terça-feira, 1 de maio de 2018

Na Corrida do 1º de Maio

Os quatro 4 ao Km presentes: Vítor, Orlando, eu e Isa

Realizou-se hoje, com partida e chegada na pista do Inatel, a 37ª Corrida Internacional do 1º de Maio, evento que se realiza ininterruptamente desde 1982 e sempre com a mesma distância de 15 quilómetros.

Este ano contou com uma ligeira alteração. A partida foi mais à frente na pista, para impedir que os primeiros ao terminarem os 3/4 de volta e no momento que saem do estádio, encontrassem os últimos a partir. Com o avanço do pórtico de partida tal não foi problema. Para compensar essa distância, quando regressámos ao complexo, e antes de darmos entrada, demos uma ligeira voltinha ali na Rio de Janeiro.

Este será o percurso para, pelos menos, os próximos 5 anos, já que foi certificado e a organização publicou esse comprovativo, numa medida muito positiva pois é sempre ideal os atletas saberem que a distância está absolutamente correcta.

O comprovativo da certificação
Para mim, foi a 8ª presença (7ª consecutiva) neste percurso sempre aliciante e que requer boa estratégia por ter os primeiros 9 quilómetros algo para o favorável, seguindo-se 3 difíceis pela subida da Almirante Reis, culminado com o apertar da subida para o Areeiro. Os últimos 3 são para se fazerem bem, se ainda restarem forças.

No ano passado realizei aqui uma prova que na altura me deixou sem palavras e sem acreditar bem como consegui aquela prestação neste percurso. Algo que hoje me recordei bastantes vezes. Comparando com a forma de hoje...

Não somos máquinas em que se carrega num botão e fica-se 100% operacional (mesmo as máquinas têm quiproquós...) e somos sensíveis a determinadas preocupações. Ora desde o início da semana passada, por razões que agora não interessa, que não tenho andado famoso animicamente. Como se sabe, não estando a parte anímica boa, fisicamente também não o estamos.

Curiosamente foi nesta, digamos, crise, que fiz uma coisa que ainda não tinha realizado. Treino muitas e muitas vezes 5 dias seguidos, e também algumas 6 dias. Nunca tinha sucedido treinar 7 dias consecutivos. Quis o calendário, sem provas no fim-de-semana de 21/22 e 28/29 e com a Corrida do 25 de Abril em ritmo de treino, sem necessidade de repousar no dia seguinte, treinei de 2ª a domingo, perfazendo os tais 7 dias.

Descansei ontem e hoje era a tal prova que, até há uns dias atrás, contava dar-lhe forte. Não estava confiante antes da partida mas mesmo assim decidi arriscar. 

O objectivo seria um tempo na casa do minuto 23 como máximo. E porquê máximo 23? Para sentir evolução. Como é por demais evidente, aqueles records loucos de 2017 estão nesta altura mais que afastados mas a ideia é ir dando passinhos para aproximar. Nos 20 km Cascais-Lisboa fiquei a 9 minutos do meu melhor. Hoje tendo 15 km e fazendo a devida proporção, seria ficar a 7 minutos. Como o record aos 15 é de 1.16.40 (no ano passado fiz aqui o tal tempo louco de 1.16.41, tendo retirado 1 segundo nas Fogueiras), o objectivo seria até ao 23.

Por volta dos 4 soube que não iria ser possível, passei a gerir para ser o melhor que conseguisse, sendo o 24 baixo perfeitamente alcançável. E fui bem até aos 9. Depois... depois deu-se a chegada ao Martim Moniz para atacar os tais 3 km de subida e a cabeça traiu-me pois derrotei-me. 

O meu ponto forte é o mental mas não estando bem animicamente, perco esse trunfo. E a subida foi penosa, em especial a parte final para o Areeiro.

Comparando como fiz a subida do ano passado e hoje, das duas uma. Ou estava mais em forma em 2017 ou inclinaram mais a Almirante Reis!

Quando endireitou, lá dei o resto e a intenção passou a ser apenas fazer melhor do que há 5 semanas nos Sinos (a única de 15 que fiz após a paragem) e que foi 1.26.45, facto que considerei obrigatório. 

Últimos metros
Na recta da meta, já na pista do estádio, sprintei para ainda ficar no minuto 25 mas não deu. O relógio acelerou mais do que eu e chegou primeiro ao minuto 26, terminado em 1.26.04

Não fiquei decepcionado com o tempo, fiquei sim com as sensações que tive. Tenho que colocar a cabeça no seu estado normal pois domingo tenho uma Meia em Setúbal e é bem dura. E para isso, tenho que contar com aquilo que está em cima do tronco.

Ainda menos metros
Uma bom resto de semana a todos!


E tivemos um atleta da equipa no pódio, mesmo sem estar presente! Esta foto é da carrinha do pódio onde constavam estas 3 fotografias, estando numa o Aurélio retratado com a amarelinha!

10 comentários:

  1. Foi uma corrida difícil, mas ainda tiraste algum tempo aos Sinos!
    A cabeça vai regressar ao sítio em breve!
    Muito boa sorte para a Meia de Setúbal!

    Muita força!

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  2. A cabeça é tão importante como o resto, não tenho a mais pequena dúvida. Tenho a certeza que vais ultrapassar esta fase menos boa, cá estarei À espera da crónica de Setubal. Força. Um abraço

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    1. Obrigado Filipe!
      Não diria que é tão importante mas sim o mais importante. Pelo menos para as minhas fracas capacidades.

      Um abraço e, mais uma vez, muitos parabéns pelo MIUT!! :)

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  3. Ontem tinha ficado com a ideia que teria havido alguma alteração de percurso, agora percebi qual foi. E a certificação é sempre algo importante numa prova.

    Setúbal é dura? Ainda não investiguei o percurso, nem parece meu que sou sempre picuinhas com isso.

    A Almirante Reis está cada vez mais inclinada, não tenhas dúvidas. Precisa de mais ténis a pisá-la para a alisar. Ou seja, mais provas naquela zona!

    Um abraço e que a cabeça volte rapidamente ao normal.

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    1. Obrigado Nuno!
      Sobre Setúbal, apenas te deixo uma dica que entenderás logo: Subida para a Arrábida :)

      Um abraço e força

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  4. Especialista em cabeça avariada sou eu! Nada de me fazeres concorrência até porque tu és aquela maquina! Mas quando se tem capacidade para fazer uma prova em piores condições mentais ou físicas isso também serve para nos animar até porque o comum dos mortais na nossa idade nem consegue correr para o autocarro! Ainda outro dia me dizia um médico que eu era atleta e isso fazia toda a diferença! Forte abraço CAMPEÃO!

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    1. Sim, não sou nenhuma máquina...

      Um abraço e obrigado

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  5. João conheço muita gente que com o que te aconteceu durante a prova simplesmente desistia. E sabes bem que isso até tem tendência para acontecer a quem vai lá na frente. E isso sim é ser fraco de cabeça.

    Tu só estás a precisar de um empurrãozinho, a força mental continua aí! Força hoje em Setúbal!

    Um abraço

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    1. Obrigado Vitor!
      Quando estamos preocupados com alguma coisa, como estava nesse dia, é mais complicado.
      Se leres a crónica de Setúbal irás entender.

      Um abraço :)

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