Dom João da Câmara (regressa) / Rossio (1º Posto Abastecimento) / Rua do Carmo / Rua Garret / Rua Serpa Pinto / Rua Vítor Córdon / Calçada de São Francisco / Rua do Ouro / Praça do Comércio / Av. Infante D. Henrique, Junto Discoteca Lux (regressa) / Av. Infante D. Henrique (2º Posto Abastecimento) / Praça do Comércio / Rua da Prata / Praça da Figueira / Rua do Amparo / Rossio / Rua do Ouro / Rua do Comércio / Rua Augusta / Praça do Comércio (Chegada)

Podem conferir aqui no mapa:


O tempo esteve bonito em termos de sol, frio mas bom para correr, o único senão foi o vento cortante no caminho para Santa Apolónia.

Quanto à organização, simpática e com vontade de agradar. Não tem grandes meios mas faz uma prova que se encaixa no que tem, e quando assim é, tudo está bem. 
A inscrição é barata para os dias de hoje, 5 euros que dão direito à prova em si, t-shirt, dois postos de abastecimento durante a prova mais o da meta e uma maçã.
Uma óptima ideia a de colocarem no dorsal um número de telemóvel de SOS.

Quanto à minha corrida, foi tal e qual a idealizei. Um ritmo agradável, mais de treino, a apreciar a prova e paisagens.
O início foi mais lento pois começamos a descer do Largo das Portas do Sol até ao Martim Moniz, e já se sabe que eu e descidas íngremes não nos damos muito bem, tendo ficado praticamente na cauda do pelotão, mas depois imprimi um ritmo certinho indo assim até à meta, que cortei em 56.10, sem grande esforço pois esta era uma para poupar no seguimento da semana que passou.

Efectivamente, estes dias foram para recuperar do que tenho feito. E não, não estou apenas a falar do GP Natal mas sim de toda uma sequência que me levou a 6 de Novembro a bater o meu record de Maratona por 15 minutos e, após 3 semanas, estas 3 corridas em 3 domingos seguidos: Juntos Contra a Fome, 10 km em 50.25, Meia dos Descobrimentos em 1.52.38 e GP Natal, 10 km em 48.42

Ora depois duma sequência destas, senti necessidade de ter uma semana calma para recuperar de todo o esforço, mesmo porque vem aí outro.
Assim, na 3ª 20 e na 2ª 26, espaço para dois longos a preparar a Maratona de Sevilha, intercalados com os treinos normais.

E vão ser diferentes. Até agora costumo planear os quilómetros dos longos e depois adequo a velocidade à distância. Agora, vou partir sem ter uma distância fixada, pretendendo impor um ritmo bem mais rápido e ir até onde der. Por exemplo, se em vez de 26 à média x, ficar pelos 22 mas à média de x-uns quantos segundos, melhor. 
A intenção é habituar o corpo para velocidade maior em mais quilómetros para na Maratona, ao ir a uma velocidade mais suave do que o habitual, aguentar mais.
Como sempre em Maratona, não é a pensar na marca, apesar de ficar impactada positivamente, mas sim o aguentar o máximo de tempo sem "morrer". No Porto deu até aos 38, entrando depois no modo de sobrevivência, em Sevilha gostava que desse até à meta. Ou pelo menos mais perto. É o meu objectivo (ambicioso).




domingo, 11 de dezembro de 2016

Após uma luta de quase 10 anos pelo sub50... FOI HOJE!!! (e com juros!!!)

A equipe presente: Eberhard, João Cravo e eu 

Imaginemos ter ao nosso alcance um DeLorean que, ao jeito da famosa trilogia “Regresso ao Futuro”, nos faça regressar ao passado. A, digamos, 4 de Fevereiro de 2007. Que iríamos reencontrar? 

A nível nacional, José Sócrates era o Primeiro-Ministro e Aníbal Cavaco Silva estava para comemorar o seu primeiro ano como Presidente da República. 
Como a bolha imobiliária norte-americana ainda não tinha rebentado, vivia-se numa aparente calma, sem crise, troika e cortes cegos.

