domingo, 1 de junho de 2014

Um Oriente muito sofrido


Sempre gostei da Corrida do Oriente e a prova disso é o facto de hoje ter participado pela 8ª vez. Desde que me iniciei no mundo da corrida, apenas não estive presente na edição de 2008.

E o Oriente foi marcante em várias alturas, nomeadamente na 1ª vez que aí corri, 2006, onde baixei pela primeira vez da barreira da hora (59.16) ou a inesquecível edição de 2009 que marcou o meu regresso às corridas após a fractura do pé e uma paragem forçada de 6 meses. 

Hoje também ficou para a minha história como a corrida número 300, apesar de não ter corrido bem.


Como tenho relatado, os últimos tempos não têm sido fáceis e aquele problema intestinal, supostamente causado pelo antibiótico para a infecção do dente (o que parece afinal não ter sido a causa), regressou e em força. 
Para quem nos últimos dias se andou a "desfazer" na casa de banho, e em especial 5 vezes nas últimas 12 horas antes duma corrida, já se sabe que a parte muscular em especial e todo o físico em geral ficam demasiado afectados.

E assim foi a minha corrida. Comecei no ritmo possível, aos 3 kms os músculos começaram a arder e deu-se uma grande luta interna com o físico a implorar para parar e a cabeça a solicitar para continuar. Não é fácil estar a correr e constantemente a ouvir "Pára! Não pára! Pára! Não pára!"
Aos 4,5 cheguei para o pé do passeio com a intenção de andar um pouco mas a força mental não o permitiu e combinei comigo próprio que antes dos 5 não. Depois antes dos 6 não, antes dos 7 não, mas aos 7 os pés começaram a ficar dormentes e a sentir muitas tonturas. Aí, não tive outro remédio que seguir a andar. 


Agradeço a quem passou e deu palavras de ânimo e deu sinais de preocupação. Entretanto aos 9 a Marta e Sandra passaram e passado uns segundos decidi retomar o passo de corrida e ainda as apanhei mas na aceleração para a meta atrasei-me.

E foi assim. Algo está mal e não compreendo mas tem que ser visto. Fui enganado pela associação causa/efeito do antibiótico mas haverá outro motivo.

No domingo estou inscrito para a Meia-Maratona da Figueira da Foz mas ou recupero rapidamente ou não irei pois assim não a conseguirei fazer.

Para comemorar condignamente o facto de ter chegado às 300 corridas, amanhã à noite sairá um artigo a propósito.


Quanto à corrida em si, Hermano Ferreira alcançou o seu 4º triunfo nos últimos 5 anos e 3º consecutivo (30.56), enquanto Cláudia Pereira bisou a vitória do ano passado em 35.58

Classificaram-se 1.538 atletas, menos 231 que o record de 2011 mas sendo que o calendário tem um número cada vez maior de ofertas. Dos 1.538 atletas, 269 são femininas (17,5%)

Este ano deu-se uma alteração ao local de chegada e a prova esteve com o excelente nível organizativo com que sempre nos habituaram. Realce para os dois reabastecimentos, muito útil quando o calor começa a apertar.
No final, todos os atletas receberam a tradicional caneca. 



As minhas 7 canecas (em 2006 ainda não davam)

26 comentários:

  1. Apesar de todas as dificuldades, um tempo em torno da 1h para esta distância não está nada mal, a provar que a força mental é imparável. Mas o importante agora é perceber o que se passa para se conseguir a recuperação plena. As melhoras rápidas!

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    1. É isso, Fiona, tenho que perceber o que se passa

      Beijinhos

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  2. Quando te vi hoje ias embalado (por volta do km 8), nunca pensei que alguma coisa ainda poderia estar mal. De qualquer forma mais uma, 300 :)

    As melhoras João, um abraço!

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    1. Não seria de certo km 8 mas sim antes do 7 :)

      Obrigado e um abraço

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    2. Sinceramente nem sei bem, por essa altura andava completamente perdido à procura de onde tinha estacionado carro (se esta cabeça já está assim aos 24 anos... :)

      um abraço

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    3. He he, agora imagina a minha cabeça com mais 30 anos... :)
      Provavelmente viste foi no último km onde tornei a correr e estava a ver se apanhava a Marta.

