terça-feira, 23 de abril de 2019

Nos Ovos Moles para tentar a dúzia de Maratonas


É com elevada expectativa que se aguarda pelo nascimento duma nova Maratona em Portugal. Faltam apenas 5 dias e as informações que chegam da bela cidade de Aveiro, indicam que a organização tudo está a fazer para que o evento seja um sucesso..

Esta é a medalha que irá reconhecer o esforço de quem conquistou os 42.195 metros do percurso

Segundo a organização: "Inspirados pela incrível adesão de milhares de atletas que vêm dos quatro cantos do mundo, motivados pelo apoio incomensurável de tantos parceiros locais, nacionais e internacionais, iluminados pela fascinante beleza da Região de Aveiro, criamos uma medalha ímpar a nível mundial, de produção 100% portuguesa, cunhada à mão, tratada por especialistas de alto desempenho. Aqui está a Medalha Oficial da primeira edição, totalmente banhada a ouro certificado de 24 quilates, produzida para todos os Finishers que terminem os inesquecíveis 42,195 kms da Maratona da Europa Aveiro 2019"

Além disso, todos os que cortarem a meta na Maratona receberão esta linda camisola de finalizador.


Além da camisola de participação, esta não só para os maratonistas mas extensível a quem participar na Meia-Maratona e 10 Km.


E, estando em Aveiro, há um delicioso doce à disposição de todos nos reabastecimentos das 3 referidas distâncias


Segundo as palavras da organização: "Sim, é verdade, esta é a mais deliciosa das notícias que guardamos para ti. Da mais antiga e prestigiada confeitaria de Aveiro, a PEIXINHO, com 160 Anos de História, um espaço que tem tanto de delicioso como de fascinante, nascem os Ovos Moles Oficiais da Maratona da Europa, que irás encontrar ao longo do percurso da tua corrida, seja nos 42, nos 21 ou nos 10 kms. Não temos dúvidas, esta será também uma das maratonas mais doces do mundo, com a oferta desta iguaria que hoje é reconhecida como um dos melhores doces do planeta"

Tudo extras que se juntam à enorme expectativa que uma Maratona encerra sempre.

Costumo escrever um artigo antes duma Maratona mas, além do que já redigi, desta feita não sei bem o que dizer sobre o que esperar de mim.

Para dizer a verdade, estou bastante receoso com esta prova. Não me sinto na melhor das formas. A forma é cíclica e neste momento sinto que está em fase descendente. Além disso, o problema gástrico tanto aparece como atenua e isso cria sempre dúvidas. E a confiança ficou mais abalada com aquele estranho problema que senti nos gémeos no último treino de 30 quilómetros.

Ora para uma Maratona temos que estar o melhor possível, em especial quem, como eu, não tem propriamente capacidades físicas inatas para a concretizar. O que me leva a conseguir vencer a distância é toda a força mental, fruto de uma grande vontade, que é o meu trunfo.

No domingo lá estarei a dar o melhor e mais além de mim. Se será o suficiente para conseguir conquistar aquela meta, ninguém sabe. Nem o maior dos campeões. Numa Maratona, pequenos pormenores ganham enorme importância e só estando lá dentro se saberá.

Se conseguir o que tanto ambiciono, cortar aquela meta, será a minha 12ª Maratona. Uma dúzia nos Ovos Moles.

Tudo fiz, tudo dediquei para o conseguir. Se foi, é, o suficiente, domingo saberemos.

Regressarei aqui com esse relato. Até lá, fiquem bem e desde já um enorme agradecimento pelo sempre vosso constante apoio.
      

domingo, 21 de abril de 2019

Na sempre fascinante corrida de Constância

O grupo de amigos, Isa, Vitor, eu, Mafalda, Júlia e Sequeira
É sempre uma Boa Viagem ir a Constância!

Qualquer corrida é especial. Mas umas tocam-nos ainda mais. E sem dúvida que dentro do universo das corridas de 10 km, há uma que tem aquele que considero o meu percurso favorito da dupla légua, Constância. 
A esse facto, junte-se uma vila linda, em festa, gente simpática, e esta prova tem marca obrigatória no meu calendário.

No entanto, o que fazer quando calha a uma semana duma Maratona, como foi este ano e já tinha sido em 2015? Fácil! Participa-se mas em ritmo mais controlado sem dar o máximo como costumo fazer neste trajecto propício a boas marcas.

Num dia de calor mais parecido com verão do que primavera, a beleza do local onde confluem o Zêzere e o Tejo, deixou uma marca de desolação pelo tão baixo caudal de ambos. Desde que aqui venho, e hoje foi a 11ª vez, nunca vi o rio tão vazio, em grande contraste com aquele ano que o estacionamento já estava inundado e se a prova tivesse sido no dia seguinte, pura e simplesmente não se realizava devido à estrada também estar inundada.
Se o rio está assim em Abril e se não chover muito mas muito mais, como será em Agosto? Além de recearmos um ano de incêndios pela secura dos solos.

