domingo, 31 de março de 2013

Uma paixão chamada Constância

(O bonito azulejo oferta a todos os participantes)

As paixões não se explicam, sentem-se, e a verdade é que o Grande Prémio da Páscoa de Constância é, para mim, uma verdadeira paixão.

Seja pelo deslumbramento do sítio, a suavidade do ambiente ou ao encantamento do percurso. É assim que sinto, sempre, edição após edição.


E tal como algumas grandes paixões, o início nem foi favorável. Estávamos em 2007, tinha planeado a forma  e os treinos para nesta prova baixar dos 50 minutos, quando um pé torcido no aquecimento impediu-me de participar. Mas logo o tal deslumbramento do local ficou marcado e em 2008 conheci o percurso que se entranha em mim. Apesar de estar em baixo de forma e com problemas num joelho, a magia do local levou-me aos 51.27. Magia que não pude repetir em 2009 devido a estar em recuperação do pé partido. Regresso em 2010 e marco 52.42, fruto duma primeira metade mais lenta, mas na segunda, o efeito Constância tomou conta de mim. E em 2011 cravei o meu record absoluto com 50.08. 


Sempre me senti diferente aqui e, após a dolorosa notícia do cancelamento da edição de 2012, foi com muita alegria que estive presente uma vez mais na Vila Poema. E novamente a superar-me. Após uma muito desgastante semana de trabalho em Budapest, com horários puxados e sem hipótese de treinar (mesmo que pudesse não tinha sapatos adequados para correr no manto de neve que cobria a cidade), estava naturalmente cansado mas o que não me cortou a gana de querer correr bem. 

Após um aquecimento mais longo com a Isa, os dois primeiros quilómetros foram a testar a máquina, colocando já um ritmo aceitável. Depois foi soltar a passada, correndo como parece que é a única maneira que o faço naquela serpenteante estrada que acompanha o Tejo. A média dava à volta de 52 quase 53 mas nos últimos dois quilómetros as forças começaram a queixar-se da semana que passei e acabei em 53.30, o que para o que descrevi foi bem agradável.


No final, alguns me questionaram se tinha baixado dos 50, mas a verdade é que dos três grandes objectivos que tracei há mais de 6 anos, esse é o único que continua por cumprir e se pensar com cabeça fria, assim ficará. 

Não sou diferente de todos. Já há muito que deixei de estar na fase inicial de grande progressão e, na minha idade, os segundos vão sendo cobrados ano após ano. Pode parecer que não estou longe mas os segundos que teria que retirar por quilómetro já são demais para o que consigo agora chegar. 
Estou naquela fase de carreira onde a perda de velocidade é compensada pelo facto de, mais devagar, aguentar muito maior distância.

Não chegarei ao sub50 mas fico com a certeza que apenas imprevistos e partidas me impediram de realizar o que tive capacidade para o fazer. Ao contrário da Maratona que nunca tive capacidades mas consegui pela força de vontade e essa é a minha "medalha de ouro olímpica"


Mas o dia não se esgotou na corrida, foi uma excelente jornada de convívio onde tivemos a sempre tão agradável companhia da Isa, Sequeira e Júlia, Sandra e Nuno, em passeio e pic-nic.

Um excelente dia!


Quanto à prova em si, o regresso após a ausência de 2012 foi em grande e deve ter convencido os responsáveis locais a manter esta imprescindível prova que comemorou com dignidade a sua 25ª edição, até com uma exposição na antiga cadeia.

A nível de participação na prova principal, registou-se a 2ª melhor de sempre, 633 classificados, apenas batida pelos 662 de 2011 mas havendo agora limite de 600 inscrições, a que se abriram mais umas dezenas.
Destes, 91 foram atletas femininas (14,4%). A estes números somam-se 175 nas provas de jovens.


