domingo, 29 de junho de 2014

Viva Peniche!

Os quatro 4 ao km presentes, Eberhad, eu, Vítor e Isa 

Entre o 3º e o 4º km, por entre aplausos do entusiasta público, uma senhora de idade gritava para os atletas "Viva Peniche!". De imediato pensei que esse seria o título mais indicado para este artigo, por ser bem merecido.

A nível de entusiasmo popular, e das que conheço no nosso país, há duas que se destacam, São Silvestre da Amadora e Corrida das Fogueiras em Peniche. Curiosamente ambas têm factores, além da pre-disposição das suas gentes, que influenciam. Um é a data ser fixa, último dia do ano para a Amadora e último sábado de Junho para Peniche, outra é o facto de ser nocturna e há algo que julgo também influenciar. Ambas colocam atempadamente cartazes pela cidade a avisar da corrida e dos cortes de trânsito, o que mais faz a população relembrar que se vai realizar o evento, servindo praticamente como um convite. 
É que grande parte das restantes provas, que todos nós atletas sabemos da sua realização, passam completamente ao lado da respectiva população que apenas se dá conta na altura da mesma, muitas vezes ficando de pé atrás por ter a estrada cortada. 
Por outras palavras, se é importante a divulgação junto dos atletas, também o é junto da população, como forma de atrair.
De realçar que, pelo menos 6 horas antes do tiro de partida, já os altifalantes emitiam a reportagem da corrida e seus preparativos.


Estive presente pela 7ª vez e como sempre esteve tudo muito bem. A única dificuldade é o afunilamento que se regista logo após a partida, chegando-se mesmo a andar, e que só permite corrermos ao ritmo de cada um a partir dos 600 metros. No nosso caso, iniciámos a corrida 3.07 após a partida e gastámos cerca dum minuto mais no 1º km que em relação aos seguintes.
Esta corrida esgotou as inscrições em 28 dias, ficando fechada a 2 meses da sua realização. No entanto, devido à sua extensão e largura no resto do percurso, tem capacidades para aceitar muito mais atletas, se exceptuarmos o local da partida e seus primeiros metros. 
Está em estudo, ao que apurei, um novo local de partida, que poderá ser junto aos bombeiros, o que evitaria esse congestionamento e permitiria a participação de muitos mais atletas.

O historial deste evento é impressionante, como se comprova pelo número da edição, a 35. Curiosamente, também foi a minha 35ª corrida de 15 kms. E que bem que me correu!

A minha intenção, atendendo ao que tenho passado e à necessidade de termos sempre que adaptar os objectivos à situação actual, era de correr a um ritmo certo e conseguir baixar da hora e meia, o que consegui, marcando 1.28.44 e ficando a escassos 18 segundos dos melhores 15 kms deste ano, em Mafra, o que daria um tempo melhor em cerca dum minuto sem a tal hora de ponta inicial.


Fui sempre no limite adequado ao momento e à extensão e sempre fazendo uso da regularidade em termos de kms. 
Nos primeiros 8,5 kms acompanhei a Isa e o Vítor mas sabia que ao chegar ao escuro iria ceder um pouco, devido às minhas limitações visuais no escuro (tenho o chamado contrário da visão dos gatos). Confesso que por volta dos 11 tive uns 100 metros de quase pânico pois nessa altura não tinha nenhum atleta a um máximo dum metro de mim, não via nada e não sabia se estava a ir na ou a sair da estrada. Felizmente que apareceram uns candeeiros ao fundo o que deu para entender que a linha seria recta. 
Tenho que equacionar um frontal no futuro.

E pronto, corri bem, fiquei muito feliz por isso, vim duma semana onde pude realizar os treinos todos que tinha planeado, o que não foi possível no último mês e meio e não vai acontecer nesta semana devido a um exame na 5ª feira e que requer uma preparação exigente.

E além da corrida, o dia foi óptimo. Fomos com o casal Isa & Vítor, picnicámos junto à Lagoa de Óbidos, visitámos a Prisão de Peniche, recordando algo que não pode ser esquecido, toda a atrocidade que se praticou a quem apenas pensava diferente ou constava que pensava diferente, e o que é bom nas corridas é juntar a componente turismo e agradável convívio.


