quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Actualização de novos máximos em Maratonas disputadas em Portugal (maior número de países e atletas estrangeiros)

(Foto Organização)

Disputou-se no domingo a 10ª edição da Maratona de Lisboa e com ela vieram dois novos máximos em Maratonas disputadas em Portugal. O maior número de países representados e o maior número de atletas estrangeiros classificados.

Em relação ao número de países representados, a diferença é significativa. Em Lisboa 2016 tinham-se registado 68 países e agora 78. 

No respeitante a atletas estrangeiros, o máximo vinha de há 4 anos (antes da pandemia) com 3.328, classificando-se agora 3.347

A lista dos países representados e o respectivo número de atletas por país, pode ser consultada aqui.

De notar o facto de terem concluído a Maratona 14 atletas oriundos da Antártida!

Assim, a relação de records nas Maratonas disputadas em solo português, passa a ser a seguinte :

Classificados

4.736

Porto 2016

Masculinos

4.098

Porto 2016

Femininos

1.084

Lisboa 2019

Portugueses

3.308

Porto 2016

Estrangeiros

3.347

Lisboa 2023

Países

78

Lisboa 2023

Marca Masculina

2.05.45

Lisboa 2022

Marca Feminina

2.24.13

Lisboa 2016

Apesar de não ter existido qualquer alteração, aproveito para recordar as tabelas da evolução de participação de Maratona em Portugal, bem como os Top10 de atletas femininos e masculinos portugueses, a nível geral.

Evolução de participação em Maratonas disputadas em Portugal:

Data

Maratona

Classificados

1910-05-02

Jogos Olímpicos Nacionais (Lisboa)

10

1911-06-18

Jogos Olímpicos Nacionais (Lisboa)

22

1978-04-09

Campeonato Nacional (Faro)

23

1979-04-22

Campeonato Nacional (Portalegre)

27

1980-04-20

Inatel (Foz do Arelho)

37

1980-10-12

A.A.L. (Torres Vedras)

45

1981-04-05

Campeonato Nacional (Faro)

49

1982-04-04

Campeonato Nacional (Almeirim)

56

1982-12-20

Spiridon (Autódromo Estoril)

127

1983-12-18

Spiridon (Autódromo Estoril)

176

1984-11-03

A.A.L. (Lisboa)

324

1988-11-06

Xistarca (Lisboa)

442

1990-10-21

Xistarca (Lisboa)

562

1991-10-20

Xistarca (Lisboa)

775

2007-12-02

Xistarca (Lisboa)

825

2008-12-07

Xistarca (Lisboa)

1.005

2009-12-06

Xistarca (Lisboa)

1.153

2010-11-07

Porto

1.180

2011-11-06

Porto

1.515

2012-10-28

Porto

1.671

2012-12-09

Xistarca (Lisboa)

1.681

2013-10-06

Rock'n'Roll (Cascais-Lisboa)

1.836

2013-11-03

Porto

2.763

2014-10-05

Rock'n'Roll (Cascais-Lisboa)

2.865

2014-11-02

Porto

4.040

2015-11-08

Porto

4.406

2016-11-06

Porto

4.736

Top-10 nacional masculino:

1.
António Pinto
2.06.36
Londres
2000-04-16
2.
Carlos Lopes
2.07.12
Roterdão
1985-04-20
3.
Domingos Castro
2.07.51
Roterdão
1997-04-20
4.
Manuel Matias
2.08.33
Gyeongju
1994-03-20
5.
Luís Jesus
2.08.55
Paris
2006-04-09
6.
Joaquim Pinheiro
2.09.11
Otsu
1997-03-02
7.
Alberto Chaiça
2.09.25
Paris
2003-08-30
8.
Luís Novo
2.09.41
Berlim
2004-09-26
9.
Hélder Ornelas
2.10.00
Milão
2005-12-04
10.
Samuel Barata
2.10.13
Hamburgo
2023-04-23

Top-10 nacional feminino:

1.
Rosa Mota
2.23.29
Chicago
1985-10-20
2.
Jéssica Augusto
2.24.25
Londres
2014-04-13
3.
Salomé Rocha
2.24.47
Londres
2019-04-28
4.
Sara Moreira
2.24.49
Praga
2015-05-03
5.
Marisa Barros
2.25.04
Yokohama
2011-02-20
6.
Manuela Machado
2.25.09
Londres
1999-04-18
7.
Dulce Félix
2.25.15
Londres
2015-04-26
8.
Catarina Ribeiro
2.26.39
Valência
2019-12-01
9.
Albertina Dias
2.26.49
Berlim
1993-09-26
10.
Filomena Costa
2.28.00
Sevilha
2015-02-22


segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Bater o proclamado limite humano

 


Sendo o Atletismo uma modalidade multi-disciplinar, multi-género e multi-escalão, conta com muitos records mundiais. Todo e qualquer um é fantástico pois significa que alguém fez o que nunca tinha sido efectuado por qualquer um dos milhares de atletas mundiais.

Mas sendo qualquer um fantástico, alguns ganham uma mística especial por razões como a quebra de alguma barreira, seja cronométrica ou distância, ou pela diferença alcançada em relação à anterior marca.

Um dos míticos foi, durante exactamente 16 anos e meio (Londres, 13 de Abril de 2003 a 13 de Outubro de 2019 em Chicago), o record mundial feminino da Maratona.

