domingo, 20 de novembro de 2011

Um muito agradável sobe e desce em Odivelas

Antes da partida com o "super-sónico" Nuno

Diz a lenda que o rei D.Dinis escapava do Paço Real de Lisboa para, a coberto da noite, vir ter com as suas amantes que viviam no local hoje conhecido por Odivelas.

Pensava ele que a rainha Santa Isabel nem sequer desconfiava mas isso era ignorar o famoso 6º sentido feminino. A rainha sabia e sofria em silêncio, até que decidiu mostrar-lhe o seu conhecimento, tendo pedido auxílio a damas da corte para se colocarem com archotes num local então deserto, hoje Lumiar, por onde passava o rei.

Quando D.Dinis se aproximou, a rainha disse-lhe:
"Ide vê-las. Nós alumiamos o vosso caminho"

Daí, o Lumiar ter esse nome e foi de "Ide vê-las" que se formou o nome Odivelas.

Seja ou não lenda, D.Dinis está ligado à terra pois é no Mosteiro de S.Dinis e São Bernardo de Odivelas, por si mandado erigir, que repousam os seus restos mortais.

Daí, a homenagem consubstanciada no nome da corrida que hoje se estreou, a Corrida de D.Dinis festejando os 13 anos de Odivelas como cidade.

Mais uns momentos e iniciava-se a 1ª edição desta corrida

E foi uma excelente primeira edição, abençoada por um muito bem recebido sol, após as intempéries dos últimos dias.

Organização que nada deixou ao acaso, bom hábito das provas que contam com o apoio técnico da Xistarca, e que os atletas responderam com uma muito boa participação de 759 classificados na prova principal, números a que se juntam os da caminhada.

O percurso foi um constante sobe e desce. É o meu tipo preferido de provas mas sei que é o inverso da maioria do pelotão. No entanto, todas as opiniões que ouvi após a prova eram de muita simpatia pelo trajecto, pois o sobe e desce resultou duma forma muito agradável.

O vencedor masculino, Pedro Gomes, prepara-se para cortar a meta

Pedro Gomes da Odimarq Alumínios foi o mais rápido a percorrer os 10.000 metros, no tempo de 33.35, 7 segundos à frente de David Fernandes do Mirantense e 10 sobre o seu colega de equipa, Luís Batista.

A vencedora feminina, Lúcia Oliveira, momentos após terminar a sua prova

No capítulo feminino, venceu Lúcia Oliveira da Açoreana Banif em 43.31 e um avanço de 14 segundos sobre Marta Fonseca da ADFA e 20 sobre Maria Piedade Alves do Fontainhas.

Colectivamente, a Odimarq Alumínios, com 3 atletas nos 4 primeiros lugares, a que se juntou um 13º, venceram com 21 pontos, seguidos dos Leões de Porto Salvo (37) e do Toledo a finalizar o pódio (82).
De destacar que nas classificações consta, não só o tempo final e de passagem mas também o tempo real (de chip).

Terminaram 95 atletas femininas (11,9%) numa classificação de 4 escalões no sector, o que não é muito habitual mas que se espera seja seguido por mais organizações, sendo mesmo o ideal a uniformização de número de escalões com o masculino, incentivando mais a presença feminina que, paulatinamente, vai aumentando, apesar de ainda longe dos padrões de outros países europeus.

No final, saco com medalha, T-Shirt técnica e um cubo de marmelada branca, especialidade local.

Prova feita e bem feita

A minha corrida deu-me imenso prazer pois correspondi a um aumento de ritmo em relação aos últimos eventos, prova que o mau tempo de baixa de forma que sofri, está a dissipar-se.

O percurso, como já referi, era do meu agrado e realizei 53.26, tendo melhorado a média ao longo dos quilómetros, sinal que estava bem. Uma prova onde me classifiquei melhor, na relação lugar/participantes, do que o habitual, 483º em 759, factor que não me preocupa, só tenho olhos para o tempo, mas que prova que a dificuldade da prova era maior, o que dignifica mais o meu registo.

Claro que poderia ser melhor caso não me cortasse nas descidas mas esse é um ponto onde tenho sempre muito cuidado para não potenciar eventuais lesões, especialmente numa altura que o joelho me faz lembrar que existe, apesar de eu o tentar ignorar.

Como curiosidade, recebi hoje a minha 80ª medalha de presença em 195 provas, foi a 10ª vez que corri pelos 4 ao Km e estive presente pela 19ª vez num edição inaugural.


5 comentários:

  1. Parabéns!
    Um autentico “papa provas”!
    Com esse teu amor pelo sobe e desce quando vens fazer uma experiências nos trilhos?
    Pois as descidas e o joelhos...Olha eu também sou um desastre nas descidas e ando sempre com joelhos “queixosos”!...
    Mas fica aqui o convite, público, para participares na 30ª edição do Manteigas – Penhas Douradas em 4 de Março de 2012.
    Deve ser um prova a tua maneira pois é praticante sempre a subir e o piso é bom!

    ResponderExcluir
  2. Uma bela corrida e... uma excelente lição de história! Lembro-me de Odivelas do tempo do serviço militar!...
    (Já agora, o desafio do Jorge Branco parece boa ideia, João!)

    ResponderExcluir
  3. Se nesta prova com vários sobe e desce conseguiste esse bom tempo, prevejo que os 49:59 estão cada vez mais perto. Só acho é que as chegadas a meta têm que começar a ser mias intensas. Abraço

    ResponderExcluir
  4. Tive pena nao estar nesta prova... parabéns João

    ResponderExcluir
  5. Muito bom João, já melhorou.
    Então, também há uma lenda igualzinha em Leiria, só que esta é referente à povoação de Amor ali perto da cidade, a Rainha terá dito ( para não se perder amor) ele era mas era um grande malandreco e a Stª Isabel tinha uma paciência de Jó
    bj eugénia

    ResponderExcluir