quinta-feira, 17 de março de 2011

Incentivo à prática desportiva?

É sabido que a prática desportiva melhora a saúde individual, contribuindo para o colectivo na medida que estimula a produtividade e assiduidade, diminuindo os riscos de saúde.
Não sendo garantido que dá mais anos à vida, dá seguramente mais vida aos anos.
Daí a necessidade imperiosa de se desenvolverem condições e incentivos à sua prática.
Infelizmente, tal não tem sido seguido à letra no nosso país e nos últimos tempos tem piorado nalguns aspectos. Como se sabe, desde o início do ano que as instalações desportivas, de qualquer cariz, passaram a ser taxadas a 23% e não à taxa reduzida como se praticava.
No desporto que escolhemos, as organizações têm sido apertadas com taxas cada vez mais altas e outras novas. Até taxa de ruído se chega a pagar! E a dificuldade advém deste encontro de situações em que as autarquias disponibilizam cada vez menos verbas e, por outro lado, aumentam as taxas. E só na Matemática é que o menos com menos dá mais.
Mas, e regressando à prática desportiva no geral, haverá alguma medida de excepção que possa ser tomada?
Pois houve uma! O nosso executivo decidiu em relação à prática duma modalidade baixar o IVA de 23 para 6%. E qual essa modalidade? O golfe!
Não, não estou a brincar, foi mesmo o golfe. Nada nos movendo contra este desporto, a realidade é que a excepção foi dada a uma modalidade elitista e em que os seus praticantes não deverão sentir na pele a diferença na taxação.
A justificação avançada para tal decisão é que o golfe representa uma alavanca para o turismo em Portugal e consequente entrada de divisas.
Alguém quererá acreditar que um turista que gasta milhares de euros em tacos e restante equipamento, viagens e hotéis (dos caros), chega a um campo de golfe e ao ver que terá que pagar 23% de IVA faz as malas por o seu cartão de crédito não comportar tal despesa? Ou sem esta medida, "desalanvacávamos" a nossa economia e vinha por aí o FMI aos trambolhões?
Que a teoria actual é que sejam os pobres a pagar a crise, já há muito se sabe. Que quem é mais rico tem que continuar a aumentar o seu pecúlio, haja ou não haja crise, também nos demonstram. Então para quê esta minha admiração por esta medida? É que já nada me deveria espantar mas, ao menos, e enquanto não é taxada, tenho o direito à indignação.
E além do mais, apesar de ser a única modalidade a trazer ouro olímpico para o nosso país, no fundo somos apenas uns "gajos e gajas" que andam a correr pelas estradas e até atrapalhamos o trânsito por terem que cortar as estradas para estes malandros correrem. É que se fosse para trabalhar, ninguém ia a correr... (já lá dizia aquele barrigudo de copo na mão à porta da taberna numa nossa passagem).

2 comentários:

  1. Posso aplaudir este texto de pé?
    Também deve ser no sentido de apoiar o desporto que aqui na localidade onde vivo estamos sem médico de família (nem serviço de enfermagem) há vários meses. Assim não nos podemos lesionar!
    Alem disso como é uma população maioritariamente envelhecida esta medida pode aumentar o número de óbitos o que trás alguma poupança nas reformas o que se insere na linha do PEC 3 !

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