A nível competitivo, João Vieira do Reboleira triunfou em 32.38, seguido por João Valente do Ferreira do Zêzere (33.01) e Nuno Romão, também do Reboleira (33.17)


No sector feminino, Susana Francisco do Sporting triunfou pela 3ª vez, sendo de assinalar este tri pelo facto de contar apenas 21 anos e a sua primeira vitória nesta prova ter sido em 2009 com apenas 17 anos e o tempo de 38.16. Em 2010, ainda júnior, foi 3ª em 38.27, em 2011 venceu em 37.04 e agora com 36.34
O 2º lugar pertenceu a Anabela Gomes dos Joaninhas de Leião com 38.57 e completou o pódio Ana Margarida do Alvitejo (40.14)







quinta-feira, 28 de março de 2013

Um exemplo chamado Hélder Mestre


Para quem não assistiu à reportagem que foi transmitida na RTP, aconselho vivamente que vejam a mesma, clicando aqui, pois retrata um grande exemplo de Homem e Atleta, chamado Hélder Mestre.

A sinopse do programa é: "Helder Mestre foi sempre activo e bom aluno. Ainda muito jovem, decidiu apostar numa carreira desportiva em Atletismo. No entanto, aos 19 anos, um acidente deixou-o tetraplégico e sem rumo. Com uma determinação exemplar, decidiu esquecer o passado e construir um novo futuro. Salvador vai promover um encontro “mágico” entre Helder e uma personalidade que ele muito admira. Mas a adrenalina não acaba aí."

Ao verem o filme, percebem que são desnecessárias mais palavras, pelo grande exemplo que nos é dado por Hélder Mestre.

terça-feira, 26 de março de 2013

Meia da Ponte com 51 países e 1.434 estrangeiros


Falar de Atletismo nas provas de grande participação, é também falar de turismo, com a sua consequente mais valia para as depauperadas finanças nacionais.

Assim, é de salientar que neste domingo estiveram a competir na 23ª Meia-Maratona de Lisboa, 1.434 atletas estrangeiros, a que se junta um bom número de acompanhantes. 

O total de países representados foi de 51 (mais dum quarto dos existentes) e cuja relação pode ser consultada em baixo.

Como é sabido, bateu uma vez mais o record nacional de participação numa Meia-Maratona, tendo ultrapassado a barreira dos 5 mil em 2009, 6 mil em 2011 e agora 8.027 atletas a cruzarem a meta.

Estes números revelam que em Portugal há um mínimo de 6.593 meio-maratonistas, a que se somam todos os que não se deslocaram, o que é bastante significativo para um país pequeno e sem estruturas e apoios a nível de desporto como fonte de saúde.

Outro excelente indicador foi a participação feminina com 1.366 atletas (17%)

Relação de atletas por país:

Portugal
6.593
Espanha
364
Alemanha
220
Grã-Bretanha
167
França
117
Brasil
114
Itália
80
Holanda
73
E.U.América
38
Suiça
34
Bélgica
28
Dinamarca
22
Suécia
20
Polónia
19
Irlanda
15
Áustria
13
Estónia
12
Eslováquia
10
Noruega
8
Rússia
8
Finlândia
7
Angola
6
Etiópia
6
Hungria
6
Luxemburgo
5
Quénia
5
Austrália
3
Marrocos
3
África do Sul
2
Gibraltar
2
Grécia
2
Israel
2
Japão
2
Letónia
2
Roménia
2
Turquia
2
Bulgária
1
Cabo Verde
1
Canadá
1
Colômbia
1
Croácia
1
Eritreia
1
Guatemala
1
Irão
1
Jordânia
1
Moldávia
1
Nigéria
1
República Checa
1
Sérvia
1
Venezuela
1
Zimbabwe
1

domingo, 24 de março de 2013

Finalmente, à 5ª Ponte foi de vez!


Nas anteriores 4 edições da Meia-Maratona de Lisboa, nunca tinha feito uma prova boa e em prazer, acabando bem e feliz. Aparentemente mais fácil que outras onde consegui excelente marcas, esta estava-me atravessada por essa razão.

Quis terminar com isso este ano mas não pareceu propício pois a última semana e meia foram cansativas e isso reflectiu-se nos treinos e no domingo passado em Salvaterra de Magos. 

