Quem sou eu para analisar legislação desportiva, mas que posso expressar a minha opinião, é um direito que me assiste. E a minha opinião neste assunto é altamente negativa.
Passo a relatar. Paula Radcliffe, numa prova verdadeiramente fantástica e memorável, estabeleceu a 13 de Abril de 2003, em Londres, o record mundial da Maratona em 2.15.25
8 anos e 5 meses depois, a IAAF estabelece novas regras que o anulam!
As novas regras definem que um record mundial feminino apenas pode ser homologado se numa corrida exclusivamente feminina. Ora como a Maratona de Londres 2003 foi mista, essa fabulosa marca passa a ser denominada "melhor mundial" mas o "record mundial" fica em 2.17.42, também de Paula Radcliffe e também na Maratona de Londres, mas em 2005 que foi efectuada com partidas e horários diferenciados.
Pode argumentar-se que a presença de homens poderá ser (eventualmente...) uma vantagem competitiva. Pergunto: E a presença de lebres nos diversos eventos? É ou não uma vantagem competitiva?
Detalhes da notícia aqui
Este é um curioso gráfico que foi publicado pela BBC em 2003 com a evolução do record mundial masculino e feminino, após esse tempo que agora foi anulado como record. E anular como record a marca de 2.15.25, quase que cheira a crime. Não concordam?
Olá João!
ResponderExcluirEsta cai que nem uma bomba! Imagino o que deve sentir a atleta, agora com 37 anos, ao ver retirarem-lhe assim uma marca, que dificilmente voltará a ser alcançada por uma outra mulher...
Muita tinta vai correr!...
Um abraço!
Um escândalo!
ResponderExcluirAinda para mais um lei com efeitos retroactivos que é coisa que eu nem sabia poder existir!
Estou perfeitamente de acordo com as lebres em relação aos homens pois elas também ajudam, e muito, e os recordes não são postos em causa!
Penso que isto é uma lei machista e retrograda.
Será que o espirito da nossa FPA tomou conta da IAAF. Como medidas destas até parece!
OLá João
ResponderExcluirAcabei de colocar um comentário no Crónicas de Corrida que, no fundo, é próximo do que disse o Jorge Branco. Com a tua licança, vou repeti-lo:
"A IAAF, de vez em quando gosta de fazer umas "piruetas". Estou a lembrar-me do caso do caso dos veteranos aos 35 (que uns anos depois revogaram), do caso da rapariga sul africana (Seménia) a quem retiraram a medalha dos 800m (e a sujeitaram a vergonha pública)porque ela tinha de ser rapaz à força, por serem elevados os seus níveis de testosterona.
Agora arranjam uma lei que não deixa de ter o seu quê de original : tem efeitos retroacivos!!!
E...pasmem-se, para compor o ramalhete, fazem a curiosa distinção entre "melhor marca mundial" e "record mundial"!
Depois não querem que lhes "galguem em cima "!!!
É que nem se trata de uma decisão polémica! É mais... ridícula e de legitimidade duvidosa.
Sendo a IAAF o organismo que concentra as diferentes Federações de Atletismo, ter-lhes-á pedido parecer ?
Perante uma situação destas, É BEM FEITO que chovam assobios.
Fernando Andrade