domingo, 23 de outubro de 2011

Corrida do Tejo sempre a crescer, sempre a surpreender

Corrida do Tejo, a maior corrida portuguesa em termos classificativos, fez jus ao seu nome e brindou todos os participantes com mais uma organização exemplar onde a corrida é apenas um motivo para um vasto painel de actividades.

E pelo 14º ano consecutivo foi brindada com aumento de participantes. Dos 10.000 que esgotaram as inscrições, tinham aparecido 9.262 em 2010, este ano foram mais 84 (9.346), sendo o 5º ano consecutivo que bate o record nacional de classificados.

Muita animação marcou a manhã, salva da chuva que a partir das 2 da tarde começou a cair copiosamente, com 2 ecrãs gigantes desta feita, para apanhar um maior número de atletas no muito longo pelotão, jogos interactivos (onde as mulheres derrotaram os homens), música (com nova adaptação duma letra dos Xutos & Pontapés. O ano passado foi o "Maria" este ano "Não Sou o Único"), passagem de filmes de motivação (e motivavam mesmo!), fazendo que o tempo voasse rapidamente até à contagem decrescente do 10 à palavra que todos esperavam "Partida!", saudada por muitos papelinhos a caírem sobre o pelotão que iniciava a viagem de 10 quilómetros por um belo percurso que marca esta costa.

Dois reabastecimentos, cerca dos 4 e 6.5, passagem aos 5 com controlo de tapete, e chegada junto à Praia da Torre onde membros da organização ajudavam a esvaziar o local, tendo todos os atletas cortado a meta a correr, o que não é tarefa fácil perante quase 10 milhares, mas esta equipa já provou que não há difíceis para ela.

Só por curiosidade, note-se que entre o meio dos minutos 40 e dos 60, portanto durante 20 minutos, chegaram cerca de 250/290 atletas por minuto, sendo o pico no minuto 60 com 308 (mais de 5 por segundo!)

Tempo para as tendas da fruta, saber junto dos companheiros como correu a prova, e distribuição de prémios aos 3 mais rápidos em cada sector.

No masculino, o jovem Rui Pinto do Benfica tornou-se no 26º atleta a inscrever o seu nome no livro dos vencedores, ao cortar a meta em 31.11, 4 segundos à frente do sportinguista João Silva, triatleta de renome, e de 8 sobre João Vieira do Gabinete de Fisioterapia no Desporto.
Estes 3 atletas rumaram juntos até o sprint final fazer a diferença.

De destacar que o tri-vencedor Rui Silva foi 8º (32.13), ele que está em período de descanso activo, e Luís Feiteira, depois de alcançar os mínimos para a Maratona olímpica na semana passada em Amesterdão, aproveitou esta prova para rolar, sendo o 107º com 37.12

No sector feminino, 3ª vitória consecutiva de Jéssica Augusto, a correr pela Nike, desta feita no minuto 34 (34.11) ao contrário dos anos anteriores (33.05 e 33.26), o que é inteiramente compreensível pois está a preparar a Maratona de Nova Iorque que se disputa já daqui a 2 semanas.

Também aqui a 2ª pertence ao Sporting, Sandra Teixeira, que já venceu esta prova por 4 vezes, realizou 36.55, com a benfiquista Cátia Santos em 3º com 37.12, no que foi o seu primeiro pódio, deixando-a agradavelmente surpreendida.

Dos 9.346 classificados, 2.317 eram senhoras, o que também é um record, dando a excelente percentagem de 24,8% ( o ano passado 2.022 e 21,8%)

Uma palavra para as medalhas, um tema que é controverso. O saco entregue à chegada tem um voucher para as levantar entre 26 de Outubro e 9 de Novembro.

Por um lado compreende-se pois para serem entregues hoje obrigava à produção de 10.000, desperdiçando-se depois mais de 600. Assim pode ser fabricado o número correcto sem desperdício.

Mas para quem está longe de Oeiras, esta situação é desagradável. Estamos a falar de atletas que ficam prejudicados por quem não aparece, quando eles estiveram presentes.

Passando à minha prova, o meu tempo real foi de 53.53. Tenho consciência que andei no meu limite em cada parte da prova, sendo que o tempo foi apenas esse pois encontro-me num momento de baixa de forma.

Ainda recentemente, e mais uma vez, estive quase nos 49 e mais uma vez fiquei-me no quase, o que tem sido uma constante nos últimos 5 anos.

Há que continuar a lutar pois o dia há-de chegar.

Curiosamente a diferença para a Corrida do Sporting foi de apenas 2 segundos, tendo sido duas corridas completamente distintas. No Sporting, puxei acima das minhas possibilidades até quebrar e arrastar-me até à meta. Hoje fui duma regularidade extrema onde todos os quilómetros foram quase iguais. Duas corridas tão distintas e uma insignificante diferença de 2 segundos!

A minha preocupação prende-se com a visita que aparece de tempos a tempos nos joelhos e que em semana de Almeirim não é o melhor que se pode esperar.

Classificação geral (nunca é demais dizer, a maior classificação de sempre no nosso país)

4 comentários:

  1. Bela reportagem, João! E que contraste entre estas fotos cheias de sol e aquelas que hoje tirei na Serra d'Arga... bem molhadas...

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  2. Olá João, não hajam dúvidas que esta organização é uma máquina, talvez a melhor a nível nacional, pena que continuem a fazer a lista de classificação geral, com o tempo de chegada à meta e não o tempo chip, que é o real.
    Sobre as medalhas, na realidade só fabricam as correspondentes ao numero de atletas à chegada, poupando despesas em cerca de 600, mas depois, provavelmente vão ficar com centenas delas, pois, muitos não as vão levantar, porque são de longe.
    Um belo post sobre esta corrida.

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  3. Quando participei na minha segunda prova, precisamente, a primeira edição da Corrida do Tejo estava muito longe de supor que volvidos todos estes anos ela tivesse esta grandiosidade.
    Continuo a manter divergências nos moldes em que a prova é organizada que podem ser lidas aqui http://ultkm.blogspot.com/2011/09/consideracoes-sobre-as-corridas-do-tejo.html mas não posso deixar de constatar a excelência desta organização.
    Claro que ser a prova Portuguesa com maior número de atletas classificados é algo de muito relativo pois muitas centenas de participantes fazem a prova com se fosse uma caminhada (basta ver pelos tempos nas classificações) e sendo assim é fácil atingir este estatuto
    Segundo me informaram minutos antes da prova passam imagens de edições anteriores, a primeira imagem refere-se à minha chegada na primeira edição.
    Se por um lado me honra esse facto não custava nada a organização ter tentado saber a origem da foto, para que conste o seu autor foi José Custodio Alves Nogueira, um familiar meu, que fez de improvisado fotografo naquele longínquo ano de 1981.
    Outra coisa que me continua a fazer “confusão” tem a ver com a política de marketing que está por detrás da firma que apoia esta prova: centram toda a verba num grande e mediático invento em vez de distribuírem o apoio por várias organizações de provas, como é alias prática de outras marcas concorrente.
    Quem sou eu para por em causa a políticas comerciais deste gigante da indústria desportiva mas penso que a corrida para todos ficaria melhor servida com outras políticas comercias.
    Penso que se poderia ter uma excelente Corrida do Tejo com menos meios, preço das inscrições mais barato e menos mediatismo publicitário! Se formos ver muitas centenas dos que vão alinhar naquela prova nem sequer são praticantes regulares de corrida.

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