George W.Bush governava os EUA enquanto Barack Obama preparava as primárias rumo à presidência dentro de 2 anos. Donald Trump era vedeta de “reality shows” onde a sua frase famosa dava por ser “you’re fired!”. Angela Merkel a recente Chanceler alemã mas, como a crise não tinha chegado, não actuava como líder de toda a Europa.

A nível tecnológico, os telemóveis continuavam a servir apenas para chamadas e ainda se estava longe de transportar o acesso à rede mundial dentro do bolso. Android, tablet, ipad eram ternos inexistentes e o primeiro iphone tinha sido apresentado menos dum mês antes.

No Atletismo, Nelson Évora não tinha a fama que os títulos de campeão mundial e olímpico lhe iriam granjear, a Jéssica Augusto faltavam-lhe mais de 3 anos para ser campeã europeia de cross num inesquecível campeonato nas Açoteias, Dulce Félix não era profissional a tempo inteiro, trabalhando numa fábrica e representando o Vizela, Sara Moreira corria pelo Estreito e estava rotulada como promessa, enquanto a recente melhor portuguesa na Maratona do Porto, Catarina Ribeiro, corria como juvenil e Patrícia Mamona saltava como junior.
A especialidade de Usain Bolt eram os 200 metros e estava para realizar a sua primeira corrida nos 100. Paul Tergat detinha o record mundial da Maratona desde 2003 com 2.04.55

O boom de participação nas provas portuguesas estava para ser dado e o calendário permitia que a grande maioria das provas pudessem ser calendarizadas em datas não coincidentes. 
No ano anterior apenas 15 provas tinham ultrapassado a barreira dos mil atletas, das quais só 3 com mais de 2 mil. O record de participação em Maratona disputada em Portugal estava nos 775 desde 1991.
95% das actuais provas de Trail não existiam e das pouco mais duma dúzia que se disputavam, a única Ultra, nesse ano, era a da Freita com a distância de 50 Km. 3 dígitos nem pensar!

No futebol, o campeão em título era o Porto e caminhava a passos largos para revalidar o ceptro. O Benfica totalizava 31 campeonatos. Jorge Nuno Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira presidiam, como agora, os respectivos clubes e Filipe Soares Franco o Sporting. Desconhecia-se quem era Bruno de Carvalho. A Taça da Liga estava para ser criada, Luiz Felipe Scolari mantinha o posto de seleccionador português e Cristiano Ronaldo encantava os adeptos do Manchester United.
A nível de treinadores, o do Benfica dava pelo nome de Fernando Santos, Jesualdo Ferreira do Porto e Paulo Bento no Sporting, enquanto dos actuais, Rui Vitória treinava o Fátima, Jorge Jesus o Belenenses e Nuno Espírito Santo defendia a baliza do Aves.

Na Formula 1, preparava-se a época de 2007 a ter início mês e meio depois, com Fernando Alonso a ter terminado a anterior como bi-campeão, numa altura que pontuavam 8 pilotos por corrida com 10 pontos a premiar o vencedor. Dos 24 que correram no ano actual, apenas 5 o tinham feito nesse ano que marcou a estreia do actual campeão Nico Rosberg, estando o tetra-campeão Sebastian Vettel e o tri-campeão Lewis Hamilton à espera de se estrearem.

Faltavam 3 semanas para os Oscar que premiaram The Departed (Entre Inimigos) como o melhor filme, Helen Mirren e Forest Whitaker os melhores actores.

Pois é... muito mudou nestes quase 10 anos. Demasiado mesmo. O mundo era diferente em muitos aspectos. Mas há coisas que não mudaram e uma delas a que dá a razão deste artigo, a minha luta por baixar dos 50 minutos aos 10 Km e que veio desde essa precisa data até ao dia de hoje, num total de 3.598 dias e que aqui quis demonstrar como tendo sido muito tempo!

Foi nesse 4 de Fevereiro de 2007 que registei 50.37 no 5º Grande Prémio José Afonso em Grândola, no que foi a minha corrida nº 21 (vou agora em 383) e desde esse dia que marquei como meta o baixar dos 50 minutos. Algo que, devido à evolução que vinha registando, parecia estar naturalmente à porta.
Seria fastidioso relatar tudo o que foi acontecendo, impedindo de atingir esse desiderato. Desde provas onde ia a ritmo de baixar e afinal não chegavam aos 10 km, a pé torcido quando ia conseguir, a inclusive um pé partido e uma série de etc.s que foram adiando, adiando, adiando.

