sábado, 30 de abril de 2011

Grande Prémio (do) Rui Silva - Cartaxo

Com uma promissora jovem atleta que alcançou um brilhante 6º lugar, a muito simpática Liliana Alexandre
Já equipado e preparado para a "luta"
Os 2 atletas que viriam a vencer, Rui Silva e Clarisse Cruz, antes da partida à conversa com Helena Sampaio

Disputou-se hoje a 11ª edição do Grande Prémio que homenageia o filho de Cartaxo, Rui Silva.
Com um novo formato e horário, passando das 21 para as 18 horas e de 3 voltas ao centro para 2 passagens mas com partida e chegada ao Estádio, manteve a distância de 10 quilómetros que conta desde 2006 (nas 5 primeiras edições eram 8.000).

Logisticamente tudo se tornou mais fácil e a população continua a vir para a rua presenciar o evento mas o ano passado, único ano que tenho de referência, havia mais espectadores e, principalmente, mais efusivos, talvez por começarem a interagir horas antes com o aparato no centro.

A nível organizativo, tudo esteve conforme o esperado, num feliz hábito que a Xistarca nos proporciona.

O único ponto que poderá haver discórdia é a prova ter sido publicitada como percurso plano, enquanto grande parte subia ou descia, apesar de não serem diferenças de nível acentuadas.

Rui Silva continua a dominar esta corrida que tem o seu nome, e venceu pela 5ª vez em 11 anos, regressando aos triunfos que já tinha alcançado em 2001, 2004, 2005 e 2006. Nos restantes anos que não ganhou, registaram-se 5 vitórias queniana e uma de Yousef el Kalai. No entanto, a vitória não foi fácil , tendo sido ao sprint com Manuel Damião. Rui Silva ficou creditado em 29.53 e Damião 29.54, com José Rocha a completar o pódio em 30.08. Do 4º ao 10º classificaram-se José Ramos, Vitor Oliveira, Ricardo Mateus, José Maduro, Filipe Rosa, Pedro Cruz e Carlos Silva, o que dá para ter uma ideia do bom nível competitivo deste evento, com o 10º em 31.07

Em femininos, vitória também sportinguista, Clarisse Cruz com 35.10 e um avanço de 28 segundos sobre Cláudia Pereira, fechando o pódio Ana Mafalda Ferreira em 36.24, seguida de perto por Vera Nunes e Rafaela Almeida, tendo a 6ª classificada sido Liliana Alexandre, muito jovem atleta de 20 anos e com um enorme potencial. Realizou 37.44 e bateu por quase 1 minuto a consagrada Helena Sampaio. Ainda dentro das 10 primeiras, Raquel Trabuco e as 2 primeiras veteranas, Lucília Soares e Alice Basílio.

De referir que Clarisse Cruz igualou as 3 vitórias que Marina Bastos tinha no seu palmarés (2001, 2003 e 2004), juntando nova vitória aos seus triunfos de 2005 e 2009.

A nível colectivo masculino, vitória para o Sporting (46 pontos), seguido pelo Desmor (86) e Maduro Atletics (146). Em femininos, venceu o Benfica com 18 pontos, seguidas pelos Amigos Atletismo Mafra (62) e uma equipa da casa, o Ateneu Cartaxense (70).

Estão classificados 416 atletas, menos 4 que no ano passado, sendo que o record de participação pertence ao já longínquo 2003 com 647 atletas. Esta prova merecia um número superior de corredores. Provavelmente também poderá ter havido um certo retraimento pela chuva que caia forte no caminho até ao Cartaxo, mas durante a prova apenas estiveram a cair uns pingos muito fracos que não davam para molhar.

A minha prova correu bem, fiz 52.50 (tempo real, meta a meta), tendo sempre dado o máximo a qualquer momento. E quando assim é, só há razões para tudo estar bem.
Próxima prova, daqui a poucas horas em Vila Fria.
Classificações:

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bons locais para treinar - Jamor

Tento seguir a máxima de variar os treinos para não criar habituação. Daí, tento treinar umas vezes de manhã, outras à tarde, umas vezes distâncias mais curtas e mais rápidas, outras mais longas e mais lentas, pisos planos numas, subidas e descidas noutras, enfim, o normal.
Um problema que se coloca é o piso. Correr sempre no alcatrão é penalizante para a estrutura, potenciando eventuais lesões, mas durante o inverno poucas chances tenho de o evitar, tendo um horário de chamado expediente. Logo de manhã ou ao fim do dia está escuro e os locais onde posso fugir ao alcatrão não são iluminados.
Mas durante o resto do ano, há um local que tem uma particularidade muito especial. À volta duma hora posso correr uns pedaços em terra, alcatrão, cross, trilhos e tartan.
E que local é esse que tem essas possibilidades concentradas? O Centro Desportivo Nacional do Jamor.
Um exemplo de treino, e é apenas um exemplo entre tantas variantes: Estacionando o carro no parque junto à canoagem, aproveita-se o circuito exterior à canoagem para ir aquecendo. Completa-se esse momento com o circuito interior da canoagem, até sair para a estrada que vai dar ao actual circuito de cross. A parte de terra está feita, entra-se na de alcatrão (curta), para quando se chega ao circuito de cross efectuar a volta grande (piso de cross com rectas, subidas e descidas). Sai-se pelo mesmo caminho e toma-se a direcção do estádio, subindo pelos trilhos juntos à bancada, dando essa volta completa. E complementa-se o treino com umas séries no tartan da pista 2, junto à pista coberta do Centro de Alto Rendimento.
Fez-se um excelente e variado treino, além de se ter respirado bom ar deste pulmão do Jamor.
E no meio, ainda nos cruzamos com alguns atletas de alto rendimento, onde aproveitamos para tomar um banho de humildade, pois aquele ritmo a que seguíamos e julgávamos bom, afinal parecia parado quando nos ultrapassaram!
Para quem ainda desconhece e queira experimentar este local, espero que fique agradavelmente surpreendido.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Corrida da (e em) Liberdade

