quinta-feira, 29 de novembro de 2012

E a primeira previsão meteorológica para a Maratona aponta para...


Apesar de ainda ter uma margem muito grande de falha, a primeira previsão meteorológica para a Maratona de Lisboa aponta para chuva moderada e vento moderado de nordeste. A temperatura estabilizada nos 14 graus.

Como bem se sabe, o tempo é influenciado por muitos e diversos factores, bastando um pequeno pormenor para mudar toda a previsão. 
E se isto acontece dum dia para o outro, mais quando estamos a 9 dias 10 horas e 15 minutos de distância (quem diz que ando a contar o tempo?!?), sendo que apenas nos últimos 3 dias a probabilidade de acerto aumenta de forma significativa.

Desde que me iniciei nas corridas que estive sempre presente neste evento, quer na Prova Aberta, Meia-Maratona e Estafeta, e já vi muitas e variadas condições climatéricas.

As melhores foram, sem dúvida alguma, em 2007 com as condições perfeitas. Temperatura ideal, nada de calor nem frio exagerado, vento nulo, um clima que provocou tantos records pessoais (no meu caso foi a primeira vez que baixei das duas horas numa Meia), daquelas condições que potenciam o prazer de correr e colocam as endorfinas aos pulos de contente!

A pior foi em 2010, prejudicando e muito o desempenho de todos. Na véspera a temperatura tinha estado exageradamente baixa (3 graus), para no domingo subir em 10 graus (13), mas com uma mistura de humidade e abafado, criando dificuldades em respirar correctamente.
Para ajudar à festa, um vento muito forte, em especial no "Adamastor" Cais do Sodré-Algés-Cais do Sodré, e que não permitiam uma passada certa e regular, como convém numa prova com esta distância.

Vamos ver o que os senhores que mandam no tempo nos brindam. Se puder meter alguma cunha, seria pedir muito igual a 2007?
Vento é que não! E de preferência chuva também não. Não é que me afecte em corridas normais mas estar cinco horas a correr molhado e a roupa e sapatos a pesarem mais, não será uma boa ajuda para uma estreia em Maratona.  

Se o meu pedido puder ser satisfeito, desde já fica aqui registado o meu agradecimento!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Conhecidos (óptimos) números para a Maratona de Lisboa

(fotografia Revista Atletismo)

O professor António Campos, responsável máximo da Maratona de Lisboa, divulgou hoje em conferência de imprensa que encontram-se inscritos mais de 1.800 atletas para os 42.195 metros, sendo o número de estrangeiros superior às 9 centenas.

No conjunto das 4 provas (Maratona, Estafeta, Meia-Maratona e Prova Aberta) estima-se cerca de 5.000 participantes, sendo 1.500 estrangeiros.

Foi ultrapassado o limite de 100 equipas para a Estafeta, prevendo-se agora 150 equipas, cada com 4 elementos.

Os dados referentes à participação estrangeira, dão uma ideia da importância do turismo desportivo. Lisboa com o seu sol nesta altura do ano e com as viagens low-cost, é um local apetecível para passear e correr.

Nota pessoal. Com a participação neste ano na Maratona, completo o ciclo. Prova Aberta em 2006, Meia-Maratona em 2007, 2008, 2009 e 2010, Maratona por Estafetas em 2011 e Maratona em 2012.





Os nossos seleccionados para Budapest


A Federação Portuguesa de Atletismo divulgou hoje a lista dos nossos 36 representantes ao 19º Campeonato Europeu de Corta-Mato, a disputar em Budapest a 9 de Dezembro, certame onde Portugal tem tido brilhante comportamento com 54 medalhas nas 18 edições já disputadas, 19 de ouro (7 individual 12 colectivo), 19 de prata (8 individual 11 colectivo) e 16 de bronze (7 individual e 9 colectivo), e onde somos a 3ª potência europeia, sendo que nos séniores femininos somos mesmo, e por larga margem, a potência nº 1

Para ver todos os resultados das 18 edições bem como respectivas estatísticas, clicar aqui 

Também pode obter, clicando em cima do nome: Manual das Equipas e Boletim

Os nossos seleccionados, a quem desejo a melhor das sortes, são:

Seniores Femininos:
Ana Dulce Félix – Maratona C.P.
Anália Rosa – Maratona C.P.
Ercília Machado – Sporting C.P.
Leonor Carneiro – Maratona C.P.
Sara Carvalho – ADERCUS
Sara Moreira – Maratona C.P.

