Medalheiro de Maratonas à espera da 9ª inquilina |
E passaram 6 meses! 6 meses e mais de 1.300 quilómetros depois e aqui estou a aguardar a chegada do grande dia.
A última semana é sempre a mais difícil pois já nada há para acrescentar à preparação, nada há a ganhar, apenas a perder caso se façam disparates, erros ou apareça algum imprevisto.
O trabalho está feito e é aguardar pelo tiro de partida (ou melhor, por uns 3 ou 4 minutos depois que é quando chegará a minha hora de iniciar a que espero seja a minha 9º Maratona concluída).
Por melhor trabalho que se tenha realizado, seja um mero atleta de pelotão ou um campeão, nada está garantido. Em qualquer prova ou qualquer distância nada é garantido, numa Maratona essa verdade é ampliada. Qualquer grãozinho que emperre ligeiramente a máquina numa distância mais curta, ganha uma amplitude desmesurada nos 42.195 metros.
Portanto, nada se pode facilitar, foco e concentração no máximo, sabendo que uma Maratona começa depois dos 30 e essas 3 primeiras dezenas são cruciais para chegar o melhor possível a esse momento ou para dar cabo duma corrida. Daí a importância de se usar a cabeça e ser disciplinado e paciente.
A preparação foi de sonho, com um susto no final mas não há Maratona que não pregue um ou outro susto. O que conta é que seja apenas isso, um receio que veio, foi e não deixou qualquer marca nem condicionalismos.
Sei que foi prolongada, 6 meses, mas dediquei-me de corpo e alma a esta minha 3ª participação na Invicta, para mais sabendo que um mês depois terei que fazer uma paragem forçada de, pelo menos, 2 meses e meio.
Apesar da preparação para uma Maratona implicar muitos quilómetros e a um ritmo mais calmo, a velocidade também conseguiu conviver com essa dita preparação. Neste período de meio ano alcancei o seguinte: Em 10 km bati o record e alcancei ainda outro sub50 adicional. Em 15 km fiz 2 corridas e bati o record por 2 vezes (e com marca que dificilmente julgaria possível). Em Meia-Maratona, alcancei a 2ª melhor marca num dia de exagerado calor e num percurso para o duro. E em 30 km, bati o meu record por 3 vezes.
Tenho consciência que estes feitos que alcancei, e alegria com que os partilhei, terão induzido muito boa gente em engano, pois tenho recebido vários comentários com previsões de tempos irrealistas e com a convicção que vou ao Porto para dar cabo daquilo tudo. Nada disso!
Se noutras distâncias há determinadas corridas que vou com a intenção de alcançar um novo máximo, o propósito para domingo é o mesmo que em qualquer Maratona: Cortar a meta com a consciência que a fiz da melhor maneira que foi possível.
Nunca em Maratona penso em marcas nem antes nem durante. Uma Maratona já é, para um atleta como eu, algo de tão dificilmente atingível, e já me cria tanta pressão interna para a conseguir conquistar, que não necessito de pressão adicional com marca.
Claro que se viesse, ficava todo feliz, mas não vindo também fico sempre tão feliz por cortar a meta. Porque terminar é a minha medalha de ouro!
A meta, esse momento mágico em Maratona que espero reviver no domingo. E para tal, além de muita cabeça, levo todos os incentivos que me têm dado e que são um poderoso boost. Levo-os a todos no coração.
Até ao meu próximo artigo... que será o rescaldo do que sucedeu.
Para minha inspiração, termino com 8 fotos de 8 momentos inesquecíveis.
1ª - 2012-09-12 - 27ª Maratona de Lisboa - 5.02.13 |
2ª - 2014-02-23 - 30ª Maratona de Sevilha - 5.07.59 |
3ª - 2014-11-02 - 11ª Maratona do Porto - 5.11.35 |
4ª - 2015-04-12 - 39ª Maratona de Paris - 5.09.08 |
5ª - 2015-10-18 - 3ª Rock'n'Roll Maratona de Lisboa - 5.25.09 |
6ª - 2016-03-13 - 38ª Maratona de Barcelona - 5.18.28 |
7ª - 2016-11-06 - 13ª Maratona do Porto - 4.47.36 |
8ª - 2017-02-19 - 33ª Maratona de Sevilha - 4.41.40 |