terça-feira, 31 de outubro de 2017

O último artigo antes da Maratona do Porto, em jeito de revisão / antevisão

Medalheiro de Maratonas à espera da 9ª inquilina 
E passaram 6 meses! 6 meses e mais de 1.300 quilómetros depois e aqui estou a aguardar a chegada do grande dia.

A última semana é sempre a mais difícil pois já nada há para acrescentar à preparação, nada há a ganhar, apenas a perder caso se façam disparates, erros ou apareça algum imprevisto.

O trabalho está feito e é aguardar pelo tiro de partida (ou melhor, por uns 3 ou 4 minutos depois que é quando chegará a minha hora de iniciar a que espero seja a minha 9º Maratona concluída).

Por melhor trabalho que se tenha realizado, seja um mero atleta de pelotão ou um campeão, nada está garantido. Em qualquer prova ou qualquer distância nada é garantido, numa Maratona essa verdade é ampliada. Qualquer grãozinho que emperre ligeiramente a máquina numa distância mais curta, ganha uma amplitude desmesurada nos 42.195 metros.

Portanto, nada se pode facilitar, foco e concentração no máximo, sabendo que uma Maratona começa depois dos 30 e essas 3 primeiras dezenas são cruciais para chegar o melhor possível a esse momento ou para dar cabo duma corrida. Daí a importância de se usar a cabeça e ser disciplinado e paciente. 

A preparação foi de sonho, com um susto no final mas não há Maratona que não pregue um ou outro susto. O que conta é que seja apenas isso, um receio que veio, foi e não deixou qualquer marca nem condicionalismos.

Sei que foi prolongada, 6 meses, mas dediquei-me de corpo e alma a esta minha 3ª participação na Invicta, para mais sabendo que um mês depois terei que fazer uma paragem forçada de, pelo menos, 2 meses e meio.

Apesar da preparação para uma Maratona implicar muitos quilómetros e a um ritmo mais calmo, a velocidade também conseguiu conviver com essa dita preparação. Neste período de meio ano alcancei o seguinte: Em 10 km bati o record e alcancei ainda outro sub50 adicional. Em 15 km fiz 2 corridas e bati o record por 2 vezes (e com marca que dificilmente julgaria possível). Em Meia-Maratona, alcancei a 2ª melhor marca num dia de exagerado calor e num percurso para o duro. E em 30 km, bati o meu record por 3 vezes.

Tenho consciência que estes feitos que alcancei, e alegria com que os partilhei, terão induzido muito boa gente em engano, pois tenho recebido vários comentários com previsões de tempos irrealistas e com a convicção que vou ao Porto para dar cabo daquilo tudo. Nada disso!

Se noutras distâncias há determinadas corridas que vou com a intenção de alcançar um novo máximo, o propósito para domingo é o mesmo que em qualquer Maratona: Cortar a meta com a consciência que a fiz da melhor maneira que foi possível. 
Nunca em Maratona penso em marcas nem antes nem durante. Uma Maratona já é, para um atleta como eu, algo de tão dificilmente atingível, e já me cria tanta pressão interna para a conseguir conquistar, que não necessito de pressão adicional com marca.
Claro que se viesse, ficava todo feliz, mas não vindo também fico sempre tão feliz por cortar a meta. Porque terminar é a minha medalha de ouro!

A meta, esse momento mágico em Maratona que espero reviver no domingo. E para tal, além de muita cabeça, levo todos os incentivos que me têm dado e que são um poderoso boost. Levo-os a todos no coração.

Até ao meu próximo artigo... que será o rescaldo do que sucedeu.

Para minha inspiração, termino com 8 fotos de 8 momentos inesquecíveis.


1ª - 2012-09-12 - 27ª Maratona de Lisboa - 5.02.13
2ª - 2014-02-23 - 30ª Maratona de Sevilha - 5.07.59

3ª - 2014-11-02 - 11ª Maratona do Porto - 5.11.35
4ª - 2015-04-12 - 39ª Maratona de Paris - 5.09.08
5ª - 2015-10-18 - 3ª Rock'n'Roll Maratona de Lisboa - 5.25.09
6ª - 2016-03-13 - 38ª Maratona de Barcelona - 5.18.28
7ª - 2016-11-06 - 13ª Maratona do Porto - 4.47.36
8ª - 2017-02-19 - 33ª Maratona de Sevilha - 4.41.40

domingo, 29 de outubro de 2017

Regresso a/em Almeirim

A super-armada 4 ao Km presente (eu, Isa, Vitor, Sofia e Aurélio, sendo a estreia da Sofia nesta equipa de amigos)

Regressei hoje a Almeirim para a clássica prova do nosso calendário "20 Km de Almeirim", após as minhas 4 presenças entre 2011 e 2014 (2011 na distância de Meia-Maratona por ser Taça dos Campeões Europeus de Estrada, 2012 e 2013 nos 20 Km e 2014 na mini). Nos últimos dois anos não deu para vir a esta prova tão simpática e voltei exactamente no ano que se estreou novo percurso. Se o anterior era muito agradável, este também mereceu nota igual ou até um pouco mais elevada. Apenas triste a passagem na Ponte D.Luís a constatar como o Tejo estava minguado... 

