sábado, 28 de setembro de 2019

30 M -5 S

Não, o título não é uma formula matemática, é apenas dizer de forma reduzida que fiz 30 quilometrozitos quando faltam 5 semanas para dia o M de Maratona.

Estava um pouco apreensivo pois esta minha gastrite crónica decide de vez em quando aparecer e ficar aos saltos, o que sucedeu desde ontem. E quando assim é, quem sofre são as pernas que ficam pesadas e cansadas, não o cansaço habitual de esforço mas o parecer que estão como que envenenadas. 

Por essa razão, o ritmo não foi bem o que queria mas sei que não se deveu a uma questão de forma mas pela gastrite. Quanto à respiração, acabei muito bem, parecendo que não tinha feito nada de especial.

O sucesso deste treino deveu-se, e muito, à excelente companhia a partir dos 5 do João Ricardo a quem muito agradeço. Sem a distração da  conversa, a dificuldade teria sido bem maior.

Como eu começava no Inatel e ele em S.Pedro, e em ambos os casos dava 5 km até à ponta oeste da praia de Carcavelos em sentidos contrários, calculámos a hora e o ritmo de cada para partirmos a uma determinada hora para tentarmos chegar ao mesmo tempo a esse ponto de encontro e depois fazermos o resto juntos (até Algés e volta). E o cálculo foi muito bem feito pois só não acertámos ao segundo por menos dum minuto. 

O que me custou a sério foram os últimos 200 metros, mais por uma questão mental. Já ia muito aflito das pernas e pensei "pronto, faltam apenas 200 metros". Talvez pelo alívio da descompressão, esses 200 pareceram muito mais.

Agora, durante a semana, treinos de recuperação para de amanhã a uma semana, domingo 6, o último dos 30 antes do grande dia.

Até lá, fiquem bem!

ps - Estava a esquecer-me que cruzámo-nos com o grande campeão Hélio Fumo, entre Paço de Arcos e Caxias, a quem gritei "boa sorte para o duelo com o Carlos Cardoso!". Para quem não sabe o que é, pode ler tudo no blogue do Carlos :)

domingo, 22 de setembro de 2019

Uma especial dúzia do Tejo ou o que eu estava a precisar duma prova assim!

Os 4 ao Km presentes, eu, Aurélio e Eberhard, muito bem acompanhados pelo João Branco

Após um mês de Agosto muito difícil e sofrido (pelos problemas que os efeitos da queda provocaram), terminei esse mês com um bom (para as condições actuais) treino de 30 o que levou-me a escrever um artigo intitulado "O que eu estava a precisar dum treino assim!". 
Após a prova na semana passada no Autódromo, a Inês disse o seguinte num comentário "foi um bom exemplo de que a forma está a voltar, e este post também se podia chamar "o que eu estava a precisar de uma prova assim" (fica a sugestão, para a da próxima semana, que vai ser ainda melhor!)" ao que eu respondi "Hum... não. Ainda não posso dizer "o que eu estava a precisar duma prova assim" pois essas sensações ainda estão para chegar. Vamos ver se será no Tejo..."

Efectivamente, na Corrida Auchan no Autódromo do Estoril, consegui uma marca bem melhor do que esperava e andava a fazer mas as sensações não foram boas. Acabei completamente esgotado, sem energia para mais qualquer metro, e andei a pagar essa factura nos treinos até meio da semana.

Para hoje, minha 12ª Corrida do Tejo, o objectivo era tentar fazer melhor do que o alcançado na Auchan (57.25) e havia razões fortes para lutar por um tempo marcante, como no final explicarei.
Queria chegar ao 56 e a ambição mais ambiciosa (passe o pleonasmo) era tentar o 55 alto.

As condições atmosféricas foram enganadoras. Aparentemente a temperatura estava boa para correr mas durante o esforço notou-se bem o abafado, o que fez que terminasse a prova encharcado. 

Desde o início que fui para um ritmo ambicioso na perspectiva do tal 55 alto. E a média apontava para isso desde o início.

Primeiro desafio, não prejudicar a média na subida para o Alto da Boa Viagem, o que foi conseguido. Sentia que estava no limite para o momento actual. Não se pode comparar com os 51.56 que já aqui fiz ou os 48.19 que são o meu record aos 10, mas temos que lidar da melhor forma com cada situação. Sentia no limite mas controlado no aspecto de não ir em sobre-regime como na Auchan. 

Em cada quilómetro fui acreditando que poderia aguentar e assim mantive no segundo desafio, a subida após Paço de Arcos.

Chegado aos 8, já ninguém me tirava da cabeça que faria mesmo os 55 mas talvez não fosse tão alto, talvez 55.30. 
Faltava o terceiro desafio, a subida para o Inatel de Oeiras mas, sinceramente, nem dei por ela e cheguei ao último já a tentar o 55 baixo.

E em plena recta da meta, arranquei para um sprint. Dificilmente entraria no 54 mas ao menos tinha a consciência que tudo tinha tentado.

E consegui! 54.58 de tempo final, o que muito me satisfez, para mais tendo acabado bem, muito ao contrário do Autódromo, tendo dado para continuar mais um bocado a esse ritmo se a meta estivesse 1 ou 2 quilómetros mais à frente.

A bonita e bem original camisola da prova
Por tudo isto, é fácil de entender porque afirmei do que estava a precisar duma prova assim. Uma corrida não são só tempos mas, tão ou mais importante, as sensações e elas foram óptimas e perduram.

