terça-feira, 30 de novembro de 2010

Anunciadas selecções Sub-23 e Juniores para Albufeira

Depois de termos conhecido as selecções seniores que nos irão representar no Europeu de Corta-Mato a disputar em Albufeira a 12 de Dezembro, foram ontem anunciadas as selecções sub-23 e juniores. Sendo o máximo de 6 atletas, de destacar que é a primeira vez que Portugal se faz representar por selecções completas em todos os escalões e sectores.

Sub-23 Femininos:
Ana Mafalda Ferreira (Estreito)
Carla Salomé Rocha (JOMA)
Daniela Cunha (Maratona)
Sara Carvalho (ADERCUS)
Sónia Catarina Lima (Várzea)
Tânia Silva (Liberdade Famalicão)

Sub-23 Masculinos:
Jorge Santa Cruz (Benfica)
Luís Mendes (Cyclones)
Paulo Lopes (Várzea)
Ricardo Mateus (Sporting)
Ricardo Vale (Braga)
Tiago Costa (Braga)

Juniores Femininos:
Bárbara Ferreira (Braga)
Catarina Carvalho (Zona Alta)
Catarina Gonçalves (Várzea)
Débora Santos (Benfica)
Marta Martins (Vidigalense)
Susana Godinho (Benfica)

Juniores Masculinos:
Diogo Lourenço (Vianense)
Emanuel Rolim (Benfica)
Fábio Rebelo (Pego Longo)
José Costa (Cyclones)
Nuno Santos (Benfica)
Rui Pinto (Benfica)

Recordem-se, novamente, as selecções séniores.

Séniores Femininos:
Ana Dias (Benfica Faro)
Anália Rosa (Maratona)
Dulce Félix (Maratona)
Jéssica Augusto (Individual)
Marisa Barros (Benfica)
Sara Moreira (Maratona)

Séniores Masculinos:
Eduardo Mbengani (Conforlimpa)
José Rocha (Maratona)
Licínio Pimentel (Conforlimpa)
Rui Pedro Silva (Maratona)
Rui Silva (Sporting)
Youssef el Kalai (Conforlimpa)

De notar que Anália Rosa assustou com uma contratura sofrida em Espanha no domingo mas que já se soube não ser grave, não estando em causa a sua presença.

Deseja-se a todos os 36 atletas as melhores felicidades para este evento!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Grande Prémio da Arrábida com grande incremento de atletas

Neste fim-de-semana ocorreram duas provas onde ambas esgotaram as inscrições. Já falei numa, Corrida Luzia Dias, altura para falar na 5ª edição do Grande Prémio da Arrábida que aumentou de forma significativa a participação de atletas.
Após nas 4 primeiras edições o número estar sempre na casa das 2 centenas (respectivamente 205, 296, 246 e 276), este ano por pouco não se atingiu o meio milhar, mais concretamente 486 atletas classificados.

Esta prova, organizada pelas Lebres do Sado, tem particularidades próprias como o facto de começar atrás de marcadores de ritmos e de ter um reabastecimento com moscatel.

Rui Baltazar e Cátia Serôdio inscreveram pela primeira vez o seu nome na galeria de vencedores, onde apenas Chantal Xhervelle já venceu por mais do que uma vez ao conquistar as 3 primeiras edições.

Rui Baltazar do Liberty completou a prova em 50.30, deixando João Ginja do Macedo Oculista a 8 segundos e Rui Infante do Praças da Armada a 20.
Cátia Serôdio do Alvitejo terminou em 59.38, com Carmen Pires do Asas do Milenium a 24 segundos e Patrícia Rosado do Vitória de Setúbal a 32.

domingo, 28 de novembro de 2010

Corrida Luzia Dias - Obras estragam eventual record pessoal

Eu e o Carlos antes do aquecimento
A homenageada Luzia Dias

Decorreu hoje a 4ª edição da Corrida Luzia Dias que bateu o seu record de participantes, passandio de 595 para 626.
Carlos Silva do Sporting venceu em 30.11, batendo por 27 segundos Riad Mohamed do Benfica. Curiosamente as vitórias masculinas ficam agora empatadas em duas para o Sporting e duas para o Benfica. Elias Vitangui do Odimarq Aluminios completou o pódio a 15 segundos do 2º.
Beatriz Cunha e Vera Nunes discutiram a vitória até ao final, ganhando a primeira por 9 segundos e 35.36, Telma Silva do Bouça foi a 3ª a 1.04 da vencedora.
A atleta que dá o nome à prova, Luzia Dias, terminou como 4ª veterana com 42.21.
Colectivamente os Leões de Porto Salvo dominaram ao colocarem os seus 4 atletas nos 12 primeiros lugares. Macedo Oculista e a Odimarq classificaram-se em 2º e 3º.