Regressando à prova, na partida era visível um menor número de participantes, creio pela concomitância com a Scalabis. Classificaram-se 333 atletas, contra 452 de 2018.
O vencedor masculino foi o mesmo, Cristiano Borges, agora a representar o Sporting, com a particularidade de ter feito menos 1 segundo que a marca da sua vitória no ano passado (32.45). A vencedora feminina, Emilia Pisoeiro do Águeda foi a 4ª na geral absoluta e a sua marca de 34.14 foi a melhor aqui registada desde Fernanda Ribeiro em 2008.
Havia um prémio de 1.250 euros para quem batesse o record de percurso, tanto masculino como feminino, mas esses cheques transitam para 2020.

A minha corrida foi muito certinha, sem arriscar nada mas a manter um interessante e confortável ritmo. Marquei 55.50, tendo cortado a meta em equipa com a Isa e Vitor e a sentir-me bem e a saborear o prazer de aqui correr. Pena que seja preciso esperar mais um ano para a próxima...

A armada 4 ao Km a aproximar-se da meta 

Sempre com a habitual boa disposição

E aí está a meta!
Depois dum revigorante duche nos Bombeiros e dum belo almoço, tempo para passearmos pelas tendas da festa anual, sempre com propostas interessantes (e deliciosas!).


A próxima prova é... (glup!)... a Maratona da Europa em Aveiro. Mas sobre isso, falarei daqui a uns dias, no último artigo antes da que espero seja a minha 12ª meta em Maratona.




Esta prova disputou-se 2 dias após uma triste notícia, a do falecimento do amigo Egas Branco.
Egas foi um dos pioneiros das corridas abertas a todos. E fez parte daquela equipa que me apoiou incansavelmente durante a minha Maratona de estreia, tendo estado também no primeiro treino de 30 quilómetros, um mês antes. 
Deixo aqui a minha sentida homenagem e agradecimento por tudo, Egas. Nunca te esqueceremos!

Egas a cortar a meta numa Maratona Spiridon em tempos pioneiros

No dia do meu primeiro treino de 30 Km (04/11/2012)

E na equipa maravilha que me apoiou na estreia em Maratona (09/12/2012)


domingo, 14 de abril de 2019

20 Km da Marginal: Vencer o nevoeiro com uma boa corrida após semana de susto

A equipa presente, Aurélio e eu

A Estafeta Cascais-Lisboa disputou-se pela primeira vez a 24 de Abril de 1932. Com uma distância inicial prevista de 27.800 metros a serem efectuados por 5 atletas por equipa. 1º percurso Cascais-Parede (6.200), 2º Parede-Paço de Arcos (6.300), 3º Paço de Arcos-Algés (5.900), 4º Algés-Avenida da Índia (5.700) e 5º Avenida da Índia-Terreiro do Paço (3.700). Porém, à última da hora as autoridades não autorizaram este último percurso, tendo a prova ficado pela Avenida da Índa e um total de 24.100 metros. Em virtude de tal, o criador da prova, Alberto Freitas, conselheiro técnico da Associação de Atletismo de Lisboa, decidiu que esta ficaria como uma edição experimental, a chamada edição 0, sendo considerada em definitivo a 1ª a de 1933, sendo esta a razão porque hoje realizou-se a 80ª edição desta Estafeta que conta com 81 realizações.
Também entre 1957 e 1960 a Câmara de Lisboa impediu o último percurso de entrar pela cidade, sendo que nesses anos a prova foi na realidade Guincho-Algés. 

Até 2004 apenas não se disputou em 1953 e 1956. Após dois anos sem ser feita, reapareceu em 2007 para desaparecer novamente do calendário até 2011 quando a Xistarca pegou na prova, impedindo esta clássica de morrer, e fixando a distância nos 20 quilómetros reduzindo de 5 para 4 percursos. Simultaneamente, criou uma prova de 20 quilómetros seguidos para quem não entrasse na Estafeta.

Curiosamente, há duas imprecisões sobre estas provas. Uma é que, recentemente, já outras provas divulgaram que seriam a mais antiga prova de Portugal a disputar-se hoje em dia. Tal é falso pois a mais antiga, quer no ano de estreia como no número de edições é, e por significativa margem, a Estafeta Cascais-Lisboa.
A outra prende-se quando em 2016 se realizou pela última vez os 20 Km de Cascais, sendo substituídos pela Meia-Maratona de Cascais. Muito se disse na altura, e continua a afirmar-se, que os 20 Km de Almeirim são agora a única corrida de 20 Km existente em Portugal. Ora tal é ignorar estes 20 Km da Marginal que viram hoje a sua 9ª edição e sempre com várias centenas de atletas classificados (hoje foram 724). 