Porém... a razão tem razões que os atletas não imaginam e saiu-me (finalmente!) uma boa prova, em prazer de corrida e acabando feliz e contente, como desejava. Finalmente!

Sendo a minha 26ª Meia-Maratona, já há muito que sei que o segredo consiste num início cauteloso e depois ir melhorando a cadência. Parti com a Isa e assim o fizemos. A partir do 7º quilómetro começámos a melhorar o ritmo até que aos 11 a Isa teve novamente o seu já famoso segundo fôlego e passou para uma velocidade que eu acompanhava a custo e que mais tarde ou mais cedo levaria-me a quebrar.


Mantive então o mesmo ritmo, vendo-a serpentear pelo pelotão, e entre os 12 e os 20 kms fui extremamente regular, sempre entre os 5.51 e 5.56, para no último melhorar para 5.48 e os últimos 97 metros a 5.24 de média, cortando a meta em 2.08.35, finalmente um tempo de jeito neste percurso onde desta vez nem notei as rectas (é sabido que uma Maratona muda um homem!)

De salientar que se bateu, uma vez mais, o record em Portugal de participação numa Meia-Maratona. Era de 6.975 no ano passado, este ano foram 8.183 os que cortaram a meta!

Uma palavra especial para o Manuel Sequeira que mesmo estando fortemente engripado, não quis deixar de estar presente pela 23ª vez em outras tantas edições!

Uma palavra crítica para as centenas de cascas de banana que, uma vez mais, estavam espalhadas no meio da estrada a seguir ao reabastecimento onde as davam. Toda a gente sabe como uma casca de banana é escorregadia e, em vez de atirarem para o lado, deixam a meio da estrada onde estão milhares de atletas a correr? Inacreditável!

Como piada final, a curiosidade de todos os cartazes espalhados na estação de comboios, e feitos pela Fertagus, referiam 23ª Maratona de Lisboa. Para muitos, qualquer corrida ainda é uma Maratona...

Pergunta muito difícil de responder. Olhando para a fotografia, terei acabado feliz e contente?


sexta-feira, 22 de março de 2013

Ligeira alteração de percurso na Meia da Ponte



Informação de última hora em relação à Meia-Maratona de Lisboa da Ponte 25 de Abril a disputar neste domingo:

O Percurso da prova vai ter uma ligeiríssima alteração do traçado na Rua das Naus (entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço).

Os atletas irão passar pelo novo traçado da via, mais junto ao Tejo, numa extensão de 230 metros. Esta via será inaugurada no sábado às 12 horas.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Pietro Mennea


Foi com tristeza que tomei conhecimento do falecimento do italiano Pietro Mennea, ocorrido hoje em virtude de doença incurável e com apenas 60 anos.

Com uma velocidade estonteante, Pietro Mennea brilhou numa especialidade onde raramente um atleta branco tem sucesso, os 200 metros.

E brilhou de tal maneira que os 19,72 que marcou em 1979 perduraram como record mundial por 17 anos, até 1996, e ainda hoje são record europeu.

Campeão olímpico dos 200 metros em 1980, Pietro Mennea é o único atleta a ter competido em 4 finais olímpicas consecutivas nesta distancia.

Desapareceu o homem mas a sua recordação ficará sempre viva em quem o viu competir e apreciar a sua inacreditável velocidade.


terça-feira, 19 de março de 2013

Corrida da (e em) Liberdade


Pela 36ª vez vai ser realizada a 25 de Abril a Corrida da Liberdade, evento diferente dos restantes pois esta não é uma corrida normal.

Não tem classificação nem distância certa pois a competição não é o seu intuito. Esta é uma prova para se sentir a liberdade de correr e confraternizar. E a melhor prova é ver o que os Zatopeques fazem ano após ano, tornando-se num símbolo desta corrida, juntos e a cantar.