Os 2 Joões, Branco e Lima, ladeados pela Sandra, com o símbolo do 25 de Abril, o cravo...
... cravo oferecido por uma simpática militar...
...que depois posou connsoco (João Branco, eu e Mário Lima)
Os Limas unidos jamais serão vencidos! (João e Mário)
Antes da prova... (eu, Analice, Carlos, Sandra, Orlando e Branco)
... e depois da prova (Branco, Carlos, eu, Sandra, Orlando e Catita)

Foi há 37 anos que acabou.
Acabou o medo, a tortura, a morte. De quem lutava pelo maior ideal, tantas vezes esquecido, a Liberdade.
A liberdade de dizer, de pensar (sem sequer ter medo de pensar), de se juntar sem vir alguma autoridade dispersar. A liberdade de olhar para todos sem recear que algum delator estivesse presente. A liberdade de educar filhos sem recear de os ver partir para uma guerra estúpida, como o são todas, e que um ditador a todos obrigou, ficando com a fama de ter salvo o país do segundo conflito mundial (quando o que nos salvou foi a questão geográfica), e quando afinal enterrou e mutilou tantos jovens numa causa perdida, além de desbaratar metade do orçamento estatal com esse conflito, chegando-se ao ponto que se chegou.
Foi há 37 anos que acabou. E nunca pode deixar de ser festejado e lembrado, para que as gerações que não sofreram a opressão, aprendam com o passado a evitar as armadilhas do futuro.

Uma das formas de celebrar esta data histórica, é a Corrida da Liberdade, que viu hoje a sua 34ª edição.
Regressou ao formato de partida no Quartel da Pontinha até aos Restauradores. Mas sem a antiga passagem pela 2ª circular, o que aumentou a distância para cerca de 10.700 metros.

Uma bonita militar ofereceu aos presentes um cravo, o símbolo duma revolução sem violência.

Partiu-se então do Quartel comando do M.F.A. e em liberdade se atingiu os Restauradores.

Mais do que uma corrida, esta é uma comemoração. Onde não falte quem corra com o cravo ou a cantar em grupo, como os incontornáveis Zatopeques.

Classificações gerais? Quem quer saber quando todos ganham?

Sobre o meu desempenho, 2 dias após o record, e ainda a viver o entusiasmo do que para mim foi um feito, parti querendo empregar um ritmo semelhante. Se o cansaço de sábado viesse, era abrandar. Veio apenas aos 8 mas deu para manter até à placa dos 10, que passei em 50.33, o que é curioso. Curioso por depois de mais de 4 anos para bater os 50.37, no espaço de 2 dias fiz melhor que esse tempo. Apesar do de hoje não ser homologável, em virtude da distância superior.

Passada essa placa e com o sentimento de dever (bem) cumprido, "levantei o pé", pus-me em ponto morto e deixei-me ir a rolar calmamente até à meta, demorando mais de 4 minutos nesses 700 metros. Apenas saboreando.

Estava feita a prova, mais uma liberdade. Venha a de 2012.

E também é importante não esquecer que a data que hoje vivemos e que não pode ser esquecida, 25 de Abril, é a grande responsável por podermos todos andar a correr de prova para prova.
Dantes, era algo apenas reservado aos federados. O movimento popular da corrida nunca seria permitido num estado cinzento e que tanto moldou negativamente a falta de alegria deste povo que até é latino.

sábado, 23 de abril de 2011

4º Meeting bloggers

Foto de grupo, publicada por Luís Mota
Após o Grande Prémio da Páscoa em Constância, mais de 50 pessoas reuniram-se no restaurante Ti Coimbra para uma confraternização onde o motivo principal são as corridas e a blogosfera.

De realização anual, foi o 4º encontro, mas o primeiro a que estive presente e apenas posso dizer que foi um momento inesquecível de sã camaradagem e onde conheci muita gente boa.

Apetecia-me dizer o nome de todos, mas receio poder esquecer alguém.

Fico desde já a ansiar pelo próximo ano e o encontro número 5 que será composto por um treino em Terras de Sicó, o que permitirá um melhor convívio entre todos, não apenas no almoço mas igualmente no prazer de correr.

Uma espera de 1.539 dias que acabou hoje!

