sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Não dar aos jovens condições para singrarem

O Atletismo é, sem dúvida, a modalidade que mais títulos tem dado a Portugal, sendo mesma a única que já conquistou medalhas de ouro olímpicas.
No entanto, as condições que são dadas aos nossos atletas estão muito longe do desejado, num país a quem nos querem impor uma única modalidade, essa sim tendo sempre dinheiro disponível e o fechar de olhos a dívidas.
Tempos houve que o Atletismo era melhor noticiado e o comum dos espectadores sabia bastante mais do que o alheamento actual, só tendo direito a um pouco de holofotes em situações muito especificas. Apenas quem vive o Atletismo está em cima das notícias, porque as procura. A excepção dá-se durante os Jogos Olímpicos, o que leva a que, devido a desconhecimento, se façam criticas absolutamente descabidas como nos de 2008, como se fosse possível a maioria vir de medalha ao peito, ainda para mais quando apenas 3 dos melhores dos melhores de todo o mundo o conseguem.
Sendo Portugal um país pequeno, mais difícil é aparecerem talentos naturais pois, estatisticamente, um país com uma população 5 vezes superior à nossa terá, teoricamente, 5 vezes mais de possibilidade de ver nascer esse tal talento que aparece de geração em geração. Além disso, comparando as condições que as grandes potências oferecem aos seus atletas com as que os nossos têm à sua disposição, facilmente compreendemos que para um atleta nacional singrar, não lhe basta ser muito bom, tem que ser mesmo excepcional.
Vem isto a propósito do cancelamento do Cross Internacional de Juniores, que estava agendado para Santa Iria da Azóia a 30 deste mês, devido a cortes que a Câmara Municipal de Loures efectuou e que também prejudicam o seu troféu concelhio. Este cross era uma referência e servia para as nossas selecções jovens ganharem experiência competindo com as selecções espanholas e britânicas, ganhando traquejo que será muito útil para o seu futuro.
Recorde-se que a nossa selecção júnior masculina conquistou a medalha de prata no último Europeu e as nossas meninas de ouro não são eternas, necessitando de se promoverem futuras atletas.
De igual modo menos provas no troféu concelhio prejudica os mais jovens que escassas outras oportunidades têm para competir e ir ganhando gosto pela modalidade.

Um comentário:

  1. Grande texto sr João, muito bem escrito, meu Deus não diria melhor, disse tudo bem direitinho! ;)

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