Ao contrário dos outros anos, nem tudo correu bem nesta prova. A prova jovem atrasou-se bastante, obrigando ao atraso da prova sénior mas o pior foi que os jovens atletas tiveram um espaço reduzido para cortar a meta pois passava das 10 horas e o pelotão já estava compacto para a partida. Mas o pior foi o que aconteceu com o reabastecimento que, pura e simplesmente, não existiu, não servindo de desculpa o tempo frio. No próprio regulamento estava indicado que haveria abastecimento a meio da prova.
Prova que acabou por ter menos 400 metros em virtude de obras. Se as obras são uma causa alheia, teria sido agradável haver um aviso prévio. Ou pelo menos se houve, não ouvi.

Quanto à minha prova, sei que deveria estar contente pelo que fiz mas acabo por sentir uma certa frustração, especialmente por já não ser a primeira vez que acontece, pois corri de molde a poder bater o meu record pessoal dos 10, que está desde o longínquo 4 de Fevereiro de 2007 em Grândola.
Sabia que hoje ainda não seria o dia de entrar nos 49, mas tinha esperança de pela 3ª vez na minha carreira fazer o minuto 50 (ambas as anteriores vezes em Fevereiro de 2007) e talvez bater o record. Ataquei desde o início mas tive o primeiro aviso quando aos 2.600 metros apareceu a placa dos 3 quilómetros. Acreditando nalgum engano, continuei a dar o meu máximo e só no último quilómetro tive a certeza de que a distância não iria chegar aos 10. Acabei com uma média ao quilómetro de 5.04, o que multiplicado por 10 daria 50.40. Ora como já não ataquei mais nas últimas centenas de metros, se visse que iria bater o record teria feito um final diferente e estou convencido que baixaria dos 50.37
Ainda não foi hoje que a minha página de records em distâncias de corridas deixou de ter um ano diferente de 2007, ano em que estão os meus records de 10.000, 15.000 e Meia-Maratona, como pode ser visto aqui. Basta esperar que as lesões não me tornem a surpreender como o fizeram no passado para em 2011, e continuando o bom trabalho que estou a desenvolver, ter grandes alegrias.

Cross de Torres Vedras - Selecção Nacional sénior definida

Jéssica Augusto vence em femininos
E Licínio Pimentel nos masculinos
Antes da prova, Dulce e Jéssica brincam com o número que lhes foi atribuído. Acabariam nos 2 primeiros lugares mas por ordem inversa

O Corta-Mato de Torres Vedras foi ganho, na vertente feminina, por uma demolidora Jéssica Augusto a quem lhe bastaram 18.20 para completar o percurso, terminando com um avanço de 24 segundos em relação à actual campeã nacional de cross longo e curto, Dulce Félix. A menos que alguma coisa se passasse, era esperada a qualificação de ambas as atletas. No Jamor, Dulce não tinha competido, a prova foi disputada uma semana após a Maratona de Nova Iorque, e Jéssica sentiu-se indisposta e abandonou. Agora ambas se qualificaram, deixando a expectativa de quem seria o 6º nome. E foi Marisa Barros, com 19.15, a 3ª classificada e, por inerência, a qualificada para Albufeira.
Seguiram-se em 4º Ercília Machado (19.34), 5º Sandra Teixeira (19.48), 6ª Cláudia Pereira (19.58), 7ª Doroteia Peixoto (20.03), 8º e vencedora sub-23 Ana Mafalda Ferreira (20.08), 9º Madalena Carriço (20.11) e 10ª Solange Jesus (20.35)
Jéssica Augusto, Dulce Félix e Marisa Barros, juntam-se assim a Anália Rosa, Ana Dias e Sara Moreira como as nossas representantes para o Europeu de Cross a disputar a 12 de Dezembro em Albufeira.

Licínio Pimentel venceu nos masculinos com 31.32, sendo o 2º Eduardo Mbengani, 3º Rui Silva e 4º José Rocha, curiosamente todos separados por 4 segundos entre eles (respectivamente 31.36, 31.40 e 31.44). Bruno Jesus foi o 5º (31.54), 6º Alberto Paulo (32.03), 7º e vencedor sub-23 Tiago Costa (32.17), 8º Filipe Pedro (32.42), 9º Mário Teixeira (32.12) e 10º Sérgio Silva (32.14)
Licínio Pimentel, Eduardo Mbengani, Rui Silva e José Rocha, juntam-se a Youssef el Kalai e Rui Pedro Silva para a selecção nacional.