Faltam 5 metros mas já não consigo conter a alegria!
A um quilómetro do final (foto Jorge Branco)

Grande Prémio da Páscoa - Constância, 23 de Abril de 2011
Placa do quilómetro 6: 30.33
Sinto uma força a crescer!

Em cada realização há sempre um momento chave. Hoje o momento chave foi a placa do quilómetro 6 e o tempo que vi no relógio. De repente senti o que de melhor um atleta pode sentir. ACREDITEI!

4 de Fevereiro de 2007 - Grande Prémio José Afonso em Grândola. Em pleno crescer de forma,os tempos iam caindo e nesta prova novo record pessoal, 50.37
Tudo estava a parecer fácil e sem escolhos. E os 49 eram o passo seguinte. Mal imaginava que mais de 4 anos e 2 meses depois esse ainda seria o meu record pessoal. Como os records dos 15.000 e da Meia-Maratona iam ficar encalhados nesse mítico ano de 2007.
Será fastidioso relatar tudo o que entretanto aconteceu. Muito resumidamente, uma entorse que fez regredir toda a forma, uma série de lesões provocadas por problemas de cartilagens, um pé partido que obrigou a 6 meses de paragem, uma médica a olhar para uma ressonância magnética e a dizer-me para deixar de correr, umas vezes que ia em ritmo de bater o record mas em provas a que faltavam escassas centenas de metros para perfazerem os 10.000 exigidos, enfim, muita coisa aconteceu mas houve algo que nunca perdi. A esperança e a persistência!

Hoje ia tentar um bom tempo. Não me sentia em condições de record mas ficar nos 51, máximo 52.
Preparei-me bem no aquecimento mas mesmo assim não pude adoptar logo um ritmo ideal pois se o faço no início, o ritmo cardíaco sobe demais e a inevitável quebra aparece. Tive que ser paciente qb. Mas já em tempos para os 51/52. No 3º quilómetro, enorme susto! Uma misteriosa dor entre os gémeos e o joelho, impedindo-me de esticar a perna. Receei ter que parar mas encostei-me a um rail, estiquei a perna e como a dor passou, recomecei a correr, os primeiros passos a medo e depois regressei ao ritmo que vinha e nunca mais senti a tal dor.
Passo ao quilómetro 5 em 25.36, apontando para 51.12. Não ficaria longe mas não me sentia com força para conseguir ir mais rápido. A média estava nos 5.07 por quilómetro.
Mas algo se passou entre os 5 e 6, tendo apenas tomado consciência disso no tal momento de ver o relógio na placa dos 6. Tinha feito 4.57 e passei em 30.33. A média estava nos 5.05,6 e se fizesse os últimos 4 a 5.00, batia o record. E o que não acreditava antes, passei a acreditar firmemente!
Ataquei. Pensei "Agarra a oportunidade! É hoje!" e tudo aquilo que foi negativo na minha carreira atlética, acompanhou-me. A lembrança da entorse, do pé partido e os 6 desesperantes meses parado, o choque ao ouvir a médica que eu tinha de deixar correr (em Maio de 2009), todas essas recordações negativas se uniram numa enorme força psíquica que me fez esquecer o cansaço que já tinha, empurrando-me mais e mais.
O que não nos mata, torna-nos mais fortes!
Os quilómetros foram passando. A placa dos 9 em 45.27. Bastavam 5.09 nos últimos 1.000 metros. Passei pelo Jorge Branco que tirou a foto que está em cima e grito-lhe "é hoje!". É natural que não tenha percebido o que eu queria dizer com uma alegria que já não conseguia calar. Ultrapasso o Mário Lima e digo-lhe que devo bater o record. Aparece a euforia.
Mas de seguida começa o medo próprio de quem se sente tão próximo. Começo a achar que estou a perder velocidade. Olho para o relógio e vejo o inverso.
Aproximo-me da meta e esses momentos são mais difíceis de definir.
Afinal, o meu último quilómetro foi o mais rápido de todos, 4.41, o que faz com que a meta seja cortada aos 50.08 (tempo real, de meta a meta, como conto sempre). Menos 29 segundos.
Uma enorme alegria invadiu-me. Mas mais do que a alegria, foi o sentimento de alívio.
Sempre foram 1.539 dias de espera que chegaram ao fim!

Agora, tempo de concentração para o verdadeiro sonho que sempre me perseguiu. Baixar um dia dos 50 minutos.
Falta pouco, mas até lá, falta tudo.

Grande Prémio da Páscoa - Constância

Cansados mas felizes, após a prova
Pódio feminino
Pódio masculino

A bonita Vila Poema de Constância recebeu pela 24ª vez os atletas concorrentes ao Grande Prémio da Páscoa, uma prova sempre muito agradável de se fazer, com uma organização cuidada e interessada nos atletas, onde tudo é cumprido a preceito, desde a entrega de dorsais, procedimentos de partida, placas quilómetro a quilómetro, reabastecimentos, classificações e entrega de prémios atempadas e a que se junta um prémio de presença e um bem recheado saco com produtos regionais. Tudo pelo preço simbólico de 0 euros!

