segunda-feira, 25 de abril de 2011

Corrida da (e em) Liberdade

Os 2 Joões, Branco e Lima, ladeados pela Sandra, com o símbolo do 25 de Abril, o cravo...
... cravo oferecido por uma simpática militar...
...que depois posou connsoco (João Branco, eu e Mário Lima)
Os Limas unidos jamais serão vencidos! (João e Mário)
Antes da prova... (eu, Analice, Carlos, Sandra, Orlando e Branco)
... e depois da prova (Branco, Carlos, eu, Sandra, Orlando e Catita)

Foi há 37 anos que acabou.
Acabou o medo, a tortura, a morte. De quem lutava pelo maior ideal, tantas vezes esquecido, a Liberdade.
A liberdade de dizer, de pensar (sem sequer ter medo de pensar), de se juntar sem vir alguma autoridade dispersar. A liberdade de olhar para todos sem recear que algum delator estivesse presente. A liberdade de educar filhos sem recear de os ver partir para uma guerra estúpida, como o são todas, e que um ditador a todos obrigou, ficando com a fama de ter salvo o país do segundo conflito mundial (quando o que nos salvou foi a questão geográfica), e quando afinal enterrou e mutilou tantos jovens numa causa perdida, além de desbaratar metade do orçamento estatal com esse conflito, chegando-se ao ponto que se chegou.
Foi há 37 anos que acabou. E nunca pode deixar de ser festejado e lembrado, para que as gerações que não sofreram a opressão, aprendam com o passado a evitar as armadilhas do futuro.

Uma das formas de celebrar esta data histórica, é a Corrida da Liberdade, que viu hoje a sua 34ª edição.
Regressou ao formato de partida no Quartel da Pontinha até aos Restauradores. Mas sem a antiga passagem pela 2ª circular, o que aumentou a distância para cerca de 10.700 metros.

Uma bonita militar ofereceu aos presentes um cravo, o símbolo duma revolução sem violência.

Partiu-se então do Quartel comando do M.F.A. e em liberdade se atingiu os Restauradores.

Mais do que uma corrida, esta é uma comemoração. Onde não falte quem corra com o cravo ou a cantar em grupo, como os incontornáveis Zatopeques.

Classificações gerais? Quem quer saber quando todos ganham?

Sobre o meu desempenho, 2 dias após o record, e ainda a viver o entusiasmo do que para mim foi um feito, parti querendo empregar um ritmo semelhante. Se o cansaço de sábado viesse, era abrandar. Veio apenas aos 8 mas deu para manter até à placa dos 10, que passei em 50.33, o que é curioso. Curioso por depois de mais de 4 anos para bater os 50.37, no espaço de 2 dias fiz melhor que esse tempo. Apesar do de hoje não ser homologável, em virtude da distância superior.

Passada essa placa e com o sentimento de dever (bem) cumprido, "levantei o pé", pus-me em ponto morto e deixei-me ir a rolar calmamente até à meta, demorando mais de 4 minutos nesses 700 metros. Apenas saboreando.

Estava feita a prova, mais uma liberdade. Venha a de 2012.

E também é importante não esquecer que a data que hoje vivemos e que não pode ser esquecida, 25 de Abril, é a grande responsável por podermos todos andar a correr de prova para prova.
Dantes, era algo apenas reservado aos federados. O movimento popular da corrida nunca seria permitido num estado cinzento e que tanto moldou negativamente a falta de alegria deste povo que até é latino.

6 comentários:

  1. Um bonito dia de sol para manter o animo depois do glorioso feito do passado Sábado, mas muito coisa se pode dizer sobre o 25 de Abril, muito já foi dito, e pouco mais há a dizer, mas acho que hoje é de realçar uma frase que foi dita há poucos dias atrás, "O Que este país precisa é de um homem com a Inteligência de Salazar". A liberdade é efectivamente algo de bom, com alguma certeza que não deveríamos ter estas provas de rua abertas ao "povo", mas a liberdade tem que ser usada com moderação e tem que se saber usa-la, pessoalmente acho que temos liberdade a mais e talvez esse tenha sido o nosso mal.

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  2. Caro Filipe

    O que a liberdade tem de bom é que eu posso ter dito o que disse e tu ripostaste com o que achas correcto. Cada um teve a liberdade para dizer isso. Algo que no tempo desse senhor de quem se advoga a inteligência, tal não seria possível. Porque ele tinha medo da inteligência de outros, o que logo à partida não é uma acção inteligente.
    O que eu quis dizer com a frase dos jovens aprenderem com o passado para evitarem as armadilhas do futuro, prendem-se com frases como essa.
    Afinal, na minha opinião, o que fez esse senhor de positivo?
    Entrarmos numa guerra?
    "Salvar" as finanças (que desbaratou nesses 14 anos de conflito)?
    Tornar cinzento e sem auto-estima este povo?
    E muito mais poderia dizer.
    Mas apenas quero repetir que se tem que ter todo o cuidado com as aramadilhas que por aí aparecem...

    Um abraço

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  3. João

    Desde já o meu agradecimento à Mafalda pelas magníficas fotos que tirou. Aqueles rostos em Constância no convívio estão fora-de-série. Temos fotógrafa!

    Voltaste a fazer um bom tempo nos 10.000 metros. Foi pena teres "levantado o pé" naqueles 700 metros pois a média por km seria muito melhor.

    As lesões são passado, agora há que olhar o futuro. Vais aos poucos adquirindo novos ritmos e se a Liberade para alguns é pôr o pé em cima do pescoço dos outros, que tenhas sempre a Liberdade para poderes gritar e correr em nome da Liberdade!

    Abraços!

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  4. Penso que temos liberdade a menos!
    Basta ver a censura, permanente, que é feita as iniciativas de determinado partido político na comunicação social.
    Mas também temos que ver quem controla a essa mesma comunicação social.
    Do Salazar só digo que “azar” já temos é demais!
    Desculpa lá este comentário mais político mas entre as datas do 25 de Abril e do Primeiro de Maio não resisto!
    Quanto ao teu texto quero aplaudir de pé.
    Quanto aos Zatopeques quero ver se colo os filmes das chegadas dos últimos 3 anos!

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  5. Obrigado pelo contributo Jorge.
    Nunca há liberdade a mais... Eventualmente, pode é haver alguma mal aproveitada para fins menos claros...
    Sobre os Zatopeques, vou enviar-te o que a Mafalda filmou.

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