As selecções nacionais de sub-23 e juniores irão ser divulgadas amanhã.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Grande Prémio do Natal em Lisboa regressa aos 9 quilómetros

A edição nº 53 do Grande Prémio de Natal, promovido pela Associação de Atletismo de Lisboa, regressa a uma extensão de 9 quilómetros após 3 anos com os 10.
Tal como no ano passado, a partida será dada na Praça Duque de Saldanha. Aliás, o percurso é basicamente semelhante ao do ano passado apenas quedando-se pelo Rossio e já não regressando aos Restauradores.
Tal não deixa de ser uma pena pois os atletas preferem distâncias standard e este trajecto era bom para tempos aos 10 quilómetros.
Esperemos é que não se repitam os erros organizacionais dos últimos eventos, em especial o de 2009 com a ridícula fila para se cortar a meta. Recorde-se que, apesar da largura que poderia ser utilizada, os atletas eram confinados a uma estreita fila, onde nem tinham que perder tempo a retirar o chip pois este vinha no dorsal, servindo a dita fila apenas para receber uma garrafa de água e uma camisola mas, por razões que a própria razão desconhece, era lentíssima. No meu caso, parei a 30 metros da meta e demorei mais de 4 minutos a cruzá-la! Inclusive após ouvir o apito do chip, saí da fila, prescindindo da água e camisola que não compensavam os largos minutos que teria ainda que esperar ao frio. E se estava frio nesse dia!
Nem é necessário comparar com provas como a Corrida do Tejo onde chegam quase 10.000 atletas, que ainda têm que tirar o chip, e tudo se desenrola bem e ninguém fica no contra-senso de estar parado à espera de poder cortar a meta.
Esperemos que este ano a A.A.L. possa dignificar esta prova tão antiga.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

São Silvestre de Lisboa com novo percurso


A 3ª edição da São Silvestre de Lisboa, que se realizará às 18 horas de 26 de Dezembro, irá ter um novo percurso.
Depois de as 2 primeiras edições terem partido do Rossio, que se revelou pequeno para o efeito na edição de 2009, a partida e chegada desta edição será na Praça do Comércio, como era desejo dos organizadores mas que só se pode concretizar este ano devido às obras que aí ocorreram.
O percurso, que poderá ser visto em pormenor clicando na imagem ao lado, é o seguinte:
Partida da Praça do Comércio em direcção à Rua da Prata, Rua da Betesga, Praça D. Pedro IV(Rossio) e retorno na Praça do Restauradores.
Após o 1º retorno, na Praça dos Restauradores, continuação pela Praça D. Pedro IV (Rossio), Rua do Ouro, Rua do Arsenal, Cais do Sodré, Avenida Ribeira das Naus e retorno na Avenida Infante D. Henrique.
Após o 2º retorno, na Avenida Infante D. Henrique, continuação pelo Campo das Cebolas, Rua da Alfândega, Rua da Prata, Rua da Betesga, Praça D. Pedro IV (Rossio), Praça do Restauradores e retorno na Avenida da Liberdade.
Após o 3º retorno, na Avenida da Liberdade, continuação pela Praça dos Restauradores, Praça D. Pedro IV (Rossio), Rua do Ouro, Rua de São Julião e Rua Augusta, em direcção à meta na Praça do Comércio.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Troféu das Localidades de Oeiras sempre começa em Carnaxide

Depois da feliz confirmação que o Troféu das Localidades de Oeiras 2010-2011 sempre ia para a frente, notícia que tinha colocado aqui, a única dúvida que deixei presente foi relativa à prova de Carnaxide, que tinha a data de 8 de Dezembro.
Pois já tenho a confirmação oficial que sempre se mantêm nessa data.
Tudo está assim a postos para o arranque deste fundamental troféu que faz mexer dos 8 aos 80, inclusive já há dorsais, como podem ver na foto o meu.

Relembro o calendário:

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Corrida Luzia Dias já esgotou as inscrições

A 4ª edição da Corrida Luzia Dias, organizada pela Associação de Moradores do Bairro da Cruz Vermelha no Lumiar, já esgotou as 600 vagas para as inscrições, tendo chegado mesmo aos 650 atletas, o que demonstra que esta corrida enraizou nos hábitos dos corredores.
Sendo totalista, posso afirmar que é uma prova simpática, feita por pessoas dedicadas e que pretenderam homenagear uma moradora do seu bairro, a conhecida Luzia Dias.
Tendo-se realizado sempre no mês de Novembro, a edição inaugural de 2007 contou com 298 atletas cujo passa-palavra resultou para as edições seguintes, 595 e 586, tendo este ano chegado ao limite.
Outro nome famoso, Dionísio Castro, irá dar o tiro da partida às 10 horas do próximo domingo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mundial de 2015 em Pequim

