Sim, sei que não tenho andado muito activo aqui no blogue, ao contrário do que se tem passado com as caminhadas que estão a evoluir muito bem.
Na realidade, chego a interrogar-me sobre que interesse terá para muitos, relatar as caminhadas que faço, recordando-me da altura que corria e onde não via caminhar como um substituto natural da corrida. Queria era correr, gostava era de correr e nada iria substituir isso.
No entanto, a vida prega-nos rasteiras, colocando em causa dogmas e alterando-os de imediato.
Todos sabem a paixão que sentia em correr, em ser presença no pelotão, conviver com os colegas atletas e, clímax!, o desafio da Maratona. Mas quando somos privados de algo, e como já escrevi aqui mais duma vez, resta-nos duas hipóteses, a lamúria ou a mitigação. E foi esta última que de imediato abracei, substituindo o desafio da corrida com desafios na caminhada, desligando o interruptor do que estou a perder, agradecendo sim pelo que posso fazer.
E caminho com o mesmo empenho dos 15 anos de corrida e, agora sem eventos próprios e sem pelotão, competindo nos meus desafios pessoais e que vou dando conta aqui.
E ontem houve outro especial.
Fazendo um apanhado desde o último artigo, os tempos de 10 e 15 km continuam a cair desde que regressei da operação que efectuei em Janeiro.
Estando o record dos 10 km a caminhar em 1.21.16 e tendo nos primeiros 10 que realizei pós a operação de Janeiro sido 28 minutos mais lento, a margem foi encurtando estando agora a 7 minutos. O mesmo se passou com os 15 onde o primeiro foi 22 minutos mais e a diferença está agora nos 8.
Fez ontem uma semana que marquei esses tempos, com a média aos 10 de 8.52/Km e aos 15 de 8.46, saltando à vista que os últimos 5 foram muito mais rápidos.
Ora, depois disso, e sendo esta semana a altura de fazer uma de 20, o que lancei a mim próprio? Atentem neste quadro onde estão os records absolutos em caminhada para as diferentes distâncias e a média em cada:
Distância |
Tempo |
Média |
1.000 |
7.47 |
7.47,7 |
5.000 |
40.37 |
8.07,4 |
10.000 |
1.21.16 |
8.07,6 |
15.000 |
2.03.06 |
8.12,4 |
20.000 |
3.01.58 |
9.05,9 |
21.097 |
3.11.36 |
9.04,9 |
25.000 |
3.45.43 |
9.01,7 |
30.000 |
4.29.29 |
8.59,0 |
42.195 |
6.27.55 |
9.11,6 |
Salta à vista que os de 20 e Meia estavam acessíveis, fruto de não terem ainda sido muito trabalhados. Basicamente, foi numa de 30 que registei essas marcas, num dia em que a última dupla légua foi muito mais rápida (a média aos 20 estava em quase 7 segundos mais que no final dos 30).
Ora se na semana passada fiz média de 8.46/km aos 15, interroguei-me se seria capaz de aguentar agora média abaixo de 9 por km em 20 km. E, caminhando ao mesmo ritmo mais 1.097 metros, o da Meia ficaria também abaixo dessa barreira.
E foi isso que meti na cabeça para ontem. Caminhar pouco mais de 3 horas abaixo de 9 ao km, o que é um ritmo bem puxado.
E foi com o foco e a motivação bem no alto (para dizer a verdade a motivação está sempre no cume) que arranquei da Baía dos Golfinhos para seguir pelo Passeio Marítimo Caxias - Cruz Quebrada, cortar para o Jamor, percorrer o caminho exterior e interior da canoagem, entrar no EVA até ao alto em Carnaxide, dar a volta, entrar no Passeio de Algés à estação e regressar à Baía dos Golfinhos.
Tempo um pouco para o quente mas perfeitamente suportável e desde o início a conseguir manter o ritmo ideal, sem quebras, apenas um pequeno abanar aos 15 e acabar muito feliz por ter alcançado os dois objectivos que me propus, bater o record aos 20 e Meia mas com a média abaixo dos 9 ao Km. Para ser franco, o baixar dos 9 ao km é que era o importante.
O record dos 20 estava em 3.01.58, fiz menos 3.52, marcando 2.58.06, média de 8.54,3
O record da Meia estava em 3.11.36, fiz menos 3.57, marcando 3.07.39, média de 8.53,7
E desde que a coisa começou a encarrilar após a natural readaptação pós-operatória, que a 2ª metade é mais rápida do que a 1ª. Neste caso 1.33.57 / 1.33.42
Acabei assim muito feliz e com um sentimento especial por ter feito algo assim apenas 99 dias após uma operação meio melindrosa de 5 horas.