Seniores Masculinos:
Alberto Paulo – S.L. Benfica
António Silva – A.C.R. Senhora do Desterro
Bruno Jesus – S.L. Benfica
Fernando Silva – Maratona C.P.
Luís Feiteira –  Individual
Paulo Gomes - CUA Benaventense

Sub23 Femininos:
Bárbara Ferreira – J. Vidigalense
Catarina Lima – U. D. Várzea
Catarina Ribeiro – Sporting C.P.
Daniela Cunha – Maratona C.P.
Marta Martins – J. Vidigalense
Salomé Rocha – Sporting C.P.

Sub23 Masculinos:
Diogo Lourenço – J. Vidigalense
Gonçalo Jesus – Gira Sol
Hugo Correia – Sporting C.P.
Hugo Santos – Maia A. C. 
Luís Mendes – A.C.R. Senhora do Desterro 
Rui Pinto – S. L. Benfica

Juniores Femininos:
Catarina Gonçalves – U. D. Várzea
Diana Almeida – S.L. Benfica
Jéssica Matos – S.L. Benfica
Sara Sousa – U.D. Várzea
Silvana Dias – U. D. Várzea
Sónia Ferreira – U.D. Várzea

Juniores Masculinos:
Bruno Varela – S. L. Benfica
Fernando Mendonça – G. R. Praia de Salema
Guilherme Pinto – Sporting C.P.
Miguel Borges – S.L. Benfica
Miguel Marques – S. L. Benfica
Samuel Barata – S.L. Benfica

Team Leader:
Fernando Mota

Técnicos:
José Barros 
Sameiro Araújo 
António José Costa
Rui Ferreira
Carlos Mendes

Equipa Médica:
Pedro Silva
António Vieira
Francisco Silva

terça-feira, 27 de novembro de 2012

4 meses antes, já estão abertas as inscrições para a Meia-Maratona de Lisboa


Está já em preparação a 23ª edição da Meia-Maratona de Lisboa (Ponte 25 de Abril)

Esta é uma organização de sucesso tal que é uma das 6 únicas Meias-Maratonas a nível mundial com grau ouro. A da Vasco da Gama é outra, o que faz que um terço das Meias com essa distinção sejam portuguesas!

Além disso, detêm o record nacional de participação em provas de 21.097 metros, quando este ano alcançou 6.975 atletas classificados. E, ainda mais importante, é onde "mora" o record mundial da distância, alcançado por Zersenay Tadese a 21 de Março de 2010 com 58.23 (!).

Apesar de se disputar apenas a 24 de Março, faltando assim 4 meses, as inscrições já se encontram abertas, para um limite de 35.000 inscritos (soma dos participantes na Meia e na Mini).

Para toda e qualquer informação, clicar aqui para ir à página oficial, podendo desde já adiantar que as inscrições custam até 31 de Janeiro 16 euros para a Meia e 13 a Mini. De 1 de Fevereiro a 15 de Março, aumentam 6 euros.


domingo, 25 de novembro de 2012

A sempre magnífica Mendiga!

 
O bonito troféu comemorativo da 25ª edição

Como eu gosto desta prova! 

Lamento só a ter descoberto em 2010, mas depois de descoberta, não mais a quero perder! E assim, pelo 3º ano consecutivo rumei a esta vila exemplo.

E porque digo vila exemplo? Uma população com cerca de 1.000 habitantes que se une em bloco para organizar e receber, da maneira tão especial como Mendiga recebe, os atletas que vêm dos mais diversos pontos do país para este evento onde a corrida é apenas o pretexto.

População unida só com esse fim em vista, sem qualquer tipo de interesse adicional ou pessoal, no que é um verdadeiro exemplo para todos e em especial para o momento que este país atravessa.

Portanto, e antes de falar da corrida em si, não posso deixar de endereçar o meu maior reconhecimento a todos que fazem desta prova de Atletismo, que comemorou hoje a 25ª edição, um momento inesquecível da temporada!


