Os 4 ao km presentes. O João Cravo acabadinho de entrar para a equipa e já com a nossa camisola, a Marta, eu e Eberhard |
25ª edição, número marcante, do Grande Prémio Fim da Europa, prova iniciada em 1987 e que sofreu um interregno de 3 anos no início do milénio, para a partir de 2006 começar a subir significativamente o número de participantes, registando em 2012 a aberração da sua não realização em época de contenção de custos que não viam o lado da receita, logo retomando em 2013 e hoje, na edição 25, ultrapassar pela primeira vez a barreira dos 2 milhares, 2.237 classificados, mais 372 que o record alcançado no ano passado.
Um prémio justo para uma organização que, ao que pude observar, esteve ao seu melhor nível em todos os aspectos. E a divisão da partida em dois turnos (10.00 e 10.15) foi a solução ideal para evitar engarrafamentos nos primeiros quilómetros.
Aqui, este aspecto, talvez possa ser melhorado pois, tendo partido às 10.00, vi os primeiros do segundo turno a terem que ziguezaguear pelo pelotão quando nos apanharam. Penso que o pelotão ser dividido pela valia das marcas seria o ideal, com os mais rápidos a partirem primeiro e assim ninguém se atrapalhar.
Para tudo ser ainda melhor, um dia lindo de sol e sem vento. Sim, acreditem ou não, até no Cabo da Roca não havia vento!
A vencedora feminina, Sandra Teixeira |
O vencedor Bruno Lourenço, ladeado pelos 2º e 3º. Mário Ferreira e Tiago Lousa |
Cabo da Roca onde os primeiros a chegarem foram Bruno Lourenço (1.00.09) e Sandra Teixeira (1.11.46).
De registar 17,5% de participação feminina (392 atletas)
Em relação a mim, esta prova fez parte do plano Maratona de Paris. Entre 7 de Dezembro e 29 de Março existem 17 fins-de-semana, 16 dos quais dedicados a longos, sendo que o conceito longo é de 20 para cima.
Ora destes 16, há um que não chega a 20, a corrida de hoje com 17 km, mas quem já a fez sabe o que digo quando afirmo que é mais dura que as Meias que conheço, com honrosa excepção das Lampas.
Mas antes de falar da minha prova, espaço para informar que antes da corrida fiz uma proposta ao João Cravo, proposta imediatamente aceite, do João passar a fazer parte dos 4 ao km.
Com o João passamos a ser 14 atletas e paridade absoluta, 7 femininas e 7 masculinos.
Como tinha no carro uma camisola, o João já correu hoje com as nossas cores.
Momento para a posteridade, João Cravo na fotografia de "apresentação à imprensa" logo a seguir a firmar o contrato (que é como quem diz, "sim quero") |
Por cores, quem não esteve hoje 100% igual fui eu. No caminho apercebi-me que tinha deixado esquecido o boné na mesa junto à porta da rua. Tinha um no carro e foi com esse que corri e não com o meu habitual amarelinho.
Ora para hoje tinha um ponto de interrogação por ter aparecido constipado e com dificuldade de respirar. E onde se nota mais quando há dificuldade em respirar? Nas subidas. Subidas que abundam nesta prova.
Mesmo assim, e após um quilómetro inicial a analisar o estado, a primeira subida de cerca de 3,5 km correu-me muito bem. Notava que a pulsação estava mais acelerada que o normal mas tudo bem.
Continuei num ritmo apreciável até chegar à "parede" dos 9 aos 10,5 km. Só a respirar pela boca, a pulsação foi subindo até disparar. Aí tive que tomar a decisão lógica mas que não queria, andei durante 230 metros até ao final da subida e retomei o passo de corrida.
O que é certo é que nesse espaço tinha recuperado a pulsação e depois fui muito bem na descida. Ora quem me conhece sabe que o meu ponto fraco é a descida e o muito bem é ir dentro dos limites defensivos.
O meu melhor tempo nesta prova é de 2011 com 1.36.57, tempo feito numa altura muito especial de forma em termos de velocidade (atingi um pico nesses meses) e completamente irrealizável de repetir.
O meu objectivo para hoje era baixar do 1.50 o que cedo notei que iria alcançar. Perto do fim apercebi-me que poderia alcançar o 2º melhor tempo em 5 participações. A mira era 1.45.28 e nas últimas centenas de metros comecei a sprintar bem.
Estava quase a cortar para o habitual local da meta, ainda no minuto 44, quando noto os atletas a seguirem em frente.
Pois foi, este ano a chegada não foi no local do ano passado mas sim no original e mais adequado, por ser mesmo perto do cabo, ou seja do fim da Europa.
Alegria na meta! |
Marquei assim 1.46.26 o que me deixou muito feliz e por várias razões. Por o ter feito assim entupido, por me ter sabido muito bem e por acabar com a sensação que continuaria a correr.
Por outras palavras, após o 8º de 16 treinos especiais para Paris, em cada um continuo a surpreender-me, e já vamos em metade. Tudo nos carris!
Obrigado Isaac por esta foto! |