Numa caminhada, tive a sempre excelente companhia da Tânia e Raúl |
Lisboa é ao pé do Porto? Diremos que não, pensando sempre em termos do tamanho de Portugal. Mas se o termo de grandeza for a distância de Portugal a uma das mais longínquas pontas da Europa, digamos Moscovo, a resposta muda para Lisboa e Porto ficarem perto entre si.
Ou se pensarmos numa multa de, por exemplo, mil euros. Para nós seria um valor brutal. Mas para um multi-milionário? Já seriam trocos pois, como sempre, é o termo de grandeza que relativiza a comparação.
Se pensarmos em corridas pedestres, baixar dos 50 minutos aos 10 é algo de espectacular? Para cerca de metade do pelotão, é banal. Então para a elite, é lento demais. Mas para alguns atletas, é um grande marco, pois vai ao limite das suas capacidades. Fala quem andou 10 anos a lutar por esse objectivo, até finalmente o ter obtido, e quem me conhece sabe que não foi por falta de treino ou de empenho, algo de que me posso orgulhar de sempre ter tido, mas cada um tem os seus limites e capacidades.
Como se viu, para a elite e quem fica mais para a frente, é uma marca fraca e para o pelotão será média. Mas se pensarmos na totalidade da população, qual a percentagem que consegue esse registo? Seguramente que 99,99% de toda a população não o consegue. Visto por este prisma, já é algo de muito especial. Mais uma vez, o termo de grandeza a pontuar.
A que propósito vem toda esta divagação? Pelas minhas caminhadas.
Será legítimo perguntar como pode uma pessoa orgulhar-se de caminhar um km em 9.27 quando já fez um a correr em 3.54? 5 km em 49.05 quando já correu em menos tempo 10 km? Onde se irá buscar motivação a caminhar quando se corria com tanto prazer?
Pois é, mais uma vez vamos parar ao termo de grandeza. Estas são as capacidades actuais e possíveis e só essas é que podem ser comparadas.
Após a facada na alma que sofri por constatar que as corridas acabaram para mim, só me restavam duas opções. Ou ficar num canto a lamentar tudo o que perdi, ou agarrar com as duas mãos o que posso fazer. E o que posso fazer é caminhar, é a única solução para me manter activo, logo há que dedicar-me de alma e coração.
Quando falo em caminhadas, não me refiro a passeios calmos mas sim passada activa e energética.
Nas primeiras, como já escrevi no artigo anterior, os músculos e tendões tiveram que se readaptar após tão longa paragem, em especial os dois meses após a paragem, onde pouco me mexi.
Sabia que a coisa ia evoluir mas não esperei que fosse em tão pouco espaço de tempo. Situação possível por não estar a iniciar-me mas sim vindo dum passado de 15 anos nas corridas.
As dores que tenho no joelho são constantes e sempre presentes. O maior problema é quando me levanto após estar sentado. A boa notícia é que, nas caminhadas, não aumentam com o avolumar de distância ou incremento no ritmo. Aliás, se a passada for bem activa, nas horas seguintes até se nota uma ligeira diminuição das dores. O que não deixa de ser curioso.
Nada a ver com as caminhadas, mas já por duas vezes que acordei com o joelho estranho (nesses dias não caminho), situação que fica assim até meio da tarde e depois passa, como se houvesse ali qualquer coisa que saísse do sítio e depois tornasse a encaixar. Algo a ser falado com o médico na consulta para a semana. Mas que me deixa assustado e com receio que vá prejudicar a continuação das mesmas. Receio legítimo após o que já passei.
Tenho caminhado 5 km por dia com uma maior ao domingo (neste foram 10 km) e descanso semanal à segunda. Quando estiver bem rodado nestas distâncias, aumentarei os quilómetros
Tenho caminhado 5 km por dia com uma maior ao domingo (neste foram 10 km) e descanso semanal à segunda. Quando estiver bem rodado nestas distâncias, aumentarei os quilómetros
E é este o ponto de situação. Focado nas caminhadas e ciente que não é mesmo possível correr. Inimaginável o impacto de bater com a perna no chão com uma passada de corrida. Focado no que é possível e com alguns objectivos (temos sempre que nos motivar com algo). Um deles muito especial mas, pedindo desculpa por ficar no domínio dos Deuses (dos Deuses e de meia-dúzia de "eleitos").
Sempre pensando na idiossincrasia do termo de grandeza, é importante termos a arte de transformar as nossas pequenas vitórias em grandes feitos, porque sabemos o que nos custaram e porque são elas que nos oferecem o sal da vida.
Por isso, aqui fica o registo da evolução do meu quilómetro mais rápido em caminhada.
2020-05-31
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18.00
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2020-06-01
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16.11
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2020-06-03
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15.30
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2020-06-03
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15.14
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2020-06-03
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15.05
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2020-06-04
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14.50
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2020-06-04
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14.10
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2020-06-06
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12.53
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2020-06-06
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12.32
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2020-06-07
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12.25
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2020-06-07
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12.06
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2020-06-10
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12.00
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2020-06-11
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11.58
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2020-06-11
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11.40
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2020-06-11
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11.33
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2020-06-11
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11.28
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2020-06-12
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11.22
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2020-06-13
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11.05
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2020-06-14
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10.39
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2020-06-16
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10.19
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2020-06-16
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9.55
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2020-06-18
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9.42
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2020-06-18
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9.27
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