Foi preciso muita motivação / teimosia para nunca deixar de lutar para que esse dia chegasse, e contrariar o efeito da passagem dos anos. Sim, porque quem já passou por estas idades, sabe bem que há uma diferença significativa na velocidade entre os 46 e os 56 anos.

Mas... 2016 está a ser o meu ano de ouro, o ano de todos os records. Faltava este mas nunca tinha estado numa forma assim. E hoje era o tudo por tudo!

O resultado de hoje começou a ser construído na semana passada na Meia dos Descobrimento, onde retirei uns impensáveis 4 minutos ao record que vinha desde há 9 anos. Mas mais do que o tempo, foram as sensações. Aquela última parte de 7 km onde corri a média de 50.45 aos 10, tendo feito 14 km antes sempre a puxar. Foi isso que me deu a certeza e confiança que poderia.imprimir o ritmo pretendido sem medo de quebrar mais à frente.

Durante a semana, a confiança foi crescendo, crescendo, crescendo que passei a não conceber outro resultado que não fosse o sub50.
Cheguei a dizer a algumas pessoas que não ia tentar mas sim conquistar o sub50. Ora quem me conhece sabe que não sou pessoa de dizer coisas destas, pelo contrário. 
Foi de tal maneira que confesso aqui que a parte inicial deste artigo, a viagem a 2007, foi pesquisada e escrita ontem, pois tinha a certeza do que iria suceder.

Sim, sim, sei que estive várias vezes à beira de conseguir mas qualquer bizarria impediu, mas ontem não ia ser véspera de isso tornar a acontecer.

Foi assim com este espírito invencível que cheguei a Benfica para a partida, tendo a companhia da minha filha Joana e de nos termos encontrado no Metro com o João Cravo.
João que sabia o que ia fazer e propôs-se a ajudar-me até onde pudesse.

A aquecermos
A táctica foi um aquecimento mais longo do que o habitual, para não prejudicar muito o quilómetro inicial e ir cedo para a partida para não ficar muito atrás e perder muito tempo em ultrapassagens e desvios. Mesmo tendo ido 15 minutos antes, ficámos um pouco atrás demais.

E o primeiro quilómetro, a que tinha colocado um limite de 5.20, com os desvios, um ligeiro abrandar geral do pelotão a seguir ao pórtico e a subida inicial, redundou em 5.33, começando assim com 33 segundos de atraso para a média. 
Mas nada disso demoveu-me. Sabia do que era capaz e continuei sempre a acreditar.

A partir rumo a um dia de glória
Sempre com a preciosa ajuda do João Cravo, o 2º km já foi dentro da média ideal, 4.59, reduzindo o atraso para 32 segundos. E no 3º, já embalado, 4.50 e baixei para 22 segundos de atraso.

Sentia-me naturalmente no limite mas controlado. E quando era necessário falar, falava sem dificuldade. Bons sinais. Havia que continuar a lutar!

4º km em 4.46 e o atraso inicial reduzido a meros 8 segundos, Havia que ganhar margem para contrabalançar os túneis, sabendo que o final, a partir do Saldanha era favorável. 

A ideia era chegar ao Saldanha com pouco atraso para a média pretendida mas a meio da prova já estava com avanço, fruto dum 5º km em 4.45 e passagem aos 5 em 24.53

Se estava muito forte mentalmente, este tempo a meio deu-me uma certeza ainda maior. Nem que a cobra ladre e a vaca tussa, é hoje!!!

Chegados aos túneis e à subida para o Saldanha, o aumento de tempo foi muito pequeno,tendo registado entre o 6º e o 8º, respectivamente, 4.56, 4.55, 4.58, chegando aos tais 2 últimos favoráveis quilómetros, não com pouco atraso como planeava mas sim já com um avanço de 18 segundos. E agora era o tudo por tudo!
Entretanto o João Cravo, a meio da avenida da República disse-me para seguir. Como estava combinado, assim o fiz.