O Ninho de Pássaro, estádio dos Jogos Olímpicos de 2008, vai tornar a receber todos os grandes atletas mundiais aquando da realização do Campeonato Mundial de 2015.
Após a desistência de Londres, Pequim ficou automaticamente eleita como organizador.
Recorde-se que o Mundial disputa-se de 2 em 2 anos, sendo que a edição de 2011 será em Daegu (Coreia do Sul) e em 2013 na capital russa, Moscovo.

domingo, 21 de novembro de 2010

Mendiga, mais do que uma corrida, um acontecimento, um exemplo!

Minha estreia na Mendiga
A feira de especialidades
O almoço convívio e a animação
A grande montra de troféus
O troféu dado a todos os atletas
Os 3 primeiros masculinos (foto Xistarca)
Pódio feminino

Foi a primeira vez que vim a Mendiga, e não sabia o que andava a perder.
"Mendiga sabe receber", foi uma frase dita nos discursos de agradecimento, mas isso é dizer pouco duma população que se une em bloco para proporcionar a todos um dia dificilmente esquecível.
Este Grande Prémio da Mendiga, que teve hoje a sua 23ª edição, mais do que uma corrida, é um acontecimento, um verdadeiro exemplo para tantos, numa altura que o individualismo impera na nossa sociedade. Todos unidos em prol do bem comum.
E se na maior das provas, faz-se em prazer e vamos embora, nesta a corrida é apenas um início. Segue-se um simpático e bom almoço, estendendo o convívio, a distribuição de prémios e o sorteio, que prende todos.
E no final, já se sente pena do dia acabar.

Competitivamente, Hermano Ferreira da Conforlimpa continua a mostrar a excelente forma em que se encontra, vencendo com 49.04, 32 segundos à frente do seu colega Alberto Chaiça que na parte final ultrapassou António Travassos do Benavente, que aos 10 kms ainda acompanhava Hermano, acabando por se quedar no 3º posto a 1.05 do vencedor.
Madalena Carriço do Marítimo tornou a vencer na Mendiga, fazendo-o com 1.00.40 e um avanço de 1.01 sobre a atleta do Patameiras, Beatriz Cunha, tendo a benfiquista Vera Nunes completado o pódio a 1.33
O Reboleira venceu colectivamente à frente do Barreira e Macedo Oculista. O Barreira venceu o prémio de ter maior número de atletas até 1.10.00, nada menos nada mais que 17 classificados!
Terminaram 454 atletas, o que reforça o aumento de atletas do ano passado, após uma certa quebra. Em 2008 tivemos 424, 431 em 2009 e hoje 454.
O interesse, dedicação e simpatia de toda a gente de Mendiga merece bem a deslocação. E quem se desloca é bem compensado com um grande dia.

Quanto a mim, após o "momento de glória" da Nazaré, tive um problema num músculo lombar na 3ª feira (em nada relacionado com a corrida) o que me obrigou a andar ligado. A isso juntou-se uma forte constipação, mas nada disso me impediu de fazer mais um bom resultado. Em 16.300 metros, parei o relógio aos 1.28.05, passando aos 10 em 55.01 e aos 15 em 1.22.09, tempos que ainda recentemente tinha grande dificuldade em alcançar e agora fi-lo numa prova onde me fui a poupar, não dando o meu máximo, por precaução. Aliás, este tempo aos 15 foi o melhor desde 2007. Numa prova de 16.300 e sem estar a dar o máximo... Uma prova mais do que o novo esquema de treinos me tem mudado.
O único momento mais difícil foi a chuva aos 5 kms, e que durou uns 10 minutos, pois vinha bem gelada. Para quem já estava mal da garganta, não foi nada bom, mas isso supera-se com a alegria e prazer de correr.
E mais uma vez, só não perdi esta corrida, como muitas no passado, porque tenho uma osteopata de nome Paula Almeida que tem umas mãos milagrosas.
Obrigado Paula por mais esta!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Livro "Cem Anos de Maratona em Portugal"

António Manuel Fernandes, conhecido director da excelente e imprescindível Revista Atletismo, vai lançar no final deste mês, a poucos dias da Maratona de Lisboa, um livro intitulado "Cem Anos de Maratona em Portugal".

Comemorando os 100 anos da introdução desta distância no nosso país, este livro foca todas as Maratonas que já existiram em Portugal, retrata as condições de treino de antigamente e da actualidade, além dos inevitáveis episódios, alguns inéditos, vividos pelos maratonistas.