Quanto às razões acima aludidas, aqui vão. A Corrida do Tejo é uma corrida especial para mim como oeirense de adopção e queria fazer um tempo especial para poder dedicar a um amigo especial que está a atravessar um momento menos feliz em termos de saúde mas com a confiança que a partir de agora vai ser sempre a evoluir até isto tudo ser atirado para trás das costas. Não é assim, amigo? Esta foi para ti!

E pronto, para o ano, venha a Corrida do Tejo número 40! Para os dois próximos fins-de-semana, treinos longos. Próxima corrida a 13 de Outubro na Meia-Maratona de Leiria. 

Uma boa semana a todos!


   
A medalha com o ex-libris cauda da baleia

domingo, 15 de setembro de 2019

Na Corrida Auchan em pleno Autódromo do Estoril

Vitor, Isa e eu em pleno circuito

Mês e meio após a última corrida (Bodo no Pombal), regressei a uma prova. Claro está que não fiquei parado durante este período pois nesse mês e meio percorri cerca de 400 quilómetros, alguns bem complicados pelo momento de crise provocado pelas sequelas da queda em Julho.

E que melhor regresso ao saudável ambiente de corridas que no mítico Autódromo do Estoril, palco de tanta e boa memória que guardo das muitas corridas de Automobilismo que aí assisti, com especial ênfase nos 13 Grandes Prémios de Fórmula 1 onde estive sempre presente nos 3 dias de cada um. 
E a grande recordação de em 1979 ter descoberto no Mundial de Karting um piloto que passei a seguir toda a evolução da sua carreira até chegar ao cume da F1, aquele que foi o meu maior ídolo e do qual tive o privilégio de assistir, também aqui neste Autódromo, à sua primeira vitória na categoria máxima, primeira de muitas e num dia de grande dilúvio. Estou a referir-me, naturalmente, ao enorme Ayrton Senna!

Correr no Autódromo é desfolhear uma série de recordações de cada lugar, cada curva, cada momento.

Os três no melhor lugar duma grelha de partida (pole-position)
Só por uma vez tinha sido possível participar nesta prova, na 2ª edição, excepcionalmente no mês de Junho, pois as restantes coincidiram no início de Setembro numa altura que estivemos fora em férias. 
Este ano, como foi na semana seguinte, calhou no dia de regresso das duas óptimas semanas que desfrutámos no Algarve.

Chegados perto da hora do almoço, foi arrumar as malas e seguir para esta corrida cuja partida se deu às 18.30.

Em virtude da mudança de nome comercial de Jumbo para Auchan, o evento passou de Corrida Jumbo para Corrida Auchan. E quando falo em evento não falo apenas em corrida mas sim numa série de actividades que decorreram entre as 9 e as 23.30, incluindo Basket de rua, corridas em patins, Duatlo, Ciclismo, corridas para miúdos, caminhada e a já referida corrida de 10 km.
Um manancial de ofertas a que só uma organização tão perfeita como a HMS consegue dar resposta. 

Quem acompanha este blogue sabe que após a grande crise provocada pela queda, perdi muita velocidade. Lentamente fui recuperando aos poucos e do mais de minuto por km mais lento, já reduzi para meio minuto ao km. Reconheço através de grande esforço pois tem custado e exigido muito.

A intenção ontem era de não passar a hora. 59.59 estava bom. 

Primeiros metros da corrida
O calor, o percurso não fácil com umas quantas subidas desgastantes e em especial o vento contra quando se seguia no sentido para Sintra, eram factores para lidar.

Bom conhecedor de cada metro e característica da pista, fui sempre concentrado em manter o melhor e mais adequado ritmo de forma a fazer o melhor sem comprometer o final.

Inicialmente damos uma volta no sentido das corridas motorizadas, seguindo-se uma parte no paddock para terminarmos com uma volta em sentido contrário.

A primeira volta e a parte do paddock correram bem, sempre a sentir que seguia no limite dos limites mas com uma margem boa para menos da hora. 

Vencendo a subida no paddock
No início da volta final, a do sentido contrário, entre o 6º e o 7º km deu-se ali um momento de potencial quebra a que o muito vento contra nesse momento em nada ajudou. Mas após curvarmos em sentido contrário e ter ficado livre do vento, pude recuperar e a partir do 8º km com a certeza que iria baixar do objectivo proposto e por agradável margem. A partir daí passou a ser alcançar a melhor marca possível.

O final é a subir para a meta e as forças já estavam no risco vermelho mas lá consegui aguentar-me e cortar a meta em 57.25 o que me deixou muito feliz.
Feliz mas com as pernas a tremer pelo esforço. É o que há de momento.

Chegando à meta...
... e no momento que a corto (com a Isa a testemunhar) 
Repetindo uma vez mais a cena do copo meio cheio meio vazio, antes da queda esta marca seria duma prova feita muito confortavelmente e agora fui ao limite dos limites e hoje bem sinto o cansaço. Mas... estou a recuperar e ainda um par de semanas atrás nem pensar em fazer a prova assim. Portanto... só posso estar feliz e esperançoso que de hoje a 7 semanas possa cortar a meta na Maratona do Porto, na que será a minha 13ª.

Os 4 ao Km com o vencedor da prova, o grande Nélson Cruz, campeão nacional de cross 2016
Para a semana, a minha 12ª Corrida do Tejo :)

Nota final para o que sucedeu hoje em Copenhaga onde Geoffrey Kamworor dizimou por 17 segundos o já tão esticado record da Meia-Maratona, com 58.01!!! Estamos quase no minuto 57! O que será correr uma Meia a 2.45 de média? Nem 1 km sei o que será, quanto mais 21... Inacreditável!