Mas eis que surge uma surpresa. A Fontes Pereira de Melo tinha, ao longo de toda a avenida, o piso completamente arranhado para levar novo alcatrão. Não se conseguia assim ir 100% confiante, com medo de poder torcer o pé nalguma irregularidade.

Quando acabou essa parte, pude respirar de alívio por regressar ao alcatrão lisinho e tornar a dar o máximo. Ao passar na placa do 9º km, no início descendente da Avenida da Liberdade, pude verificar que não tinha perdido muito tempo nesse troço, até foi o km mais rápido até ao momento, 4.43, e tinha um avanço de 35 segundos. Ou seja, seria sempre record até ao 5.34 nesses últimos mil metros, valor mais que garantido.

Eu que sempre pensei que iria fazer 49 alto e esse último quilómetro seria de aflição, afinal estava plenamente sossegado e com a garantia do record. Senti então uma tremenda sensação de liberdade a descer a avenida da liberdade. Um enorme alívio duma luta de quase 10 anos, exactamente 3.598 dias que não iriam somar nem mais 1. Hoje, era o dia!

A meio da avenida ultrapasso o Nuno Sentieiro. Ele dá uma palavra de incentivo e eu digo que finalmente vou conseguir o sub50. Aí, prontamente, o Nuno prontificou-se a um esforço final para puxar mais por mim, tendo os dois seguido juntos até à meta. Muito obrigado Nuno!
A uns 200 metros digo que até devo conseguir o minuto 48. Bem dito, bem feito!

Nota-se que vamos a dar-lhe bem!
Cortamos a meta os dois e abraçamo-nos, uma fotógrafa do Correr Lisboa e depois o Armindo Santos, registam fotograficamente o momento. O Tiago Marques está ali mais ao fundo e pergunta-me com um gesto se tinha conseguido. Respondo afirmativamente e trocamos um abraço. 
Vejo o Nuno Moreira e outra festa. E logo de seguida chega o João Cravo que também tinha logrado bater o seu record! Muitos parabéns João e muito obrigado por toda a preciosa ajuda!!!

Fruto da euforia da certeza do record, o último km foi corrido a uns estonteantes 4.17, o que permitiu cortar a meta com um tempo de chip de 48.42!!!
10 anos a sonhar com o minuto 49 e nem ao 49 cheguei!

Chegado ao pé da Joana, e ao ver o telemóvel, soube logo que o momento tinha sido registado na transmissão em directo que a TVI24 efectuou, pelos sms da Isa, Sandra e Nuno.

Entretanto constatei que também fiz os 5 km mais rápidos de sempre. Era de 24.22 e hoje na 2ª metade registei 23.49.
1ª metade em 24.53, 2ª em 23.49 (o 1º e o último km a fazerem toda a diferença)

Já cheira!
Fazendo um resumo do km a km:

Km
Tempo
Dif. p/ 50.00
01
5.33
+ 0.33
02
4.59
+ 0.32
03
4.50
+ 0.22
04
4.46
+ 0.08
05
4.45
- 0.07
06
4.56
- 0.11
07
4.55
- 0.16
08
4.58
- 0.18
09
4.43
- 0.35
10
4.17
- 1.18

Tudo o que tenho conquistado este ano, deve-se a um factor: Muito treino. 
E mais uma vez comprovo que, no meu caso, a táctica ideal a seguir a uma Maratona é de parar uma semana pois regresso cheio de força. 
E para este fabuloso final de ano (Maratona, Meia-Maratona e 10 km) muito contou o grande volume de quilómetros que fiz nestes últimos meses, em especial o de Agosto, onde investi imenso sabendo que iria dar os seus frutos uns meses mais tarde, depois de devidamente assimilados.

Resta dizer que esta alteração de percurso foi muito benéfica e que a organização esteve em grande plano, recompensada com brutal aumento de participação, o maior de sempre em 59 edições e quase o triplo de há 2 anos atrás.

Terminei em lugares raros para mim.
Geral - 1.657 em 4.700
Género - 1.505 em 3.477
Escalão - 276 em 806 

Amanhã, excepcionalmente, vou dar um dia de folga nos treinos para 3ª regressar em força pois Sevilha está a apenas 2 meses e meio.