Um livro obrigatório para quem se interessa pela história da nossa modalidade, e não só!

Recorde-se que a Maratona é o sonho maior do atleta de pelotão (fazendo uma ninguém lhe retirará jamais o título de "Maratonista"), e vem numa altura de expansão de maratonistas portugueses, com os records que se têm registado,
Recorde-se que na Maratona de Lisboa se ultrapassou, pela primeira vez, a barreira do milhar em 2008, 1.005 atletas classificados, número que subiu em 2009 para 1.153 e já novamente batido neste mês com os 1.180 da Maratona do Porto.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Gebrselassie prepara Londres 2012

A frustração nunca foi boa conselheira na hora de se tomarem decisões. Mas o voltar atrás e reverter o que estava mal decidido, é sempre uma opção.
Depois da frustração pela desistência na Maratona de Nova Iorque, Haile Gebrselassie anunciou o seu abandono, apanhando todos desprevenidos.
De imediato começou a receber muitos incentivos para continuar, apercebendo-se inclusive do impacto que essa notícia teve para o povo e juventude da Etiópia. Igualmente se apercebeu que não tinha deixado de ser o super-atleta que sempre o foi mas apenas tinha sido um dia negativo e, digamos, abandonou a ideia de abandono.
Inclusive veio declarar que o seu próximo grande objectivo são os Jogos Olímpicos de Londres 2012, naturalmente na Maratona.

Recorde-se que Gebrselassie foi campeão olímpico nos 10.000 metros em Atlanta 1996 e Sidney 2000, campeão mundial de 10.000 em 1993, 1995, 1997 e 1999, campeão mundial de 3.000 em pista coberta em 1997, 1999 e 2003, campeão mundial de 1.500 em pista coberta em 1999, campeão mundial de corta-mato em 1994, além de 26 records mundiais!
Esses 26 records mundiais estão repartidos por:
Pista ao ar livre - 2 milhas (2 vezes), 5.000 (4 vezes), 10.000 (3 vezes) e 1 hora
Pista coberta - 2.000, 3.000 (2 vezes), 2 milhas e 5.000 (3 vezes)
Estrada - 10.000, 15.000, 10 milhas, 20.000, Meia-Maratona, 25.000, 30.000 e Maratona (2 vezes)

Palavras para quê?

domingo, 14 de novembro de 2010

Meia-Maratona da Nazaré (com marca pessoal "de sonho")

Momentos inesquecíveis de uma marca que não contava mais fazer

Não vai ser fácil falar objectivamente nesta crónica da Meia-Maratona da Nazaré pois, passadas 10 horas de ter cortado a meta, ainda me custa a acreditar que tornei a baixar das 2 horas quando já não o esperava fazer mais.
Para a minha "carreira", apontei 3 objectivos, concluir uma Maratona (um dia...), baixar dos 50 minutos numa corrida de 10 (qualquer dia é o dia...) e baixar das 2 horas numa Meia, único objectivo já concretizado, mais exactamente em Dezembro de 2007 na Meia de Lisboa, com o tempo de 1.56.35, num dia onde estiveram reunidas as mais ideais condições atmosféricas e num percurso rápido e plano.
Em virtude de diversas vicissitudes, como a fractura do pé e a dificuldade em ter tornado a adquirir a forma, não contava mais baixar das 2 horas. Dizia, convictamente que o tinha feito num dia e não iria conseguir repetir. Isso implica uma média de cerca de 5.30 ao quilómetro, o que ainda há pouco me era difícil manter numa prova de 10, e desde o meu regresso da fractura que o melhor tempo era 2.14.33
Vim para esta Meia ciente que a minha forma melhorou a olhos vistos, em virtude de todo o novo esquema de treinos que tenho aplicado desde Julho, mas como tenho privilegiado mais a velocidade que longas distâncias, sabia que o melhor que podia contar era um tempo abaixo das 2.10, o que já era bastante bom para o que tenho feito em Meias.
Desde a partida que, naturalmente, fui para uma média de 5.30, o que me assustou pois ia ter 21.097 metros pela frente e iria claudicar se não abrandasse. Por duas vezes tentei reduzir mas não consegui pois não me sentia bem ir mais devagar e mantive esse ritmo. Por volta dos 4 quilómetros comecei a ter uma estranha sensação que iria dar para manter sempre essa velocidade. Deixei-me ir, com os quilómetros a passarem e a aguentar-me bem. Aos 14 senti os atacadores do sapato direito soltos. Parei, apertei e mal recomecei, e apesar de ainda faltar um terço, 7 quilómetros, tive a certeza que iria assim até ao final, começando a sonhar com 1.59 e a possibilidade, impensável à partida, de tornar a baixar das 2 horas. Mais à frente acreditei que ia para 1.58 e no último quilómetro que afinal seria 1.57. Porém, para maior alegria, o tempo acabou por ainda ficar no minuto anterior, 1.56.53 de tempo real e a apenas 18 segundos do meu record.
Claro que se pode pensar no tempo que estive parado a apertar o atacador, não sei se mais ou menos que 18 segundos, mas isso é algo que nem me preocupo. Se tivesse feito uma prova sempre a pensar num record, poderia questionar, mas como fiz algo que me deixou com a felicidade que as fotos demonstram, está tudo melhor que bem.