E foi nestes 20 Km que participei hoje, o que sucedeu pela 4ª vez tendo igualmente 4 participações na Estafeta. Por outras palavras, desde a nova vida deste evento, apenas falhei em 2015 por ter coincidido com a minha participação na Maratona de Paris.

Foi uma semana de susto. Costumo dizer que não há Maratona sem um susto mas confesso que este foi grande e ainda não estou inteiramente descansado, apesar de muito mais confiante após a prova de hoje, pois não percebo o que sucedeu.

Desde que me meti em Maratonas, já finalizei 11 e realizei 32 treinos de 30 quilómetros. Tenho assim a experiência de saber como costumo reagir quando corro tais distâncias. No dia seguinte costumo estar naturalmente dorido dos vários músculos das pernas. Após o  último treino de 30, fez ontem uma semana, não sentia nada em todos os músculos com excepção dos gémeos, como se toda a fadiga se tivesse concentrado ali, o que nunca me tinha sucedido.
Tentei massajar várias vezes mas parecia ter no seu lugar pedras. Doía-me a andar, em especial a descer, e só conseguia andar devagarinho. De domingo para 2ª a evolução foi nula e fui obrigado a cancelar o treino desse dia. Custava-me a andar, quanto mais a correr!
Nesse dia comecei a massajar com Voltaren e pareceu dar reacção positiva. Na 3ª tornei a cancelar o treino e na 4ª senti que podia fazer uma caminhada onde a espaços dava uns pequenos passos de corrida.

Como a coisa pareceu ter passado, treinei 5ª e 6ª e correu benzinho. Decidi então alinhar na prova de hoje mas com a condição de encostar de imediato se sentisse a mínima questão nos gémeos, pois a prioridade está toda focada para de hoje a 2 semanas na Maratona da Europa em Aveiro.

Felizmente tudo decorreu da melhor forma. Segui num confortável bom ritmo, sempre certinho e nunca senti nada de especial nos gémeos. Mal cheguei a casa massajei bem, já repeti a massagem mas por uma questão de precaução pois sinto-os bem e soltos, nada a ver com as pedras da semana passada. 

O tempo estava bom para correr mas com nevoeiro. Caiu uma chuvinha grande parte do tempo mas era aquela chuva que se costuma apelidar de molha-tolos. Ora como não sou tolo, não me molhei! :)

Como referi, segui sempre certinho, inclusive nas subidas, nomeadamente a mais difícil do Alto da Boa Viagem. A partir desse momento, a 5 km da meta, tive a certeza que iria manter-me bem até final, tendo cortado a meta nuns bons 1.57.26, o que me deixou muito satisfeito. E estava a precisar dum carregar de confiança para Aveiro após o aludido problema.

Correr pela Marginal costuma dar bom resultado em mim pois é usual boas marcas. Esta foi bem melhor do que julgava, mas como as anteriores 3 experiências neste evento foram boas, acaba por ser a mais alta (1.57.05, 1.56.17 e 1.54.51 como anteriores). Mas enquanto nas outras pude soltar o turbo, nesta não podia ir aos limites pela precaução do que tinha sucedido e por estar a apenas 2 semanas da Maratona.

Como sempre, este evento é uma verdadeira festa do Atletismo e sempre bem organizado!

Para a semana tenho o Grande Prémio de Constância no sábado, prova que tem o percurso de 10 km que mais aprecio e daí, apesar de estar a uma semana de Aveiro, não a querer perder. Claro está, para fazer calmamente!

Até lá, uma boa semana a todos!

sábado, 6 de abril de 2019

O último de 30 rumo a Aveiro


Hoje foi dia do último treino de 30 quilómetros para Aveiro que é já de amanhã a 3 semanas.

Um treino que se previa muito molhado mas que afinal viu chuva apenas entre os 13 e 14 km. Pouco tempo mas com alguma força e gelada. Mas nada que chegasse à forte granizada que caiu ontem pela hora do jantar.

Após a muita difícil Corrida dos Sinos, pelos problemas gástricos, esta semana foi calma nesse aspecto, o que permitiu que andasse a correr bem. Não só pela ausência dessa maleita mas também pelo facto de, sem isso, poder descansar bem de noite e , como sabemos, o descanso é parte fundamental do treino.

Para ajudar mais ao treino de hoje, tive a útil companhia da Isa e Vitor nos primeiros 15 km, o que permitiu lançar o treino da melhor forma e a quem, desde já, agradeço a preciosa ajuda.

Esses 15 iniciais passaram-se rapidamente, na converseta, e depois foi aguentar os outros 15. 
Fui muito bem até aos 26, aí começou a pesar e a partir dos 28 a custar mas aguentei-me até às 3 dezenas.

Para a semana, e além dos treinos habituais de 2ª a 6ª, no domingo participarei nos 20 quilómetros, prova concomitante com a Estafeta Cascais-Lisboa. 
E o relógio continua a avançar. Ou como costuma dizer o amigo Carlos Cardoso, tic-tac tic-tac :)

Uma boa semana a todos!