E a formação também não é esquecida com uma série de corridas por escalões, até à corrida principal que viu hoje terminarem 659 atletas, mais 106 que no ano passado, num crescimento sustentado, que conta também com o fundamental passa-a-palavra de quem fica (muito) satisfeito e incita os seus amigos a virem no ano seguinte. E Constância e a sua população bem o merecem!

E quem também mereceu a vitória foi José Maduro (Maduro Atletics) que repetiu o seu triunfo de 2002, desta feita com 31.17 e um avanço de 34 segundos sobre Carlos Santos do Benfica, fechando o pódio Hamid Hakim do Alcanena com 32.06.

Em femininos, Susana Francisco do Lourinhã parou o relógio aos 37.02, ela que ainda é júnior e que alcançou um avanço de 3.01 sobre Patrícia Ferreira do Zona Alta, sendo a 3ª Carina Matias do Barreira, 40.55

Destaque para os meus amigos Sandra Martins que alcançou um record pessoal que há muito perseguia, na casa dos 52, realizou 52.06, e de Filipe Silva que ainda há um mês só queria baixar dos 55, chegou entretanto aos 53 e hoje aos 52.20.

Quanto à minha corrida, permitam-me uma vaidade e hoje será objecto de artigo à parte, que virá a seguir. Tal como o artigo sobre o encontro dos bloggers, um rico encontro que também será objecto de artigo à parte.

Digamos que o artigo de Constância vai ser dividido em 3 partes.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Marginal à Noite com novo site e inscrições já abertas

A Marginal à Noite lançou um novo site, que pode ser visto aqui, e que substitui o anterior. Esse encontrava-se inoperacional já há uns meses, chegando mesmo a lançar o receio por esta prova que, felizmente, continua viva e de boa saúde.

Vai ser a 7ª edição, tendo as anteriores situado-se sempre acima do milhar de participantes, com as 3 últimas acima mesmo dos dois milhares. 2007 foi o que teve menor participação, 1.111 num dia de muita chuva e vento, mas sem chover durante a corrida, com 2010 a alcançar o máximo, 2.864 atletas.
O percurso mantêm-se o mesmo, de Oeiras a Caxias e regresso, sempre pela marginal, percurso esse que viu 3 atletas monopolizarem as vitórias masculinas, todos bisando, Luís Jesus, António Sousa e Euclides Varela. Já no sector feminino, apenas se registam vitórias únicas, Katarina Larsson, Lucíla Soares, Carla Jesus, Maria João Chinita, Carla Pinto e Maria José Frias.

As inscrições custam 8 euros até 18 de Maio e, após esta data, 10 euros, podendo ser efectuadas on-line, na Divisão de Desporto da Câmara Municipal de Oeiras, nas lojas SportZone ou no Clube L.
Os dorsais e chips serão entregues a 17 de Junho entre as 10 e as 22 horas, e a 18, dia da corrida, entre as 10 e 19, na SportZone do Oeiras Parque.

Marque então a data de 18 de Junho, às 21.30, para mais uma agradável prova num local aprazível.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Correr e caminhar contra a violência doméstica

Violência doméstica é definida como qualquer conduta ou omissão que inflija reiteradamente sofrimentos físicos, sexuais, psicológicos ou económicos, de modo directo ou indirecto, (por meio de ameaças, enganos, coação ou qualquer outro meio) a qualquer pessoa que habite no mesmo agregado familiar ou que, não habitando, seja cônjuge ou companheiro ou ex-cônjuge ou ex-companheiro, ascendente ou descendente.

As grandes vítimas deste flagelo são, como em muitos outros casos, as mulheres. Mulheres que são o grande sustentáculo e garante da sociedade.
Como tal é possível, em pleno século 21, é uma interrogação de quem em plena adolescência e na alvorada dum país novo a meio da década de 70, estava convencido que tal era impensável na sociedade que os jovens de então iriam mudar.
Pois infelizmente este flagelo perpetuou-se e ganhou mesmo outros contornos.

Ora foi a pensar nisso que a nossa grande campeã em pistas e fora delas, Manuela Machado, colocou mãos à obra e lançou uma Corrida/Caminhada exclusiva para as mulheres, a ser efectuada na sua Viana do Castelo às 21 horas da noite de sábado de 18 de Junho.

As inscrições podem ser efectuadas aqui e a intenção é juntar 5.000 mulheres.

Mas Manuela Machado não esquece os homens a quem convida a estarem igualmente presentes, não na corrida ou caminhada mas a aplaudir a sua mulher, namorada, amiga, filha, mãe, avó ou simplesmente conhecida.

Daqui endereço o desejo de grande sucesso a esta iniciativa da Manuela Machado.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Meia-Maratona dos Palácios - Uma prova a não perder

A 22 de Maio tem lugar mais uma edição da Meia-Maratona dos Palácios, prova que liga Sintra a Queluz.

Este é um evento que alia o desporto com a beleza do traçado e a história de Portugal, realçada no ponto de partida e chegada. Desde o Palácio da Vila de Sintra, bem conhecido pelas suas longas chaminés, até à pequena Versailles portuguesa que dá pelo nome de Palácio de Queluz.