Cortaram a meta 2.288 atletas, a 2ª melhor participação de sempre a 44 do ano passado, o que significa que faltaram uns quantos atletas que estavam inscritos, o que não permitiu que quem estivesse de fora participasse  É sabido que há sempre imprevistos mas não custa nada avisar a organização que aquele dorsal está livre, permitindo assim a sua utilização por quem tivesse contactado a organização e não tivesse vaga. A nossa equipa fez isso, por lesão da Marta, e assim alguém que já não esperava pode participar. Não custa nada e ajuda alguém que ficou de fora.

Quanto a vencedores, dois em estreia: Mihail Laleo da equipa Os Braguinhas, 49.10, e Catarina Godinho do Moitense, 55.50. De referir a participação de 414 atletas femininas (18,1%)



Dois ovos de gaivota


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Revista Spiridon Maio/Junho


Cá está a Revista Spiridon, relativa a Maio / Junho, com o seu recheado número de interessantes e úteis temas. A saber:

- Passar os limites
- Começar a correr aos... 50, 60 anos
- Quais as diferenças entre corredores e corredoras
- Aprenda a fazer o teste de "Ruffier-Dickson"
- O grande valor de uma boa motivação no corredor...
- Como ganhar 60 minutos para ir correr...
- Será necessário o aquecimento?
- Grandes dramas na Maratona: O hara-kiri de Tsuburaya!
- O treino de... Fernando Mamede
- O valor do controlo através dos "chips" 

Além das habituais rubricas fixas que proporcionam muita e boa leitura!

Para receber esta excelente revista: Publicação exclusivamente dedicada à corrida (6 números por ano). Distribuição apenas por assinatura: Preço da assinatura anual 21 € . Por cheque, ou transferência bancária.NIB = 0010 0000 6176291000127 revista.spiridon@gmail.com

domingo, 22 de junho de 2014

Na Corrida Volkswagen a recuperar rendimento!

Com a minha amiga Sandra

Após um mês exacto com aquele problema intestinal que está em estudo, desde 2ª feira que me sinto a recuperar e, apesar da falta de bons treinos, a corrida de hoje veio confirmar essa mesma recuperação. 

Já no treino de 6ª, e pela primeira vez em mais dum mês, corri com as pernas soltas e sem estarem a doer por me encontrar debilitado. E hoje pude fazer uma corrida mais consentânea com as minhas capacidades e, principalmente, sem ser em sofrimento e dor.

Para os 12.500 metros de extensão, marquei tempo de chip de 1.11.05, o que correspondeu uma média de 5.41, tendo passado aos 10 kms em 56.03, bem melhor que os 58.23 da semana passada alcançados com muito esforço.

Nos primeiros dois quilómetros fiz uma média de 6.12 pois era a descer, vindos do Castelo de Palmela, e eu a descer não arrisco e salvaguardo-me. A partir daí tornei-me relógio suiço com quase todos os quilómetros entre 5.31 a 5.35, com excepção do quilómetro dentro da fábrica para apreciar bem.

Meta à vista!
Este ano a prova foi alterada para partir do Castelo de Palmela (com uma vista lindíssima em toda a extensão), entrar no perímetro da fábrica aos 9.800 e dentro dos armazéns aos 11.

Devo confessar que quando soube da alteração, não me agradou muito pois o que marca a diferença nesta corrida é podermos correr pela fábrica. Esta opinião mudou durante a prova pois o percurso é feito por uma estrada que vai serpenteando, a partir dos 4 kms pelos campos, tornando o trajecto muito agradável de se fazer.

Tal implicou uma logística de vários autocarros a transportarem-nos para a partida, o que correu bem e a horas, pelo menos para quem chegou atempadamente.

