quarta-feira, 28 de março de 2012

Mafra e os Sinos chegam à edição 30

 

A imagem de Mafra é o seu monumental Palácio-Convento. Começado a construir em 1717, altura que Mafra se resumia a uns casarios aglomerados a umas centenas de metros do local, transformou-se numa das mais representativas obras do Barroco em Portugal.
Com 1.200 divisões, conta com uma rica biblioteca de cerca de 35.000 obras, a Basílica, obra-prima da arquitectura setecentista, e os famosos Carrilhões, conjunto único a nível mundial, quer pelas suas dimensões, como beleza e perfeição do seu mecanismo.


Foram mandados construir por D. João V na cidade belga de Antuérpia, decorria o ano de 1730. Por ter achado o preço muito em conta, D. João V encomendou dois. Cada um composto por 57 sinos, tendo o mais pesado cerca de 11.000 quilos e o conjunto total 200 toneladas.

Podem ser tocados manualmente pelo carrilhanista, através dum teclado de madeira para as mãos e pedaleira para os pés, ou mecanicamente através dum mecanismo acoplado aos relógios, composto de dois enormes tambores, tipo caixa de música, que rodando fazem accionar um teclado metálico por intermédio de cavilhas dispostas nos referidos tambores.

E é este símbolo de Mafra que dá o nome à prova que tem no domingo a sua 30ª edição, a famosa Corrida dos Sinos, cuja primeira edição se realizou a 20 de Fevereiro de 1983 e foi ganha por António Riscado do Inatel e Rita Borralho do Benfica, num pelotão de 466 atletas. Logo na edição seguinte, a prova quebrou a barreira do milhar de participantes. 

Nas 29 edições já efectuadas, em 26 a participação foi superior a mil, sendo as excepções o ano de estreia, 1983, 2004 e 2006.

O record pertence a 1990 com 2.027 atletas classificados, número que irá perdurar enquanto se mantiver o actual limite de 1.500 inscritos, número que desde há uns anos acrescem umas significativas centenas de participantes nos Sininhos, prova não competitiva de 6.000 metros.

De 1983 a 2001 a prova foi quase sempre realizada no mês de Fevereiro, excepção a 1999 e 2000 no final de Janeiro e em 1997 que se disputou em Abril, mês para o qual passou a partir de 2002.

O record do percurso pertence a António Pinto, que registou 43.57 em 1994, única vez abaixo dos 44 minutos, e a Rosa Mota que em 1990 marcou 50.11


Quanto a vencedoras, temos 14 em 29 anos. Rosa Mota lidera com 5 triunfos, seguida de Fátima Silva e Mónica Rosa por 4 vezes, Aurora Cunha 3 e Lucília Soares e Janette Mayal por 2
Já no sector masculino, as vitórias têm sido mais distribuídas, 25 atletas. Deles, quem mais venceu foi Fernando Reis, 3 vitórias, e 2 para Carlos Silva e Carlos Capítulo.

Domingo, quando forem 10.30, mais uma vez uma réplica dos sinos do Palácio irá soar, dando o sinal de partida a milhar e meio de atletas desejosos de percorrerem os 15.000 metros desta emblemática prova, que actualmente termina em plena pista do Estádio do Parque Desportivo Municipal Engenheiro Ministro dos Santos, perante os aplausos dos assistentes que preenchem a bancada.

5 comentários:

  1. Estive na primeira edição (fiz varias edições seguidas). Estou velho!
    Dessa primeira edição, desse tempo já distante, lembro-me que estava um dia frio e chuvoso, um daqueles dias mesmo desagradáveis para se ir a uma prova (isto mesmo para quem gosta muito de correr com mau tempo!).
    Morava em Lisboa e não foi com muito animo que me levantei para ir com o meu tio para Mafra correr essa tal Corrida dos Sinos.
    Mas acabei por participar na prova e dar por muito bem empregue o esforço tanto que voltei lá muitas vezes.
    Dessa prova tenho outras historias como daquela vez em que o responsável pelo tiro de partida (desculpem não citar o nome) também fez a prova! Foi dar o tiro, guardar a pistola e toca a correr!
    Também posso aqui contar a historia do balde de agua que despejaram em cima do meu tio, em plena subida para Mafra, e que teve tal efeito que o meu tio acabou por ultrapassar outro amigo veterano coisa que nunca tinha conseguido até aquela prova!

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  2. Mafra também fica na minha memória por aquela vez em que acompanhei uma saudosa amiga, já falecida, que era medica e exercia a profissão na região o que fez com que fosse muito saudada pelos bombeiros durante todo o percurso. Continuas a “correr” sempre connosco Nela.

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  3. Estou a contar fazer parte desse milhar e meio na partida e também na chegada! Mafra é especial. E sem dúvida que o Convento é uma imagem magnífica a ilustar a corrida. Seria tão bom que o Carrilhão voltasse a tocar à nossa passagem! Até me fez chorar em 2001 esse carrilhão a badalar e nós a correr...

    Até domingo

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  4. João Lima,

    Já agora, seria interessante saber porque é que D. João V mandou construir o convento?

    Um Abraço!

    Orlando Duarte

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