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Muitos parabéns, Sequeira! (foto da 25ª Maratona, Berlim 2014) |
Hoje, no Grande Prémio do Atlântico, o conhecido Manuel Sequeira chegou ao número mágico de mil provas! Não, não há engano, escrevi mesmo MIL!
Tendo realizado a sua primeira corrida a 15 de Setembro de 1980, o Sequeira não mais parou. E entre 25 Maratonas, 5 Ultra-Maratonas, 149 Meia-Maratonas e muitas outras centenas de provas, totalizou hoje o número bem redondo com 3 zeros.
Muito haveria por dizer e saber deste fantástico percurso que vai dos tempos pioneiros ao nossos dias mas, para ficarem a saber mais deste grande exemplo para todos nós, aconselho que leiam uma entrevista que irá ser publicada de amanhã a 3 semanas, 16 de Março, início da semana que nos levará até à Meia da Ponte onde o Sequeira irá participar pela 25ª vez em outras tantas edições.
Não percam pois essa entrevista. Para já, vai um grande abraço de parabéns ao Sequeira!
Quanto ao meu longo, 11º de 16 da operação Paris, está feito. Mas nunca se pode dar, seja o que for, como adquirido, tudo pode mudar dum dia para o outro.
E foi isso o que senti na pele. Se tenho andado imparável, na 5ª feira quebrei animicamente, devido a um problema não relacionado com a corrida e que vamos ver no que vai dar.
No treino de 6ª feira fui uma sombra de mim próprio, nem me apetecia correr, o que é grave para mim. Ontem também andei sem energia mas hoje falei muito comigo e esforcei-me para tentar fazer o que queria, um treino de 30, o que se afigurava muito difícil.
Fui buscar forças ao facto de querer oferecer este treino de 30 a grandes amigos que me têm apoiado imenso e que acreditam sempre que consigo.
Sabia que o início era importante até entrar em modo automático. Decidi então fazer um treino sem direcção planeada, indo ao sabor do momento. Já faço a descrição do caminho mas posso dizer que consegui realizar os 30 quilómetros e sempre a correr, sem andar um metro que fosse.
Ao contrário dos dois anteriores, este acabei no limite, sendo que nos últimos 4 só a vontade de chegar ao número mágico de 30 fez que lá chegasse.
Foi duro, muito duro, mas fiz!
Para a 1ª Maratona realizei apenas um treino de 30, e andei um bocadinho. Para a que seria a 2ª, também fiz apenas uma e também andei uns bocados. Para Sevilha e Porto não pude, pelas razões que se sabem, fazer nenhum de 3 dezenas mas para Paris já é o 3º e sempre a correr, sem andar um único metro.
E este com a agravante adicional de, o que sucedeu pela primeira vez, ter sido completamente sozinho, sempre sem companhia.
Ou melhor, foi com a companhia de todos os que me apoiam. e isso teve toda a importância.
O percurso, ao sabor do momento, foi: Parti do Inatel de Oeiras, indo pelo lado de dentro até ao jardim de Oeiras. Passei então, junto ao McDonalds, para o passeio marítimo, tomando a direcção de Carcavelos, indo até ao final da praia, saindo para o Praia-Mar e tomar a estrada para a estação de Carcavelos, passando para o outro lado e indo junto à linha, direcção Parede.
Na Parede, dei uma volta pelo Bairro da Escola Técnica, passando pela casa onde vivi entre Outubro de 1973 e Janeiro de 1982. Segui para o centro da Parede, continuando para S.Pedro e chegar a S.João do Estoril, dando uma volta pelo liceu onde andei 5 anos e onde em 17 de Outubro de 1977 conheci a Mafalda.
Fui apanhar a marginal e regressei à Parede, tomando a estrada junto à linha mas agora do lado mar. Ao passar no Junqueiro fui dar uma volta pelo bairro, passando ao lado da primeira casa onde vivemos quando casámos, entre Janeiro de 1982 e Novembro de 1985.
Fui ter ao Praia-Mar e depois entrei no bairro construído no antigo pinhal de Carcavelos onde na minha adolescência fiz umas quantas loucuras de bicicleta e somei uns belos tralhos.
Segui até à estação de Carcavelos, centro de Carcavelos, Palmeiras, Sassoeiros e Oeiras onde aos 24 pus-me a subir a Cândido dos Reis. Aproveitei, já agora, para passar no Moinho das Antas pela casa onde vivemos entre Novembro de 1985 a Novembro de 1995, completando assim a volta, não programada, das habitações.
Daí até à estação de Paço d'Arcos, jardim e regresso ao passeio marítimo onde andei o suficiente até perfazer os 30 km em 3.27
Vamos ver o que os próximos dias me reservam mas, haja o que houver, o sonho de Paris ninguém me tirará.
Ah! E quanto aos 30, ainda quero somar um quarto.
Nota final - Também fui buscar inspiração a um filme que vi ontem, Invencível (Unbroken de nome original), realizado pela Angelina Jolie e que relata a história verdadeira de Louis Zamperini, atleta olímpico em Berlim 1936, com apenas 19 anos e como preparação para o que seriam os seus jogos a sério em Tóquio 1940, evento cancelado pela 2ª guerra mundial, e que acabou por estar no Japão, prisioneiro de guerra, sofrendo uma série de horrores, resistindo sempre, indo buscar forças sabe-se lá onde. Se puderem, não percam.