Sábado, 7ª Corrida de Santo António
Antes do grande feito |
Queria comemorar a minha corrida 400 com novo sub50. Como sabem, andei 10 anos a lutar para conseguir um, o que sucedeu finalmente no Grande Prémio do Natal, em Dezembro, com nunca imaginados 48.42 e depois na APAV em Março os 49.58. Fazendo outro significaria o 3º em 6 meses, o que seria uma boa recompensa aos 10 anos de espera e luta.
49.59 estava excelente, chegava. Bater o record nem por sombras pois era uma marca esticada demais e alcançada num percurso muito favorável.
Bom, quanto ao nem por sombras, não nos podemos esquecer que a corrida era ao início da noite, onde sombras há muitas e não imaginava o quão épico iria ser a prova!
Como habitualmente em vésperas de grandes feitos, há sustos. Este deu na véspera por uma dor estranha no pé esquerdo, entre a palma do pé e os dedos, naquela parte estilo almofadinha. Penso que terá sido por ter pisado alguma pedra.
Fui tomando os cuidados habituais mas o que era certo é que sentia uma dorzinha sempre que apoiava o pé, o que me lançava a dúvida de como iria reagir durante a corrida, em especial sabendo que queria dar forte e feio.
Ora com o sapato de corrida calçado e amparado, não senti qualquer dor. Siga!
Fiz um bom aquecimento o que permitiu iniciar a prova logo ao ataque sem comprometer o resto da corrida, o que tem sido algo que tenho vindo a melhorar e muito. O ter partido no bloco sub50 também facilitou em matéria de trânsito inicial e dei por mim com o primeiro quilómetro a ser realizado logo no minuto 4 o que é inédito.
As sensações que recebia era que dava para aguentar esse ritmo de faca nos dentes e lá continuei, sempre a sonhar com o sub50, até ao quilómetro 5.
E foi aí, a meio da prova, que tomei consciência do que se passava. Passei em 24.12, média para bater o record! Com surpresa, pois nunca tinha imaginado ser possível, lá continuei ainda com mais ganas.
E os quilómetros foram passando e nada de mínima quebra. O problema seria que no final tínhamos que dar uma volta ao Rossio, sendo que essa parte é em calçada. Mas quem quer saber disso quando cheira a um momento épico? Quem quer saber do vento que estava? Apesar da ventania ter acalmado um pouco à hora da corrida.
Há dias que nos sentimos imparáveis. Tudo fruto da parte mental, com grande ajuda dos resultados que tenho obtido e que nestas alturas fazem acreditar que é possível manter e aguentar.
E corto a meta em 48.19!!! Média de 4.49,9 com o quilómetro mais lento em 4.53! (durante a esmagadora maioria da minha carreira, um quilómetro assim era raro, agora foi o mais lento).
Ao parar senti-me um pouco tonto mas oiço falarem comigo, era o Hugo Miguel Sousa, o responsável da HMS que mais uma vez esteve brilhante na organização dum evento desta natureza. A seguir chega o Nuno Moreira, tendo trocado um abraço como se pode ver na foto que se segue.
Mais uma vez, como tem sucedido nestas últimas, terminei em lugares não habituais. Na geral terminei nos 27,5% primeiros (684 entre 2.483) e nos 29,7% no escalão (33 em 111). Completamente novidade para mim!
Os 10 km foram feitos assim: 4.52 / 4.49 / 4.51 / 4.53 / 4.47 / 4.49 / 4.49 / 4.50 / 4.52 / 4.47.
1ª légua em 24.12 e 2ª em 24.07. Apenas 6 segundos de diferença entre o mais rápido e o mais lento, ao estilo relógio suiço!
Enfim. Que posso dizer mais? Correr é uma felicidade. Aliar isso a resultados nunca dantes sonhados, mais é! E estou a ser recompensado por todo o muito esforço que tenho efectuado desde final de 2015 com esta fase de bater records que dura há 13 meses! Há que aproveitar. Aproveitar mas dando tudo como nesta prova onde senti que não ficou uma só grama de esforço para dar. Deixei tudo ali no alcatrão.