E nota-se logo o ambiente diferente quando chegamos a Mendiga. Aquele pavilhão multiusos transborda de ambiente saudável, ajudado pela doce Feira de Produtos Regionais que é uma tentação para a vista e sabor.
Depois da corrida, o sempre muito bem servido almoço, com animação especial duma banda que a todos contagia.
Seguem-se as cerimónias de pódio e sorteios de diversos bens por todos os atletas, a que este ano não pude assistir por compromissos inadiáveis e que me obrigaram a sair pouco depois das duas horas.

Nos últimos anos a participação estabilizou-se na casa das 4 centenas, o que se manteve este ano com 432 atletas (menos 10 que 2011), sendo 43 femininas (10%).


E o mais rápido a percorrer os 16.300 metros do percurso foi o sportinguista Carlos Silva que inscreveu o seu nome e do clube pela primeira vez na galeria de vencedores. Para tal, marcou 50.29 e distanciou por 30 segundos João Vieira do Reboleira e Euclides Varela (Individual), ambos creditados com o mesmo tempo.


No sector feminino, a benfiquista Vera Nunes também triunfou pela primeira vez, registando 1.00.40, por curiosidade exactamente o mesmo tempo que a última portuguesa que aqui tinha ganho (Madalena Carriço 2010). Anabela Gomes dos Joaninhas de Leião foi 2ª a 1.57 e a preparar-se para ir defender o seu título de Maratona daqui a duas semanas. Completou o pódio a individual Emilia Kumos (1.03.44)

Colectivamente, vitória para o Vermoil, seguidos pelo Vidais e Arrudense.


A minha corrida acabou por ser mais rápida do que planeei e que era a 6 ao Km, pois nesta fase não convém abusar. Mas senti-me bem e deixei-me ir fazendo a média de 5.47 e marcando 1.33.07, apenas mais um minuto do que 2011 quando corria doutra forma sem estar com todo e exclusivo foco na Maratona.
A temperatura estava a ideal para correr. Quanto à chuva, foi constante mas daquela que apelidamos miudinha, portanto sem prejudicar. 
Na partida estava ao lado do João Branco, um muito saudado regresso, mas logo após o tiro fugiu-me. Chegou a ter cerca de 100 metros de avanço mas a meio apanhei-o, o que o espevitou para fugir novamente e já não se distrair mais! 

Completei assim, muito bem, a minha corrida nº 240 e a nº 50 com a camisola dos 4 ao Km. E por falar na equipa, não quero deixar de enviar daqui uma mensagem muito especial a uma grande amiga que tem sofrido lesões neste último mês e meio mas que parece estar a sair desse momento negro. 
Força Sandra! Fazes falta às corridas!

E pronto. Esta foi a última corrida antes do grande dia, marcado para de hoje a duas semanas. Já não há mais corridas até lá, nem treinos especiais, apenas treinos de manutenção. 
Por outras palavras, acho que vem aí a pior parte da preparação, a parte da espera e da ansiedade a aumentar...





sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Calendário do Troféu Sintra a Correr


O Troféu concelhio Sintra a Correr tem já definido o seu calendário para a época denominada 2012-2013, apesar de todas as provas ocorrerem no ano civil 2013.

Fazem parte 13 eventos, tantos quantos no ano passado mas com uma alteração: A entrada do Corta Mato de Queluz e a saída do Grande Prémio de São Pedro de Penaferrim, o que lamento pois disputei-o no ano passado e apreciei bastante o seu lado técnico.

Calendário:
09-Fev
Corta Mato de Queluz
24-Fev
23-Mar
14-Abr
28-Abr
05-Mai
26-Mai
08-Jun
16-Jun
07-Jul
14-Jul
01-Set
15-Set

Para toda e qualquer informação e inscrições, consulte o site do troféu aqui



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Número de dorsal para a Maratona: 1505


O coração bateu hoje com mais força quando recebi o mail que serve para levantar o dorsal na Feira da Maratona, a decorrer dias 7 e 8 entre as 10 e as 19 horas no Estádio do Inatel (Av. Rio de Janeiro).

