Eis a prova: mesmo no aquecimento, ando com "alto rendimento!"
10 minutos antes da partida, a fuga dos atletas para se protegerem da enorme bátega de água
Atleta que é atleta não se assusta com chuva e aqui começou a 1ª edição desta excelente prova
Giro, giro, giro era haver uma prova que começasse num sítio rodeado de árvores, um espaço plano à volta dum lago, uns trilhos numa mata, uma volta à parte de cima dum estádio famoso, com passagem pela tribuna de honra, e regressar ao espaço onde o verde predomina. Seria possível?
Pois o Clube Olímpico de Oeiras lembrou-se que há mesmo um espaço assim e que já merecia uma prova de grande envergadura, o Complexo Desportivo do Jamor. Criou então o Corre Jamor. Aí, os atletas pensaram "hum... naquele espaço deve ser espectacular" e toca de começarem a inscrever-se de tal maneira que, e apesar de ser a edição inaugural, as inscrições esgotaram.
Tudo corria sobre rodas quando São Pedro desconfiou de tanta inscrição e decidiu pôr à prova os atletas. Larga então chuva mais que suficiente para enlamear o percurso. Porém, os atletas compareceram em grande número e São Pedro tentou uma última cartada, uma monumental bátega de água a 10 minutos da partida, a que juntou um vendaval. Mas o atleta quer é correr, faça sol ou chuva e ninguém se foi embora. Rendido à evidência, São Pedro decidiu recompensar a vontade dos ditos atletas com sol à partida, que se prolongou por toda a prova.
Nasceu assim a primeira edição do Corre Jamor para a qual só tenho elogios.
Uma excelente organização, feita por pessoas interessadas em servir o Atletismo e os atletas, um ambiente fantástico entre todos, e um percurso muito bonito, com a sua dose de dificuldade que dá outro valor a quando se corta a meta.
O percurso estava muito bem sinalizado e marcado quilometricamente, reabastecimento a meio da prova e no final, uma bonita camisola que permite prolongar a recordação deste dia, e uma enorme simpatia, vontade e querer de TODOS os elementos da organização. Os resultados foram disponibilizados logo de seguida na internet, com a possibilidade de imprimir o diploma.
De destacar a excelente ideia que foram buscar ao Automobilismo, de numa descida que estava muito enlameada e com sulcos fortes causados por estas últimas chuvadas, colocaram 2 elementos com bandeiras amarelas a alertar o perigo, o primeiro um bocadinho antes para incentivar os atletas a abrandarem e tomarem precauções, o segundo no próprio local a assinalar o sítio.
Competitivamente, foram 679 os atletas que cortaram a meta na corrida maior, 9.150 metros, a que se juntaram mais umas centenas na corrida/caminhada de 3.000 metros.
António Sousa, que muitos atletas reconhecem como o orientador dos treinos da Corrida do Tejo, foi o vencedor com 32.12, seguido a 41 segundos por Custódio António, formando uma dupla do clube da casa, o Olímpico de Oeiras. Bruno Lourenço foi o 3º.
Representando também o Olímpico, Carmen Pires foi a vencedora com 42.48 e um avanço de pouco mais de minuto e meio sobre Susana Almeida (Garmin) que foi a melhor veterana. Paula Silva da Açoreana completou o pódio.
Quanto a mim, esta foi uma corrida que me proporcionou um enorme prazer. Não corri atrás de tempos mas fiquei bastante satisfeito com os 52.26 (tempo real) num percurso onde tinha que se passar muito tempo a olhar para o chão por causa de eventuais poças de lama que poderiam provocar alguma queda. Dei sempre o máximo consoante as condições, apenas tomando muitas precauções nas descidas. A fractura do pé esquerdo foi numa descida molhada e se a mesma não deixou marcas físicas, felizmente, o mesmo já não se passa em marcas psíquicas (vulgo medo), quando o piso está escorregadio e em descida.
Cheguei aos 8 quilómetros e senti-me ainda com muita força e como estávamos a regressar ao alcatrão, decidi dar tudo o que tinha e surpreendi-me com um último quilómetro em 4.14, o que para um atleta como eu é um tempo fenomenal, daqueles de "ir a voar baixinho"...
Espero que esta corrida seja para continuar, um Abraço e boas provas!
ResponderExcluirDepois do sucesso que foi, tem todas as condições para continuar!
ResponderExcluirUm abraço, obnrigado e boas provas também!
Espero para o ano poder participar.
ResponderExcluirA coincidência com a Corrida do Monge impediu-me de estar presente numa prova que percorreu percursos onde eu tanto treinei há mais de 20 anos!
Fica então para o ano, Jorge! Vale bem a pena!
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