Corri como se não houvesse amanhã. E no amanhã havia mesmo uma corrida. Mas, como planeado, para ir em jeito de treino de recuperação.
Esta foi a melhor maneira de comemorar as 400 corridas. No final deste artigo, uma resenha estatística de como se articularam estes números.
Em excelente companhia antes da partida |
As sensações que recebia era que dava para aguentar esse ritmo de faca nos dentes e lá continuei, sempre a sonhar com o sub50, até ao quilómetro 5.
E foi aí, a meio da prova, que tomei consciência do que se passava. Passei em 24.12, média para bater o record! Com surpresa, pois nunca tinha imaginado ser possível, lá continuei ainda com mais ganas.
E os quilómetros foram passando e nada de mínima quebra. O problema seria que no final tínhamos que dar uma volta ao Rossio, sendo que essa parte é em calçada. Mas quem quer saber disso quando cheira a um momento épico? Quem quer saber do vento que estava? Apesar da ventania ter acalmado um pouco à hora da corrida.
Há dias que nos sentimos imparáveis. Tudo fruto da parte mental, com grande ajuda dos resultados que tenho obtido e que nestas alturas fazem acreditar que é possível manter e aguentar.
A alegria |
E corto a meta em 48.19!!! Média de 4.49,9 com o quilómetro mais lento em 4.53! (durante a esmagadora maioria da minha carreira, um quilómetro assim era raro, agora foi o mais lento).
Ao parar senti-me um pouco tonto mas oiço falarem comigo, era o Hugo Miguel Sousa, o responsável da HMS que mais uma vez esteve brilhante na organização dum evento desta natureza. A seguir chega o Nuno Moreira, tendo trocado um abraço como se pode ver na foto que se segue.
Ainda meio tonto 😄 |
Os 10 km foram feitos assim: 4.52 / 4.49 / 4.51 / 4.53 / 4.47 / 4.49 / 4.49 / 4.50 / 4.52 / 4.47.
1ª légua em 24.12 e 2ª em 24.07. Apenas 6 segundos de diferença entre o mais rápido e o mais lento, ao estilo relógio suiço!
A prova provada! |
Corri como se não houvesse amanhã. E no amanhã havia mesmo uma corrida. Mas, como planeado, para ir em jeito de treino de recuperação.
Esta foi a melhor maneira de comemorar as 400 corridas. No final deste artigo, uma resenha estatística de como se articularam estes números.
Com o manjerico que nos oferecem no final |
Historial da Prova
Domingo, 16ª Corrida do Oriente
Domingo, 16ª Corrida do Oriente
A equipa presente (eu, Aurélio e Orlando) com a Margarida Dionísio |
Pouco mais de 12 horas depois, rumei ao Oriente para a minha 11ª participação nesta prova, que neste momento é aquela onde mais vezes fui, sendo que em Julho a Lagoa de Santo André a irá igualar.
Quando acordei, as pernas pareciam estar benzinho, a parte respiratória é que ainda fatigada. Curiosamente durante a corrida inverteu-se a situação.
Foi uma corrida muito agradável pela companhia, Sandra, Nuno e Mónica, o que fez esquecer o percurso muito pobre desta edição.
Deixou-se de ir à estrada, para dar 2 voltas a um percurso de perto de 5 km nos passeios do Parque das Nações, com todas as rasteiras inerentes de tábuas mais levantadas no passadiço ou o passeio com ressaltos pelas raízes das árvores. Contingências...
A meio da corrida com a Mónica e Sandra. Curiosamente os 3 dorsais começam por 1 e acabam em 6 |
O ritmo foi o ideal depois do que fiz no Santo António e, devido à companhia, a 1.04.06 que demorei passou num instante. E até deu para parar a meio para o prazer de falar à Rute e Artur que ali encontrei.
A Corrida do Oriente já foi muito grande e um marco no calendário, espero que a deixem regressar, se não for possível aos seus tempos áureos, pelo menos a um melhor percurso.
