quarta-feira, 4 de março de 2015

40 anos do disco da minha vida



Faz este mês 40 anos que foi lançado o álbum Rubycon dos Tangerine Dream, aquele que elejo como o disco da minha vida.

É certo que nunca apreciei propriamente os termos livro/disco/filme da minha vida, quando ainda não vivemos tudo o que temos para viver e nunca sabemos o que iremos encontrar no futuro mas, como compreenderão pela minha descrição, este é o disco da minha vida, pelo que me influenciou.

Estávamos em 1975 e tinha 15 anos. A nível musical até ouvia mais da pesada. Certo dia, um amigo meu comprou um disco dum grupo e dum estilo pouco conhecido em Portugal. Eram alemães com um nome em inglês, Tangerine Dream, e o disco chamava-se Rubycon.

Esse meu amigo tinha adquirido o disco pela curiosidade dum estilo novo mas não o apreciou. Emprestou-mo. A sua audição foi uma verdadeira revelação, mudando por completo a minha percepção de música, abrindo novas fronteiras que só a sensação do som provoca. Comprei-lhe o disco e nunca mais fui o mesmo a nível musical. 

Por felicidade, os Tangerine Dream, cuja fundação remonta a 1967, continuaram a deliciar os seus fieis admiradores ao longo destas décadas, nunca deixando de criar e inovar música, estando editados mais de 200 álbuns (que tenho todos), entre originais e actuações ao vivo, como a de Lisboa em 25 de Março de 2010, data que cumpri o sonho de os ver actuar. Para mais, e após a introdução cénica, a primeira música a ser tocada foi um excerto de Rubycon!

Infelizmente, tudo terminou em Janeiro deste ano com o súbito falecimento de Edgar Froese, numa altura em que a sua veia criativa continuava imparável e com novos projectos musicais. E os Tangerine Dream eram Edgar Froese.

Verdadeiro génio musical (e inclusive de pintura), criou um som que os críticos musicais tentaram encaixar como "rock cósmico", "rock alemão", "música espacial", "música planar", "som estratosférico", etc. Passados uns anos deixaram de tentar catalogar para simplesmente chamar da única forma possível, "o som Tangerine Dream".  

Não quis deixar passar esta efeméride sem aqui a assinalar. Não sei quantas vezes nestes 40 anos já ouvi este disco. Um número incontável, sem dúvida. Mas ouvi-lo, é uma sensação única e um prazer sempre renovado, seja aos 15, 35 ou 55 anos. E isso é impagável!

Para quem esteja interessado em conhecer este disco, clique aqui (o disco é composto por um tema único de cerca 35 minutos, dividido em duas partes). Reconheço que será, talvez, o seu álbum mais complexo e difícil de ouvir para quem não aprecia o estilo. Para mim, estes sons são a perfeita integração do que sou.    

A formação em 1975: Edgar Froese, Chris Franke e Peter Baumann 

10 comentários:

  1. Boas João!

    Por ser mais novo que tu, cerca de meia-dúzia de anos, este tipo de música passou-me um bocado ao lado e já só tomei contacto com ela em bandas sonoras de filmes, publicidade, etc....
    Estou a ouvir no youtube e estou a gostar. Já vou em... 14 minutos :)
    Tem ambiente de "música espacial", pelos ecos, profundidade e progressão dos temas.
    Faz-me lembrar o filme 2001 Odisseia no Espaço!

    Abraço

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  2. Olha eu tenho a canção da minha vida e é o Maio Maduro Maio do Zeca Afonso!
    Adoro a letra e a musica e, como sabes, nasci em Maio!

    http://youtu.be/g1NRLl2wgcA


    Maio maduro Maio, quem te pintou
    Quem te quebrou o encanto, nunca te amou

    Raiava o sol já no Sul, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru
    E uma falua vinha lá de Istambul

    Sempre depois da sesta chamando as flores
    Era o dia da festa Maio de amores
    Era o dia de cantar, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru
    E uma falua andava ao longe a varar

    Maio com meu amigo quem dera já
    Sempre no mês do trigo se cantará
    Qu'importa a fúria do mar, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru
    Que a voz não te esmoreça vamos lutar

    Numa rua comprida El-rei pastor
    Vende o soro da vida que mata a dor
    Anda ver, Maio nasceu, Ti ri tu ri tu ri tu ru Ti ri tu ru tu ru
    Que a voz não te esmoreça a turba rompeu

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  3. Quanto a mim, João, já sabes como é.
    Palavras para quê ?
    Apenas deixo aqui escrito neste teu blog que são estes sons que me têm fascinado, sons produzidos com recurso a máquinas jamais ao meu alcance.
    Quanto ao grupo, como também sabes e para mim, o Jerome Froese poderia continuar, de certa maneira, as pisadas do pai.

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  4. Gosto de ouvir musica...diria que de quase tudo...desde o fado até ao heavy, passando pela opera e terminando no que perfiro...o rock sinfonico dos Barclay :-)
    Só o Jazz profundo é que não me entra no ouvido...

    Como prefiro catalogar o que me rodeia de "gosto ou não gosto" do que "bom ou mau" ... neste caso, gosto bastante deste trabalho... :-)

    Não é o album da minha vida, esses são talvez 4 (Styx_Greatest Hits, BJH_Live tapes, Supertramp_Paris e PedroBarroso_Cantos d'óxalá e depois tenho muitos albuns que são os segundos albuns da minha vida...depende do estado de espirito :-)

    Abraço

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    1. É curioso, Nuno, que também aprecio músicas de muitos e diversos quadrantes mas o jazz profundo...
      Para mim uma música, seja que estilo for, tem que preencher os sentidos.

      Um abraço

      ps - Os BJH têm músicas lindas. Gosto muito particularmente dos albuns Octoberon e Berlin

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  5. Tenho que ouvir com calma...apenas conheço de nome.
    200 álbuns??? Fonix....e tu tens todos!! Não deve haver muita gente com a colecção toda.
    Abraço

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    1. Acredito que haja bem mais pessoas com a colecção completa. Não são um grupo comercial nem muito difundido mas os seus admiradores são muito fieis. É paixão para a vida :)))

      Um abraço

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