Meta!
Um ponto algo controverso do regulamento era haver um brinde especial a quem cortasse a meta com a camisola oficial da prova, o que levou a que a grande maioria do pelotão corresse com ela, na expectativa do que seria o tal brinde.
Quando refiro controverso é porque há várias equipas que os atletas são obrigados a participarem sempre com a sua camisola pela publicidade aos seus patrocinadores, que lhes pagam a inscrição. Ora esses atletas não poderiam candidatar-se ao tal brinde ou então entrariam em falta com os responsáveis da sua equipa.
É por isso que provas como a Corrida do Tejo, que tem o dorsal impresso na própria camisola da corrida, permite sempre que se possa pedir os dorsais em papel para se afixarem nas camisolas da sua equipa.
Em mais de 300 provas nunca tinha visto algo de semelhante num regulamento e, por não concordar, fiz questão de levar a amarelinha da minha equipa que é bem mais importante que qualquer brinde.
Ora o brinde (um cacto) acabou por ser entregue a todos os concorrentes pois, segundo apurei, houve falta de tamanhos M e L na distribuição de camisolas e não se poderia exigir que alguém que tivesse, digamos, 1.90 de altura corresse com uma S...

Tirando este ponto, tudo o que presenciei estava muito bem organizado, mais uma vez, com realce para os 2 reabastecimentos aos 4 e 8 kms, as placas quilométricas bem posicionadas e o trânsito inteiramente cortado, além de se cortar bem a meta pois os atletas escoavam com facilidade.

Classificaram-se 1.414 atletas, a que se junta um bom número na Mini de 4 kms, ligeiramente menos que o record do ano passado de 1.478, sendo 190 femininas (13,4%)

Os vencedores foram Nélson Cruz (Clube Pedro Pessoa Escola Atletismo) que repetiu o triunfo do ano passado marcando 38.06, e Mónica Moreiras em 47,52.
O triunfo de dois atletas bem simpáticos!

O vencedor masculino, Nélson Cruz
E a vencedora feminina, Mónica Moreiras

Próxima prova, a minha 7ª Corrida das Fogueiras, com aquele sempre especial público de Peniche (e a agradável recordação do bem que me fez essa prova em 2012, para começar a acreditar que poderia mesmo concluir a Maratona de estreia, agendada para 5 meses e pouco depois, o que fiz com sucesso e muito orgulho).



quarta-feira, 18 de junho de 2014

Um treino na Mata das Virtudes

Com o sempre simpático casal Gina e João Branco

Localizada entre Azambuja e Cartaxo (a cerca de 5 kms para cada lado) a Mata das Virtudes é um local muito propício à prática da corrida. 

Já o tinha ouvido várias vezes, inclusive sabendo duma prova que aí se realiza, mas hoje pude constatar disso mesmo, num muito agradável treino com o João Branco.

Fizemos a volta maior que dá cerca de 8 kms. Um percurso sempre entre árvores, com o piso em bom estado, sendo apenas necessário ter atenção a algumas raízes.

Consegui aguentar bem o treino. 2ª e 3ª feira, e pela primeira vez num mês, registaram-se melhoras do meu problema, mas hoje pela manhã tive que efectuar um exame que deixou sequelas, o que não impediu de conseguir fazer o treino que me tinha proposto, apesar das dificuldades.

É pena esta mata não ficar mais perto donde moro pois é sem dúvida um excelente local para desfrutar da corrida!

Termino com um obrigado ao casal Branco pela forma como nos recebeu e a preciosa ajuda que o João Branco me deu pois se tivesse treinado hoje sozinho, pouco teria feito.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Da Estrada à Pista a 5 de Julho - Uma experiência que aconselho


Após um interregno dum ano, o Da Estrada à Pista regressa a 5 de Julho para a sua 4ª edição, agora na Pista do Inatel, Estádio 1º de Maio, após as anteriores na Pista Moniz Pereira no Lumiar, sempre na extensão de 5 kms.

Por apenas 5 euros de inscrição, cada atleta tem à sua disposição o tratamento integral duma corrida em pista, com todas as suas sensações, tácticas e ritmos diferentes duma corrida em estrada ou trilhos.

Daí, ser uma experiência que aconselho. Esta é a possibilidade dos atletas de pelotão conhecerem a realidade pista e todos sabemos o que gostamos de novos desafios.

Nas 3 anteriores edições a participação foi aumentando mas com números aquém do ideal. Segundo apurei, muitos receiam o facto de a visibilidade em pista ser maior e confrontarem-se com "cavalos de corrida". Ora, a minha experiência das edições anteriores é que, e correndo eu pouco, fiquei longe do último lugar. Ora se eu fico longe de ser último, a esmagadora maioria não tem que ter qualquer receio :) 
Outra questão prende-se com correr às voltas mas 5 kms (12,5 voltas) passam num instante e com as incidências próprias da corrida, nem se dá bem conta e as voltas voam.