O resto esteve bem, inclusive mantendo a oferta da caneca (a minha 10ª pois em 2006 ainda não davam).
A caneca |
De salientar que esta corrida é especial para mim pois foi aqui que em 2006 baixei pela primeira vez da hora na dupla légua e em 2009 marcou o meu regresso após uma ausência de 6 meses pelo pé partido.
E também de registar que uma das minhas companhias de hoje, o Nuno, é totalista nesta prova (16 em 16!).
A próxima corrida será daqui a 3 semanas, Corrida das Fogueiras em Peniche. Os dois próximos fins-de-semana serão dedicados a longos, em especial o próximo domingo com um ambicioso treino de 30.
400 Corridas em números
26 de Março de 2006 a 3 de Junho de 2017
(Esta estatística não engloba a Corrida do Oriente de hoje, por ser a 401 e os dados são das primeiras 400)
Inscrevi-me em 411 provas, participei em 400 e concluí 395.
Das 11 que estive inscrito mas fui obrigado a faltar, a razão foi sempre por lesão ou doença (só da vez que parti o pé, já estava inscrito para mais 5).
Das 5 que parti e não cortei a meta, as desistências foram 4 por lesão ou indisposição impeditiva de continuar, e uma por opção.
Participei em 128 provas diferentes, havendo um quarteto em que participei por 10 vezes: Corrida da Liberdade, Corrida do Oriente (a), Corrida da Lagoa de Santo André (b) e São Silvestre da Amadora.
(a) Com a participação de hoje passou a estar isolada com 11 participações
(b) Daqui a pouco mais dum mês também passará a contar com 11
Corri 201 vezes pelos 4 ao Km, 196 como individual e 3 pelos Leões de Porto Salvo.
394 corridas a solo e 6 de estafetas.
Nas 400 que participei, a distância que percorri foi de 5.018,856 km, tendo demorado 492 horas (20 dias e 12 horas) 35 minutos e 21 segundos.
Provas com chip foram 327, sem chip 73.
Tipos de piso: Só alcatrão 345; Alcatrão e terra 44; Tartan 6; Só terra 4; Cross 1.
O número de dorsal mais utilizado foi o 409 por 8 vezes e o 1057 por 7. Porém, estes eram números fixos dos Troféus das Localidades de Oeiras, Sintra e Cascais.
De forma aleatória, foram o 506 e o 515 por 4 vezes.
O dorsal mais baixo que utilizei foi o 1 no Grande Prémio de Mem Martins 2013 e o mais alto o 59295 na Maratona de Paris 2015.
Recebi 165 medalhas de participação. Por lugar, uma taça pelo 2º lugar da equipa no respectivo escalão na Estafeta Cascais-Lisboa 2013.
Quanto às distâncias:
Distância
|
Partida
|
Meta
|
-5.000
|
5
|
5
|
5.000
|
10
|
10
|
+5.000 -10.000
|
62
|
61
|
10.000
|
177
|
175
|
+10.000 -15.000
|
17
|
17
|
15.000
|
45
|
45
|
+15.000 -20.000
|
12
|
12
|
20.000
|
13
|
12
|
21.097
|
50
|
50
|
42.195
|
9
|
8
|
Total
|
400
|
395
|
E é assim, de forma muito resumida que se encaixam 400 corridas em números. Números que são exactos e frios, não transmitindo toda a emoção, prazer, esforço e sofrimento que cada uma proporcionou.
E nenhuma foi apenas mais uma. Cada uma foi e é especial.
Venham muitos mais anos sempre a poder correr! (o meu sonho/utopia é fazer uma Maratona aos 100 😃)
Olha já não sei que diga... estou sempre a repetir-me! :)
ResponderExcluirMuitos parabéns por mais uma excelente marca!
Estás balístico!
Beijinhos, boa recuperação e boas corridas!
Muito obrigado e que possas continuar a repetir-te muito tempo :)
ExcluirBeijinhos e boa continuação da excelente evolução :)
Que belo abraço, João!
