Os quatro 4 ao km presentes, Eberhad, eu, Vítor e Isa |
Entre o 3º e o 4º km, por entre aplausos do entusiasta público, uma senhora de idade gritava para os atletas "Viva Peniche!". De imediato pensei que esse seria o título mais indicado para este artigo, por ser bem merecido.
A nível de entusiasmo popular, e das que conheço no nosso país, há duas que se destacam, São Silvestre da Amadora e Corrida das Fogueiras em Peniche. Curiosamente ambas têm factores, além da pre-disposição das suas gentes, que influenciam. Um é a data ser fixa, último dia do ano para a Amadora e último sábado de Junho para Peniche, outra é o facto de ser nocturna e há algo que julgo também influenciar. Ambas colocam atempadamente cartazes pela cidade a avisar da corrida e dos cortes de trânsito, o que mais faz a população relembrar que se vai realizar o evento, servindo praticamente como um convite.
É que grande parte das restantes provas, que todos nós atletas sabemos da sua realização, passam completamente ao lado da respectiva população que apenas se dá conta na altura da mesma, muitas vezes ficando de pé atrás por ter a estrada cortada.
Por outras palavras, se é importante a divulgação junto dos atletas, também o é junto da população, como forma de atrair.
De realçar que, pelo menos 6 horas antes do tiro de partida, já os altifalantes emitiam a reportagem da corrida e seus preparativos.
Estive presente pela 7ª vez e como sempre esteve tudo muito bem. A única dificuldade é o afunilamento que se regista logo após a partida, chegando-se mesmo a andar, e que só permite corrermos ao ritmo de cada um a partir dos 600 metros. No nosso caso, iniciámos a corrida 3.07 após a partida e gastámos cerca dum minuto mais no 1º km que em relação aos seguintes.
Esta corrida esgotou as inscrições em 28 dias, ficando fechada a 2 meses da sua realização. No entanto, devido à sua extensão e largura no resto do percurso, tem capacidades para aceitar muito mais atletas, se exceptuarmos o local da partida e seus primeiros metros.
Está em estudo, ao que apurei, um novo local de partida, que poderá ser junto aos bombeiros, o que evitaria esse congestionamento e permitiria a participação de muitos mais atletas.
O historial deste evento é impressionante, como se comprova pelo número da edição, a 35. Curiosamente, também foi a minha 35ª corrida de 15 kms. E que bem que me correu!
A minha intenção, atendendo ao que tenho passado e à necessidade de termos sempre que adaptar os objectivos à situação actual, era de correr a um ritmo certo e conseguir baixar da hora e meia, o que consegui, marcando 1.28.44 e ficando a escassos 18 segundos dos melhores 15 kms deste ano, em Mafra, o que daria um tempo melhor em cerca dum minuto sem a tal hora de ponta inicial.
Fui sempre no limite adequado ao momento e à extensão e sempre fazendo uso da regularidade em termos de kms.
Nos primeiros 8,5 kms acompanhei a Isa e o Vítor mas sabia que ao chegar ao escuro iria ceder um pouco, devido às minhas limitações visuais no escuro (tenho o chamado contrário da visão dos gatos). Confesso que por volta dos 11 tive uns 100 metros de quase pânico pois nessa altura não tinha nenhum atleta a um máximo dum metro de mim, não via nada e não sabia se estava a ir na ou a sair da estrada. Felizmente que apareceram uns candeeiros ao fundo o que deu para entender que a linha seria recta.
Tenho que equacionar um frontal no futuro.
E pronto, corri bem, fiquei muito feliz por isso, vim duma semana onde pude realizar os treinos todos que tinha planeado, o que não foi possível no último mês e meio e não vai acontecer nesta semana devido a um exame na 5ª feira e que requer uma preparação exigente.
E além da corrida, o dia foi óptimo. Fomos com o casal Isa & Vítor, picnicámos junto à Lagoa de Óbidos, visitámos a Prisão de Peniche, recordando algo que não pode ser esquecido, toda a atrocidade que se praticou a quem apenas pensava diferente ou constava que pensava diferente, e o que é bom nas corridas é juntar a componente turismo e agradável convívio.
Cortaram a meta 2.288 atletas, a 2ª melhor participação de sempre a 44 do ano passado, o que significa que faltaram uns quantos atletas que estavam inscritos, o que não permitiu que quem estivesse de fora participasse É sabido que há sempre imprevistos mas não custa nada avisar a organização que aquele dorsal está livre, permitindo assim a sua utilização por quem tivesse contactado a organização e não tivesse vaga. A nossa equipa fez isso, por lesão da Marta, e assim alguém que já não esperava pode participar. Não custa nada e ajuda alguém que ficou de fora.
Quanto a vencedores, dois em estreia: Mihail Laleo da equipa Os Braguinhas, 49.10, e Catarina Godinho do Moitense, 55.50. De referir a participação de 414 atletas femininas (18,1%)
Dois ovos de gaivota |