A prova começa às 17.30 e vão sendo disputadas séries, com máximo de 25 atletas cada, até terem todos corrido. Os atletas são agrupados por escalões.
As inscrições terminam a 1 de Julho e estão limitadas a 250 atletas.

Oferta de t-shirt técnica e parte do valor de inscrição reverte para: APPDA, Cercica, Casa das Cores.

Vão, que não se arrependerão!

domingo, 15 de junho de 2014

Correr no Autódromo do Estoril + Resultados concurso + Um treino com o Spike!

Os 4 ao Km presentes: Eu, Vítor, Isa e Eberhard

E cumpri o meu desejo de correr a pé no Autódromo, depois de há 34 anos ter feito aí uma prova de perícia e há 25 ter dado algumas voltas num Renault 11 Turbo semi-preparado para competição, além de há 13 anos ter sido passageiro do Tiago Monteiro num Fórmula 3 bilugar, conforme se pode constatar na fotografia que se segue, e isto não contando com os incontáveis dias passados naquelas bancadas, onde se destacam os 3 dias de todos os 13 grandes prémios de Fórmula 1 que aí se realizaram.

No Fórmula 3 bilugar com Tiago Monteiro

Foi na 2ª edição da Corrida Jumbo, a qual não estava cá quando se realizou a inaugural em Setembro passado.

Tinha marcado esta prova como uma em que iria tentar um "tempo daqueles" mas os acontecimentos que duram há um mês assim o impediram, passando a corrida a ser daquelas cujo objectivo era cortar a meta, o que para o momento actual não é fácil de todo.

Para quem me segue, a minha situação em termos de saúde mantêm-se inalterada, o que por outras palavras significa que sinto-me ainda mais fraco pela persistência dos sintomas. Estou a meio duma série de exames para se concluir o que se passa.


Na parabólica interior
Neste fim-de-semana realizaram-se outras duas provas que tinham história para mim mas, naturalmente, apostei tudo no Autódromo. Estou a falar da Marginal à Noite em Oeiras que, conjuntamente com a Corrida do Tejo, eram as duas únicas provas que efectuava sem nunca faltar desde que me iniciei no Atletismo em 2006 (e também faltarei ao Tejo este ano por ser no dia seguinte à Meia-Maratona de São João das Lampas) e a Corrida Luzia Dias onde era totalista das 6 edições efectuadas. 
É o mal de não nos podermos desdobrar!

E a espera de poder correr neste mítico traçado do Automobilismo, foi recompensada pela maneira como os 10 quilómetros estão organizados. Partida na recta da meta, uma volta completa no sentido das corridas de automóveis, passagem no complexo das boxes e paddock e a reentrada na pista agora para uma volta em sentido contrário.  

Pelo meio, ia recordando e revendo momentos célebres das corridas de F1, F2, Sport-Protótipos, DTM, WTCC, etc, etc em muitos locais.
Fiz as voltas sempre pela linha ideal da trajectória, saindo de cada curva sabendo para que trajectória deveria seguir em função da curva seguinte. Vantagem de conhecer de cor este trajecto.


Meta!
Dei o que podia, o que resultou numa primeira volta a um ritmo mais vivo e que me deu muita satisfação, e uma segunda volta a aguentar até ao final, cortando a meta em 58.23 o que para o momento actual e o que tenho passado é excelente. Tudo o que fosse abaixo da hora era muito bom e acabei por baixar mais de minuto e meio.

Em termos de participação, a prova sofreu do facto de coincidir numa semana que foi de férias e saída para vários, e do muito calor que afastou muito atleta inscrito. Após os 1.431 classificados de 2013, cortaram a meta 888, a que se juntam muitos na caminhada de 5 kms (inclusive quem passou dos 10 para 5).


Em primeiro plano o vencedor e nos restantes planos podemos ver atletas para um lado e outro
Venceu Nélson Cruz em 31.22 e a 18 segundos do record de Hugo Correia na 1ª edição e Sara Carvalho da Adercus que passa a constituir a nova recordista com 37.51, baixando significativamente dos 41.28 de Maria José Frias no ano passado.