ResponderExcluirParabéns pela enésima vez! :)
Curioso, tenho um resumo preparado para publicar no dia 7 de Junho para celebrar os meus 5 anos de provas!
Até às Fogueiras!
Obrigado pela enésima vez :)
ExcluirVou aguardar para ler o resumo dos teus primeiros 5 anos de corridas :)
Um abraço e até Peniche
Meu amigo João, o teu CV é invejável e a tua dedicação e forma de estar um exemplo para mim e com certeza para muitos como eu. Rumo aos 500 :).. oupas...
ResponderExcluirQuanto ao novo RP para mim não é supresa, estás forte fisicamente e mais ainda a nível psicológico, sem medo de arriscar ... volto a repetir-me, sei perfeitamente o que isso é, pois passei por essa fase, e desde a altura que "descobri" que posso ir mais além foi um tal de dizimar tempos que antes pareciam uma miragem.
Muitos parabéns, e até Peniche :)
GRande Abraço
Carlos
Muito obrigado Carlos!
ExcluirO 500 prevejo lá para fim de 2020, início de 2021.
Um grande abraço e até às Fogueiras!
Muitos, muitos parabéns! Foi, sem dúvida, uma excelente forma de chegar às 400 corridas!
ResponderExcluirÉ incrível olhar para o teu histórico e para os teus números! Mostram muito esforço, muita dedicação, muito suor e lágrimas (em sentido mais ou menos literal, dependendo do caso), mas aposto que também muitos sorrisos e momentos bons :)
Ficamos à espera da corrida 500, e depois da 1000, claro :)
Bons treinos!
Os momentos bons foram a esmagadora maioria. Correr é sempre bom, seja em que momento de forma for. A excepção foram as não convidadas lesões...
ExcluirMuito obrigado e boas corridas e não só :)
Que inspiração...
ResponderExcluirMuitos parabéns!! e venham mais 400!!!
Obrigado ET :)
ExcluirBeijinhos e boas corridas
Já não digo mais nada!
ResponderExcluirOu melhor digo-te falta-te ai uma coisa com mais de 42,195 km :)
E claro que espero pelos 45 minutos certinhos.
Sem comentários :)
ExcluirParabéns João, começa a ser difícil encontrar palavras para descrever tudo o que tens atingido nestes últimos meses. Continuo absolutamente convencido que não te vais ficar por aqui, mas vamos deixar as coisas acontecer normalmente.
ResponderExcluirAbraço e vemo-nos em Peniche.
Muito obrigado Tiago!
ExcluirUm abraço e até Peniche
Isto já começa a ser hábito! São recordes atrás de recordes, estás imparável!!! :)
ResponderExcluirQue forma brutal!
Muitos parabéns amigo!
Cá ficamos à espera do próximo recorde ;)
E que excelente companhia para a recuperação no Oriente, a nossa Sandrinha e a muito querida Mónica.
Beijinhos grande recordista
Pois... o que queres que te diga? Já nem eu próprio me reconheço, eh eh.
ExcluirHá que aproveitar enquanto está de feição :)
Beijinhos :)
Muitos parabéns João!
ResponderExcluirAgora, arriscas um recorde em cada prova:)
Continuação de bons treinos!
Abraço
Esses riscos são dos bons :)
ExcluirObrigado e um abraço!
Eu diria que o João arrisca um record em cada treino! ;)
ExcluirAmigos... foram tantos anos a seco, deixem-me aproveitar enquanto está a dar :)
ExcluirJoão, que maré boa! Não questiones, continua os bons treinos e segue! :)
ResponderExcluirGostei de vos ver.
Beijinhos grandes
É isso mesmo. Siga! :)
ExcluirTambém gostei de vos ver :)
Beijinhos e força para as próximas
Muitíssimos parabéns, caro amigo! É uma delícia ler estes relatos e saber que continuas de vento em popa! Continua assim e verás que muitas mais surpresas virão a caminho.
ResponderExcluirBeijinho grande e PARABÉNS!!
Muito obrigado amiga!
ExcluirHá que aproveitar enquanto a coisa está a dar :)
Beijinhos e tudo de bom