domingo, 28 de fevereiro de 2016

Ponto de situação a 2 semanas

Mais uma semana passou (ou devo dizer, voou?) e estamos a apenas duas da Maratona de Barcelona.

E a situação continua periclitante mas a apresentar, finalmente, alguma melhoria mas muito ligeira para o que se pretende.

Tudo tenho tentado para debelar ou atenuar esta lesão. Lesão que, a propósito, já se conhece a sua causa. Nada teve a ver com o esforço de Janeiro nem abuso de quilometragem. 
Recordam-se do mês de Dezembro onde andei a lutar contra as reacções dum maldito antibiótico em virtude duma infecção num dente? Na altura referia que me tinha atacado as pernas de forma muito estranha. Pois este antibiótico é daqueles que se prolongam no organismo e atacou este músculo. Daí a dificuldade dos especialistas em entenderem porque não reagia ele à contratura.

Com auxílio de agulhas (muito obrigado Orlando Duarte pelo precioso conselho!), pude correr qualquer coisa na 4ª feira, após uma seca de duas semanas e meia.
Não apareceu aquela dor impeditiva de continuar (entre os 200 e os 400 metros), mas sim uma dor perto do quilómetro que me obrigou a parar, alongar, dar um ou dois passos e depois retomar. Isto de quilómetro em quilómetro durante 4 mil metros. 
Na sexta feira o mesmo cerca do final do 1º e 2º quilómetro mas depois deu aproximadamente 3 quilómetros seguidos, tal como ontem.

E hoje fiz 7 km mas com as necessárias paragens para alongar. Só que a juntar-se a este problema, desde ontem que tenho uma certa dor na articulação do pé direito (o do gémeo), o que deverá ter sido por postura defensiva.

Têm sido problemas sobre problemas, obstáculos sobre obstáculos, o tempo a voar e aquela excelente forma que tive até aos 20 Km de Cascais a emigrar para outras paragens.
Cascais foi apenas há 3 semanas mas parece estar já muito longínquo no tempo, tal a maneira como corro agora, pois essa forma volatilizou-se. É incrível como a forma leva um sumiço deste.

Como nos próximos dias não dará para correr mais do que tenho feito, apenas estes treinos curtos para auxiliar o gémeo ir ao sítio o melhor possível, irei alinhar à partida duma Maratona onde nas últimas 5 semanas, passei a primeira metade sem correr e a segunda aos bocejos. A última distância digna de jeito, 5 semanas antes. 
Assim, vou alinhar (caso isto não piore) sem resistência nem musculatura treinada para uma distância desta. Com um gémeo "coxo" e a ter que alongar algumas vezes.

Terá lógica alinhar assim, poderão estar a questionar?  
Pois entre a razão e o coração, já sabem o que gosto de seguir. Tenho a Maratona perdida, portanto a única coisa que me resta é ir lutar por conquistá-la. Caso não dê, saberei que ao menos lutei até ser completamente impossível, pois enquanto existir uma minúscula grama de esperança, estou na luta!

Tal como em Sevilha, a contas com uma infecção pulmonar (mas ao menos com as pernas boas...), terei que ser bastante inteligente a gerir a prova. O tempo, como sucede em qualquer Maratona que participo, não interessa (desde que dentro do limite). O que conta é a meta e a consciência que dei todo o possível em cada segundo.

Como as coisas andam, só espero é não surgir mais nenhuma contrariedade. O diabo não pode estar sempre atrás da porta.

Espero para a semana poder vir aqui dar um ponto de situação melhor. O tempo está a esgotar-se, mas eu quero escrever história a 13 de Março!
       

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Aniversário e ponto de situação

No dia que este blogue faz 6 anos, venho aqui apenas dar o ponto de situação.

A inflamação no gémeo direito está complicada de passar e até 2ª feira, pelo menos, estou parado.

Não contando com aquelas escassas centenas de metros, mais a andar do que a correr, onde testava para ver como estava o gémeo, na 2ª feira cumprem-se 2 semanas sem correr. Quando ficarem a faltar 2 semanas e 6 dias para Barcelona...

Tenho feito todo o tratamento correcto e mais não posso fazer. Quero aproveitar para agradecer a todos os que têm enviado mensagens e manifestado o seu apoio, o que é sempre muito importante!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A todos que vão a Sevilha


No próximo domingo, Sevilha irá ser novamente invadida por portugueses. Serão mais representantes nacionais que a participação em muito e boa prova portuguesa.

Desejo a todos e qualquer um, que consigam aquilo porque lutam. 

Sevilha ficou-me no coração e o melhor que posso desejar é que sejam lá tão felizes como eu o fui em 2014! Força! Todos que cortam a meta numa Maratona são vencedores!

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Há uma ténue linha a separar um bom dum mau momento...

Janeiro em grande, início de Fevereiro com fantástica marca em Cascais. E depois?
Há uma ténue linha que separa um bom dum mau momento. Tudo está bem e de repente a onda muda.

Relato duma semana difícil:
2ª feira - Treino de recuperação. Começo a correr e passados uns 100 metros aparece uma dor limitativa no gémeo direito. Paro, faço uma massagem, estico, ando um pouco e depois retomo. O mesmo e a situação vai repetir-se várias vezes até que com 1.300 metros percorridos, a maioria a andar, dou por terminado o treino. Penso que o gémeo estará dorido pelo esforço da véspera e não vale a pena forçar.

3ª feira - Após o treino da véspera, nada mais senti, por isso comecei confiante o treino. Passados uns 100 metros, o mesmo. Repito tudo da véspera e arrasto-me até aos 3 km, a maioria a andar. Concluo que necessito de dar descanso ao gémeo, termino por ali e decido cancelar o treino de 4ª para recuperar na totalidade. Ainda penso que seja fruto do esforço de domingo.