Mas se regressei a Almeirim, posso também afirmar que regressei em Almeirim depois de duas semanas atribuladas. 
No último artigo já tinha aqui dado a entender que havia alguns problemas, em virtude do renascimento do vírus intestinal (entretanto já morto e enterrado, espero que de vez) mas estes últimos treinos foram todos complicados por sentir a anca e bacia presas e os músculos da frente por cima do joelho sem força. 
Ora, a dias da Maratona do Porto isso era muito preocupante mas também intrigante pois se fosse fadiga muscular os gémeos seriam os primeiros a berrar e esses estavam impecáveis. 
A juntar a este menu, uma dor no fundo das costas quando me levantava após estar sentado.

Ora a minha hipótese de salvação passava pela ida à minha osteopata, a Paula Almeida, pessoa de quem já recebi vários "milagres". E com a sua enorme experiência e saber, logo apanhou a causa de todos esses males. Dava pelo nome de ilíaco que (provavelmente por esse exame tão invasivo que fiz) subiu e comprimia um nervo. Daí essas dores, essa prisão do conjunto anca / bacia e a falta de força nesse músculo.

E foi com tudo no sítio que tornei hoje a correr solto e feliz! (e os níveis de confiança para o Porto que andaram 6 meses no zénite e que nestas 2 semanas deram um trambolhão, voaram novamente até lá acima)

Certo e sabido que esta prova tinha que ser encarada como treino calmo, o que quem me conhece sabe que foi isso que sucedeu pois nestas coisas sou muito disciplinado.

Fui calmamente, sempre num ritmo muito confortável, resistindo sempre à tentação do mafarrico que segredava "vai mais rápido", realizando uma prova como há muito não sucedia, ou seja a meter-me com toda a gente, a ver as paisagens e a ignorar o relógio.

Sentia-me tão bem e feliz por estar novamente a correr solto (e claro... muito aliviado!) que nem liguei ao (muito) calor que fez.

Cortei a meta e nem me sentia cansado nem estava ofegante. Falando português facilmente entendível, estava na boa!

Olhei para o relógio e deu-me vontade de rir. A minha melhor marca em Almeirim era de 1.59.42 em 2013, ano que me recordo bem de me "ter morto todo" para a alcançar, terminando no limite. 
Hoje, sempre nas calmas, fiz menos 6 segundos, 1.59.36, sinal evidente da diferença de como estava em 2013 e agora, nesta sequência destes dois anos de ouro, 2016 e 2017. Mas também é justo referir que neste momento o meu record aos 20 é de 1.47.15, nada a ver com essa marca de 2013.

Seguiu-se a sopa da pedra e o mistério como conseguem fazer uma sopa para bem mais de mil pessoas, com a qualidade que tem. Espectáculo!!! A juntar aos sumos da Compal (marca da terra).

Quanto à organização... o que há a dizer? Quem já foi a Almeirim conhece bem a excelência das suas organizações. 
Apenas não compreendi porque os dorsais das equipas não estavam agrupados e tinha que se dizer todos os números mas isso é de somenos importância e até pareceria mal se fosse tudo perfeito :)

Próxima prova... deixa cá recordar-me qual é... deixem-me puxar pela cabeça... Ah! É a tal! A tal que estou a preparar há 6 meses, a Maratona do Porto. Venha ela!!!

Uma boa semana a todos e a meio da semana ainda virei aqui dizer umas balelas.



Os meus 5 troféus de participação em Almeirim

sábado, 21 de outubro de 2017

Duas dúzias dentro do (pouco) possível

Hoje foi dia dum longo mais curto e a ritmo bem mais calmo, por estar na fase descendente para o Porto (que é já daqui a 2 semanas).

Deste treino, há notícias boas e menos boas.

Começando pelas boas, o planeado eram 22 a 24 quilómetros e com ritmo médio entre os 6.20 e 6.30 (bem calmo!). E assim foi, 24 quilómetros a 6.27 de média.