É a 9ª vez que se disputa, numa história iniciada em 2003 e onde nos seus 4 primeiros anos o sentido foi o contrário, Queluz-Sintra. A mudança proporcionou uma significativa melhoria nas marcas que os atletas passaram a realizar.
No historial da prova, realça a curiosidade de nenhum vencedor masculino ter bisado. E apenas na primeira e na última, até ao momento, os vencedores foram portugueses, Paulo Gomes e Ricardo Ribas. De permeio, 6 quenianos, entre os quais Vitor Bitok que, ao realizar 1.02.11 em 2009, detêm o record do percurso.
No sector feminino, porém, já temos 2 atletas que bisaram. A bracarense Fernanda Miranda e a russa Alina Ivanova, que monopolizaram as 4 primeiras edições, exactamente com o sentido inverso.
O record do percurso feminino pertence à queniana Anne Bererwe com 1.10.56 em 2007.
Quanto à participação, medeia entre 416 em 2004 e 534 em 2008.

A novidade deste ano prende-se com a Run Bike. Com a intenção de juntar amigos do Atletismo e do Ciclismo, ambos podem inscrever-se em equipa, correndo um e pedalando outro (não podem é alternar). Ganha quem fizer o melhor tempo somado.

Esta é mais uma prova que merece a nossa participação e, para tal, consulte o blog de Jesus Events, a página também da Jesus Events, bem como a Sport Science para a inscrição. Inscrição que é bastante acessível pois custa 4 euros, valor que já começa a ser pouco usual para provas de 10, muito menos para Meias-Maratonas. No caso da Run Bike, a inscrição é igual, 4 euros por cada um (8 pela equipa).

terça-feira, 19 de abril de 2011

Petição Albertina Dias - Ponto de situação

Aqui estamos nós a tentar cumprir o nosso compromisso de informação perante os mais de 2.600 signatários da petição que solicitava que o caso da nossa atleta olímpica e campeã mundial, Albertina Dias, atravessando sérias dificuldades económicas, fosse considerado e resolvido com urgência, nos moldes habituais para os atletas que representaram ao mais alto nível e de forma extraordinária o nosso país.

Congratulamo-nos pela resposta dum tão elevado número de signatários, mas o que todos nós desejávamos, contribuir de alguma forma para uma mais rápida solução do problema, lamentavelmente não sofreu qualquer alteração positiva.

Estranhamos mesmo que nenhuma das entidades a quem foi enviada a petição tivesse tido a delicadeza de acusar a sua recepção. Estranhámos, mas acabámos por atribuir o facto a mais um sintoma do crescente deficit democrático dos últimos tempos, a que não é alheia alguma arrogância e deseducação típicas destes períodos, que em certos aspectos fazem lembrar tristes tempos, que alguns de nós, os mais avançados na idade, infelizmente atravessámos. Não queríamos, no entanto, tornar extensivo a todas as entidades esta nossa crítica, querendo acreditar que, nalguns casos, tenha sido apenas devido a falta de tempo, ou talvez um circuito burocrático interno demasiado extenso.

Nunca é demais recordar que a única ambição de Albertina Dias é encontrar uma actividade digna, onde seja recompensada pelo seu trabalho. E tanto tem para dar, como grande exemplo que é, à formação dos jovens deste país!

Continuaremos, como sempre, atentos à evolução deste caso e de imediato informaremos qualquer novidade.

Grete Waitz

É com muita tristeza que se soube hoje do falecimento de Grete Waitz, uma grande Senhora do Atletismo norueguês e mundial.
Para todos os que acompanharam a brilhante carreira maratonista de Rosa Mota, Grete Waitz é um nome por demais conhecido, pois era sempre uma das suas mais perigosas adversárias.
Nascida em Oslo a 1 de Outubro de 1953, Grete foi a primeira campeã mundial da Maratona, em prova realizada em Helsinquia, nos mundiais de 1983. No ano seguinte, na primeira Maratona olímpica feminina, conquistou a medalha de prata, apenas atrás de Joan Benoit e à frente de Rosa Mota.
Com o incrível número de 9 vitórias na Maratona de Nova Iorque, Grete tornou-se numa verdadeira lenda nos Estados Unidos.
Em Londres, onde venceu em 1983 e 1986, conseguiu a sua melhor marca, 2.24.54 (1986)
Mas não foi apenas na Maratona que reinou. Para além de diversas honrarias a nível europeu e norueguês (33 vezes campeã em diversas especialidades!), Grete foi igualmente 5 vezes campeã mundial de Corta-Mato, provando toda a sua versatilidade.
6 anos após lhe ter sido detectada uma doença cancerosa, Grete faleceu agora aos 57 anos, deixando a recordação da sua imensa simpatia, consubstanciada no seu sorriso.

Melhor marca de sempre em Maratona... mas não é record mundial!