É sempre um momento único participar nesta Meia, e apenas o fiz pela 2ª vez, e sentir toda a sua mística. No local da partida, era contagiante a alegria de cada atleta em participar em mais uma edição da Mãe das Meias, e já vão 36. Além de terem sido chamados e recebido uma lembrança os 3 atletas que fizeram anos neste dia, foram igualmente chamados 2 atletas que somam 35 e 34 participações, respectivamente Henrique Hélder e Manuel Arons de Carvalho. Henrique Hélder apenas falhou a 1ª edição, por ter apenas 14 anos, tendo já corrido na 2ª com 15 anos. Arons de Carvalho só tinha falhado uma nos anos 90 por estar no estrangeiro, mas no ano passado acabou por não correr pois a 30 minutos da partida, quando calçava os ténis, teve um problema com uma hérnia discal e enquanto os seus colegas partiam, ele ia de maca para o centro de Saúde.

A organização é excelente e muito rodada e tivemos uma partida em condições, o trânsito completamente cortado, reabastecimentos com água e esponjas de 5 em 5 quilómetros, público entusiasta (a passagem pela praça perto dos 4 quilómetros é digna de nos sentirmos "vedetas"), um bonito prato como recordação, além de outros mimos.

Luís Ginja do Reboleira inscreveu o seu nome como vencedor nesta prova, com o tempo de 1.09.39. Esta marca mantêm a tendência das últimas 3 edições onde o tempo vem piorando e apenas é batido pelo da edição inaugural. O seu avanço foi de 14 segundos para Óscar Mendes do Liberdade e 30 para Carlos Santos do Benfica.
No sector feminino também uma estreante a ganhar na Nazaré, Chantal Xhervelle dos Machada Runners, 1.24.57 que é quase 9 minutos mais rápido que a marca do ano passado, com a vencedora dessa mesma edição, Patrícia Ferreira da Zona Alta a 3.43 e Patrícia Monteiro da Clark a 4.39
Classificaram-se 1.169 atletas, o que contraia a tendência de descida de participações que vinha ocorrendo há 3 edições consecutivas, pois este ano tivemos mais 130 atletas do que no ano passado e 19 em relação a 2008.
De registar que houve 237 inscritos que não compareceram. Provavelmente alguns assustaram-se com as previsões, que apontavam para alerta amarelo com aguaceiros e rajadas de vento, à semelhança do que aconteceu durante a noite, mas o tempo deu tréguas, antes da partida o sol esteve bonito, apenas caíram uns pequenos pingos por volta da hora de corrida e depois com cerca de 2.05 de prova, é que choveu forte uns 5 minutos, aliado a um forte vento.

Venha a edição 37!

sábado, 13 de novembro de 2010

Cross Internacional de Oeiras - Jamor

Anália Rosa brilhante vencedora no Jamor
Fase inicial da prova com Jéssica em 1º, Wanjiru em 2º, Anália 3ª, Sara 4ª, Ana Dias 5ª e Doroteia Peixoto em 6º
O pódio. Anália no lugar mais alto com Wanjiru em 2º e Ana Dias 3ª
Primeira volta da corrida masculina
O vencedor, Teklamariam Medhin
O melhor português, Youssef el Kalai em 5º
Rui Pinto, vencedor júnior, fez uma corrida sempre isolado, provando todo o seu potencial

A ameaça da chuva esteve sempre presente mas acabou por nunca se concretizar, ao contrário da imensa chuvada do ano passado, não estragando muito o piso para a 11ª edição do Cross Internacional de Oeiras, disputado no Jamor.

