Crónica de 1 de Abril

Como as coisas mudaram! De tal maneira que se assemelha a um passado longínquo, apesar de não o esquecermos pelas lições que sentimos na pele.

Efectivamente, se é hábito afirmar-se que Portugal deu a conhecer novos mundos ao mundo, também hoje se afirma que fomos um exemplo chave para o mesmo mundo que caía em profunda depressão social.

Nós mostrámos o caminho. Acabaram-se os políticos de carreira feita desde jovens, os vindos da advocacia e da economia fixa na décima de percentagem ignorando o social, todos rendidos a interesses obscuros e de meia dúzia de que se julgavam donos de toda a riqueza mundial e para quem o muito que tinham era pouco e o nada dos outros julgavam-no demais.

Passámos a ser geridos por pessoas que governam o país tendo em conta o que é esse país, um conjunto de seres humanos todos iguais em oportunidades e direitos. Governantes sem seguirem uma agenda partidária mas apenas os reais interesses de toda a população. População essa que deixou de estar escrava da economia e dos nervosos mercados, mas sim com a economia ao seu serviço.

E o abismo para onde caíamos, mudou. Como um dia de tempestade cerrado pelos raios solares que animam a nossa alma.

E nessa mudança, muito contribuiu a governação ter passado a ser em igualdade de género com as mulheres a não terem que actuar masculinamente para alcançarem cargos de topo mas sim governarem com toda a perspicácia, sensibilidade, inteligência e racionalidade feminina.

Na nossa única passagem pelo mundo, colocámos o paraíso na terra e não em ilusões prometidas.

E assim vivemos, felizes e contentes, neste primeiro de Abril dum ano qualquer.