Disputou-se ontem a mítica Maratona de Boston, prova que fica marcada com a inacreditável marca de 2.03.02, tempo que dizimaria em 57 segundos o actual record mundial de Haile Gebreselassie. Foi realizado pelo queniano Geoffrey Mutai e quando disse que dizimaria, é que o tempo não pode ser homologado.
Com efeito, esta Maratona, a mais antiga que se disputa ininterruptamente pois a primeira edição teve lugar em 1897, tem um desnível superior ao permitido entre o ponto de partida e de chegada. E muitas vezes, como ontem ocorreu, o vento dá uma preciosa ajuda.
Mesmo assim, é uma marca espantosa e onde o record mundial também foi ultrapassado pelo 2º, Moses Mosop, que parou o relógio às 2.03.06. O etíope Gebregziabher Gebremarian completou o pódio em 2.04.53
Refira-se que a média do vencedor foi de 2.54,9 por km e 20,577 km/h. Números incríveis!
No sector feminino as 3 primeiras decidiram a vitória ao sprint, facto não muito habitual nesta distância, especialmente com 3 atletas. A 1ª foi Caroline Kilei (Quénia) 2.22.36, 2ª Desiree Davilla (E.U.A.) 2.22.38 e a 3ª Sharon Cherop (Quénia) 2.22.42

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Actualizadas as classificações da Estafeta

Foram actualizadas as classificações da Estafeta Cascais-Lisboa que tinham várias equipas em falta.
Assim, em vez das iniciais 76 equipas, finalizaram 122, número que mais engrandece o sucesso desta edição, exigindo a sua continuação.
Para consultar as novas classificações, clicar aqui.

Igualmente foram rectificadas as classificações dos 20 kms que tinham uma diferença de 1 minuto e em vez de 409 foram 413 os finalizadores.
Para consultar a nova classificação, clicar aqui.

O momento histórico da Jéssica


Imagens retiradas da transmissão televisiva, que documentam o momento histórico da Jéssica Augusto. O momento em que, ao cortar a meta, se torna maratonista e, logo na sua estreia, como a 2ª melhor portuguesa de sempre na mítica distância.
Para mais pormenores, ler o artigo mais em baixo publicado ontem ou clicar aqui.




domingo, 17 de abril de 2011

Excelente regresso da Estafeta Cascais-Lisboa

Na estátua da amizade, com os amigos Sandra e Filipe
E os Amigos do Parque da Paz
E com os Run 4 Fun
E mais uma corrida terminada!

Pela 73ª vez, realizou-se a Estafeta Cascais-Lisboa que teve hoje a sua 72ª edição. Não, não é gralha. A explicação é simples. A 1ª edição foi disputada a 23 de Abril de 1933, com os Vendedores de Jornais a triunfarem num pelotão de 4 equipas, mas 1 ano antes, a 24 de Abril de 1932, houve aquela que se designa agora de edição 0, com 8 equipas e a vitória a sorrir ao Benfica.

Até 2004, apenas não se realizou em 1953 e 1956. No primeiro caso em virtude dum litígio entre os clubes lisboetas e a Federação, e no segundo pela recusa da Câmara Municipal em que os atletas utilizassem as ruas da capital (que poderiam estragar!!!), o que provocou que entre 1957 e 1960 a Cascais-Lisboa fosse na realidade Guincho-Algés. Em 1961 tudo regressou à normalidade, até 2004. Depois, apenas se tornou a disputar em 2007.

Nestas 72 edições, a equipa mais vitoriosa foi o Sporting com, nada menos nada mais, que 42 triunfos! Seguem-lhe o Benfica 15 e a Conforlimpa 6. Em atletas, Fernando Mamede é o mais vitorioso com 16 triunfos, seguido dos 14 de Carlos Lopes e 10 de Armando Aldegalega.

1992 marcou o ano em que as equipas femininas, e também as populares, puderam participar. A JOMA é a mais vitoriosa em termos femininos com 4 triunfos, seguida do Pasteleira e Braga com 3, enquanto Marina Bastos, com 5 vitórias, leva a palma do maior número de triunfos.

E chega 2011 e o tão ambicionado regresso. E em grande! Dos jardins do Casino Estoril aos Jerónimos, 20 kms divididos por 4 turnos de 5 cada. A abrilhantar mais a jornada, uma prova em linha de 20 kms, num esforço conjunto da Associação de Atletismo de Lisboa, Xistarca e Seaside.

E a recompensa foi grande com 76 equipas, o que passa a constituir novo record de participação. Os inscritos foram 108.
A este número juntaram-se 409 atletas que percorreram o percurso na sua totalidade.

O Reboleira foi o primeiro vencedor deste novo formato. Com uma equipa formada por Bruno Fraga, João Marques, Eugénio Neto e Nuno Romão, cortaram a meta aos 1.05.49, menos 37 segundos que a Juventude Vidigalense que teve nas suas fileiras Bruno Rodrigues, Jorge Miranda, Ricardo Fernandes e João Leal. Com 1.07.57, o Linda-a-Pastora completou o pódio, formado por Rodrigo Torres, Diogo Morgado, Fábio Oliveira e Pedro Conceição.

No sector feminino, o Benfica venceu destacado em 1.20.57, numa equipa que juntou juventude e veterania. A equipa foi constituída por Lucília Soares, Luísa Coelho, Vera Nunes e Sónia Sousa.
Subiram ao pódio em 2º a Garmim com as atletas Isabel Rodrigues, Susana Almeida, Paula Lemos e Paula Fernandes, 1.26.51, seguida pelo Mafra, 1.27.46, com a sua equipa a ser formada por Maria José Frias, Alice Basílio, Helena Martins e Kristine Reis.