E agora sim, agora posso dizer que o ano acabou. As 3 São Silvestres que vou disputar (Santa Maria Maior, Lisboa e Amadora) vão ser para desfrutar.

Um muito obrigado a todos vós, sabem bem quem são, que sempre me incentivaram a nunca desistir deste sonho!



sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Longa vida à Revista Atletismo! (ao fim de 35 anos passa a digital)

O 1º e o último número

Recebi hoje o número 420 da Revista Atletismo, numa série que começou há 35 anos atrás em Dezembro de 1981.

A particularidade deste número é que foi o último em termos físicos. Não foi mais possível manter este formato, como é bem explicado no editorial.

No entanto, a Revista Atletismo não morre, transforma-se. E essa transformação deu-se há 2 meses atrás com uma profunda alteração na sua página internet, actualizada diariamente com as notícias que fazem o dia a dia do nosso desporto de eleição.

É natural, ao receber este número, e para quem como eu tem o privilégio de possuir a colecção completa dos 420 números, sentir nostalgia mas o sentido prático faz-nos reconhecer que o bom é inimigo do óptimo. 

Para visualizar a página da nova Revista Atletismo, clicar em http://revistaatletismo.com/

Boas leituras!

domingo, 4 de dezembro de 2016

Meia dos Descobrimentos: Um enorme catrapumba no meu record mais antigo!

A equipa presente: eu, Vitor, Isa e Isabel (caminhada)

(Não se admirem pelo tom mais entusiasta deste artigo mas hoje estou de cabeça perdida e no bom sentido!)

A 2 de Dezembro de 2007, na Meia-Maratona englobada na Maratona de Lisboa de boa memória, marquei 1.56.35, na que foi a minha 3ª Meia. 45 outras Meias se passaram das quais apenas em 3 baixei das 2 horas. Alturas houve que considerei que não mais bateria esse tempo. Mas 2016 é o meu ano de ouro e... chegou o dia de hoje! Este é o relato deste dia.

Desde a bem sucedida Maratona do Porto, dediquei-me a este objectivo. Esta era a altura perfeita para derrubar o record mais antigo (no início do ano o mais antigo era o de 15 Km mas entretanto dizimado em Peniche). E nesta última semana o foco foi sempre este momento. Qualquer dificuldade durante a semana, colocava logo um "não faz diferença, pensamento positivo!". Com as más previsões meteorológicas, pensamento positivo. Hoje durante a enorme carga de água que durou desde o aquecimento até aos 16 km, "não quero saber, pensamento positivo. Tem que ser hoje!".

A táctica iria ser crucial e foi cumprida. Ou melhor, bem superada! Adiante se verá.

Como se sabe, muito me tenho esforçado. Muito tenho trabalhado. E, que se lixe a modéstia, são mais que justos os, até há pouco tempo impensáveis, records que tenho alcançado. E o que é certo é que hoje foi mais um. Hoje derrubei o da Meia. Mas não me limitei a derrubar. Se chegar ao minuto 55 era um sonho, a loucura das loucuras era o 54. E esse era o limite e já era demasiado ambicioso. Nunca na vida faria menos. Nunca?!? Pois posso já dizer que a marca de hoje foi de 1.52.38!!!

Cumpri tudo bem. Um bom aquecimento, um início a um ritmo certo e já mais puxado para Meia. Chegar aos 5 km e "meter uma abaixo" e ir até uma média que permitisse o record. Chegar aos 15 e dar tudo o que ainda tivesse. Agora vejam o quadro dos meus tempos em cada km e digam lá se não foi assim:

1.000
5.39
2.000
5.39
3.000
5.36
4.000
5.38
5.000
5.37
6.000
5.22
7.000
5.21
8.000
5.20
9.000
5.23
10.000
5.29
11.000
5.28
12.000
5.24
13.000
5.23
14.000
5.18
15.000
5.06
16.000
5.05
17.000
5.04
18.000
5.08
19.000
5.06
20.000
5.08
21.000
4.55
0,097
0.29