E bateu com mais força pois é mais um passo em direcção ao tal momento, à corrida mais importante que alguma vez fiz (e provavelmente farei).

Serei o número 1505. Cada número vale o que vale mas, como costumo dizer, digam lá se não é um número que indica que vai correr tudo muito bem?
Brincando com o número, 1505 significa 1 de primeira Maratona e 5.05 deve rondar o meu tempo de chegada!

E é um momento especial para um atleta como eu, ver o seu nome associado à palavra Maratona.

Já só faltam 18 dias! 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Os 2 ciclos de 4 semanas


Com o treino de ontem, chegou ao final o 2º e último ciclo de 4 semanas que planeei para a Maratona.

Primeiro ciclo teve início a 23 de Setembro e prolongou-se por 4 semanas. Durante a semana fazia 3 treinos. O primeiro da semana era um treino regenerativo, após o esforço de domingo, os outros dois de 15 quilómetros e no domingo, uma sessão mais longa, em prova.
Assim, nesse primeiro ciclo fiz a Corrida do Destak, mas juntando treino antes que deu 19 quilómetros no total, seguindo-se as Meias da Vasco da Gama, Ovar e Moita.
Este plano apenas teve uma única falha num treino que seria de 15 e acabou nos 10. Todo o resto cumprido e nas Meias sempre a evoluir.

Terminado o primeiro ciclo e antes de entrar no segundo, mais puxado, uma semana mais calma como manda o bom senso, culminando com a Corrida do Tejo e os seus 10 quilómetros.

O segundo ciclo de 4 semanas, com os mesmos treinos durante a semana, teve aos domingos os 20 Kms de Almeirim, a que se seguiu o para mim famoso treino de 30 quilómetros, a Meia da Nazaré e o treino de 27 quilómetros.
Tudo óptimas prestações, sempre a evoluir, com excepção do treino de ontem onde fraquejei a partir dos 20 (ao contrário do que possa parecer, não creio que por abuso de esforço mas mais pela parte mental, como já foi explicado). Mas se pensar em termos de teatro, costuma dizer-se que um mau último ensaio dá uma boa estreia! 
Os treinos foram cumpridos na integra, com excepção do último da passada semana, cancelado por precaução em relação ao joelho esquerdo.
Joelho que, diga-se de passagem, ontem à tarde nem doía (talvez tenha ficado "anestesiado") mas hoje já deu novamente sinal. Mas penso que está controlado.

Terminado este ciclo, segue-se a obrigatória semana mais calma e que vai até ao Grande Prémio da Mendiga no domingo.

A partir daí, faltam duas semanas e é treinar sempre moderadamente e tentar controlar a natural ansiedade de quem está a aproximar-se a passos largos da corrida mais importante da sua carreira e cumprir o seu sonho "impossível"

Obrigado por todo o imenso apoio que tenho recebido e que vai servir como um enorme empurrão nos 42.195 metros, em especial nos mais duros.


domingo, 18 de novembro de 2012

27, preocupação e pesadelo

Lígia, Isa, Rute, Rui, eu e Miguel, os 6 do treino

A Ana Pereira já me tinha avisado num comentário que uma preparação para uma Maratona é composta por altos e baixos, euforias e descrença.

Pois, após um excelente treino de 30 kms faz hoje duas semanas, que me aumentou imenso os níveis de confiança, e duma óptima Meia-Maratona na Nazaré apenas uma semana depois e que me colocou nas nuvens a aguardar a tão ansiada estreia na Maratona daqui a 3 semanas, eis que esta semana aterrei das ditas nuvens. 

Primeiro foi uma preocupante dor no joelho esquerdo e que me obrigou inclusive a cancelar o treino na sexta-feira. Hoje deu para correr mas não sei as reacções que virão daí pois normalmente é no dia seguinte que sinto a dose.

Hoje foi um treino de 27 kms que não correu bem a partir dos 20. Em comparação com o dos 30, e apesar do tempo não interessar pois apenas quero terminar a distância mítica mas dá para aquilatar do momento de forma, hoje fui 22 segundos por km (!) mais lento que nos 30, e acabei muito cansado, ao contrário desse treino que terminei bem, apenas com natural dor nas pernas.

