quinta-feira, 3 de maio de 2012

Um obrigado não cansa e recompensa

Uma coisa que tenho o hábito de fazer sempre, é ao receber a garrafa de água em cada reabastecimento, retribuir com um "obrigado!". E se a fila de voluntários que entregam as garrafas é mais longa, digo um bom-dia ou olá ou qualquer outra coisa aos restantes.

O reabastecimento é dos pontos mais sensíveis numa corrida, juntamente com o controlo de trânsito. O primeiro por  uma questão de saúde e o segundo por segurança. No entanto, para tal, são necessárias pessoas da organização, geralmente voluntários ou outros grupos como escuteiros.

Todos sabemos o quão importante é para cada um de nós atletas, ouvir um incentivo do público. É uma força que aumenta a nossa energia, por vezes já depauperada. 
Ora, esses voluntários estão ali ao calor, ao frio, à chuva, para nos proporcionarem uma importante ajuda. Penso que será da mais elementar justiça ouvirem uma palavra de cada, o que lhes transmitirá também o conforto da sua nobre acção.

Este artigo vem a propósito da recente Corrida do 1ª de Maio onde, na fase inicial, choveu e com água bem fria. No reabastecimento nos Restauradores, os voluntários estavam protegidos como podiam nas suas capas, visivelmente com frio, mas todos se esforçavam em dar rápida e eficazmente as garrafas. Porém, ali à minha passagem, o silêncio dos atletas era total. 
Como sempre, agradeci a garrafa e, à frente, disse bom dia a uma senhora já com certa idade que também distribuía o precioso líquido. De imediato incentivou-me a continuar uma boa corrida.
Estes gestos recompensam e têm efeito de boomerang.

Se, quando sucede algo mal num reabastecimento, a crítica não demora em aparecer, porque não fazer também o inverso? O repto que aqui deixo é esse. Darmos todos, atletas de pelotão, uma palavra simpática a quem nos está a ajudar. 
E tudo correrá ainda melhor!


11 comentários:

  1. Cidadania e boa educação é coisa que parece escacear. As pessoas parecem fechadas num mutismo e reagem agressivamente ao mais leve ruído à sua volta.
    Bem visto João, porque nunca é demais lembrar aquilo que todos devem saber... mas que poucos se lembram de praticar.

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  2. Boas João.

    Concordo plenamente e faço questão de retribuir a água (ou outra coisa) com esse tal OBRIGADO, independentemente do cansaço ou do ritmo, que não é mais do que mera educação. Na nossa sociedade damos muita coisa como adquirida ou como um direito, mas a maior parte não o é.
    E neste caso é só... OBRIGADO!!!

    Boas corridas...

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  3. Concordo a 100% contigo João, costumo agradecer sempre a quem está ali voluntariamente, tal como dizes faça chuva ou sol a entregar água aos atletas. Não nos custa dizer um Obrigado

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  4. Por acaso (não é por acaso não!) eu tenho também esse hábito: agradecer a garrafa, a medalha que me dão no final, etc... Acho que uma palavra, um gesto, podem fazer a diferença. Não acho, tenho a certeza!

    E lá está! O nosso fantástico mundo da corrida não é mais que uma fatia do nosso mundo, com a variedade imensa de todo o tipo de pessoa. Já lá vai o tempo (mas existiu mesmo???) em que a malta que corria era outra estirpe, um mundo onde reinava a amizade, a solidariedade, a justiça, e todo era "cor-de-rosa". Em minha opinião, isso não passa de um mito! E sim, eu também já encontrei e continuo a encontrar, isso tudo na Corrida, da mesma forma que encontro o cinismo, a avareza, a inveja, a indiferença, etc etc, tal e qual como encontro fora desse teórico mundo... E como cada vez há mais gente a correr, e ainda bem, mais essa variedade de pessoa se torna perfeitamente visível

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  5. Nem sempre aceito o precioso líquido.
    Algumas vezes não é necessário, mas fica o obrigado só pelo gesto.

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  6. Nem todas as provas têm voluntários (pessoas que ajudam sem qualquer tipo de recompensa), mas quando é o caso de haver voluntários, e são a esmagadora maioria, agradeço a todos os colaboradores e sempre!


