No exacto minuto que este artigo é publicado, arranca de hoje a uma semana a 13ª edição da Maratona do Porto.
Há 4 anos estreei-me na mítica distância, convencido que essa seria a minha única experiência em Maratona.
Há 2 anos participei na Maratona do Porto, fazendo questão de cortar a meta a fazer o 3 com os dedos da mão, como pode ser visto na foto em cima, aplaudido pela grande campeã Aurora Cunha. Isto pela razão de sentir que era um número significativo. Passava a ser tri-maratonista!
Pois agora estou a 7 dias de, se chegar à meta, concluir a minha 7ª Maratona!
E digo se chegar à meta pois, por melhor preparado que estejamos, nunca nada é garantido, muito menos numa distância destas onde qualquer problema não perdoa (e estou a falar por experiência própria).
Por melhor plano que tenhamos cumprido, receamos sempre não ter feito o suficiente. No entanto, tenho a plena consciência que nunca me preparei tão bem para uma Maratona como esta. Aliás, nunca treinei tanto, em quantidade e qualidade, como durante este ano.
O que poderá ser importante mas também poderá não significar nada. Se qualquer super-campeão tem sempre os seus dias bons e maus, não haverá de suceder o mesmo a simples amadores como nós?
Sei, por me terem confessado, que há quem tenha a fasquia demasiado alta para o que poderei alcançar na Invicta. Peço-vos que não o façam. Todo este treino não significou que vou atrás de records. Vou sim, à procura de tentar cumprir a distância o melhor possível.
Se noutras distâncias aponto em certas provas para melhores marcas, em Maratona os meus únicos objectivos são, em primeiro lugar, terminar, e em segundo lugar fazê-lo o melhor possível. Isso, para um atleta com as minhas poucas capacidades, é a grande vitória. Acreditem que para quem foi sedentário durante cerca de 30 anos e sem aptidão especial para o desporto, cortar a meta numa Maratona equivale intimamente a uma medalha olímpica. Porque venci o maior e mais temível dos adversários, eu.
Agradeço todo o apoio que tenho recebido e espero poder ser, uma vez mais, muito feliz no próximo domingo.
E desejo a todos os participantes uma óptima prova e que realizem todos os seus sonhos!
Um desejo ainda mais especial para quem se vai estrear e sentir o orgulho tremendo de ser Maratonista. Toda a força do mundo e sejam felizes, muito felizes.
Como conheço pessoalmente dois, não sei se haverá mais, muita força para o Nuno Moreira e Sandra Arraias que estão a 7 dias de passarem da era AM para a era DM (Antes Maratona / Depois Maratona)
E não quero terminar sem relatar um assustador episódio passado na 5ª feira e que prova que tudo pode mudar num segundo.
Fui treinar com a Isa e o Vítor a Lisboa. Começámos no Estádio 1º de Maio e fomos na direcção da Expo retornando aos 5 km para completar um treino de 10.
Pois com cerca de 9,5 km íamos sendo atropelados numa passadeira!
Vínhamos na Rio de Janeiro e atravessámos pela passadeira a Ricardo Jorge (ironicamente uma rua com o nome do meu filho).
Não vinha ninguém e estávamos a meio da passadeira quando aparece um carro vindo da Rio de Janeiro, com uma senhora idosa ao volante e que, apesar da boa visibilidade e luminosidade, continuou a marcha como se ninguém estivesse ali e só parou quando nos teria atingido caso não tivéssemos dado um esticão e fugido da frente do carro por escassos centímetros. Vi bem o farol direito a aproximar-se rapidamente de mim e nem sei como não fui atingido.
Assustados, olhámos para a senhora que teve um gesto de desagrado, gritou "o qué que foi?" e arrancou.
Ficámos um bocado parados a recuperar a respiração que tinha disparado e nem sequer conseguia correr logo de seguida pois as pernas tremiam-me.
Como tudo pode mudar num segundo...