Com a grande vencedora, Daniela Cunha, que está num momento de grande forma e que tem um brilhante futuro à sua frente, como aqui vaticinei há 6 anos atrás quando a Daniela ainda era muito jovem. |
Confesso que foi com um misto de emoções que cortei a meta. Por um lado, a marca realizada passa a constituir record do meu actual escalão (M55), foi o melhor tempo dos últimos 5 anos e o 2º melhor de sempre. Por outro, aquele velho sonho de conseguir um dia baixar dos 50 esteve tão perto... (50.20)
No entanto, esse tal misto de emoções cedo passou. Se alturas há que podemos questionar "se não me tivesse salvaguardado tanto no início" ou "se tivesse arrancado o sprint final mais cedo" ou outras questões, no caso de ontem nada se verificou. Sinto que fui a dar o máximo em todo e qualquer metro dos 10.000, mais não podia fazer. E quando é assim, tudo está bem.
Com os companheiros de viagem, Margarida Dionísio e Manuel Sequeira, sempre excelentes companhias |
Sempre gostei muito desta prova, é daqueles percursos que apelido "à minha maneira", apesar de apenas ter vindo duas vezes (2011 e 2012). Nos últimos anos, por circunstâncias várias não deu mas este não podia deixar de vir a uma prova que me enche sempre as medidas por tudo.
Já há meses que tinha confidenciado a poucas pessoas que ia apostar tudo nesta prova. No entanto, desde a Lagoa de Santo André, com aquele calor, e com as temperaturas altas que se têm vindo a registar, tirei isso da cabeça e a intenção era fazer a melhor prova possível.
Porém, tudo mudou logo de manhã. Acordo e, ainda sem abrir o estore e ver o tempo que estava, envio um sms para a Isa e Vítor a desejar um bom Trail das Caldas e que não estivesse calor de mais. No minuto a seguir recebo a resposta da Isa dizendo que não lhe parecia ir ter problemas com calor pois a máxima prevista era de 21 e até parecia que ia pingar.
Levantei-me, abri a janela e constatei que aqui em Porto Salvo estava semelhante. De imediato fui ao telemóvel consultar a previsão para o Pombal. Às 19 horas 21 graus.
Um sorriso desenhou-se-me nos lábios. Os deuses das temperaturas estavam a querer ajudar. E não mais parei de idealizar tácticas e ritmos de corrida.
Eu e a Mafalda tivemos a sempre muito agradável companhia da Margarida Dionísio e Manuel Sequeira na viagem, e lá fomos direitos ao Pombal, com paragem a meio do caminho para um saboroso piquenique.
Chegados ao Pombal, e antes duns passeios pela bela cidade, levantámos os dorsais, dados pela grande atleta Sara Carvalho, ao que comentei "Um dorsal de campeão (nº6), dado por uma campeã, tenho mesmo que fazer uma boa prova". Ao que fui "ameaçado" pela Sara Carvalho "Ai que não faça!" :)
Depois dum bom e adequado aquecimento, lá fui, com o Sequeira, para a partida. Ao contrário dos anos que estive presente, dada na ponte do Rio Arunca.
Partida e logo coloco um ritmo máximo. Este percurso é composto por 3 voltas onde em cada a primeira metade é ligeiramente a subir e a segunda metade ligeiramente a descer. Quando chego pela primeira vez ao final da subida, e apesar de estarem decorridos apenas 1.800 metros, já tenho a certeza que vai dar para manter o ritmo. Ao aproximar-me das 4 centenas de corridas já tenho experiência para saber. pelas sensações que vou sentindo, que dá para aguentar sem quebrar ou se estou em perigo de dar o estoiro mais à frente.
Os dois pés no ar |
Continuei sempre a dar o máximo, e as voltas a passarem. Fui dobrado pelos primeiros masculinos, mas desta vez não pela primeira feminina, e na última volta sabia onde deveria iniciar o sprint final e aí vou eu.
Sabia que o tempo não dava para o velho sonho, apesar de ir ficar perto. Dei o que tinha e o que já não tinha e corto a meta em 50.20
Foi apenas a minha 6ª vez no minuto 50. As 2 primeiras vezes foram em Fevereiro de 2007, depois só tornei a terminar nesse minuto em 2011 por 3 vezes e agora em 2016.
Entre os 47 e os 56 anos. E fico feliz por notar que continuo a adiar a natural e inevitável quebra pela idade.
Como já estão "marrecos" de saber, o sonho (quase diria obsessão) de baixar dos 50 minutos, vem de longe, há 9 anos. Já me sucedeu de tudo, desde provas onde ia a ritmo para o minuto 49 mas não chegavam a ter os 10 km, a torcer um pé quando ia conseguir, inclusive a partir um pé, a um antibiótico dar cabo de mim, enfim, tudo sucedeu. Mas sou persistente (e olhem que é necessária muita persistência para estar 9 anos a perseguir um mesmo objectivo).
Não sei se lá chegarei (após 9 anos com tanta contrariedade, é obrigatória esta frase) mas sei que não me vou render e lutar sempre. Um dia será o dia.
Para já, um grande orgulho pela prova de ontem pois sei que dei o meu melhor.
Prova que também foi especial pela estreia da nova camisola dos 4 ao Km, após 160 corridas com a anterior (entre as quais as minhas 6 Maratonas). Essa nossa era antiga, de outra tecnologia, era pesada e não libertava o suor como as novas tecnologias o permitem.
Decidimos assim apostar numa camisola de topo, fazendo-as na FullWear, e aproveitando para uma melhoria no seu design.
Estas novas camisolas são extremamente leves, com um tecido de alta tecnologia desenvolvido à base de microfibras para melhorar o conforto e proporcionando um tacto suave, dispersando o suor e as concentrações de calor corporal, evitando aglomerações e permitindo também uma secagem mais rápida.
Em conclusão, um excelente investimento!
A próxima prova é a 10 de Setembro a 40ª edição da Meia-Maratona das Lampas. Até lá, um mês de Agosto com uma grande carga de quilómetros, iniciando assim a preparação para a Maratona do Porto. Se não houver lesões, Agosto será o meu mês com mais quilómetros de sempre.