terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Poema de Fernando Andrade às nossas meninas de ouro

Fernando Andrade, conhecido atleta de pelotão, director da Meia-Maratona que considero ter o percurso mais aliciante das que conheço, S.João das Lampas, e conhecido poeta, escreveu no seu blogue, Cidadão de Corrida, um poema dedicado às nossas meninas de ouro a que tenho a honra de aqui transcrever. Um poema saído da sua veia poética e que vangloria esta geração de atletas que tanto nos tem dado e que o país pouco reconhece em virtude da ditadura futebolística que os órgãos de comunicação social nos impõem. Com excepção de quem segue de corpo e alma o Atletismo, poucos sabem que foram 7 medalhas que este país de poucas condições, comparadas com outras potências europeias, conquistou no domingo. Poucos sabem que neste ano ganhámos 20 medalhas, de longe record de sempre. Fosse um décimo que alguém do futebol conseguisse e nem se imagina o que seria. E não me venham com essa de que o futebol é que dá dinheiro. Sim, dá para muitos, mas se é assim, como é que os clubes, onde se incluem os tais 3 grandes, acumulam dívidas sobre dívidas?
Mas já me estou a desviar do assunto e este artigo é para publicar o magnífico poema de Fernando Andrade sobre as nossas meninas de ouro.
Elas e todos os que estiveram nas Açoteias são o nosso orgulho!

"Estavas, linda Inês", apoquentada
Com a maldita lesão que te atormenta
Quando era, no Algarve, disputada
A prova que, na Europa, mais contenta.
Mas estiveste tão bem representada
Nesse grupo veloz que tudo enfrenta
Que à chegada, tivemos cinco em dez
E a Europa ali, aos nossos pés.

A Jéssica, imbatível, ganha o ouro,
E a Dulce é de bronze medalhada,
Marisa, Sara e Ana, são tesouro
E a nossa bandeira é hasteada.
Sobrou a Anália? P’ra quê "dar o estouro”
Se a vitória já estava assegurada?
Eis que um País em crise e entristecido
Vê, com emoção, o orgulho renascido.

Avé, Augusta Jéssica, guerreira
Que sais determinada lá na frente
Levando atrás de ti a turma inteira
Ante aplausos de toda aquela gente.
Contigo, ia um País, dizem que, à beira
Da descrença voraz, tão deprimente !!!
Com gente como tu, com tal grandeza,
Porquê esta “apagada e vil tristeza” ?

2 comentários:

  1. Muito obrigado João, por me "ter trazido à estampa" neste excelente blogue, que já está na minha barra lateral.
    Abraço.
    FA

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  2. Eu é que agradeço, Fernando, o elogio ao blogue. Nele, tal como na minha página (www.joaolima.net/Atletismo.htm) tento fazer o melhor para este mundo maravilhoso das corridas.
    É um grande orgulho para mim ter entrado nele em 2006 e conhecer tanta gente boa e talentosa em multiplos aspectos.

    Um abraço

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