Destacar também uma curiosidade estatística. Como eventualmente se recordarão, o ano com mais quilometragem tinha sido 2015 com 1.556,381 km e no ano passado dizimei esse valor, aumentando-o para 2.204,676 km, mais 648,295 km, um brutal aumento de 41,7% ou, em números arredondados 42% (esse número, sempre!).
Que este ano estou ainda a correr mais, prova-se pelo facto de em 2016 ter chegado à barreira dos 2 mil a 27 de Novembro, enquanto neste ano cheguei hoje, 21 de Outubro, 37 dias antes.

Indo agora para as notícias menos boas. Sim, fiz o planeado mas as sensações não foram boas. Se da primeira dose do vírus intestinal recuperei bem, na recaída da segunda dose, e as recaídas são sempre piores, a coisa está mais demorada. O problema já estabilizou mas afectou a parte muscular e fadiga. Quando digo muscular, não é daquela forma habitual que sentimos os músculos após um esforço, é diferente, parece que os enfraqueceu.
Cheguei aos 24 mas pouco, muito pouco mais faria. E um sinal é que o quilómetro mais lento foi o último (aliás, os últimos 4 foi sempre a piorar). O que a 2 semanas duma Maratona é preocupante mas até lá recuperarei. Não digo que voltarei como estava há duas semanas, onde parecia que dava a volta a este mundo e ao outro, mas em condições para fazer a Maratona como o esforço destes 6 meses assim o merece.

E pronto, já disse isto, agora é altura para me focar apenas na recuperação. Tanto na parte de treinos, como alimentar e de descanso.
Para a semana, vou fazer um calmo passeio pelos 20 Km de Almeirim, desta feita com percurso novo e que promete pois parece ser bem bonito.

Até lá, divirtam-se!

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Calendário 2018



Na página que dedico aos calendários de provas, já pode começar a ser consultado o respeitante a 2018.

(Atenção! Por uma questão de HTML, nomeadamente com o Chrome, é possível que esta página não lhe apareça assim mas com as imagens trocadas. Caso seja o caso, limpe o histórico do Chrome, ou IE ou Edge ou Mozilla, e já aparecerá tudo certo)
Tal como nos anteriores anos, a minha forma de colocar as provas é quando há uma confirmação da sua realização e não pondo a data habitual dos anos anteriores pois por vezes há alterações inesperadas e que provocam confusão a quem já se tinha inscrito para outro evento, convencido que aquele outro seria numa determinada data pressuposta. 

Há muitas datas por preencher mas a pesquisa está a ser feita e simultaneamente várias estão a ser anunciadas. Portanto este é um calendário que está em constante actualização.

Agradeço a quem tem colaborado, enviando datas, e muito especialmente ao Humberto Barros que tem sido incansável.

Como se pode constatar, o aumento de eventos tem sido enorme, em especial desde 2016 e no sector dos trails.

Em constante actualização, está o histórico de resultados, estando neste momento disponíveis as classificações de 6.140 edições das mais variadas corridas.

Este histórico nasceu com o intuito de preservar as classificações, autêntico património das nossas corridas, dado que é corrente irem desaparecendo de um ano para o outro nas respectivas páginas oficiais. Dando como mero exemplo, a Corrida do Tejo, que atrai milhares de atletas, apenas disponibilizava a classificação de 2016 e quando foi publicada a de 2017, a de 2016 desapareceu.

Assim, estando guardadas no servidor que utilizo, as classificações estão disponíveis para qualquer pessoa 24 horas por dia, 365 dias ao ano, ao alcance dum simples clique. 

Como curiosidade, a classificação mais antiga é anterior à república pois pertence à 1ª Maratona dos Jogos Olímpicos Nacionais, a primeira Maratona realizada em Portugal, então com 42,8 Km, e que se disputou em Lisboa a 2 de Maio de 1910, com partida à estranha hora de 13 horas 13 minutos e 20 segundos! Partiram 12 atletas e cortaram a meta 10 com Francisco Lázaro, então no Velo Club de Lisboa, a triunfar em 2.57.35 e um avanço de 44 minutos sobre o 2º!




  

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Dois novos records de participação em Maratonas nacionais


Com a realização da 5ª edição da Rock'n'Roll Maratona de Lisboa, alcançaram-se dois novos records em Maratonas disputadas em solo nacional.