Explicações, além do habitual "há dias assim"? Há e estão identificadas. Claro que um quilómetro é um quilómetro e ponto final. Ou não será? Para mim, não. Um quilómetro de percurso variado, é um quilómetro de prazer, um quilómetro sempre em recta, é desgastante. Porque é que faço melhores tempos em Meias ditas difíceis do que na Meia da Ponte 25 de Abril, apelidada de fácil e onde faço sempre tempos fracos ou maus? Aquela parte Cais do Sodré-Algés, de recta longa em recta longa provoca-me desgaste e grande. 


Ora, o treino de hoje começou no Cais do Sodré foi até Algés e regresso. Foram 14 quilómetros que me desgastaram de início e a partir de cerca dos 20 foi um quase arrastar até aos planeados 27, onde terminei com as forças em saldo negativo.

E até tive uma excelente companhia, que se pode ver na primeira fotografia. Curiosamente tudo estreantes para dia 9. A Lígia, Rui e Miguel estreiam-se em Meia, a Isa e Rute em Estafeta e eu na Maratona. 

Fomos em grupo de 6 até cerca dos 15, altura que os três da Meia ganharam algum avanço, ficando eu acompanhado pela Isa e Rute cujo plano passava por irem até à Alameda, distância prevista de 18 mas que acabou por ser 18.620 em 2.10

Após isso, fiquei sozinho e a partir dos 20 comecei a quebrar, em especial após passar o Estádio 1º de Maio e fazer os quilómetros iniciais da Maratona... onde se inclui a longa recta da Gago Coutinho...

Sempre que penso na Maratona, e são muitas vezes ao longo do dia, há 2 pensamentos. Um de sonho que é o momento de entrada no estádio (simbolizando a conquista, o ter terminado), outro é de pesadelo, como fazer aqueles 14 kms  Cais do Sodré-Algés-Cais do Sodré? Até à Meia, farei bem, chegando aos 35, nem que seja a arrastar hei-de chegar lá, agora aquele Adamastor dos 21 aos 35 é que tem que ser muito bem trabalhado nestes 21 dias.
Não irei deixar que me estrague um sonho de 5 anos.


Um obrigado especial à Isa, Rute, Lígia, Rui e Miguel pela sua companhia hoje e pela paciência em terem ido a um ritmozinho de Maratona. Fomos um grupo muito bom e divertido num treino onde nem faltou reabastecimento de água pela Mafalda, enquanto fotografava!

     

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Jéssica Augusto desportista feminina do ano!


A Confederação do Desporto de Portugal realizou ontem a sua 17ª Gala do Desporto, onde foram distinguidos os desportistas que mais se destacaram neste ano.

E o prémio de desportista feminina do ano veio para o Atletismo, um inteiramente justo reconhecimento a Jéssica Augusto cujo palmarés, dedicação e garra falam bem por si.

Parabéns Jéssica!


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Números e classificações do fim-de-semana

Fim de semana com agenda cheia de corridas mas muita participação em cada, como podemos analisar.

Com algum atraso, foram finalmente publicadas as classificações da Nazaré. Após os 1.135 classificados em 2011, este ano registou-se um aumento de 167 atletas, sendo a melhor participação dos últimos 6 anos.
Dos 1.302, correram 115 senhoras, o que equivale à média de 8,8%

Pedro Cruz do J.Cruz Irmãos repetiu o triunfo do ano passado em 1.09.42, mais 33 segundos que então, o que se justifica pelo forte vento contra. Rosa Madureira do Penafiel estreou-se a vencer nesta mítica prova, perfazendo 1.24.49



O Corre Jamor na sua 3ª edição tornou-se numa das provas acima do milhar. Após os 679 e 883, foram 1.035 os que participaram nesta bonita e empenhativa corrida, sendo 194 do sexo feminino (18,7%)
Esta é uma prova onde o Olímpico de Oeiras continua a monopolizar as vitórias, sendo que desde o ano passado associado à Garmin.
Pedro Conceição repetiu a vitória do ano transacto com 30.31 (menos 28 segundos do que tinha necessitado para triunfar em 2011), e Margarida Dionísio também bateu o record de percurso por 45 segundos, ganhando em 35.11