      Um abraço

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  3. Tu és um grande campeão, um atleta com H grande, um homem que não vira a cara à luta e nunca desiste! És o meu herói, corredor de pelotão que dá tudo pela corrida! As tuas 300 provas são um exemplo, como é um exemplo o teu blogue e tudo o que tens feito em prole da corrida para todos.
    O mundo seria bem melhor se mais mulheres e homens tivessem o teu carácter, a tua generosidade, a tua frontalidade e a tua solidariedade.
    Infelizmente muito enveredam pela calúnia, estúpida, absurda, anónima e cobarde. Para mim não passam de uns vermes (com o meu pedido de desculpa aos vermes) e alem disso são estúpidos porque não tem a noção do que é o spam e que é tão simples descartar o lixo virtual sem sequer o ler!
    Tens de dar tempo ao tempo para recuperares a “máquina” e veres o que se passa com ela mas tu vais voltar a correr em grande forma e fala a minha experiência de 34 anos de ligação com a corrida onde já subi aos céus mas também escalei a pulso a saída de vários infernos!
    Tu és “grande” João Lima!
    Forte, emotivo e sentido abraço!

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  4. As melhoras, João! :(
    Trata da saúde e depois trata dos kms, que eles não perdem pela demora. :)
    Beijinhos grandes
    Força!

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  5. Podes não estar em pleno da tua condição fisica, mas olha tudo aquilo que já conseguiste?!?!!? Tudo com força garra e determinação. E acima de tudo, nunca desistir quando parece que tem tudo para dar errado.
    Por isso, esta fase é isso mesmo apenas mais uma fase e quando passar estarás de volta em grande.

    Beijinhos e as melhoras

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  6. Grande João, sempre na luta. Parabéns pelas 300...incrível e fantástico, e isto para quem corre à poucos anos!!!
    E toca a aprofundar a razão desses "desarranjos" para resolver a coisa de uma vez por todas e puderes voltar a correr feliz da vida.
    E agora já falta menos uma para as 500 - tenho dito :)
    Grande abraço e as melhoras

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  7. João, sem saúde não há corrida! Por isso, cuida-te bem, para que possas desfrutar os longos anos que ainda tens pela frente.
    Parabéns pela "caneca" no Oriente!
    Beijinhos e as melhoras!

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  8. Parabéns amigo! Parabéns pela tua persistência e espírito de sacrifício. Muito pouca gente teria continuado até ao fim.
    Agora tens é que tratar de ti.
    Beijinhos grandes e melhoras rápidas!

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  9. As melhoras, João.
    Por vezes a causa é simples, outras vezes, nem por isso, outras ainda a soma de vários factores, que se não atempadamente acompanhados parece que se vão alimentando e aumentando...
    Assim, vê lá o que se passa ( eu a dar conselhos sou o máximo, já a segui-los...).
    Seja como for, nesse estado e ainda acabares a prova e a rondar a hora só prova a fibra de corredor que tens!
    As melhoras, abraço

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    1. Força João!
      Esta má fase vai passar.
      Boa meia da Figueira da Foz, vais de certeza recuperar até lá.

      Abraço

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    2. Obrigado Vítor mas da maneira como a coisa está a não evoluir, é cada vez mais certo que não irei à Figueira

      Um abraço

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  10. Caramba João, que raio de problema esse que até deve dar para ter saudades do tempo da fractura. Ao menos aí sabia o que tinha e quanto tempo ia ficar sem correr. Nestas altura só me ocorre partilhar as sábias palavras do Schuller: Tough times never last, but tough people do.
    O João é dos duros e há-de ultrapassar isto.
    Abraço
    Ricardo_A

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  11. Como te percebo, a diarreia dá cabo de nós.. Na ultima semana também sofri com isso, parece que nos suga a energia.. Realmente andas a atravessar tempos complicados, mas a coisa vai melhorar de certeza. Espero que consigas pelo menos sentir-te fisicamente apto para a Figueira, mesmo que não te sintas em forma. Pode ser que dês a volta por cima, como eu dei no Luxemburgo. Às vezes basta uma boa corrida, mesmo que lenta, para nos devolver à vida. Força João, estou contigo!

    PS - Estou sinceramente a puxar por ti, as tuas palavras no meu post da maratona deixaram-me sentido. Espero mesmo que recuperes até à Figueira!

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