Nos 20 kms em linha, Artur Santiago do Linda-a-Velha, venceu em 1.08.48 e um avanço de 3.20 sobre Joel Martins do Benavente que, por seu turno, distanciou o 3º, Luís Lima dos Amigosdacorrida.com, em 3.37

Nos femininos, Carla Pinto do Macedo Oculista venceu em 1.36.28, sendo a 2ª Patricia Gonçalves do Clube do Stress, 1.38.40, e Maria João Lopes do Clube Bolinha a completar o pódio em 1.39.16.

A minha prova correu bem, fiz 1.57.05 de tempo real mas aparecendo 1.56.15 no oficial! Pensava que o calor pudesse afectar um pouco mas foi amenizado pelo vento, que apenas prejudicou um bocadinho na parte final, na looonnnga recta de Algés.

Tive a agradável companhia da Sandra e do Filipe, atleta que cada vez mais está a mostrar a sua alma para distâncias. E também a sempre muito agradável e apreciada companhia do João Branco durante o 2º percurso da sua estafeta.

Em relação à organização, tudo correu bem, dentro do que me foi dado a presenciar, e faço aqui um parentises para notar que desconheço em relação à estafeta, mas pelo que ouvi também correu bem. O único ponto a melhorar prende-se com algo que se passou com as classificações. No caso da Estafeta têm alguns erros nos parciais e nos 20 kms há diferenças. No meu caso, o tempo oficial foi de 1.57.20, como podemos ver na fotografia da minha chegada, e que bate certo com o meu relógio (1.57.05 meta a meta), mas na classificação sou creditado com 1.56.15. Alguma coisa não correu da melhor maneira neste aspecto.

Mas no computo geral, a nota é mais que positiva e o sorriso de satisfação dos atletas no final, pela óptima manhã proporcionada, diz tudo. Que venha a próxima!


Jéssica com estreia de sonho em Londres

Jéssica Augusto excedeu todas as mais ambiciosas expectativas com uma estreia verdadeiramente de sonho na Maratona de Londres. 2.24.33 eleva-a a 2ª melhor portuguesa de sempre, apenas atrás de Rosa Mota com 2.23.29 alcançados em Chicago 1985, e isto na sua estreia!
Passa igualmente a constituir a melhor estreia de sempre duma atleta portuguesa. Esse estatuto estava nos pés de Albertina Dias que realizou 2.26.49 em Berlin 1993. Seguiam-se-lhe como melhores estreias, Marisa Barros 2.31.31 no Porto 2007 e Rosa Mota 2.36.04 em Atenas 1982.
Jéssica pulverizou hoje esse tempo e a tabela das 5 melhores maratonistas de sempre passa a estar:

Rosa Mota

2.23.29

1985-10-20

Chicago

Jéssica Augusto

2.24.33

2011-04-17

Londres

Marisa Barros

2.25.04

2011-02-20

Yokohama

Manuela Machado

2.25.09

1999-04-18

Londres

Dulce Félix

2.26.30

2011-04-17

Viena


Um facto realça logo nesta tabela, 3 das 5 melhores atletas realizaram em 2011 o seu tempo. Geração das nossas meninas de ouro!

A prova foi ganha pela recordista mundial da meia-maratona, a queniana Mary Keitany com 2.19.19 (a 4ª marca mundial de sempre), tendo Jéssica terminado no 8º posto, realizando um tempo absolutamente espantoso, recompensando-a de todo o árduo trabalho a que se dedicou desde o início do ano.
Parabéns Jéssica!

No sector masculino, Emmanuel Mutai venceu com 2.04.40, também a 4ª melhor marca mundial de sempre.

Em resumo, mais um dia de glória para o Atletismo português mas onde as notícias vão continuar a ser monopolizadas pelo futebol e pelas "declarações de guerra" dos seus dirigentes.
Até quando permitiremos isto, até quando alguém fará alguma coisa para ser dado valor a quem na realidade o merece?


Tempo fantástico para Dulce Félix em Viena!

Dulce Félix vingou a sua frustração de Nova Iorque com um tempo fantástico na Maratona de Viena que lhe deu não só os mínimos olímpicos como a guindou a 4ª melhor portuguesa de sempre (1 hora depois desceria para 5ª).
O seu tempo foi de 2.26.30 e quedou-se a escassos 9 segundos da vencedora, a etíope Fate Tola, com quem lutou até final pela vitória.
A queniana Peninah Arusei foi a 3ª em 2.27.17, ela que chegou a deter um avanço de 44 segundos sobre o duo Tola/Dulce.
De destacar que Ricardo Ribas a acompanhou toda a prova.
Para Dulce que, nunca é demais dizer, está num grande momento de forma, foi um tempo fantástico que a recompensou de todo o esforço realizado na anterior tentativa e nesta.
Parabéns Dulce!

