Apesar da esperança dos organizadores das 12 Horas de Vila Real de Santo António em terem 40 atletas, após os iniciais 13, aumentados para 25 na 2ª edição, o evento de 1988, realizado a 2 de Abril, diminuiu para 17 atletas classificados, apesar de quase metade terem dobrado os 100 quilómetros.
Assim, se nas duas primeiras edições esse número foi de 6, nesta tivemos 8 atletas com mais de 100.000 metros, sendo que o vencedor foi João Martins da AMAL que estabeleceu novo record, 127.810 metros, sendo seguido pelo seu colega de equipa Francisco Santos com 116.095, ambos estreantes nesta prova.
Rodolfo Martins terminou pela 3ª vez, em outras tantas ocasiões, nos 4 primeiros lugares, sendo agora 3º com 116.095, seguido por José Ferreira 114.870 e Roque Antunes 111.515, ambos também estreantes.
Na 6ª posição a vencedora feminina, repetindo a façanha do ano anterior e percorrendo mais 4.900 metros, Analice Silva. Desta feita, Analice foi a única atleta feminina.
Seguiram-se-lhe dois atletas que bisaram a sua presença nesta prova, Francisco Cruz 103.225 (mais 1.100) e António Belo 102.310 (mais 5.655)
Regressando a Março, a 26, 1989 viu a 4ª e última edição desta aventura, na que foi a menos participada, com apenas 8 atletas classificados.
Triunfou Roque Antunes, que se tinha estreado no ano anterior na 5ª posição com 111.515, tendo evoluído 10.080 metros para vencer em 121.595
Na 2ª posição a única atleta feminina, Analice Silva, que conquistou assim o tri e com nova evolução de marca. Após os 100.900 de 1987 e 105.800 de 1988, nesta edição Analice completou 107.950 metros.
Ambos foram os únicos com mais de 100 quilómetros corridos.
E chegou assim ao fim esta corrida que marcou de forma decisiva a implantação de distâncias "criminosas" como alguns denominavam.
Mais de 20 anos passaram. Muito ultra-atleta apareceu. Será altura de reinventar uma aventura semelhante?
Não quero terminar sem deixar um texto dedicado a esta prova, intitulado "12ª Dimensão", e que foi publicado na Revista Spiridon. Este texto de Jorge Branco, herói da edição de 1987, revela a felicidade que esforços prolongados e grandes desafios podem transmitir.
Já cai a frescura, a doce frescura, do princípio da noite.
Vila Real de Santo António transforma-se em terra de contos de fadas.
Há Musas, Sereias, Poetas, em todas as esquinas.
Já não piso o negro e duro asfalto.
Flutuo sobre um manto de linho coberto de rosas.
Corro para ti, corro por ti, meu amor.
Estou mais livre, mais selvagem, mais puro.
Corro, corro, corro, sinto-me um cavalo à solta na pradaria.
Estou no limiar do êxtase.
Estou à beira de transformar um sonho.
Estão feliz, feliz, tão feliz!
Estou a chegar à 12ª dimensão!
(fotografias desta 3ª parte - Grupo Desportivo Pic-Nic)
No finalizar deste excelente trabalho jornalístico quero deixar aqui o meu, sincero, obrigado, ao João Lima (futuro maratonista e ultra maratonista!) por trazer ao conhecimento de todos a historia das 12 Horas de Vila Real de Santo António.
ResponderExcluirFoi uma prova muito avançada para o seu tempo e que rasgou horizontes futuros.
Continuo a reafirmar que não fui herói nem de 87 nem de coisa nenhuma.
Correr 12 horas seguidas é só uma questão de perseverança, algum treino, muito amor ao acto de correr e, sobretudo, ter encontrado os amigos certos para me ajudarem a levar esse sonho a bom porto.
Disse e repito-o: UM ULTRA MARATONISTA NUNCA CORRE SOZINHO.
ola amigos eu estive em 1987 / 88 / 89 velhos tempos que nao voltam, mas da para recordar, gostava de fazer mais.um abraço
ExcluirOh amigo Jorge, tomara eu conseguir um dia a Maratona, quanto mais uma Ultra!
ResponderExcluirVontade não me falta... o resto é que é mais difícil, principalmente tendo em conta como acabo uma Meia...
Um grande abraço e obrigado por toda a ajuda nestes artigos
Excelente trabalho João. Fico feliz por saber que tão brilhantes companheiros de pelotão participaram nesta prova mítica.
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