Segundo informação obtida, no próximo ano a corrida será às 19 horas. 




 = = = " = = =


Já há vencedor do 2º Concurso JoaoLima.net, dedicado a esta corrida no Autódromo do Estoril. Quem mais se aproximou ficou a escassos 7 segundos. Curiosamente foi o último a prever. Enviou 58.30 e já tem o carro em seu poder!

Parabéns Vítor!
Classificação final:

Lugar
Concorrente
Previsão
Dia
Hora
Diferença
1
Vítor Gonçalves
58,30
14
20.55
0,07
2
António Baptista
57,45
11
21.43
0,38
3
Alfredo de Sousa
57,28
11
11.40
0,55
4
Luis Estêvão
57,25
11
09.14
0,58
5
Marta Andrade
57,15
11
10.42
1,08
6
Ricardo Afonso
56,47
11
16.12
1,36
7
Carlos Cardoso
59,59
11
18.02
1,36
8
João Dias
55,19
14
03.47
3,04
9
Hélder Rebimba
1.01,33
12
08.39
3,10
10
Isadora Costa
55,11
12
14.42
3,12
11
Leandro Reis
54,29
11
19.08
3,54
12
José Luís Agapito
1.02,32
12
15.29
4,09
13
Nuno Espírito Santo
54,12
11
21.33
4,11
14
José Miranda
54,01
11
10.55
4,22
15
Sara Timóteo
53,57
13
21.32
4,26
16
Filipe Torres
53,42
11
09.54
4,41
17
Manuel Nunes
1.03,12
14
04.07
4,49
18
Sandra Martins
52,50
11
21.29
5,33
19
David Clemente
52,10
12
15.08
6,13
20
Fernando Varela
1.05,50
12
10.53
7,27
21
Jorge Branco
49,59
11
09.06
8,24

Se tudo correr bem, o 3º concurso arrancará na semana anterior à Maratona do Porto e terá 2 prémios. Estejam atentos!

= = = " = = = 


Durante a semana os meus treinos resumiram-se a um e curto mas que treino! Quem segue o excelente blogue da Isa sabe quem é o Spike, o cão mais famoso da blogosfera! 

Pois desta vez, o Vítor e eu associámo-nos à Isa para um treino com características muito marcadamente de fartlek pois o Spike tanto puxa como trava para cheirar qualquer coisa. 

As descrições que a Isa tem feito não podiam estar mais perto da realidade. Efectivamente, na sua casota o Spike é um refilão de primeira com muita rosnadela e mostragem de dentes. 
É um sarilho para a Isa colocar-lhe a coleira pois chega a parecer que ele a poderá atacar, o que não sucede, é apenas o seu feitio, sabe-se lá com que raízes.
De coleira posta e apanhando-se na rua, sossega de imediato e apenas quer é desfrutar da corrida. Um cão muito giro e que merecia uma oportunidade.

O Spike está na Focinhos & Bigodes - Associação Zoófila para Protecção de Animais Abandonados e Ambiente que é uma entidade sem fins lucrativos, constituída por voluntários para quem a atenção aos cães abandonados, maltratados ou de rua é também um trabalho em prol da comunidade.
A Focinhos & Bigodes foi criada com o único objectivo de minimizar o sofrimento de animais de risco, proporcionando-lhes cuidados veterinários, alimentação, afecto e, quando possível, o acolhimento. Dispõe de instalações próprias, mas limitadas ao nível de espaço e o número de cães instalados já excede em muito a capacidade do recinto.

E torna-se confrangedor ver tantos e tão bons cães, com tão boa potencialidade para proporcionar aquele aconchego no coração que os animais sempre nos dão, fechados naquele espaço, afastados duma sociedade onde tanto existe o carinho e coração como estes voluntários oferecem, como a crueldade de quem os abandona.

"A grandeza de um país e seu progresso podem ser medidos pela maneira como trata seus animais"
(Mahatma Ghandi)

Spike, o cão corredor. Ou um cão, como os seus companheiros, que merecia ter um lar, uma oportunidade