São eles:
- Maior participação feminina: 969 atletas classificadas (o anterior máximo pertencia desde 2015 a esta mesma Maratona com 710)
- Maior número de estrangeiros: 2.960 (o anterior máximo pertencia desde 2015 a esta mesma Maratona com 2.396)

Daqui se deduz que foi um salto significativo em ambos os itens, na mais concorrida edição desta Maratona. O seu anterior record de participação era de 3.828 em 2015 e este ano contabilizaram-se 4.673, a 63 do record nacional pertencente à Maratona do Porto 2016 com 4.736 classificados.

A relação de records nas Maratonas nacionais, fica assim escalonada:

Classificados
4.736
Porto 2016
Masculinos
4.098
Porto 2016
Femininos
969
Lisboa 2017
Portugueses
3.308
Porto 2016
Estrangeiros
2.960
Lisboa 2017
Países
68
Lisboa 2016
Marca Masculina
2.08.21
Lisboa 2014
Marca Feminina
2.24.13
Lisboa 2016

De realçar que dos 8 itens, 7 foram alcançados entre o ano passado e o actual e numa altura que falta disputar a Maratona do Porto.
Apenas a melhor marca masculina vem de 2014.

Recordo aqui como tem sido a evolução do record nacional de participação:

Data
Maratona
Classificados
1910-05-02
Jogos Olímpicos Nacionais (Lisboa)
10
1911-06-18
Jogos Olímpicos Nacionais (Lisboa)
22
1978-04-09
Campeonato Nacional (Faro)
23
1979-04-22
Campeonato Nacional (Portalegre)
27
1980-04-20
Inatel (Foz do Arelho)
37
1980-10-12
A.A.L. (Torres Vedras)
45
1981-04-05
Campeonato Nacional (Faro)
49
1982-04-04
Campeonato Nacional (Almeirim)
56
1982-12-20
Spiridon (Autódromo Estoril)
127
1983-12-18
Spiridon (Autódromo Estoril)
176
1984-11-03
A.A.L. (Lisboa)
324
1988-11-06
Xistarca (Lisboa)
442
1990-10-21
Xistarca (Lisboa)
562
1991-10-20
Xistarca (Lisboa)
775
2007-12-02
Xistarca (Lisboa)
825
2008-12-07
Xistarca (Lisboa)
1.005
2009-12-06
Xistarca (Lisboa)
1.153
2010-11-07
Porto
1.180
2011-11-06
Porto
1.515
2012-10-28
Porto
1.671
2012-12-09
Xistarca (Lisboa)
1.681
2013-10-06
Rock'n'Roll (Cascais-Lisboa)
1.836
2013-11-03
Porto
2.763
2014-10-05
Rock'n'Roll (Cascais-Lisboa)
2.865
2014-11-02
Porto
4.040
2015-11-08
Porto
4.406
2016-11-06
Porto
4.736

Salta à vista o grande incremento nos últimos 10 anos, onde o milhar ainda era uma miragem. 
De referir que o record de 22 classificados alcançado em 1911 só foi batido, passando para 23, em 1978, 67 anos depois!

Evolução da Rock'n'Roll Maratona de Lisboa


Edição
Data
Classificados
1
2013-10-06
1.836
2
2014-10-05
2.865
3
2015-10-18
3.828
4
2016-10-02
3.540
5
2017-10-15
4.673




Resta ver como se dividiram por país os 2.960 atletas estrangeiros, provenientes de 62 países:


França
655
Espanha
368
Grã-Bretanha
367
Itália
308
Alemanha
157
Brasil
147
Holanda
114
Polónia
107
E.U.América
77
Bélgica
76
Suiça
64
Suécia
47
Rússia
46
Áustria
42
Irlanda
38
Hungria
37
Finlândia
34
Canadá
33
Noruega
32
Dinamarca
28
Marrocos
21
Rep. Checa
16
Ucrânia
15
África do Sul
13
Roménia
12
Israel
10
Luxemburgo
9
Eslováquia
7
Colômbia
5
México
5
Costa Rica
4
Estónia
4
Etiópia
4
Lituânia
4
Quénia
4
Venezuela
4
Argentina
3
Croácia
3
Perú
3
Taipé
3
Austrália
2
China
2
Chipre
2
Equador
2
Hong-Kong
2
Islândia
2
Japão
2
Letónia
2
Nova-Zelândia
2
Paraguai
2
Sérvia
2
Uruguai
2
Antilhas Holandesas
1
Argélia
1
Bahrein
1
Bielorússia
1
Eslovénia
1
Grécia
1
Malásia
1
Singapura
1
Tailândia
1
Turquia
1

Aguardemos pelos números do Porto. 2017 será o ano em que se quebrará a barreira dos 5 milhares?