sexta-feira, 15 de maio de 2015

A obrigatoriedade a que não me obrigarei

Há dois dias atrás terminou o período de transição do dito acordo ortográfico, tornando-o obrigatório.

Todos os anteriores 1.424 artigos que publiquei neste blogue, foram segundo a anterior grafia e assim continuarei.

Não por ser renitente à mudança (nem o posso ser devido à minha profissão em constante e brusca alteração) mas por não concordar. Não somos a favor de mudanças quando concordamos com tudo de novo, mas apenas quando esse novo representa uma mais valia, o que não é o caso.

Quando se elegem representantes, seja para um governo, condomínio ou qualquer outro tipo de organismo, delega-se que poderão tomar as devidas decisões. No entanto há limites, segundo as quais terão que ser chamados todos a decidir devido à sua extrema importância. A língua é, ou deveria ser, uma delas pois é património de todos nós, presentes e passados. 

Não o referendaram, como seria natural, e não posso concordar com algo que nunca dei o meu consentimento.  

O dito acordo foi contra a nossa língua para favorecer outros povos que a utilizam. Mas a génese do português é de cá. E isto nada tem de xenofobia mas apenas de lógica. A mesma lógica que permitiu aos ingleses de renunciarem a algo semelhante que iria americanizar o seu inglês.

Portanto, continuarão a ler aqui a anterior grafia, até para não confundir os meus leitores. Este é um mero exemplo, há mais e mais gritantes, mas como de Atletismo se fala aqui maioritariamente, se virem a frase "Para o treino!", o que entendem? Uma ordem para ir treinar. Pois segundo o aludido acordo tanto pode ser ordem para ir treinar como ordem para parar o treino pois a palavra "pára" perdeu o acento ficando igual a para... Edificante!  

Já esclareceram, contudo, que não irá haver coimas para quem não escrever segundo o indesejado acordo. Seria melhor... Então teriam que multar todo e qualquer erro de português. 
No meu tempo de escola primária, ainda no tempo da outra senhora, como se diz e mal pois deverá dizer-se do outro senhor, levávamos réguadas quando dávamos algum erro de português ou errávamos alguma conta.
Quem fosse disléxico na altura, mesmo que calculasse bem mas falhasse ao escrever, por uma questão da sua dislexia, levava com a régua. 
Eu nunca levei pois não falhava contas, mas levei algumas por erros de português. E porquê? Porque tinha um defeito na fala onde pronunciava da mesma forma algumas letras, como por exemplo ésses e zês ou éfes e vês. Como dizia mal, por vezes também escrevia mal. Curei-me aos 12 anos através duma terapeuta da fala, mas entretanto já tinha levado algumas réguadas por causa desse meu defeito.

Felizmente os tempos são outros e agora não podem obrigar-me a escrever como não quero.

E tenho dito sobre este assunto. 

6 comentários:

  1. Desde que a obrigação de "pôr pão na mesa" não me obrigue, continuarei a escrever português de Portugal, tal como aprendi.

    Grande abraço!

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  2. No UK nem sabemos o que é isso de acordo ortográfico. É algo que nos passa completamente ao lado!...
    Abraço.

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  3. Eu sinceramente é uma coisa que não me faz confusão.. comecei a escrever segundo o acordo na faculdade e posteriormente no meu trabalho (aqui nem há como escapar) e sinceramente é me muito mais fácil escrever agora.

    Concordo absolutamente que é uma coisa que não nos devia ter sido imposta, mas sinceramente foi uma confusão que me passou ao lado.

    Com acordo ou sem acordo, o que interessa aqui é a corrida :)

    Um abraço!

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  4. Continuarei a escrever tal como me foi ensinado.
    Ainda estou a estudar e não sei como será, mas estou à espera aquele que me corrigir perante uma prova escrita.....
    Qualquer dia vendemos tudo até a nossa dignidade... :(

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  5. AO? isso e o que? acho que falta aqui a acentuacao mas nao tenho certezas...

    os ingeles que americanizada e franceses que africanizava e tanto nun caso como noutro nem foram pela xenofobia (o que seria extremamente fácil, ups, usei acentuação, estou confuso...).

    A questão proncipal, no meu caso, nem é a mudança, o aparente facilitismo (mais facilidade e "claridade" de regras é bem vindo ou será bem-vindo?) só que neste caso acho, acho, que ficámos pelo facilitismo (mais uma vez dirão...não sejam assim, gentes de pouca fé).

    Seja como for, boas corridas.

    Abraço.

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  6. 100% de acordo ... já eu, se tivesse que pagar por cada erro que dou estava completamente arruinado :) e se levasse porrada andaria sempre azul de tão pisado :):):)
    Grande abraço

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