Na corrida feminina, que apurava 3 atletas para o Europeu de Albufeira, Jéssica Augusto tomou a dianteira inicial, sempre seguida por um grupo que incluía Anália Rosa, Sara Moreira, Ana Dias e a queniana Annah Wanjiru. Depois de Jéssica e Anália alternarem o comando por algumas vezes, no início da 3ª das 4 voltas e de forma surpreendente, Jéssica abandonou. Anália isolou-se deixando a discussão do 2º posto até à meta entre Wanjiru e Ana Dias, que acabaram por esta ordem, com a regressada Sara Moreira a finalizar na 4ª posição e a conseguir o apuramento que parecia complicado poucas semanas antes, em virtude da sua lesão que, felizmente, ficou debelada. Sandra Teixeira e Doroteia Peixoto gladiaram-se pelo 5º posto, ambas foram creditadas com a mesma marca, sendo 7ª a australiana Benita Willis, à frente da jovem e promissora Daniela Cunha que, por sua vez, precedeu Elisabete Lopes e Madalena Carriço.
Assim, Anália Rosa, Ana Dias e Sara Moreira já são donas de 3 lugares para o Europeu, ficando-se a aguardar por Torres Vedras onde Jéssica Augusto e Dulce Félix deverão garantir os seus lugares, restando a expectativa para o 6º nome.

No sector masculino, Rui Teixeira e Nuno Costa tomaram a dianteira mas cedo desistiram. O esperado domínio africano começou a desenhar-se à 4ª das 6 voltas, com o grande favorito, o eritreu Teklamariam Medhin a isolar-se e vencer, partindo o pelotão, com o seu compatriota Kidane Tadese, irmão do recordista mundial da meia-maratona Zerzenay Tadese, a concluir em 2º e o queniano Edwin Soi a completar o pódio. O 4º foi outro queniano, Mathew Kipkoech, aparecendo então em 5º Youssef el Kalai que foi até fase avançada da prova com os 4 africanos, só cedendo aquando da "sapatada" de Medhin. Em 6º terminou Rui Pedro Silva, já em dificuldades na recta final. Foi seguido durante grande parte da prova por José Rocha que, no entanto, desistiu na última volta, herdando assim o 7º posto Licínio Pimentel que só no final se desembaraçou do jovem bracarense Tiago Costa. Após o italiano Sterfano la Rosa, terminou ainda no top ten o veterano José Ramos.
Esta prova apurou 2 nomes, Kalai e Pedro Silva, ficando os restantes 4 para Torres Vedras.

Destaque para a prova júnior onde Rui Pinto esteve noutra corrida, isolando-se de imediato e, com um ritmo poderoso galgou a distância até à meta, ganhando mais força a ideia de que ele é um caso sério para o futuro.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Troféu das Localidades de Oeiras sempre vai para a estrada!

Depois da preocupante notícia de 28 de Outubro (ler aqui) o Troféu das Localidades de Oeiras 2010-2011 está salvo e vai para a estrada pela 29ª vez.
Tanto quanto pude apurar, o problema com a Associação de Atletismo de Lisboa deveu-se a uma questão regulamentar em relação aos Benjamins e que seria ultrapassada caso o Troféu tivesse o seu início em 2011 e não as 3 provas calendarizadas para 2010.
Assim, a corrida de Valejas, inicialmente cancelada, irá mesmo realizar-se, sendo a nova data 9 de Janeiro, o que é uma excelente notícia.
Também Caxias, que estava agendada para 28 de Novembro, viu ser-lhe atribuída nova data, 13 de Fevereiro.
Por enquanto Carnaxide ainda mantêm a data de 8 de Dezembro mas ainda não sei qual das seguintes três hipóteses se coloca: Ou irá ter uma nova data, que ainda não foi encontrada, ou há um acordo para a prova se poder realizar nessa data com os regulamentos actuais, ou disputa-se sem os Benjamins. Quando tiver informações, noticiarei.

Novo calendário, segundo consta na página oficial da Câmara.

08-12 Carnaxide
09-01 Valejas
13-02 Caxias
27-02 Dafundo
13-03 Leião
27-03 Tercena
01-05 Vila Fria
15-05 Outurela

Gebrselassie suspende retirada!

Talvez tenha sido apenas a desilusão da desistência na Maratona de Nova Iorque a falar mais alto. O que é certo é que Haile Gebrselassie veio agora anunciar que suspende para já a retirada. "Adoro correr e hei-de fazê-lo para sempre. Preciso de repensar esta decisão". O Atletismo agradece!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A razão da Meia da Nazaré ser a "Mãe"