5ª feira - Treino ao final do dia com a Isa e Vítor. Arrancamos e a campainha de alerta acende cerca dos 100 metros. Tudo na mesma e agora a justificação já não pode ser cansaço de domingo. Repito os mesmos procedimentos e aos 1.400 (uma parte a andar), vou-me embora. O que vale é que tenho o Urbano marcado para o dia seguinte.

6ª feira - Vou ao Urbano que conclui que o problema não está no local do gémeo mas mais em cima, atrás do joelho, que está a bloquear o gémeo, não o deixando esticar e provocando a dor. Desbloqueia-me essa parte (algo de extremamente doloroso), aconselhou-me a fazer gelo e que podia ir treinar à vontade no domingo, sem problema algum de efectuar os 30 planeados.

Hoje, domingo - Depois de fazer tudo certinho, vou treinar. Nada mais senti no gémeo mas sei que só ao iniciar saberei como está. Não faço a mínima ideia se vou correr umas centenas de metros ou 30 quilómetros. Na minha cabeça, só há lugar para os 30, pois repetir-se a mesma situação iria criar sérias dúvidas ao que teria e à própria participação em Barcelona.
Arranquei. Tudo bem. Por volta dos 280 metros, aparece o mesmo problema no gémeo. Não quero acreditar e tento continuar mais um pouco. Com 570 metros parei pois era impossível continuar.

Como dum grande momento passo para uma grande ponto de interrogação.
Amanhã, à sua abertura, estarei no Urbano.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

(contrariando a ciência) Novamente com asas nos 20 Km de Cascais!

Com a Isa e Vítor antes da corrida

Recuemos um ano e vamos parar antes da edição 2015 dos 20 km de Cascais. 
Nessa altura, o meu record aos 20 Km era 1.50.32 durante a Meia-Maratona englobada na Maratona de Lisboa 2007, quando bati o meu record de Meia que ainda perdura (1.56.35), mas em prova de 20 km era de 1.57.05

Pois nessa edição de 2015 fiz aquilo que considerei o impensável e, fruto de grandes treinos que estava a efectuar para a Maratona de Paris, dizimei o record para 1.49.25, tempo que nunca imaginei um dia alcançar.

Agora, também estou num momento onde tenho treinado muito mas a intenção para esta edição, até por um susto que apanhei com um pé a meio da semana, felizmente sarado, era rolar em bom ritmo, o que considerava baixar das 2 horas, se possível por volta da 1.55

Até à primeira metade da prova de hoje, sempre estive 100% convicto que nunca mais conseguiria aproximar-me desse tempo brutal do ano passado. Com toda a convicção! 

Mas por vezes bastam uns quilómetros para mudarmos de opinião pois há dias que estamos possuídos por algum espírito queniano (pronto... esta é exagero!) e ganhamos verdadeiramente asas (para as nossas capacidades), imprimindo um ritmo com uma facilidade onde mal nos reconhecemos.

Foi o caso de hoje, em especial na 2ª metade. E aquela convicção de nem sequer aproximar-me, caiu por terra. Se de início estava a ver a coisa boa para as tais 1.55, depois acreditei em 1.54, baixei o objectivo para 1.53, ainda mais para 1.52 até concluir que iria acabar em 1.51... para em cima da meta realizar que afinal era 1.50, mais concretamente 1.50.30!
De notar que na 2ª metade retirei exactamente 1 minuto ao tempo da 1ª (55.45 na 1ª, 54.45 na 2ª).

Tivesse esta prova mais 1.097 metros e bateria o meu record de Meia-Maratona que vem dum longínquo 2007. Na altura passei aos 20 em 1.50.32, mas já em pequena quebra, hoje foi com menos 2 segundos e ainda pujante. 

Acreditem, e sabem que sou sempre sincero no que digo (apesar de por vezes isso ser um defeito...) que fiquei muito surpreendido pois nunca imaginei ser possível alcançar o que fiz hoje.
E faz-me pensar naqueles estudos científicos e muito assertivos que provam a inevitável diminuição da performance no avançar da idade, em especial para diferenças como o ter 45, quase 46, quando fiz a primeira corrida e agora estar nos 55, quase 56.
É que as duas melhores marcas de sempre nos 20 Km, foram alcançadas num espaço de um ano, Cascais 2015 e 2016!
Das duas uma, ou sou excepção à regra ou... o treinar como tenho treinado dá os seus frutos.
E esta faz-me lembrar aquele atleta a quem diziam que tinha muita sorte por conseguir os resultados que alcançava, ao que ele respondia "sim, tenho muita sorte. E quanto mais treino mais sorte tenho!" 

Quanto à prova em si, um espectáculo como sempre. Esta prova é daquelas imperdíveis. Desde que participei pela primeira vez, apenas faltei em 2009 por estar com um pé partido, apesar de ter estado presente como espectador. Registei assim a minha 9ª participação. E se a prova é por si muito bonita, a organização é de excelência.
E é sempre um bálsamo reencontrar amigos! E em certos momentos, ainda mais.

Em resumo, parece que tudo foi muito bom mas ficou assombrado por um problema num pé que a Isa sentiu nos últimos dois quilómetros, e a quem envio daqui toda a minha energia positiva para um rápido restabelecimento. Que seja apenas um susto como o que sofri a meio da semana.
Força Isa!



ps - Antes da prova, um grupo de 6 atletas pediu-me para lhes tirar uma foto com o meu telemóvel. Por favor digam para onde a deverei enviar.