Quarteira - Quando o esforço de muitos não é seguido por todos

Custa-me criticar alguns pontos quando se notou em muitos elementos da organização desta 1ª Meia-Maratona da Quarteira uma grande vontade de fazer bem e ajudar os atletas, mas nem todos estiveram ao seu melhor e houve falhas que urge corrigir para o futuro.

Em primeiro lugar, numa prova como uma Meia-Maratona com os seus 21.097 metros e decorrida sempre à torreira do sol, é inadmissível a falta duma ambulância atrás do pelotão. Nem ambulância nem ninguém a acompanhar os últimos e que possa assistir de imediato alguma situação crítica.

Depois, essa falta originou para 4 atletas, onde me incluí, uma falha no percurso como vamos ver.

Os atletas à partida foram cerca de 5 dezenas, a maior parte com um bom ritmo, o que originou que aos 4 quilómetros 4 atletas fossem um pouco atrasados em relação ao resto do pelotão. Em todos os muitos cruzamentos estavam sempre elementos da organização que gentilmente indicavam o caminho. Pois por volta dos 6, alguém que deveria estar num cruzamento para indicar que a prova era pela direita, foi-se embora antes destes 4 atletas passarem, o que fez que não cortássemos à direita. Continuámos descansados e quando nos apercebemos estávamos em plena Marina de Vilamoura, a correr no meio da estrada e as pessoas a olharem para nós como uns maluquinhos que iam ali no meio com uns papéis (dorsais) pregados ao peito. Começámos a olhar uns para os outros e perguntámos a um polícia se tinha passado ali alguma corrida. A resposta foi que a corrida era "lá em cima". Lá retomámos o trajecto, felizmente não tínhamos falhado nenhum posto de controlo senão éramos desclassificados, e quando vimos outra marcação de quilómetros (que apenas existiram até aos 14 depois desapareceram) concluímos que tínhamos cerca dum quilómetro a mais nas pernas. Para ajudar à festa, aos 10 quilómetros o controlador de passagem, talvez chateado por ter estado tanto tempo à espera, como se a culpa fosse nossa de termos feito mais distância, gritou-nos que era para a esquerda, mas não disse que era "esquerda e logo direita". Felizmente que fomos avisados não muito tempo depois mas já íamos com a perspectiva de cortamos a meta bem acima dos 22 quilómetros. A "boa notícia" é que não houve mais enganos até ao final...

Claro que a motivação por tempos já tinha ido, tendo que se apelar à nossa grande vontade de terminar para aguentar o percurso sempre ao sol, sabendo que já não tínhamos qualquer hipótese de bom tempo e até fomos recebidos com alguma má vontade por parte de alguns (poucos) elementos que queriam era que a estrada se abrisse, apesar de nunca ter estado bem cortada, como se a culpa pelo atraso fosse nossa, esquecendo-se de, e isto é o cúmulo, ainda chegámos mais de 6 minutos antes do tempo limite, 2 horas e 30. Se colocam uma hora limite, têm que assumi-la!

No final, passei às 2.15 aos 21.097, tendo cortado a meta aos 2.23.44, aos mais de 22 quilómetros.

Comparando com a Meia da semana passada em S.João das Lampas, passei à distância da Meia com apenas mais um minuto, o que foi bom pois a motivação pelo tempo já se tinha ido e dou-me melhor com subidas do que com o calor que esteve hoje, e esse tempo provou que até corri a um bom ritmo para mim.

O tempo acabou por ser o que foi por ter sido uma espécia de "ultra meia-maratona" ou, como a minha mulher disse, uma meia até ao joelho...

Curiosamente, nunca me tinha classificado tão bem no meu escalão, 5º, mas também eram apenas 5. Ou espero que tenha sido 5º pois os resultados ainda não foram publicados na net e os que vi no local, alguns atletas estavam noutros escalões que não os seus.

Uma prova a ter que melhorar muito para o futuro, por parte de algumas pessoas, pois as restantes foram de uma enorme simpatia.

Destaque para o Luís e o Zé que foram grandes companheiros de corrida. e de engano no percurso... (são os que estão comigo na foto, quando tínhamos 3 quilómetros feitos e na altura tudo normal).

Em resumo, na minha primeira prova algarvia, bati o meu record de distância que era de 21.097 metros...