Imagens históricas retiradas do site oficial

Se a nível social, político e histórico, utiliza-se sempre a separação de "antes do 25 de Abril / depois do 25 de Abril", a nível do Atletismo popular, do Atletismo para todos, há o antes e depois do 16 de Novembro de 1975.
E o que tem esta data de tão importante? Foi o dia em que se realizou a 1ª edição da Meia-Maratona da Nazaré
Antes do 25 de Abril (lá está...) era impensável organizar as provas de estrada que se fazem hoje. Estamos a falar de se juntarem e conviverem largas centenas de pessoas, o que era receado e não permitido por causa de eventuais e "perigosíssimos" agentes desestabilizadores. As provas que se realizavam, casos do Grande Prémio de Natal ou a Estafeta Cascais-Lisboa, eram exclusivamente reservadas a atletas federados.
É então que com o 25 de Abril apareceram as denominadas "corridas à porta de casa" e foram surgindo algumas provas, entre as quais esta que foi uma verdadeira pedrada no charco e que viria a mudar para todo o sempre este fenómeno. Tal como nas restantes, o grande impulsionador foi o Professor Mário Machado, que os mais recentes atletas o reconhecem como o director das Meias das Pontes, tal como o director da óptima publicação especializada que dá pelo nome Spiridon, publicação bi-mensal que há mais de 30 anos dá poderosas dicas a quem a lê e é um verdadeiro treinador de muitos.

Nesta edição inaugural, foram 146 os atletas que se classificaram, entre as quais 3 femininas. Anacleto Pinto do Benfica foi o vencedor com 1.11,59 e Isolda Pinhel do CAP entrou para a história como a primeira mulher a ganhar uma Meia em Portugal, com o tempo de 1.42,55.
Logo na 4ª edição registou-se um record mundial feminino, quando a 12 de Novembro de 1978 Danny Justin da Bélgica retirou 6.49 ao tempo que lhe tinha dado a vitória em 1977 e bateu o máximo mundial com 1.17,48
Cada vez mais popular, esta prova transformou-se numa romaria, tendo entre 1985 e 1987 ultrapassado os 3 milhares de atletas, com o record fixado em 3.177 na edição de 1985

E como era feita a classificação na altura? Imagine-se classificar correctamente mais de 3.000 atletas sem chip e com cronometragem manual! Os atletas cortavam a meta e eram incentivados a não abrandarem e a dirigirem-se ao corredor que ia sendo aberto com uma corda que andava dum lado para o outro. Mal um corredor estava cheio, era aberto outro e todos cortavam a meta a correr sem apanharem a fila antes. Quando um corredor era escoado, logo ficava disponível para outra leva. E assim ocupava-se toda a praça.
Na meta estavam cronometristas que iam picando o cronómetro por cada atleta que cruzava a meta, e havia alturas que eram a uma média superior a 1 atleta por segundo. Quem estava a controlar a passagem nos corredores ia fazendo a lista dos dorsais dos atletas e ia sendo tudo entregue a dactilógrafos que, com as antigas máquinas de escrever, iam elaborando a classificação. E ficava tudo certinho!

Entretanto a oferta de provas e eventos começou a alastrar e o número de participantes foi descendo até se fixar na casa do milhar nos últimos 20 anos.
Impressionante é o facto de existirem muitos veteranos que têm no seu currículo 15, 20, 25 ou mais edições desta prova e continuam a somar.

Em termos masculinos, o record está em 1.02,42, tempo efectuado por Elijah Yator em 2001. Nos 2 anos seguintes, o vencedor quedou-se a 1 e 3 segundos respectivamente, sendo que estas foram as 3 edições abaixo dos 63 minutos.
Foram 30 os atletas que ficaram com o seu nome para a posteridade como vencedores desta prova, 27 com uma vitória, Stepehn Rerimoi com duas e Anacleto Pinto e José Dias com três.

O sector feminino tem o seu record fixado por Rosa Mota em 1989 com 1.10,31. Dentro dos 70 minutos, vamos encontrar outra edição, a de dois anos antes onde a mesma Rosa Mota realizou 1.10,32.
Em termos de vencedoras, a relação consta de 22 atletas, 17 das quais com uma vitória. Com duas, Danny Justin e Rita Borralho, três para Natalia Volgina, quatro de Fátima Silva e a grande recordista de vitórias, Rosa Mota, com sete!

Para consultar o historial desta prova, clicar aqui.

Historial que neste domingo vai ter mais um capítulo com a 36ª edição desta prova que os atletas de pelotão carinhosamente chamam de "Mãe". A mãe de todas as provas.
História de sucesso mas também de muitas dificuldades, especialmente no início. Ainda há pouco tempo falei com um colega que tem um familiar que fez parte da organização nos anos pioneiros e que me deu conta da série de dificuldades que a própria federação causava, numa altura em que as provas eram intituladas de piratas, em que atletas federados poderiam ser castigados por participarem nelas, tudo com o receio de perderem o controlo e pulso da modalidade, e por temerem que os atletas descurassem as pistas. Muitas e muitas viagens tiveram de fazer até Lisboa para fazer vingar a sua/nossa prova.