A Corrida da Ajuda disputou-se pela 2ª vez e bateu os participantes da estreia em mais 85 atletas (901), sendo 142 senhoras o que corresponde a 15,8%
João Marques do Reboleira com 32.59 e a veterana sempre jovem Lucília Soares do Benfica em 40.30 levaram os louros da vitória



23ª edição do Corta-Mato da Amora com corridas desde os escalões mais jovens até aos menos jovens, indo da elite ao atleta de pelotão. 
Foram 878 os que se aventuraram nesta prova, a segunda melhor participação dos últimos 7 anos, com a participação feminina de 270 atletas (30,8%)
A vitória na prova principal foi para dois atletas do Maratona, Fernando Silva (31.41) e Dulce Félix (20.40)




Dando um salto até ao Algarve, a 21ª edição das 10 Milhas do Guadiana somaram 601 atletas, a 3ª melhor participação de sempre a apenas 13 do record estabelecido no ano passado. O sector feminino contabilizou 55 atletas (9,2%)
Manuel Ferraz venceu pela 4ª vez consecutiva, com a particularidade de representar um clube diferente em cada um dos triunfos. Após o Benfica, Alturense e Areias de São João, foi agora a vez do Benaventense. Registou 56.27. 
Com 1.09.33, Vera Fernandes do Belavista inscreveu o seu nome pela primeira vez no palmarés desta prova. 




Quanto à 4ª edição dos Trilhos de Casaínhos, simpático clube de Loures, a subida de participação tem sido constante. Após 68, 88 e 117, registaram-se ontem 191 atletas (24 senhoras, 12,7%).
Vencedores em estreia, Rui Teixeira dos Amigos Vale Silêncio (1.07.10) e Maria José Teixeira dos Trilhos e Corridas de Tercena (1.33.00) 



domingo, 11 de novembro de 2012

Nazaré - A obrigatória visita à "Mãe"


Cada coisa tem a sua história pessoal mas há umas que transcendem o pessoal para uma generalidade concreta e definida, como é o caso da Meia-Maratona da Nazaré, a "Mãe", que cumpriu hoje a 38ª edição duma bela e decisiva história da corrida para todos, iniciada a 16 de Novembro de 1975 (para saber o porquê do termo "Mãe", clicar aqui).

Após a tremenda chuva no ano passado, tudo se conjugava para nova edição molhada, mas a chuva que caiu durante toda a noite e madrugada, decidiu-se pelas tréguas, dando lugar a um bonito sol que mais embelezou a linda paisagem nazarena. 
E esta foi mais uma achega ao sucesso da prova, contribuindo para tal a irrepreensível organização que sabe o que os atletas gostam e onde nada falhou durante o evento.

As classificações é que ainda não foram publicadas, não podendo fazer aqui a habitual estatística de participação e dos primeiros. Fica reservado para amanhã.



Assim, passo directamente para a minha prova que tinha um grande ponto de interrogação. Como iria eu reagir tendo feito o treino de 30 kms domingo passado? 
Pois a resposta fica desde já dada ao referir que foi a melhor Meia deste ano e na sequência desta série de Meias onde vim sempre a baixar o tempo mas sem nunca me preocupar com o que o relógio tem marcado. Essa descida de tempos tem ocorrido de forma natural.
A primeira metade foi a uma média de 6.08 e a segunda 5.56, tendo os 3 últimos quilómetros sido a 5.39 de média. Marquei 2.08.19, retirando 2 minutos ao melhor tempo deste ano (1.59 para ser preciso), o que não deixa de ser o tempo mais fraco na Nazaré, mas onde nos outros anos tenho corrido com os olhos no relógio. E na Nazaré, corro sempre bem!
Em 2008 marquei 2.06.55, no ano passado 2.04.34 e em 2010 o mítico tempo de 1.56.53

Pouco depois do primeiro quilómetro tive a agradável companhia da Eugénia até ao 19º quilómetro. Fomos num ritmo muito certo, com o relógio sempre a marcar 6.08 de média. Parecíamos um relógio suiço! 
Na 2ª metade começámos a alargar a passada e a média veio por aí abaixo, apesar de todo o regresso de Famalicão à Nazaré ser com muito vento contra. Segundo consta, alguém, se esqueceu de fechar uma porta.



