Palavras para quê? A melhor companhia! :) |
Com o Catita, Tânia, Paulo e Nuno |
A 28 de Junho de 1980, disputou-se em Peniche uma corrida de 10 km em estreia e com um conceito inovador, iluminada por fogueiras!
Foram 78 os atletas que cortaram a meta nessa 1ª edição, número que quase duplicou no ano seguinte, 152, para na 3ª edição ultrapassar o meio milhar, 537, e na 5ª quebrar a barreira do milhar, 1.132.
Em 2011 chegou-se aos 2 milhares, 2.065, para os 3 mil serem batidos no ano passado, 3.077.
Como nestes últimos anos a partida deixou de ser dada no pontão, o que dificultava aumentar o pelotão pois o pessoal já chegava ao mar, a participação continua a aumentar e neste ano de festa da 40ª edição, novo e grande record com 3.347 felizes atletas a passarem o risco final.
No total das 40 edições, cortaram a meta 57.603 atletas.
De registar que se na edição inaugural a distância foi, como acima referido, de 10 km, em 1981 e 1982 baixou para 8 km, entre 1983 e 1987 aumentou para 12 km e desde 1988 fixou-se na tripla légua, 15 km.
40 edições de grande e cada vez maior sucesso, alicerçados por uma organização exemplar e por um público raro em Portugal.
Das provas nacionais que conheço, as que fogem à apatia geral do público, ou do seu deserto, são a São Silvestre da Amadora e esta Corrida das Fogueiras.
Mas se já estava habituado a este maravilhoso público, ontem foi a 11ª vez que participei neste mítico evento, desta feita surpreenderam ainda mais tudo e todos. O público ontem esteve ainda mais frenético!
Uma festa dentro e fora. Fantástico! Obrigado povo de Peniche!!!
Ainda antes de falar da minha prova, e como foi uma edição marcante por ser a 40ª, espaço para uma pequena estatística de vencedores onde pontifica Madalena Carriço com 6 vitórias, entre 2000 e 2012, Madalena Carriço que ainda ontem esteve novamente presente.
A nível feminino, há 29 atletas diferentes a triunfarem. Além das 6 vitórias de Madalena Carriço, Umbelina Nunes e Alexandra Almeida ganharam por 3 vezes.
No sector masculino, a lista é composta por 30 atletas, com Artur Santiago a vencer por 4 vezes e consecutivas (2001 a 2004), seguido por Joaquim Murraças e Vitor Vasco com 3 triunfos cada.
A discutir com o Nuno tácticas! :) |
Como disse, foi a minha 11ª participação nesta prova com uma história especial para mim. Apesar de o percurso não ser propriamente fácil, das melhores 7 marcas que tenho em 15 km, 3 foram em Peniche, onde está mesmo o actual (e definitivo?) record. E essas 3 marcas registei-as em 3 anos consecutivos.
Em 2015 fiquei a 10 segundos do meu record da altura, ao fazer 1.20.30. Em 2016 bati largamente esse record que durava há 9 anos, baixando de 1.20.20 para 1.18.59. No louco ano de 2017, no dia dos meus anos baixei para 1.18.03 em Mafra, depois 1.16.41 no 1º de Maio e aqui em Peniche consegui bater pela margem mínima de 1 segundo, fixando-o em 1.16.40
Mas mais do que os records, a melhor recordação de qualquer uma das 11 provas é sempre o prazer de estar nesta corrida tão especial e de personalidade tão marcante.
Ontem receava poder ter que ficar pelo caminho. Não por uma questão de forma, que está jeitosa, mas porque na 4ª tive uma cirurgia a uma gengiva para um implante. Sabia que não podia correr na 5ª e 6ª e tinha luz verde para sábado mas com a condição de se sentisse algum latejar ou sabor a sangue, tinha que encostar de imediato.
Até estava confiante mas nas primeiras passadas durante o aquecimento senti ali algo que me incomodou. Passou de imediato mas alertou-me.
Combinei com a Mafalda para ela estar num determinado sítio quando passasse pelos Bombeiros aos 4 km, para o caso de ter que ficar pelo caminho.
Por falar em Bombeiros, diga-se de passagem que este ano houve uma alteração ao percurso. Aos 2 e tal, quando retornamos à rotunda, em vez de seguirmos em frente, dando a volta por trás, cortámos à esquerda para a Marginal donde partimos e antes dos Bombeiros cortámos à direita para os circundar. Uma alteração que considero bem positiva pois passa onde está mais público, local mais bonito e iluminado.
Parti com receio e consciente que a táctica era de salvaguarda, uns bons furos abaixo do limite.
Confesso que nos primeiros quilómetros ia apreensivo, a sentir a espada da desistência por cima de mim. Essa sensação foi atenuando pelo facto de estar a sentir tudo perfeito no local da cirurgia.
A passagem pelo centro, com o público "louco", distraiu-me um pouco mas foi apenas por volta dos 8 quilómetros que libertei-me da amarra desse receio pois se não tinha sentido nada até aí, já não deveria aparecer. Aí soltei um bocado a passada e ainda bem pois dá-me muito prazer aquela subida.
Acabei a prova bem, sem sentir grande cansaço, fruto de ter ficado a degraus do limite. A marca final de 1.25.08 encheu-me de satisfação pois, para as condições que fiz a prova, foi bem melhor do que imaginava ( pensava que seria à volta de 1.30).
E em que se pensa quando se corta a meta nas Fogueiras? Exacto! O pensamento é "quando chega a próxima edição?". Algo que acredito ser a 27 de Junho pois todas as 40 edições foram disputadas no último sábado de Junho.
Muitos parabéns à organização, e a todos os atletas que a usufruem, pelas 40 edições e um enorme agradecimento às gentes de Peniche por nos oferecerem uma noite sempre inesquecível.
Venha 2020!
A bonita medalha em forma de fogueira. Também a camisola foi muito bem idealizada, escura como a noite com uma fogueira a aparecer por baixo |