Para tal nada como correr no próprio dia em que a liberdade foi restaurada e que cliva a nossa história. Em relação ao nosso desporto, o conceito de 'provas abertas a todos' apenas foi permitido aparecer após. Antes estavam reservadas aos federados, não se incentivava nem se pretendia que as pessoas se reunissem para praticar desporto pois poderia sair algo de subversivo.

Por essa, e por tantas outras razões, é muito importante estarmos na festa desta corrida, em especial numa altura em que pouco mais nos resta do que correr em liberdade. 

Como sempre, as inscrições são gratuitas, contemplando 4 hipóteses:
- A corrida de 11 kms entre o Quartel da Pontinha e os Restauradores
- A corrida de 5 kms entre o Largo do Carmo e os Restauradores
- A corrida de 1 km entre o Marquês do Pombal e os Restauradores
- A caminhada de 2,5 kms entre o Saldanha e os Restauradores

As inscrições deverão ser efectuadas clicando aqui, sendo de toda a conveniência que não se registe o habitual nestas circunstâncias, onde responsáveis de equipas inscrevem todos os elementos e depois logo se vê quem vai. Ora esta atitude é uma completa falta de respeito para com os organizadores, obrigando a um esforço, e custos, suplementares e tem sido a causa para algumas organizações que tinham provas gratuitas, terem optado por preços mesmo que simbólicos.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Números e vencedores de Tercena (Troféu de Oeiras)

(fotografia NucleOeiras)

Disputou-se ontem a 7ª de 14 provas que compõem o 31º Troféu de Oeiras, com o 28º Grande Prémio de Tercena, prova que contabilizou 515 atletas na meta, mais 80 que no ano passado, sendo 140 femininas (27,2%)

Colectivamente, o NucleOeiras continua a dominar alcançando a 7ª vitória em outras tantas provas. Somou 568 pontos contra 306 dos Leões de Porto Salvo. seguiram-se o Linda-a-Pastora e Os Fixes, uma vez mais a lutarem entre si ao ponto (262-253).

Relação dos vencedores individuais por escalão com respectiva equipa e número de atletas que finalizaram nesse escalão: (de registar que João Soares do Ribeira da Lage, escalão M60, é agora o único atleta a ter ganho todas as provas)


Benjamins B F
Daniela Borges
NucleOeiras
  9
Benjamins B M
Daniyil Gorenco
Joaninhas Leião
18
Infantis F
Joycelene Barros
Fixes
16
Infantis M
Pedro César
NucleOeiras
17
Iniciados F
Ana Raquel Pereira
NucleOeiras
13
Iniciados M
Ruben Pereira
NucleOeiras
12
Juvenis F
Catarina Alves
NucleOeiras
  8
Juvenis M
Ruben Veiga
NucleOeiras
  9
Juniores F
Kcenia Bougrova
Valejas
  9
Juniores M
João Bertolo
NucleOeiras
12
Sub 23 F
Marisa Antunes
AMB Cruz Vermelha Lumiar
  6
Sub 23 M
Tiago Lima
Monte Real
13
Seniores F
Mónica Moreiras
NucleOeiras
11
Seniores M
André Ferreira
Fixes
44
F35
Carla Santos
Leões Porto Salvo
10
M35
Ricardo Pereira
Leões Porto Salvo
34
F40
Susana Almeida
Garmin
14
M40
Luís Coelho
NucleOeiras
46
F45
Mª Lurdes Venâncio
Linda-a-Pastora
11
M45
Hélder Rebelo
Leões Porto Salvo
36
F50
Mª Rosa Carita
CCD Sintrense
11
M50
Alexandre Soares
Leões Porto Salvo
43
F55
Isabel Silva
Ribeira da Lage
  9
M55
Jorge Reis
Fixes
39
F60
Manuela Folgado
Leões Porto Salvo
13
M60
João Soares *
Ribeira da Lage
20
M65
Albino Oliveira
Casa Benfica Mem-Martins
21
M70
Joaquim Neiva
Rangel
11




Próxima prova do Troféu - Joaninhas de Leião a 7 de Abril