Cada quilómetro era mais rápido do que o anterior e os 3 últimos foram sempre a "abrir" até à meta onde cheguei feliz da vida pela rápida reacção após o treino de 30 e por estar cada vez a sentir-me melhor. 

O que é fundamental numa Maratona? Parte mental! Ora, o que posso dizer é que os níveis de confiança estão cada vez mais e mais altos!
Todos sabemos que ninguém, por mais preparado que esteja, pode garantir terminar uma Maratona pois muito pode acontecer, inclusive aqueles pequenos nadas numa prova normal mas que se transformam em enormes numa distância destas, mas que estou cada vez mais perto do sonho, estou!!!

De referir, e não sei quanta quota parte do sucesso de hoje se deve também a isso, que testei o que vou tomar durante a Maratona. Isostar Endurance BCAA e Aptonia Energy Gel 2 em 1, recomendado por quem percebe imenso do assunto e que são fundamentais para repôr muito do que vamos perdendo.
Como já perceberam, o teste foi 100% eficaz!


sábado, 10 de novembro de 2012

Rosa Mota eleita a melhor maratonista mundial de sempre!


A Associação Internacional de Maratonas (AIMS) comemorou ontem 30 anos com uma sessão solene em Atenas, evento para o qual convidou a nossa Rosa Mota.

Rosa Mota pensava ser apenas um simpático convite para estar presente e não imaginava ser anunciada durante o evento como a MAIOR MARATONISTA MUNDIAL DE SEMPRE!

Foi uma autêntica surpresa para Rosa Mota que não desconfiou de nada, tendo ficado naturalmente muito agradada com o reconhecimento e pelo simbolismo de ter sido em Atenas onde começou o mito Maratona e onde se disputou a primeira Maratona oficial feminina (com sua vitória).

Para quem, como eu, teve o privilégio de acompanhar a totalidade da sua fantástica carreira, este prémio é mais que justo e, diria mesmo, obrigatório!

Entretanto por cá, as notícias desportivas não destacam este reconhecimento, continuando a ser monopolizadas com as polémicas futeboleiras e muitos pseudo transformados em vedetas 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Revista Atletismo de Novembro


Já foi distribuída a Revista Atletismo nº 372, referente a Novembro.

Destaque óbvio para as nossas provas, e que foram em bom número no mês de Outubro, inclusive a Maratona do Porto, e também para um curioso estudo de participação e ranking das provas mais concorridas entre Outubro 2011 a Setembro 2012.

Além de toda a actualidade, espaço para o balanço da época masculina, espaço técnico de "Guia de sobrevivência do corredor urbano", "Protocolo de supercompensação de glicogénio muscular para a maratona", fisioterapia "Lesões mais frequentes no atletismo" e "Até bastam três treinos por semana".

No capítulo de Atleta e Clube de Pelotão temos, respectivamente, Maria da Luz Rodrigues e Centro de Atletismo da Baixa da Banheira, dois muito interessantes casos.

Como sempre, um número a ler, reler e guardar.

Jéssica sobe de bronze para prata no Europeu 2010


Final de 10.000 metros femininos nos Europeus de Barcelona 2010, disputada a 28 de Julho. Jéssica Augusto vai em 2º atrás da inalcançável turca de ascendência etíope Elvan Abeylegesse, quando na recta da última volta foi ultrapassada pela russa Inga Abitova, terminando na 3ª posição e recebendo a medalha de bronze.
Abeylegesse marcou 31:10,23, Abitova 31:22,83 e Jéssica 31:25,77. A holandesa de ascendência queniana Hilda Kibet foi 4ª em 31:36,90

Agora, aquela ultrapassagem de Ibatova a Jéssica deixou de existir pois descobriram-se irregularidades no passaporte biológico da atleta russa, sendo suspensa 2 anos e desclassificada de todos os eventos desde 10 de Outubro de 2009.

Assim, a sua medalha de prata passa a ser pertença da nossa Jéssica, cuja medalha de bronze salta para Kibet.