Paula Radcliffe alcançou na Maratona de Londres de há 20 anos atrás, uma marca inacreditável para a época, 2:15:25, batendo por 1 minuto e 53 segundos o anterior record e colocando a fasquia de tal forma que durante mais de 15 anos ninguém se aproximou, poucos conseguiram o minuto 17, nenhuma o 16.

Nesse referido dia de 2019, um mito caiu. Brigid Kosgei parou o cronómetro em 2:14:04 e espantou o mundo! Afinal o record de Paula Radcliffe era humano e tinha sido batido.

Desde ontem, e após a Maratona de Berlim, como classificar o que a etíope Tigst Assefa alcançou? Não só bateu a inacreditável marca de Kosgei que tinha derrubado a mítica marca de Radcliffe, como o fez pela estonteante diferença de 2 minutos e 11 segundos! 

2:11:53 passou a ser a marca que encima a tabela mundial feminina. 

E é abaixo de 2:12:11... E porquê esta referência de tempo? Porque quando o célebre Abebe Bikila venceu a Maratona Olímpica de Tóquio 1964, repetindo a vitória de Roma 1960, registou esse tempo, novo record mundial por 1 minuto e 44 segundos.

Um conjunto de médicos, fisiologistas e cientistas reuniram-se então, estudaram todos os parâmetros, analisaram todas as premissas e concluíram que, com essa marca, tinha sido alcançado o limite humano!

Quase 60 anos depois, sabemos que a nível masculino essa marca já desceu mais de 11 minutos (11.02) e agora foi a vez do sector feminino derrubar também esse limite.

Sector feminino que nesse ano de 1964 não podia ultrapassar os 800 metros (400 entre 1928 e 1960), só em 1972 os 1.500 metros e nos anos 80 tudo se normalizou, com a primeira Maratona feminina oficial a ser disputada em 1982, no Europeu de Atenas e a vitória duma tal de Rosa Mota!
Nunca é demais recordar que, para esse impedimento, "especialistas" consideraram que tais distâncias eram demasiado para o "frágil" corpo duma mulher, com justificações "científicas" como correrem distâncias dessas poderiam provocar a queda do útero (!!!).

Sem nada de tão radical lhe ter sucedido... Tigst Assefa ontem também destruiu a proclamação de 1964 sobre o limite humano.


E ainda voltando à tal "fragilidade feminina", o que se prova é que quanto maior for a distância, mais a mulher se aproxima do homem. Por outras palavras, quanto mais resistência e menos explosão for necessário, mais as atletas femininas aproximam-se.
Atente-se no quadro seguinte onde constam os records mundiais das distâncias mais significativas, a partir dos mil metros, tendo na última coluna a percentagem de quanto a marca feminina está acima em relação à masculina.
Como se pode constatar, quanto maior a distância, menos diferença há!



segunda-feira, 24 de abril de 2023

Actualização do top-10 nacional de Maratona após a marca de Samuel Barata em Hamburgo (melhor marca masculina desde 2006!)

Nos últimos anos, tenho colocado aqui o top-10 nacional de Maratona, sempre que há uma alteração. 

No entanto, a tabela tem mexido apenas no sector feminino. Das 10 marcas, 7 foram alcançadas desde 2011, enquanto no masculino desde 2006 não havia qualquer entrada neste top-10.

Finalmente tal sucedeu! Samuel Barata, que tinha como record pessoal 2.24.15 (alcançado em Tóquio 2019), ontem parou o cronómetro em Hamburgo com 2.10.13, entrando como 10º melhor atleta nacional, destronando Joaquim Silva que tinha o registo de 2.10.42

Com esta fantástica marca, a melhor nacional desde 2006, Samuel Barata classificou-se na 10ª posição em Hamburgo.

Assim, a relação do top-10 nacional masculino, fica como se segue:

1.
António Pinto
2.06.36
Londres
2000-04-16
2.
Carlos Lopes
2.07.12
Roterdão
1985-04-20
3.
Domingos Castro
2.07.51
Roterdão
1997-04-20
4.
Manuel Matias
2.08.33
Gyeongju
1994-03-20
5.
Luís Jesus
2.08.55
Paris
2006-04-09
6.
Joaquim Pinheiro
2.09.11
Otsu
1997-03-02
7.
Alberto Chaiça
2.09.25
Paris
2003-08-30
8.
Luís Novo
2.09.41
Berlim
2004-09-26
9.
Hélder Ornelas
2.10.00
Milão
2005-12-04
10.
Samuel Barata
2.10.13
Hamburgo
2023-04-23

O top-10 nacional feminino, está da seguinte forma:

1.
Rosa Mota
2.23.29
Chicago
1985-10-20
2.
Jéssica Augusto
2.24.25
Londres
2014-04-13
3.
Salomé Rocha
2.24.47
Londres
2019-04-28
4.
Sara Moreira
2.24.49
Praga
2015-05-03
5.
Marisa Barros
2.25.04
Yokohama
2011-02-20
6.
Manuela Machado
2.25.09
Londres
1999-04-18
7.
Dulce Félix
2.25.15
Londres
2015-04-26
8.
Catarina Ribeiro
2.26.39
Valência
2019-12-01
9.
Albertina Dias
2.26.49
Berlim
1993-09-26
10.
Filomena Costa
2.28.00
Sevilha
2015-02-22