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A última meta por agora. Lá para Março haverá mais. Muitas mais |
Disse que fazia aqui um balanço do que foi este biénio, que terminou hoje com o último treino, mas nem sei o que dizer.
Não venho aqui envaidecer de tudo o que consegui mas apenas orgulhar do que conquistei e que nunca esteve nos meus sonhos mais selvagens.
Eu gosto é de correr, sentir a liberdade de o fazer e ter aqueles momentos muito meus. Quem não corre, pergunta bastas vezes em que se pensa enquanto se corre. Há mesmo quem se interrogue como aguento treinar 30 quilómetros completamente a solo. Mas, como disse, são momentos meus, muito meus, e em que se pensa em tudo e nada. E também é bom termos momentos sem pensamentos.
Corra a realizar tempos fantásticos ou fracos, o que me dá realmente prazer é ir por aí fora. É para isso que corro, não para dizimar marcas. Mas tal como já atravessei desertos de grandes marcas, e atenção que refiro sempre o termo grande limitado às minhas capacidades, é natural que se estou capaz de ir atrás de outros tempos, é lógico e natural que o faça.
E foi isso que sucedeu nestes últimos 2 anos. Inicialmente pensei em pico de forma mas um pico de forma não dura tanto. Consegui chegar a outro nível de prestação. Razões que justifiquem este facto, quando até o avançar da idade o contrariaria, não esquecer que estou a caminhar em passo acelerado para os 60, há e uma é a fundamental. Treino, muito treino!
Por vicissitudes da vida, passei a ter todo o tempo para treinar. E quanto mais treino, correctamente planeado como é bem entendível, melhor condição!
É legítimo dividir em duas fases esta minha vida nas corridas. Até final 2015 e de 2016 em diante. Atente-se nestes quadros:
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Até 2015
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Depois 2015
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Variação
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Mais
Km num ano
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1.556,381
|
2.316,163
|
+
48,8 %
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Mais
Km num mês
|
181,037
|
256,121
|
+
41,5 %
|
Como se vê, até final 2015 não passava do milhar e meio de quilómetros, enquanto esse valor passou para 2.204 km em 2016 e 2.316 em 2017 (só não passando os 2.400 por não poder correr nestes 18 dias finais do ano). Um aumento de quase 50%!
E mensalmente o máximo era 181 km, enquanto nestes 2 anos se tem situado constantemente acima das 2 centenas, com um pico de 256 em Agosto deste ano.
E o que deu este aumento? Um arrasar de records como passo a descrever:
Distância
|
Record
até 2015
|
Record
actual
|
Variação
|
42.195
|
5.02.13
|
4.41.40
|
-20.33
|
30.000
|
3.14.47
|
2.52.21
|
-22.26
|
21.097
|
1.56.35
|
1.51.26
|
-5.09
|
20.000
|
1.49.25
|
1.45.48
|
-3.37
|
15.000
|
1.20.20
|
1.16.40
|
-3.40
|
10.000
|
50.08
|
48.19
|
-1.49
|
5.000
|
24.22
|
23.44
|
-0.38
|
3.000
|
13.53
|
13.46
|
-0.07
|
1.000
|
3.57
|
3.54
|
-0.03
|
400
|
1.20
|
1.18
|
-0.02
|
Alguns destes records tinham já uma longa barba, os mais antigos de 2007. De assinalar o dos 10 km que lutei 10 anos para quebrar a barreira dos 50 minutos. O da Meia também me parecia ser muito difícil ser batido e já o foi por mais de 5 minutos.
Como sabemos, nos primeiros anos alcançam-se vários, pela natural evolução, e depois começam a rarear. Ora atente-se neste quadro de records por ano. Contrariando o tal rarear, neste biénio alcancei 23 novos máximos!
E se acabei 2016 a interrogar-me, perante as novas marcas, como iria agora conseguir bater mais algum, em 2017 foram 13 novos, o que me levou a concluir que o melhor seria deixar de pensar e prever, ir apenas ao sabor do momento adaptando-me a cada nova situação.
Ano
|
Total
|
42
|
30
|
21
|
20
|
15
|
10
|
5
|
3
|
1
|
0.4
|
2006
|
4
|
|
|
|
|
|
4
|
|
|
|
|
2007
|
9
|
|
|
3
|
2
|
3
|
1
|
|
|
|
|
2008
|
1
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
1
|
2009
|
2
|
|
|
|
|
|
|
|
|
2
|
|
2010
|
5
|
|
|
|
|
|
|
|
|
5
|
|
2011
|
2
|
|
|
|
|
|
1
|
1
|
|
|
|
2012
|
8
|
1
|
2
|
|
|
|
|
1
|
|
|
4
|
2013
|
3
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
3
|
2014
|
0
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
2015
|
2
|
|
|
|
1
|
|
|
|
1
|
|
|
2016
|
10
|
1
|
2
|
1
|
1
|
1
|
1
|
1
|
1
|
1
|
|
2017
|
13
|
1
|
4
|
1
|
1
|
3
|
1
|
1
|
|
|
1
|
Total
|
59
|
3
|
8
|
5
|
5
|
7
|
8
|
4
|
2
|
8
|
9
|
Hoje, quando finalizei o treino, soube que este ciclo tinha chegado ao fim. E chegou ao fim em plena forma. Não há, nem pode haver, espaço para lamentações ao estilo "que pena, estava tão bem", apenas pode existir espaço para orgulho de tudo o que foi feito e agradecimento por nada de impeditivo tenha sucedido.
Acabo um ciclo mas sei que outro virá. Como será? Não sei. Não vou dizer que ainda farei melhor ou que não o farei. Apenas posso garantir que será sempre em pleno prazer e alegria de corrida.
Se tudo correr da melhor forma com as intervenções cirúrgicas, estarei novamente a correr a meio de Março. E mal posso esperar!
Um grande agradecimento a todos pelo vosso sempre constante apoio!