A notícia chegou a Jéssica ontem, curiosamente no dia do seu 31º aniversário, e manifestou-se satisfeita com o facto do passaporte biológico ser uma arma mais aperfeiçoada para apanhar atletas batoteiros.

Jéssica, recorde-se, já alcançou em nome de Portugal 11 medalhas, 6 de ouro 4 prata e 1 bronze, sendo a nível individual 2 de ouro e 2 prata e colectivo 4 de ouro 2 prata e 1 bronze.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Nos EUA, 53% de atletas femininas!


Já em Julho de 2011 publiquei um artigo chamado "As atletas e a mudança de mentalidades", que pode ser lido aqui.

Fazendo um breve resumo, conta quem corria há cerca de 30 anos os insultos que ouvia por treinar na rua, estilo "Vai trabalhar malandro!". E se isso era para os homens, as (poucas) mulheres que treinavam na altura eram alvo de bem pior. 
Relata a nossa Rosa Mota o muito que ouviu antes de ganhar nome e onde o mais suave dizia que o lugar dela era na cozinha.
Georgete Duarte, 46 vezes campeã nacional (!), nas décadas de 40 e 50 conta que ouvia nomes que nem uma prostituta ouviria, por andar a correr de calções. 

Recordo o mal que a mulher foi tratada no Atletismo ao longo dos anos. Tendo os Jogos Olímpicos da Era Moderna visto a 1ª edição em 1896, apenas 32 anos após foi permitida participação feminina no Atletismo. Até então, mulher e Atletismo era algo que não seria compatível nas mentes daqueles senhores.
Nesse primeiro ano, 1928, o máximo que as mulheres puderam correr foi 800 metros mas desde logo vozes de médicos especializados (?) consideraram que a mulher não tinha capacidade para tal distância, sendo banida essa prova até 1960. 
Apenas em 1972 as mulheres puderam competir nos 1.500 metros. A Maratona chegou, finalmente, nos de 1984, após a primeira Maratona feminina a nível oficial ter sido realizada nos Europeus de Atenas 1982, com a primeira vencedora a ser uma jovem e franzina atleta de seu nome Rosa Mota.

Para esta autêntica libertação da mulher para qualquer distância, uma atleta foi fundamental, Katherine Switzer.

Nascida 20 anos antes, Katherine decidiu disputar a Maratona de Boston de 1967. Para conseguir a almejada inscrição, fê-lo com o nome de K.V.Switzer, dado que era determinantemente proibido uma mulher participar.


No dia da prova, tentou disfarçar-se no meio do pelotão e aí foi ela, em conjunto com o seu namorado Tom Miller e treinador Arnie Briggs, até que um oficial de nome Jock Semple descobriu-a, agarrou-a e, com a face mais zangada gritou "Get the hell out of my race!", tentando retirar-lhe o dorsal. Arnie ainda lhe disse que ela estava bem, que tinha sido treinada por ele e que já tinha corrido 50 kms em treino. Mas a fúria do oficial era tal que nem ouvia e só a queria retirar dali. Valeu a providencial ajuda dos restantes atletas que o afastaram, tendo Tom dado um empurrão tal que o homem voou dali para fora.

Katherine em choque, chorou de raiva, mordeu os lábios e mais força teve para correr até à meta, provando o falso que era as mulheres não aguentarem distâncias maiores (na altura, recordo, o máximo que era permitido uma mulher correr era 800 metros!).
Claro que no final foi o bom e o bonito com desclassificações, sanções, etc. Mas a bola de neve começou a ganhar forma e força imparável que foi trazendo mais e mais mulheres ao prazer da corrida, até se chegar ao momento actual.

E porque recordo este episódio? Porque a mesma Katherine Switzer divulgou recentemente que 53% dos atletas que correm pelas estradas dos Estados Unidos são do sexo feminino!

Esta é uma força crescente que se vai notando em muitos países, incluindo o nosso.
Não me posso esquecer que há apenas 6 anos, quando me iniciei, a média normal de participação feminina em Portugal rondava os 6%, para actualmente já se cifrar nos dois dígitos. 
Ainda muito longe da média equitativa que se deseja mas sempre a progredir. 

Venham mais, muito mais, é o que desejo, pois todos ficamos a ganhar!