O queniano John Kiprotich venceu o sector masculino com 2.08.29 e a grande atracção da prova, Haile Gebrselassie não deixou os seus créditos por mãos alheias vencendo a concomitante Meia-Maratona em 1.00.17


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Constância - Encontro de bloggers

A vila poema de Constância é todos os anos animada, desde 1988, com o seu Grande Prémio da Páscoa, evento que este ano tem uma componente adicional.
Assim, após a corrida, vai ser realizado o 4º encontro de bloggers, no restaurante Tio Coimbra.

Quem estiver interessado em mais detalhes, consulte aqui a página oficial.

Tendo o meu blog 1 ano, é a minha primeira participação, aproveitando para rever algumas caras bem conhecidas mas também conhecer, finalmente, uns quantos amigos que até agora o são apenas de forma virtual.

Portanto, o sábado de Páscoa promete com uma corrida sempre muito bonita e aliciante e um agradável convívio!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Jéssica, Dulce e Feiteira em Maratonas

As atletas e amigas Jéssica Augusto e Dulce Félix poderão ficar com a data de 17 de Abril na sua história, dia que poderão passar a ser maratonistas. Para tal, irão participar em 2 eventos distintos.

Dulce, que já tentou a distância em Novembro passado na Maratona de Nova Iorque, mas onde foi forçada ao abandono, vai agora disputar a Maratona de Viena, evento que ocorre numa altura de grande forma, como o comprova o facto de no último mês Dulce ter batido os seus records pessoais de 10.000 metros e Meia-Maratona (que também é record nacional).
Além disso, Dulce já tem a experiência de Nova Iorque para orientar da melhor maneira a sua prova.

Jéssica, que também vem dum período alto de forma e feitos (como o título de campeã europeia de corta-mato), está desde o início de Janeiro completamente focada na sua estreia na Maratona de Londres, corrida que vai ser transmitida em directo no EuroSport a partir das 9 horas.
Maratona que conta igualmente com a presença de outro português, Luís Feiteira, já experiente a este nível e que orientou a sua carreira para esta mítica distância.

Daqui, um incentivo muito forte a estes nossos brilhantes atletas, para que este seja mais um grande marco nas suas fantásticas carreiras. Desejo que, estou seguro, é partilhado por todos os que vivem o Atletismo e admiram o esforço dos nossos grandes atletas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Correr e caminhar para vencer a depressão

Quem corre já o sente.A corrida faz bem, liberta, reduz a ansiedade, diminui o valor dos problemas, transformando-se num vício dos bons, dos saudáveis. Mas nada como ficar cientificamente comprovado.
Ora foi o que fez o psiquiatra Dr. Jorge Mota Pereira, em cooperação com o Hospital Magalhães Lemos, Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e a Universidade do Minho.
Diversas pessoas com depressão moderada a grave foram estimuladas a caminhar e/ou correr, sendo seguidas pelos especialistas. O que a forte carga medicamentosa não fez, esses passeios encarregaram-se, curando 26% dos doentes e melhorando significativamente 21%,
Como uma parte do estudo coincidiu num inverno particularmente chuvoso, tal pode ter obstado a que os resultados fossem ainda melhores.
Estes dados foram apresentados há semanas em Viena, Áustria, no Congresso Europeu de Psiquiatria, onde foram recebidos com entusiasmo, e publicados no Journal of Psychiatric Research, uma das revistas da especialidade melhor cotadas. Recebeu também a proposta de um estudo mais alargado envolvendo Portugal e a Austrália, o que Jorge Mota Pereira considerou histórico para a psiquiatria portuguesa.
Portugal é dos países da Europa com mais problemas a este nível, situação que origina baixas prolongadas, associando-se a outro tipo de doenças, provocando enormes gastos ao Estado, que poderia ver neste estudo mais uma razão para fomentar o desporto saudável e os espaços adequados para tal, inclusive para não arriscar na estimativa da Organização Mundial de Saúde que prevê esta doença como a que mais despesas acarretará ao Estado a partir de 2020.
E nem custa assim tanto dar o que as pessoas necessitam, pela sua saúde.

Nota: Este texto foi redigido baseado numa reportagem da Revista Visão de 31 de Março

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Carlos Sá e os heróis da Maratona das Areias

Terminou a verdadeira aventura que foi mais uma edição, a 26ª, da Marathon des Sables (Maratona das Areias) em Marrocos.
Começou a 3 de Abril, terminou a 9. Pelo meio, cerca de 250 quilómetros em condições extremas no deserto. Segundo a organização, o pico de temperatura registou 57 graus!

Participaram 849 atletas dos quais apenas 38 abandonaram. O último marcou 83.14.08, a mais de 62 horas do vencedor que necessitou apenas 20.59.19! O seu nome, Rachid el Morabity, marroquino.
Num espectacular 8º lugar, 3º europeu, o português Carlos Sá, com a marca de 24.02.20
Toda a sua aventura pode ser lida no blog que foi mantendo durante a competição. Para tal, clicar aqui.
A fotografia (retirado seu blog) mostra o momento que Carlos Sá se aproxima da meta da última etapa.

Para ver a classificação final, clicar aqui

Um grande bravo a Carlos Sá e a todos que participaram nesta prova, extensivo aos organizadores, onde se incluiu, mais uma vez o director da Revista Spiridon, professor Mário Machado