O quadro dos records a caminhar fica assim actualizado desta forma:
Distância |
Tempo |
Média |
1.000 |
7.47 |
7.47,7 |
5.000 |
40.37 |
8.07,4 |
10.000 |
1.21.16 |
8.07,6 |
15.000 |
2.03.06 |
8.12,4 |
20.000 |
2.58.06 |
8.54,3 |
21.097 |
3.07.39 |
8.53,7 |
25.000 |
3.45.43 |
9.01,7 |
30.000 |
4.29.29 |
8.59,0 |
42.195 |
6.27.55 |
9.11,6 |
Salta alguma coisa à vista? Sim, os 25 e a Maratona são agora os únicos nos 9 minutos. Mas os 25 já têm data marcada para tentar inclui-lo no lote dos abaixo de 9, daqui a um mês. Quanto à distância de Maratona, caminhar 6 horas e tal abaixo de 9 ao km? Não parece nada fácil, é muito muito complicado. Mas... se não o tentar, nunca saberei se consigo ou não. Certo?
Quadro km a km de ontem (com a comparação do que ia a ganhar para terminar abaixo da média de 9)
Km |
Tempo |
Total |
+/-
9/Km (Km e total) |
|
1 |
09:01,49 |
00:09:01,49 |
00:01,49 |
00:01,49 |
2 |
08:41,43 |
00:17:42,92 |
00:18,57 |
00:17,08 |
3 |
09:10,45 |
00:26:53,37 |
00:10,45 |
00:06,63 |
4 |
08:48,38 |
00:35:41,75 |
00:11,62 |
00:18,25 |
5 |
08:46,92 |
00:44:28,67 |
00:13,08 |
00:31,33 |
6 |
08:53,35 |
00:53:22,02 |
00:06,65 |
00:37,98 |
7 |
08:40,02 |
01:02:02,04 |
00:19,98 |
00:57,96 |
8 |
09:12,64 |
01:11:14,68 |
00:12,64 |
00:45,32 |
9 |
08:54,00 |
01:20:08,68 |
00:06,00 |
00:51,32 |
10 |
08:57,92 |
01:29:06,60 |
00:02,08 |
00:53,40 |
11 |
08:49,48 |
01:37:56,08 |
00:10,52 |
01:03,92 |
12 |
08:49,05 |
01:46:45,13 |
00:10,95 |
01:14,87 |
13 |
08:46,19 |
01:55:31,32 |
00:13,81 |
01:28,68 |
14 |
09:01,46 |
02:04:32,78 |
00:01,46 |
01:27,22 |
15 |
09:20,57 |
02:13:53,35 |
00:20,57 |
01:06,65 |
16 |
08:46,60 |
02:22:39,95 |
00:13,40 |
01:20,05 |
17 |
09:01,27 |
02:31:41,22 |
00:01,27 |
01:18,78 |
18 |
08:55,77 |
02:40:36,99 |
00:04,23 |
01:23,01 |
19 |
08:56,10 |
02:49:33,09 |
00:03,90 |
01:26,91 |
20 |
08:32,95 |
02:58:06,04 |
00:27,05 |
01:53,96 |
21 |
08:44,25 |
03:06:50,29 |
00:15,75 |
02:09,71 |
Meia |
00:48,71 |
03:07:39,00 |
00:03,67 |
02:13,38 |
Antes de terminar, tempo para falar de outra luta, esta contra o peso.
Para quem corria cerca de 250 km mensais, a paragem de 5 meses no início de 2020 devido ao problema do joelho, fez disparar o meu peso. De milhares de calorias gastas a correr por mês, à inactividade forçada durante 5 meses, e o diabinho que vive nas balanças a rir-se.
Comecei com as caminhadas e, sabe-se, que não são tão eficazes para a perda de peso como a corrida. Mas lentamente lá se foi perdendo alguma coisa até que, zás, outra paragem dum mês no início deste ano devido a uma intervenção cirúrgica. E lá reapareceu o que se tinha perdido.
Com o organismo estabilizado após ter sido mexido daquela forma, comecei recentemente uma dieta que espero me aproxime do peso ideal, com a consciência que irá demorar bastante.
Para ajuda e motivação, adquiri uma balança muito precisa e que dá uma série de informações além do peso, tal como o IMC, % de gordura e de músculo, teor de água, etc.
Todos os dias à mesma hora peso-me e isto ajuda a controlar melhor e a aperceber-me de pequenos ganhos que doutra forma não teria consciência.
Grosso modo, estava com 11 quilos a mais do que deveria ter tendo em conta a altura e idade e nesta altura já perdi 1,7 Kg em 18 dias. Estou no bom caminho, é continuar e aguardar que não apareçam mais contrariedades.
Até à próxima, fiquem bem e com muita saúde, que é o melhor bem!