A diferença é que foram melhor que o ideal e então os últimos 7 foram mesmo para a loucura, o que permitiu bater não um mas sim dois records, pois o dos 20, que tinha sido alcançado nos 20 km de Cascais de 2015 com 1.49.25, baixou para 1.47.15

Passam assim a ser 8 os records deste ano:

1.000
3.54
05 de Julho
Treino de Séries
3.000
13.46
18 de Maio
As Noites Quentes do Restelo
15.000
1.18.59
25 de Junho
Corrida das Fogueiras
20.000
1.47.15
04 de Dezembro
Meia-Maratona Descobrimentos
21.097
1.52.38
04 de Dezembro
Meia-Maratona Descobrimentos
30.000
3.09.11
14 de Agosto
Treino
30.000
3.08.16
06 de Novembro
Maratona do Porto
42.195
4.47.36
06 de Novembro
Maratona do Porto

O mais surpreendente é a diferença com que esses tempos foram batidos. Em valor aproximado, o de 15 km em minuto e meio, 20 km em 2 minutos, Meia-Maratona 4 minutos, 30 km 6 minutos e Maratona 15 minutos!

Pegando numa famosa cena dos Gatos Fedorentos, tal deve-se a 5 coisas: treino, treino, treino, treino e treino.

Para o sucesso desta marca, foi de muita importância a ajuda do João Afonso a quem muito agradeço. Não o conhecia mas ele sim pois é leitor deste espaço. Juntou-se-me aos 8 km e foi sempre a ajudar até quase à meta. Muito obrigado João!!! Foste fundamental!

E por meta, deixem-me contar que fui fazendo contas e perto dos 15 daria para baixar do record, ficando no minuto 56. Mais à frente vi que daria para o 55. Já bem mais perto da meta, acreditei que o 54 seria possível. E no último km dei o tudo por tudo para ver se ainda entrava no minuto 53. Agora imaginem-me ao ver que tinha era chegado ao 52!!!
Alturas houve que nem me reconhecia por estar a aguentar daquela maneira o ritmo! :)

Adivinha: Qual o meu grau de espírito nesta foto a menos de 100 metros da meta? (obrigado Fernanda pela foto)
Durante a prova tive apenas 2 preocupações. Uma muito breve e outra que durou 10 km e mais uns minutos. A breve foi quando comecei a sentir o gémeo esquerdo a ficar muito frio aos 3 km por causa da muita chuva. Felizmente passou rápido. A outra deu-se após o retorno quando fui olhando para o pelotão para ver como vinham a Isa e Vítor. Tinha seguido com eles até aos 5 e depois dei um esticão mas tinha visto que iam bem e também com fortes probabilidades da Isa bater o seu record. 

Pois o pelotão passava, passava e nada deles. Passou o balão das 2 horas e nada. Cheguei ao Terreiro do Paço, onde desviávamos para dar uma volta pelo Rossio e o pelotão nessa altura já era de quem ia para umas 2.15. Ora não podiam ter perdido tanto tempo em 6 km. Só havia uma hipótese, qualquer problema tê-los feito ficar pelo caminho. 

Segui com essa preocupação e na expectativa de os ver no caminho para a meta ou mesmo lá. Nada! Uns minutos depois de ter chegado, vi-os já no corredor após a meta e felizes pois a Isa tinha reduzido a cinzas o seu anterior record por mais de 2 minutos. E levei roda de cegueta pois no tal retorno, a Isa passou a um metro de mim, disse muito adeus e eu, a olhar para a frente não a vi!!! Ufa que afinal estavam bem e com grandes notícias! Muitos parabéns Isa e Vìtor pela vossa fantástica corrida que prova, uma vez mais, o grande momento que estão a atravessar, também fruto de muito trabalho!

E também uma referência muito especial à Mónica Quarenta que hoje se estreou na distância. Muitos parabéns Mónica por todo o empenho e força de vontade que tens demonstrado!

Com as medalhas. Hoje é dia de festa! :)
E é assim. Estou muito feliz, eufórico mesmo, sinto-me recompensado e... o trabalho não pára! 


ps - A minha próxima Meia será a da Ponte a 19 de Março e terá a particularidade histórica de ser a 50ª!