    Deixo aqui um excerto da minha opinião colocada no Fórum O Mundo da Corrida aquando da minha participação no I Mini Trail Serra d’Arga (21km):

    1. “Todavia, há uma questão que gostaria de salientar e de destacar ao mais alto nível: O imenso grupo de voluntários que, com um grande espírito inteligente, altruísta e solidário, não regatearam esforços em torno desta iniciativa (ainda tenho na memória aquelas pessoas nos abastecimentos ou nos locais de aviso de mudança de direcção, com os corpos encolhidos e as caras fustigadas pelo vento gélido, mas com um sorriso e uma palavra de ânimo para os atletas!) que veio e virá a engrandecer mais a sua terra e a região! Já lhes agradeci pessoalmente e nos locais por onde passei, mas como tenho a certeza que não o fiz a todos, deixo aqui um grande Bem-haja a toda esse povo que tão bem nos recebeu e tudo fez para nos agradar!

    Obrigado e até à próxima!
    Um Abraço!

    Orlando Duarte

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  7. É bem verdade o que aqui escreve, por vezes o cansaço retira o discernimento, mas com um esforço e boa vontade ficava muito bem dizer um obrigado. No meu caso umas vezes digo, outras não mas é um facto a "melhorar".

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  8. João

    Que sorte! Aqui só escreveu quem agradece a entrega do precioso líquido.

    Os outros, os tais que nem um sorriso, nem um bom-dia, como se quem lhes entrega a garrafinha o esteja a fazer por obrigação, devem ler o artigo e passam ao largo.

    Domingo estarei num local de abastecimento pela 1ª vez, na meia da areia. Sou voluntário, não ganho nada mas vou ajudar a Associação a que pertenço.

    Vou ver quantos, ao lhes entregar a água no 15º km, me dizem simplesmente... Obrigado!

    Talvez os dedos de uma mão chegue. Espero bem me enganar.

    Abraços!

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  9. Olá João, é bem verdade,neste nosso mundo da corrida, o voluntariado e a vontade de participar e ajudar o outro é o grande segredo.

    Lembro-me que uma das coisas que mais me impressionou, foi uma das corridas das Fogueiras, em que estava um temporal enorme, um vento e chuva fria e os nossos voluntários não arredaram pé, sempre com um sorriso e uma palavra de conforto e de força...

    Realmente, vou passar a ter especial atenção, apesar de agradecer sempre, também : )

    Beijinhos

    Sandra

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  10. Concordo plenamente, por vezes esquecemos-nos destes pequenos pormenores que podem fazer toda a diferença! Obrigado!

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  11. Eu sei o que estar a dar abastecimento!
    Já estive nalguns por essa vida fora de corredor.
    Já apanhei um autentico diluvio a dar abastecimento numa maratona.
    Já vi jovens senhoras tão geladas num abastecimento que não conseguiram satisfazer o meu pedido de me abrir uma barra energética (ou melhor conseguiram mas com recurso aos dentes!).
    Nem sempre digo obrigado nos abastecimento.
    Muitas vezes pergunto se não têm bagaço e provoco uma gargalhada ou breve dialogo humorístico.
    Ainda agora na Corrida do Primeiro de Maio pedi bagaço e a senhora respondeu-me que era bagaço mas estava disfarçado!
    Também já pedi feijoada nos abastecimentos!.
    Admito que as vezes um atleta chegue em tão mau estado a um abastecimento que nem consiga falar. Provavelmente já me aconteceu.
    Mas tirando essas situações extremas tendo sempre ter uma palavra para quem esta nos abastecimentos ou a indicar o percurso.
    Penso que devia ser “obrigatório” todo o corredor de pelotão, pelo menos uma vez na vida, ajudar na organização de uma prova:
    Faz muita falta não se ter a visão do que é estar do outro lado num trabalho voluntarioso e desgastaste.
    Se me perguntarem afirmo sem sombras de dúvidas que é mais duro e difícil ajudar na organização de uma prova do que participar como corredor.

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